A ciência é uma história de grande sucesso da humanidade desde a Renascença. O método científico tem sido tão bem sucedido em sua própria esfera, que muitas pessoas inteligentes consideram-no a única expressão válida de conhecimento.
Nesta perspectiva, a crença Cristã aparece como uma relíquia da "ignorante" Idade Média, quando os homens ainda voltavam-se aos principados e potestades do ar. Chesterton diagnosticou a falha psicológica no triunfalismo científico, ou seja, as pessoas que não acreditam em Deus não acreditam em nada, assim elas acreditarão em qualquer coisa. Os dogmas da fé foram substituídos pelos dogmas do materialismo.
Modernos sistemas de crença, como marxismo e darwinismo, resumem-se a uma única, não-provada e improvável proposição de que todos os fenômenos, incluindo o homo sapiens, podem ser explicados inteiramente pela ciência natural.
Este tipo de materialismo é extremamente antiquado. Ele ignora praticamente tudo o que aprendemos sobre o Universo desde o século XIX, e que segue uma regra simples: a ciência, sendo uma descrição da natureza, não tem nada a dizer sobre o que está fora da natureza. Longe de serem intimidados pela ciência, os Cristãos devem alegrar-se pelo fato de que a ciência moderna aponta fortemente na direção de um Criador.
Devemos estar cientes de um simples fato histórico raramente abordado em livros didáticos, que sem o Cristianismo não haveria nenhuma ciência. A ciência é um empreendimento precário que não pode sair do chão, a menos que o primeiro passo seja dado com a "permissão" dos filósofos e teólogos. Essa permissão foi concedida uma vez na história pelos grandes pensadores Católicos da Idade Média. O Cristianismo e a escolástica medieval, em particular, pavimentaram o caminho para Newton e Einstein.
Em primeiro lugar, apresentaram a crença de que o Universo é racional. Foi criado através da Palavra, o Logos Divino, que é a própria racionalidade. Quando lemos histórias pagãs da origem do mundo não encontramos nada mais do que o caos. Na antiga história babilônica, o Universo, em vez de ser a deliberada ação de um Criador Onisciente, é o subproduto acidental de uma orgia de bêbados.
Em segundo, os filósofos Católicos da Idade Média formularam uma metafísica realista, sem a qual a ciência seria impossível. Os Católicos acreditam na realidade da matéria. O mundo físico não é simplesmente um véu de ilusões como nas religiões orientais, mas uma ordem no ser humano que tem a sua própria dignidade e leis internas. Uma ciência budista, por esta razão, é uma impossibilidade.
Por último, os Cristãos acreditam que a história é linear e não cíclica, como as religiões orientais ensinam. Apenas um Universo, com um começo meio e fim é hospitaleiro aos irreversíveis processos físicos, conforme a segunda lei da termodinâmica. O trabalho de Newton e Einstein não teria sido possível sem este simples pressuposto.
Existem fundamentalistas, sejam protestantes ou Católicos, que não entendem a simplicidade de que as Escrituras não ensinam ciência. O Gênesis foi escrito no arcaico idioma pré-científico da antiguidade. O autor de Gênesis não poderia ter-nos dito que o Universo tem doze bilhões de anos, porque os antigos hebreus não tinham uma palavra nem o entendimento para bilhão.
Se o Universo fosse de aproximadamente 6.000 anos de idade, como a leitura literal do Gênesis sugere, então não seríamos capaz de observar a Via Láctea, porque a sua luz ainda não teria atingido a Terra. Como Católicos devemos acreditar que as palavras das Escrituras foram inspiradas pelo Espírito Santo, mas Deus fez pleno uso dos hábitos mentais e da expressão dos escritores da antiguidade. É o velho mistério da Graça e da liberdade humana!
Uma vez que entendemos como compreender as Escrituras, o tema polêmico da evolução não deve representar um problema. A evolução, por si só, não é um paradoxo para os Católicos. E isto ficou claro durante a brilhante palestra de João Paulo II sobre a Criação, em 1986:
"A teoria da evolução natural, entendida no sentido de que não exclui a causalidade Divina, não é em princípio contrária à verdade sobre a Criação do mundo visível, tal como apresentada no livro do Gênesis. Deve-se, no entanto, acrescentar que esta hipótese propõe apenas uma probabilidade, não uma certeza científica, mas é possível que o corpo humano tenha evoluído de seres vivos que o antecederam", dissertou o Papa Paulo.
O Papa teve a visão correta. Não só o darwinismo ainda não foi provado, mas em quase todos os seus aspectos é atualmente objeto de um debate acalorado entre geneticistas e paleontólogos. O modelo da evolução gradual de Darwin não se enquadra nas descobertas dos antigos fósseis, que mostram espécies animais totalmente formadas que existiram durante um milhão de anos e então, de repente, desapareceram.
Não existem fósseis das formas de transição entre qualquer um dos principais grupos de animais. Até mesmo em "experimentos mentais", os intermediários entre répteis e aves são quase impossíveis de se elaborar. O darwinismo também não se enquadra na criação e clonagem experimental, pois os cães permanecem cães e moscas de frutas permanecem moscas de frutas.
Enquanto o DNA permite uma certa elasticidade em uma espécie para o ajuste ecológico, da mesma forma ele programa que as coisas vivas permaneçam teimosamente como o que são.
A essência do darwinismo é a extrapolação indevida das pequenas mudanças, que acontecem o tempo todo dentro de uma espécie, para os verdadeiros grandes saltos como o dos répteis para as aves. Qualquer estatístico irá afirmar que a extrapolação é um negócio perigoso, e no caso de Darwin, trabalha contra a evidência.
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