27 fevereiro 2013

ENSINAMENTOS DO PASSADO - TEACHINGS FROM THE PAST - 3ª PARTE

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Os primeiros Cristãos não tentaram viver suas vidas piedosas sem a ajuda de Deus, pois sabiam que não tinham o poder necessário. Os Cristãos através dos séculos sempre souberam que precisavam do poder de Deus para obedecer aos Seus mandamentos.

Os que servem a Deus não excluem de propósito a Sua ajuda na vida. No entanto, o que sucede com frequência é que a princípio andamos perto de Deus, dependendo do Seu poder, mas com o tempo começamos a nos afastar Dele.

Geralmente este processo começa no interior, na alma, mas aparentemente continuamos agindo da mesma forma. Mas o que acontece é que nossas orações se tornam formais, lemos as Escrituras com a mente focada em outras coisas e no fim achamos que estamos dependendo só de Deus e não precisamos "perder tempo".

Esta doutrina tem a sua origem em Martinho Lutero, que ensinou que somos completamente incapazes de fazer algo de bom e que tanto o desejo como o poder de obedecer a Deus, vêm só de Deus. Estas eram doutrinas fundamentais da Reforma na Alemanha, mas que não produziram uma nação de Cristãos alemães, obedientes e piedosos.

Na verdade, produziram todo o contrário. A Alemanha de Lutero chegou a ser uma sentina de grosseria, imoralidade e violência. O esperar passivo para que Deus fizesse algo pelo homem não produziu nem uma Igreja piedosa nem uma nação piedosa.

Ensinamento-Cristao

Os primeiros Cristãos ensinaram de outra forma. Nunca ensinaram que o homem é incapaz de fazer o bem ou de vencer o pecado em sua vida, nem que alguém possa vencer todas as suas debilidades e seguir obedecendo a Deus dia após dia só com seu próprio juízo.

Estes Cristãos sabiam que lhes faltava o poder de Deus, mas eles não esperavam calmamente enquanto Deus, pretensamente, faria toda a obra por eles. Eles acreditavam que o nosso "estar com Deus" é obra de ambas as partes.

O Cristão tem que estar disposto a sacrificar-se pondo toda a sua força e alma à obra, mas também precisa depender de Deus. Orígenes explicou assim.: "Deus se revela àqueles que, depois de dar tudo o que possam, confessam a necessidade da Sua ajuda".

Os Cristãos dos primeiros séculos acreditavam na procura premente da ajuda de Deus e que não só tinham que pedir uma vez, mas tinham que persistir em pedir-Lhe.

Clemente ensinou aos seus alunos: "Um homem que trabalha só para libertar-se de seus desejos pecaminosos nada consegue. Mas se ele manifesta seu afã e seu desejo ardente nisso, atinge-o pelo poder de Deus, que colabora com os que almejam Sua ajuda".

Aos que perdem seu anseio, o Espírito de Deus também se restringe. O ato de salvar aos que não têm vontade é um ato de obrigação, mas aos que têm vontade é um ato de Graça.

Assim vemos que a justiça Divina resulta da obra mútua, a do homem e a de Deus. Há poder sem limite por parte de Deus, e a busca da Graça está em como utilizar esse poder. O anseio fervente tem que nascer do Cristão! Comentou Orígenes: "Não somos objetos de madeira que Deus move a seu capricho". Somos humanos, capazes de almejar a Deus e de responder-Lhe.

Ensinamento-Cristao

A mortificação dos nossos desejos carnais não será fácil se não estivermos dispostos a sofrer no coração, lutando contra os nossos pecados. Deus não vai brindar-nos com o poder de vencê-los!

Como disse Jesus.: "Se faço, mas não me credes, creia nas minhas obras". Antes de tentarmos avaliar o ensinamento dos primeiros Cristãos, temos que propor uma boa explicação para seus poderes. Não podemos negar o fato de que tinham um poder extraordinário!

Mesmo os romanos pagãos tiveram que admitir isso, e desta forma Lactâncio, o Cristão, também relatou: "Quando a gente vê os homens lacerados por várias classes de torturas mas sem parecerem indomados, ainda que seus verdugos se fatiguem, devemos acreditar que o acordo entre estas pessoas e sua Fé invencível tem verdadeiro significado. Vemos que a perseverança humana por si só não poderia resistir a tais torturas sem a ajuda de Deus".

"Homens de corpo robusto não poderiam resistir a torturas como estas. Mas entre nós, os moços e as mulheres delicadas, para não dizer nada dos homens, vencem seus verdugos com o silêncio. Nem sequer o fogo os faz gemer o mínimo. Estas pessoas, os jovens e o sexo débil, suportam as mutilações do corpo e até o fogo, ainda que para eles exista uma escapatória. Facilmente poderiam evitar estes castigos, se assim o desejassem, ao negarem a Cristo. Mas o suportam de boa vontade porque confiam em Deus".

A Igreja e seus fiéis de hoje podem aprender várias lições valiosas dos primeiros Cristãos. Três fatores os punham em condições para viver como cidadãos de outro Reino, como um povo de outra cultura. A Igreja primitiva os apoiava até o fim, a mensagem da Cruz de Jesus era seguida à risca, como também a crença de que o homem tinha que colaborar com Deus para poder atingir a excelência Cristã nesta vida.



ENSINAMENTOS DO PASSADO - 4ª PARTE



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