31 maio 2014

CAVALEIROS TEMPLÁRIOS, UMA SAGA DE HEROÍSMO - TEMPLAR KNIGHTS, A SAGA OF HEROISM


CRUZADAS

As Cruzadas foram constituídas no ano de 1095 e, no decorrer delas, percebeu-se a necessidade da instituição de grupos particulares de cidadãos armados, milícias paramilitares Cristãs, para proteger as vias de acesso da população e dos guerreiros em suas campanhas no Oriente.

Os recursos financeiros para manter as milícias provinham dos próprios membros e das doações de peregrinos, monarcas ou mercadores agradecidos pela proteção recebida. Eles foram a base para a criação das Ordens Militares, como a dos Cavaleiros Templários, que instauraram as melhores tradições da cavalaria medieval.

No século XII, o cavaleiro francês Hughes de Payns sugeriu a Godefroy de Bouillon que guarnecessem a via de peregrinação Jafa-Jerusalém tendo por base de apoio o Templo de Jerusalém, o local do antigo Templo de Salomão.

Hughes de Payns viaja até Jerusalém e apresenta o projeto ao Rei Balduíno II, primo de Godefroy de Bouillon, que aceita e cede-lhes como abrigo uma mesquita encostada ao Templo. Foi por este motivo que os cavaleiros da Ordem dos Templários passaram a ser denominados como os Cavaleiros do Templo, ou Templários.

O número três era considerado sagrado pelos Templários e regia seus propósitos: Os cavaleiros possuíam três cavalos, alimentavam-se de carne três vezes na semana e, nos dias em que não a comiam, podiam optar por três refeições diferentes.

Adoravam a Cruz solenemente três vezes por ano, juravam não fugir na presença de três inimigos e se lutassem contra crentes da Fé Cristã só poderiam reagir depois de três vezes atacados. Deviam fazer votos de castidade, pobreza, obediência e assistir aos ofícios religiosos pela manhã e à noite.

Flagelavam-se três vezes aqueles que tinham merecido esta correção. Os cavaleiros em combate, quando abatidos, jamais poderiam pedir clemência. Não deveriam pagar o resgate pelos companheiros aprisionados em batalha. Em virtude disso, os Templários aprisionados, inclusive os Grão-Mestres, eram quase sempre executados pelo inimigo.

Os cavaleiros deviam estar sempre dispostos a dar a vida pelos seus irmãos e não deveria haver diferença de classes. Os templários abominavam as diferenças de classes sociais, seguindo fielmente a doutrina de Jesus Cristo.

CAVALEIRO-TEMPLARIO

Os Templários instituíram em suas vidas três grandes missões: A Primeira Grande Missão seria encontrar algo de muito valor que foi perdido, um símbolo da eterna procura da verdade, sabedoria, conhecimento e perfeição, o cálice usado por Jesus e denominado Santo Graal.

A Segunda Grande Missão era o objetivo social da Ordem e visava organizar uma nova sociedade na qual todos seriam iguais, trabalhando com segurança e vivendo em paz. A Terceira Grande Missão foi a construção de Igrejas em larga escala. Entre 1146 e 1272 foram construídas na França, e no resto da Europa medieval, uma infinidade de catedrais de grande porte.

Os Templários já eram especialistas na construção de fortalezas militares e máquinas de guerra. Assim, usaram esta experiência de construtores e dedicaram-se a construir catedrais. Por isso são considerados como os precursores das associações de pedreiros (maçons).

No século XIII, a população francesa, assim como o resto da Europa, passava fome e enfrentava múltiplas guerras regionais. Mas mesmo nesta situação de carência havia uma quantidade impressionante de pedreiros trabalhando no continente, que se organizaram em grupos libertários denominados "francomaçons".

Em 1303, no reinado de Felipe, o Belo, a situação financeira da França piorava cada vez mais e o povo estava cansado dos impostos abusivos. A situação foi agravada quando os funcionários encarregados das finanças promulgaram uma lei que criava uma nova moeda, reduzindo a existente à metade do seu valor.

O povo revoltado dirigiu-se à residência do Rei Felipe, que conseguiu fugir e pediu abrigo aos Templários. Estes esconderam o Rei covarde na câmara secreta onde era guardada a parte importante dos tesouros dos Templários, riqueza que acabaria por tornar-se o alvo futuro do ambicioso Rei. Felipe pôde voltar em segurança ao seu palácio após revogar a nova lei.

Poucos anos depois deste acontecimento, o Rei Felipe da França decide chamar à sua presença o Grão-Mestre da Ordem dos Templários, o nobre Jacques de Molay.

Em 1307, Jacques de Molay viaja acompanhado de 2.000 Cavaleiros Templários, transportando no lombo de mulas todo o tesouro que a Ordem dos Templários possuía no Oriente, estimado em 150.000 peças de ouro e grande quantidade de prata e jóias.

Jacques de Molay e seus dignitários foram recebidos com grande pompa pelo Rei Felipe, o Belo. Mas toda a cortesia e honrarias acobertavam um plano mais sinistro e elaborado, digno dos reis da época medieval.

KNIGHTS-TEMPLAR

Felipe, profundo conhecedor e temeroso do poder dos Templários, logo procurou algum tipo de aliança com Jacques de Molay. Nomeou-o padrinho de um de seus filhos e propôs-lhe o ingresso de outro na Ordem dos Templários. 
Evidentemente, pensou Molay, em razão de sua linhagem real este novo membro da Ordem deveria ser a curto prazo o novo Grão-Mestre dos Templários.

Desta forma, Jacques de Molay recusou gentilmente, mas com firmeza, as ofertas do Rei. Mesmo assim, o cobiçoso Rei Felipe conseguiu da parte de Jacques de Molay um enorme dote para sua filha Isabel, que estava prestes a casar.

Diante da recusa de Jacques de Molay, o Rei espalhou horríveis calúnias sobre os Templários, que estarreceram e confundiram a mentalidade simples do povo da época. Em 14 de setembro de 1307, o Rei decretou a prisão de todos os Templários dentro do reino francês e o embargo dos seus bens.

Cabe ressaltar que o processo penal instaurado pelo Rei da França atingia os Templários na qualidade de cidadãos pois, como Ordem, respondiam exclusivamente ao Papa Clemente V no Vaticano. Mas o objetivo principal do Rei era perseguir e desmantelar a Ordem dos Templários para apropriar-se dos seus tesouros. Assim, acabou por envolver a Inquisição no processo.

O inquisidor Guillaume de Paris decidiu julgar os Templários individualmente e ordenou que se obtivesse confissões mediante tortura e assassinato. O Rei desejou envolver os Templários de forma profunda no sistema inquisitório porque, quando o Papa Clemente decidisse iniciar algum julgamento contra a Ordem, tudo já estaria sancionado.

Os membros da Inquisição francesa também desejavam o controle absoluto da Igreja e encarregaram-se do processo contra os Templários. Dado o poder econômico, militar e institucional da Ordem dos Templários, esta era considerada um obstáculo para as futuras aspirações daqueles membros, razão pela qual decidiram eliminá-los imediatamente.

A passividade que os Templários demonstraram, deixando-se aprisionar pelas forças do Rei apesar de contarem com 2.000 cavaleiros de primeira linha infinitamente superiores aos soldados do Rei Felipe, é explicada pelo fato de que os Templários juraram lutar apenas contra os inimigos da Fé Cristã.

A regra de três proibia-lhes combater os Cristãos pois somente podiam reagir quando três vezes atacados e somente em caso de conflito. Outro fator era que a declaração de batalha, ou ordem de lutar, deveria vir do Grão-Mestre que, por estar preso e incomunicável, levou os Templários à disciplina rígida e pouco comum na época, pois seguiam os juramentos da Ordem.

SAGA-HEROISM

Acolhendo os conselhos do Rei da França, a Inquisição foi violenta com os Templários, que foram encarcerados, torturados e executados. Dezenas de Templários foram queimados vivos em Paris antes mesmo de serem interrogados. Os julgamentos em outros países não foram tão rigorosos.

Em 16 de outubro de 1311, reuniu-se em Viena um Concílio Geral para julgá-los, que resultou em nada. Em Aragão, Portugal, foram autorizados a ingressar em outras Ordens, caso o desejassem. Na Alemanha e na Itália foram simplesmente absolvidos. Na Inglaterra eles foram detidos e submetidos ao processo inquisitório mas sem a amplitude e a violência vistas na França.

Em 1312, vendo que os processos poderiam reverter em favor dos Templários, o Papa Clemente V emitiu a "Bula Vox Clamantis" extinguindo a Ordem e, no mesmo ano, a "Bula Ad Providas" que regulamentava a requisição de todos seus bens e tesouros.

Em 3 de março de 1314, o Grão-Mestre Jacques de Molay compareceu ao átrio da catedral de Notre Dame em Paris, para ouvir a sentença que condenaria à prisão perpétua os últimos Templários. Mas Jacques de Molay tomou a iniciativa, retratando-se publicamente das confissões obtidas sob tortura e declarando que a regra dos Templários era santa, justa e Católica, sendo seguido nessa atitude heroica por Geoffroy de Charnay.

Diante de tamanha demonstração de rebeldia, coragem e desafio ao Rei e à Inquisição, a reação das autoridades francesas foi imediata: condenou-os à fogueira e executou-os imediatamente.

Jacques de Molay aproximou-se do local da execução e despiu-se total e solenemente das suas vestes de Grão-Mestre, ficando nu para simbolizar que era o cidadão Jacques de Molay que seria queimado e não o Grão-Mestre da Ordem dos Templários.

Em suas últimas palavras, Molay profetizou e estabeleceu que o Papa Clemente V morreria no prazo de 45 dias e o tempo de vida do Rei Felipe seria de um ano até comparecer diante do Tribunal de Deus.

Em 20 de abril de 1314, em Roquemaure, Clemente V morreu vítima de uma infecção intestinal. Em 29 de novembro, em Fontainebleau, o Rei Felipe sofreu de paralisia provocada por uma queda do cavalo e acabou morrendo.

Nogaret, o assessor legal do Rei que dirigiu o processo contra os Templários, morreu misteriosamente no mesmo ano, e quatro delatores que participaram do processo desde o início foram apunhalados e enforcados.

Em 1337, iniciou-se a Guerra dos Cem Anos envolvendo a França. As derrotas militares deixaram o país arrasado e a fome alastrou-se pela nação. Em 1348 a Peste Negra dizimou grande parte da população francesa.

JACQUES-DE-MOLAY

Após a morte de Jacques de Molay, o Grão-Mestre Pierre D´Aumont e mais sete Cavaleiros Templários fugiram de barco e atracaram na Ilha de Mull, na costa ocidental da Escócia.

Neste país, favorecidos e protegidos por antigas relações com os Templários, criaram a Ordem dos Francomaçons, cuja simbologia apresentava o compasso e o esquadro, instrumentos preferenciais dos pedreiros.

A nova Ordem visava dois objetivos: um exterior, que difundiria o ideal religioso e social dos antigos Templários de forma acessível ao povo e outro, interior, que buscaria a vingança contra futuros reinados e papados, em retaliação à perseguição sofrida pelos Templários.

A vingança também alcançaria as Ordens dos Hospitaleiros e dos Cavaleiros de Malta, beneficiados com a distribuição dos bens dos Templários.

A nova Ordem dos foi moldada na busca da vingança e retaliação e, desta forma, abandonou os antigos e puros princípios básicos que regiam e norteavam os verdadeiros Cavaleiros Templários, ou seja: justiça, obediência, perdão, Fé em Deus e respeito ao próximo.

Assim, este simulacro de Ordens passadas foi instituído tendo por raiz o mal absoluto e como norma a destruição do próximo. Esta foi a origem dos "escoceses maçônicos dos mais altos graus", dos quais deriva a maçonaria que assola nossos dias atuais.



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