A primeira palavra do Símbolo da Fé Cristã é "Creio", e toda a nossa confissão Cristã é baseada na Fé, sendo o conhecimento de Deus o primeiro objetivo da crença Cristã. Assim, nosso reconhecimento Cristão da existência de Deus é fundado não em bases racionais, nem em provas tomadas na razão, ou recebido de experiências de nossos sentidos exteriores, mas em uma interna e alta convicção que tem como fundação, a moral.
No entendimento Cristão acreditar em Deus significa não só aceitar Deus com a mente, mas também empenhar-se na direção Dele com o coração. Sem Fé não existiria o vínculo vivo entre o Céu e a Terra. A Fé é reforçada e sua verdade é confirmada pelos benefícios de seus frutos espirituais, que são conhecidos pela experiência humana e metafísica.
A Fé Cristã é uma revelação mística da alma humana. Ela é maior, mais poderosa, mais próxima da realidade que o pensamento, e mais complexa que os sentidos separados. Ela contém em si mesma os sentimentos do amor, medo, veneração, reverência e humildade, mas não pode ser chamada de manifestação da vontade, pois apesar de mover montanhas, o Cristão renuncia à sua própria vontade quando ele crê, e dá-se inteiramente à vontade de Deus.
A Igreja de Cristo é fundada sobre a Fé como sobre uma rocha que não treme sob ela. A história da Igreja de Cristo é cheia de milagres dos Santos em todas as épocas, porém milagres não são realizados pela Fé em geral, mas pela Fé Cristã. A Fé é uma realidade não pelo poder da imaginação, mas pelo fato que ela nos liga com a fonte de toda vida e poder, nos comunica com Deus.
Deus em Sua essência é incompreensível, habita na luz inacessível, a Quem nenhum dos homens viu nem pode ver. Deve-se distinguir entre a compreensão de Deus, o que em essência é impossível, e o conhecimento Dele, ainda que incompleto. O grau desse conhecimento depende da habilidade do próprio homem em conceber a distinção entre aquilo que se pode chamar de absoluta incognoscibilidade de Deus e a relativa cognoscibilidade Dele.
Deus é revelado ao homem pelo conhecimento da natureza, o conhecimento de si próprio e pelo conhecimento de toda a criação de Deus em geral, porque as Suas coisas invisíveis se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas. O mundo é o reino do pensamento Divino.
O ensinamento dogmático da Igreja tem a mais íntima conexão com a completa ordem moral da vida Cristã. Ele indica uma verdadeira direção, e qualquer tipo de afastamento das verdades dogmáticas conduz a um entendimento incorreto da obrigação moral do Cristão. A Fé demanda uma vida que corresponda à Fé.
Deus definiu a obrigação moral do homem simplesmente em dois mandamentos da lei, o mandamento de amar a Deus de todo o coração, alma, mente e entendimento, e o mandamento de amar ao próximo como a si mesmo. Ao mesmo tempo, Deus ensinou que o autêntico atendimento a esses dois mandamentos é impossível sem algum grau de auto-renúncia e auto-sacrifício. Ele exige luta.
A história da Igreja tem sido de lutas, primeiro os sofrimentos dos mártires na primeira época do Cristianismo, depois as lutas ascéticas pessoais e conquistas espirituais na batalha com a carne, da parte dos homens e de outros lutadores, como anjos e os Santos, os justos que viveram no mundo sem serem maculados pela vida. Desde o início até nossos dias, o Cristianismo foi adornado com confessores e mártires pela Fé em Cristo. E assim será até o fim dos tempos.
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