21 fevereiro 2017

O PAPA E A GUERRA SANTA - THE POPE AND THE HOLY WAR

PAPA-GUERRA-SANTA

O Ocidente que os jihadistas agora aterrorizam deixou-se enfraquecer. Uma combinação de correção política, medo de ofender, combater e relutância em perturbar a estabilidade ilusória, levou a uma incrível série de oportunidades para a jihad islâmica.

Baixamos a nossa guarda e nos afastamos, não pela indisponibilidade de forças de segurança, mas porque muitas vezes não estamos olhando para as coisas certas — os textos e sermões que promovem a radicalização.

O alcorão nomeia os muçulmanos como guardiões da humanidade em sua minoria, e concede-lhes os direitos de soberania e domínio sobre o mundo para levar a cabo essa missão.

"Chegamos a conclusão de que é nosso dever estabelecer a soberania sobre o mundo e guiar a humanidade aos preceitos sadios do islã e seus ensinamentos", afirmou Hassan al-Banna, o fundador da irmandade muçulmana.

Na manhã de 26 de julho de 2016, o Padre Jacques Hamel, de 85 anos, oficiava a Santa Missa quando foi massacrado diante do altar por dois jihadistas do ISIS que invadiram a Igreja. O assassino cortou sua garganta e poderia tê-lo decapitado, como é costume dentre os carrascos islâmicos.

Os seguidores de uma fé que homenageia assassinos como mártires acabaram criando um mártir para a Fé Cristã. Tanto em grego como em árabe, os termos mártir e shahid significam a mesma coisa: testemunha.

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O Padre Hamel pertence à longa fila de mártires Cristãos que foram mortos pelos "homens da violência" quando atestam a verdade única da sua fé distorcida. Muitos "mártires muçulmanos" já morreram desta mesma forma e vários deram suas vidas na guerra santa (jihad) de conquista de territórios para o islã.

Na bandeira do ISIS lê-se: la ilaha illa'llah, muhammadun rasulu'llah (não há outro deus senão Alá, Maomé é o profeta de Alá). Estas frases são conhecidas como shahada (testemunhar). É entoada em vários lugares, seja na Síria, na França ou no Reino Unido, etc.

Mas shahada também significa martírio, e o martírio pela violência foi o que aqueles assassinos de um homem inocente de Deus conseguiram quando a força armada francesa aniquilou-os fora da Igreja que profanaram.

No dia seguinte o Papa Francisco emitiu uma declaração sobre o evento, e por um momento pareceu que finalmente proferia as palavras corretas quando disse que o mundo estava agora em guerra, mesmo décadas depois da guerra ter começado.

Estávamos diante de um líder religioso e político que parecia ter despertado para o fato de que as nações ocidentais foram involuntária e ineficazmente incapazes de combater o radicalismo islâmico — talvez seja mais preciso dizer que eles é que tem travado uma guerra conosco.

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Mas então o Papa estragou tudo quando afirmou: "É guerra, nós não temos que ter medo de dizer isso, mas uma guerra de interesses, por dinheiro, recursos, não estou falando de uma guerra de religiões, as religiões não querem guerra, os outros querem a guerra".

O que? Matar um sacerdote em seu altar está ligado a interesses, dinheiro e recursos? Os assassinos foram motivados por um anseio de justiça social, por mais dinheiro, pelo acesso a maiores recursos? Será que eles achavam que a morte violenta de um sacerdote inofensivo lhes traria alguma dessas coisas? Mas eles não foram roubar nenhum dos valiosos objetos do altar — o incensário, castiçais, o crucifixo ou mesmo o ostensório.

Os assassinos gritavam allahu akbar (deus é grande) e, especialmente para os muçulmanos, maior do que a Trindade Cristã não monoteísta e a Igreja Católica. Como sabemos muito bem, "allahu akbar" é uma frase religiosa que os muçulmanos usam com frequência. É o início do chamado à oração (adhan) repetido cinco vezes por dia, precedido e seguido pela shahada.

A cantilena ressoa nos ouvidos ocidentais sempre que muçulmanos na Europa e na América do Norte realizam seus martírios, ou como o prenúncio de um ataque suicida. É precisamente porque acreditam que seu deus Alá é superior a todos os outros e que o islã é a maior de todas as religiões; e porque crêem que o islã está destinado a conquistar o mundo seja pela conversão ou pela violência.

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O que o Papa Francisco quis dizer quando afirmou: "As religiões não querem a guerra, os outros querem a guerra?" Ele é um homem com acesso às intermináveis ​​faculdades dos estudiosos e acadêmicos em todo o mundo, aos especialistas na religião islâmica e no Oriente Médio. Esta afirmação simplesmente não é verdadeira! Para começar, quem são esses outros? Pessoas não-religiosas? Ateus? Agnósticos? Protestantes?

Para vencer uma guerra é preciso ser capaz de identificar o inimigo, entender seus motivos e descobrir o que leva os soldados a arriscar suas vidas em batalha. É preciso saber o porquê suas mães e esposas enviam os filhos e maridos para lutar, mesmo sabendo que eles nunca poderão retornar.

Ignorar tudo isso, inventar falsos motivos para o inimigo ou deixar de conhecer seus objetivos finais fará com que percamos a guerra. "Se você souber quem é seu inimigo e conhecer a si mesmo, não terá porque temer o resultado de cem batalhas", completou o grande general chinês Sun Tzu na "Arte da Guerra" (tratado militar escrito durante o século IV a.C.).

Um dia depois daquele comentário o Papa compungiu tristemente sua ignorância. Um comunicado da revista católica Crux afirmou que o Papa Francisco disse que em todas as religiões há pessoas violentas, um pequeno grupo de fundamentalistas, inclusive no Catolicismo.

"Quando o fundamentalismo chega ao extremo de assassinar, é possível matar com a língua e também com a faca. Eu acredito que não é justo identificar o islã com a violência, não é justo e não é verdade", insistiu o Papa Francisco.

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Ele afirmou que teve uma longa conversa com o Grande Imã de Al-Azhar da universidade islâmica do Cairo — frequentemente descrita como o vaticano do mundo sunita. "Eu sei o que eles pensam. Eles querem a paz e a convergência", ressaltou o Papa Francisco.

Lamentavelmente é evidente que o Papa, assim como centenas de políticos e líderes religiosos no Ocidente, exceto em Israel, não conhecem absolutamente nada sobre seu inimigo. Se o Papa acha que as religiões não querem a guerra, também é claro que ele nunca estudou o islã nem recebeu nenhuma orientação confiável a seu respeito, de ninguém!

Os capítulos do alcorão contêm dezenas de versos que exortam os crentes a saírem para lutar a jihad, ou usar recursos para pagar aos outros para fazê-lo. O propósito da jihad (guerra santa) é o fortalecimento do islã, a proteção dos seus crentes e a aniquilação da "terra da incredulidade". De acordo com um especialista em jihad, o alcorão apresenta uma justificação religiosa bem desenvolvida para incitar a guerra contra os inimigos do islã.

O Islã não é meramente uma religião e sim um sistema de governança, confirma Hassan al-Banna, o fundador da irmandade muçulmana: "O islã é um sistema abrangente que lida com todas as esferas da vida. É um Estado e uma pátria, moralidade e poder, uma cultura e uma lei. É substância e riqueza, um esforço e uma chamada e, finalmente, é verdade, crença e adoração".

O que isso significa para os não-muçulmanos? Hassan al-Banna deixa isso bem claro: "Isso significa que o alcorão nomeia os muçulmanos como guardiões da humanidade em sua minoria, e concede-lhes os direitos de soberania e domínio sobre o mundo para levar a cabo essa missão. Portanto é nossa preocupação, não a do Ocidente, pois pertence à civilização islâmica e não à civilização materialista. Chegamos a conclusão de que é nosso dever estabelecer a soberania sobre o mundo e guiar toda a humanidade aos preceitos sadios do islã e seus ensinamentos, sem os quais a humanidade não pode alcançar a felicidade".

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A literatura da tradição islâmica nas seis coleções canônicas estabelece as descrições da jihad e instruções sobre como combatê-la. Não se deixe enganar pela ofuscação muitas vezes repetida: "a maior jihad é uma luta interior, uma guerra espiritual", pois não há menção desta ideia nos textos islâmicos. Durante séculos a jihad significou guerra física, e até mesmo as místicas irmandades sufistas envolveram-se nesta luta extremamente física.

O profeta islâmico Maomé liderou seus homens nas guerras em inúmeras ocasiões, enviando tropas de assalto em dezenas de ataques e expedições. Seus sucessores, os califas, fizeram o mesmo. Meio século após a morte de Maomé, em 632 d.C., as forças muçulmanas já tinham conquistado metade do mundo conhecido, e as guerras santas continuaram sendo travadas anualmente por todos os grandes impérios islâmicos, sem nenhuma exceção.

Os dois primeiros grandes impérios islâmicos, o dos Omíadas (661-750 d.C.) e seus sucessores, os abássidas (750-1258 d.C.), sob a nova dinastia de califas, empreenderam duas ou mais expedições anuais contra o Império Bizantino sediado em Constantinopla. Estas invasões eram uma tradição contínua baseada nas primeiras jihads no Ocidente e no Oriente. Os ataques nunca eram improvisados, mas bem planejados, e normalmente havia duas campanhas de verão seguidas por expedições de inverno.

As jihads de verão eram geralmente compostas de dois ataques separados. Uma investida era denominada "expedição da esquerda", lançada das fortalezas fronteiriças da Sicília cujas tropas eram em sua maioria de origem síria. A maior "expedição da direita" foi levada a cabo a partir da província de Malatya, na Anatólia oriental, e era composta por tropas iraquianas.

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Estas expedições atingiram o seu auge durante o Império Otomano (terceiro grande império), que conquistou Constantinopla em 1453 trazendo assim um fim para o Império Bizantino. Constantinopla foi renomeada como Istambul e a sua principal Basílica, Hagia Sophia, foi transformada na mesquita imperial dos otomanos.

As organizações jihadistas de hoje: ISIS, al-Qaeda, talibã, jihad islâmica, Jabhat al-Nusra, Boko Haram, Hamas, al-Shabaab, dentre centenas, estão simplesmente realizando, num contexto maior, as guerras da jihad do século XIX. Ao que tudo indica os jihadistas preferem a guerra ao trabalho missionário — embora grupos como o paquistanês Tablighi Jamaat façam trabalhos deste tipo — porque suas guerras remontam aos tempos de Maomé e seus companheiros, as três primeiras gerações guerreiras.

O termo salafista, usado para designar a maioria dos grupos islâmicos mais radicais, vem de "salaf", antepassado, mas com um significado especializado nas três primeiras gerações do islã: Maomé, os primeiros seguidores, seus filhos e netos. Os atuais jihadistas adotam essa postura porque, tendo perdido a força militar a partir do colapso do Império Otomano em 1918, ainda sentem-se compelidos a lutar contra o poder do Ocidente — o triunfo dos Cristãos — ou de Israel, o triunfo dos judeus.

Segundo eles, Alá prometeu aos seguidores muçulmanos que um dia governariam o mundo, e por muitos séculos podem ter pensado que isto estava realmente acontecendo! Então, essas esperanças foram destruídas, quando os Impérios ocidentais começaram a conquistar, colonizar e governar os estados islâmicos — no norte da Índia, na Argélia, Egito, Sudão, Líbia e outros lugares — uma inversão completamente impensável.

Para contra-atacar, os jihadistas optaram por usar a melhor arma à sua disposição, o terrorismo, e pior, o Ocidente que os jihadistas agora aterrorizam deixou-se enfraquecer. Uma combinação de correção política, medo de ofender, combater e relutância em perturbar a estabilidade ilusória, levou a uma incrível série de oportunidades para a jihad islâmica.

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Por exemplo, o jovem muçulmano que assassinou o sacerdote na França, foi preso duas vezes por tentar migrar para a Síria e servir ao lado do ISIS. Na época do assassinato, as "gentis autoridades francesas" já o haviam forçado a usar uma tornozeleira eletrônica para que fosse monitorado, mas seu toque de recolher era apenas durante a noite. Durante o dia era autorizado a vagar pelas ruas livremente e, naquela manhã fatídica, ele resolveu adentrar em uma Igreja próxima e satisfazer seus anseios de martírio matando um Cristão inocente.

Infelizmente o Papa Francisco não podia estar mais errado, pois o islamismo tem travado guerras desde o seu início. Tivemos mais de 1400 anos para nos proteger contra isso, utilizando a mesma forma com a qual o Império Otomano foi barrado nas portas de Viena em 1683. Agora baixamos a nossa guarda e nos afastamos, não pela indisponibilidade de forças de segurança, mas porque muitas vezes não estamos olhando para as coisas certas — os textos e sermões que promovem a radicalização.

Por que jovens muçulmanos voltam-se da normalidade para o recrutamento dos extremistas? Jovens Cristãos, hindus, judeus, budistas, baha'is, etc, não movem-se nesta direção. Poderia ser porque muitos muçulmanos, primeiro nos países islâmicos e agora no Ocidente, são ensinados desde cedo que o islã aspira a dominação ou que a jihad não é um mal mas sim uma expressão da sua fé? Será por que eles sentem-se vitimados pela "islamofobia" ou acham que as mulheres ocidentais são imorais? Será que creem que as outras religiões são falsas?

É hora de acordar, pois gostemos ou não estamos realmente em guerra! Leon Trotsky disse o seguinte: "Você pode não estar interessado na guerra, mas a guerra está interessada em você". Nosso inimigo é uma versão extremista do islã que ainda não foi submetida a uma reforma que levará os muçulmanos não de volta ao século VII mas adiante para século XXI, e possivelmente mais para a frente.




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