20 outubro 2012

AS MULHERES NA RELIGIÃO - WOMEN IN RELIGION


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O apóstolo Paulo tinha escrito aos Coríntios: "As mulheres estejam caladas nas Igrejas, porque lhes não é permitido falar, mas estejam submissas como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, perguntem em casa a seus próprios maridos. Porque é indecoroso para a mulher o falar na Igreja".

Também escreveu a Timóteo: "A mulher aprenda em silêncio com toda a submissão. Pois não permito que a mulher ensine, nem tenha domínio sobre o homem, mas que esteja em silêncio".

Em nenhum outro ponto se ataca as Escrituras hoje em dia tanto como em seu ensino a respeito do papel das mulheres na Igreja. Com frequência se diz que os Apóstolos e os primeiros Cristãos singelamente reforçavam as atitudes culturais de sua época quanto ao papel das mulheres na religião e na sociedade.

Mas as mulheres romanas não se conheciam por seu caráter submisso. Um filósofo romano disse: "Nós reinamos sobre o mundo, mas nossas mulheres reinam sobre nós". Nas religiões romanas, as mulheres tinham os mesmos papéis que os homens - sacerdotisas governavam em muitos templos pagãos.

Félix, o Cristão, descreveu a religião dos romanos da seguinte maneira: "Há certos lugares onde não pode entrar nenhum homem. Em outros, não pode entrar nenhuma mulher. É um delito para um escravo presenciar certas cerimônias religiosas. Uns templos são governados por uma mulher com um esposo. Outros templos são governados por uma mulher com muitos esposos".

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Aliás, o personagem religioso mais proeminente das terras mediterrâneas da antiguidade, era o do oráculo de Delfos, hoje a cidade de Castri. E o oráculo era sempre regido por uma mulher. Se o papel da mulher era somente uma questão de cultura, e não do ensino apostólico, esperaríamos ver que as mulheres fizessem os mesmos papéis tanto na Igreja verdadeira como nos grupos heréticos.

Mas não foi assim. Na maioria dos grupos heréticos, dava-se liberdade à mulher para oficiar e ensinar. Tertuliano comentou assim sobre o papel das mulheres em tais grupos: "Se atrevem a ensinar, disputar, jogar fora demônios, realizar previdências, e talvez ainda batizar".

Na seita herética montanista, depois da morte de seu fundador, Montano, os dois dirigentes mais importantes foram mulheres, Maximilla e Priscila. De fato, a maioria das profecias e os novos ensinos desta seita surgiram das mulheres.

Desta forma, o exclusão das mulheres dos papéis de ensinar e oficiar na Igreja, definitivamente não era questão de seguir a cultura romana. As mulheres foram excluidas do sacerdócio judeu. Mas recordemos que o sacerdócio judeu não tinha origem em nenhuma cultura humana.

Ademais, já em meados do segundo século, a grande maioria dos primeiros Cristãos eram gentios, e seguramente não seguiam a cultura judaica. Não guardavam o sábado como dia de repouso. Não praticavam a circuncisão. Não seguiam as leis judaicas sobre a dieta, nem sobre as festas religiosas. Não seguiam nenhum costume judeu a não ser que coincidisse especificamente com o ensino Cristão.

A Igreja primitiva singelamente obedecia ao ensino apostólico a respeito do papel das mulheres na Igreja, da mesma forma como obedecia aos demais ensinos apostólicos. E isto o fazia em contrário à cultura romana. Não a seguiam.


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Na Fé Cristã Jesus Cristo nasceu e ressuscitou para a nossa salvação, mas Ele entra no mundo através de uma mulher, Maria. A Virgem Maria tem um papel determinante na Bíblia. No Novo Testamento e nos Atos dos Apóstolos ela aparece poucas vezes, mas em momentos fundamentais, como na Anunciação, no Nascimento de Cristo, no primeiro milagre das Bodas de Canaã, aos pés da Cruz e no nascimento da Igreja, no Pentecostes.

Maria é a mulher que cumpre as palavras do Antigo Testamento, como exemplo de fé e obediência. Ela reza os Salmos e cumpre os preceitos religiosos, levando o menino Jesus ao Templo. Por meio dos quatro dogmas, Virgindade, Imaculada Conceição, Maternidade Divina e Assunção ao Céu, a Igreja Católica apresenta Nossa Senhora, e todos esses dogmas levam a Seu filho, Jesus Cristo. Dizer que Maria é a mãe de Deus, é a forma mais fácil de entender que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Quando Jesus dá seu supremo testemunho na Cruz há somente um homem presente, e todos as outras testemunhas eram mulheres. E no dia da ressurreição, foram as mulheres que cuidaram do túmulo de Jesus. Santo Ambrósio define a importância de Maria Madalena, porque foi ela quem anunciou a ressurreição aos discípulos.

No Livro do Gênesis, Deus mostra o papel do homem e da mulher, ao dizer que mulher saiu da costela de Adão. Significa mostrar que a mulher é a companheira do homem, ela o completa. O homem não conseguiria traduzir todos os dons da humanidade se não colocasse a mulher ao seu lado.

No decorrer dos séculos, as mulheres desempenham papéis de grande importância e notoriedade na Igreja. Entre elas, destacam-se Santa Catarina de Sena, Santa Teresinha do Menino Jesus, Santa Teresa d'Ávila, Santa Clara de Assis, Santa Perpétua, Santa Águeda, Santa Luzia, e muitas outras de fenomenal dedicação e sacrifício em nome de Deus.

As feministas e muitos teólogos de hoje proclamam que a posição da Igreja sobre o papel das mulheres, se originou no desprezo que tinham os apóstolos e os demais líderes da Igreja primitiva. Mas os escritos da Igreja primitiva não concordam com tal declaração.

Félix escreveu: "Que saibam que todos os humanos nascem do mesmo modo, com capacidade e habilidade para raciocinar e sentir, sem preferência a nenhum sexo, idade, ou dignidade". Clemente, relatou também: "É preciso que entendamos que a virtude do homem e da mulher é a mesma. Porque se o Deus de ambos é um, o Mestre de ambos também é um".

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É tão importante hoje esta questão sobre o papel das mulheres na Igreja, porque nossa cultura está dizendo que os papéis das mulheres não devem distinguir-se com os dos homens. Os Cristãos de hoje com frequência se vangloriam de que são diferentes do mundo, mas na realidade são diferentes só de certo segmento do mundo.

Os Cristãos liberais pretendem ser diferentes do mundo porque não participam da intolerância, da guerra e da estreiteza que tem o segmento conservador da sociedade. Mas a verdade é que as atitudes e a vida dos Cristãos liberais diferem muito pouco dos liberais que não são Cristãos.

Nós nos aferramos aos valores conservadores da sociedade, e assim achamos que não estamos seguindo a corrente da nossa cultura. Mas as atitudes conservadoras podem ser iguais às atitudes liberais. Nosso pensamento sobre o divórcio, as diversões, e outras coisas semelhantes mudou, adaptando-se ao pensamento da nossa cultura.

Na realidade, há pouca diferença espiritual entre moldar a vida de acordo com o segmento conservador da sociedade e moldar a vida de acordo com o segmento liberal. De todos os modos, estamos seguindo o mundo. O que é conservador hoje era liberal faz poucos anos.



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