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07 novembro 2012

(52) O CATECISMO DE SÃO PIO X - THE CATECHISM OF SAINT PIUS X


(Cont.)

937) Quais são as boas obras de que se nos pedirá conta particular no dia do Juízo?
As boas obras de que se nos pedirá conta particular no dia do Juízo são as obras de misericórdia.


938) Que se entende por obra de misericórdia?
Obra de misericórdia é aquela com que se socorre o nosso próximo nas suas necessidades corporais ou espirituais.


939) Quantas são as obras de misericórdia?
As obras de misericórdia são catorze: sete corporais e sete espirituais, conforme são corporais ou espirituais as necessidades que se socorrem.


940) Quais são as obras de misericórdia corporais?
As obras de misericórdia corporais são:
1ª Dar de comer a quem tem fome;
2ª Dar de beber a quem tem sede;
3ª Vestir os nus;
4ª Dar pousada aos peregrinos;
5ª Assistir aos enfermos;
6ª Visitar os presos;
7ª Enterrar os mortos.


941) Quais são as obras de misericórdia espirituais?
As obras de misericórdia espirituais são:
1ª Dar bom conselho;
2º Ensinar os ignorantes;
3ª Corrigir os que erram;
4ª Consolar os aflitos;
5ª Perdoar as injúrias;
6ª Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo;
7ª Rogar a Deus por vivos e defuntos.


942) Quantas espécies há de pecado?
Há duas espécies de pecado: o pecado original e o pecado atual.


943) Que é o pecado original?
O pecado original é aquele com o que todos nascemos, exceto a Santíssima Virgem Maria, e que contraímos pela desobediência do nosso primeiro pai Adão.


944) Que males nos causa o pecado de Adão?
Os males causados pelo pecado de Adão são: a privação da graça, a perda do Paraíso, a ignorância, a inclinação para o mal, a morte e todas as demais misérias.


945) Como se apaga o pecado original?
O pecado original apaga-se com o Santo Batismo.


946) Que é o pecado atual?
O pecado atual é aquele que o homem, chegado ao uso da razão, comete por sua livre vontade.


947) Quantas espécies há de pecado atual?
Há duas espécies de pecado atual: o mortal e o venial.


948) Que é o pecado mortal?
O pecado mortal é uma transgressão da lei divina, pela qual se falta gravemente aos deveres para com Deus, para com o próximo, ou para com nós mesmos.


949) Por que se chama mortal?
Chama-se mortal porque dá a morte à alma, fazendo-a perder a graça santificante, que é a vida da alma assim como a alma é a vida do corpo.


950) Que males causa à alma o pecado mortal?
O pecado mortal:
1º priva a alma da graça e da amizade de Deus;
2º fá-la perder o Céu;
3º priva-a dos merecimentos adquiridos e torna-a incapaz de adquirir novos;
4º torna a alma escrava do demônio;
5º fá-la merecer o Inferno e também os castigos desta vida.


951) Além da gravidade da matéria, que mais se requer para haver um pecado mortal?
Além da gravidade da matéria, para haver um pecado mortal requer-se a plena advertência desta gravidade, e a vontade deliberada de cometer o pecado.


952) Que é o pecado venial?
O pecado venial é uma leve transgressão da lei divina, pela qual se falta levemente a algum dever para com Deus, para com o próximo, ou para com nós mesmos.


953) Por que se chama venial?
Porque é leve em comparação com o pecado mortal; porque não nos faz perder a graça divina; e porque Deus facilmente o perdoa.


954) Então não se deve fazer grande caso do pecado venial?
Isto seria um erro enorme, porque o pecado venial contém sempre uma ofensa a Deus, e causa prejuízos não pequenos à alma.


955) Que prejuízos causa o pecado venial?
O pecado venial:
1º enfraquece e esfria em nós a caridade;
2º dispõe-nos para o pecado mortal;
3º faz-nos merecedores de grandes penas temporais, neste mundo ou no outro.


(Continua)

05 novembro 2012

(51) O CATECISMO DE SÃO PIO X - THE CATECHISM OF SAINT PIUS X


SANTO PAPA PIO X
(Cont.)

922) Quantas e quais são as Bem-aventuranças evangélicas?
As Bem-aventuranças evangélicas são oito:
1a Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino do Céu;
2a Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a terra;
3a Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados;
4a Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados;
5a Bem-aventurados os que usam de misericórdia, porque alcançarão misericórdia;
6ª Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus;
7ª Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus;
8ª Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino do Céu.

923) Por que Jesus Cristo nos propôs as Bem-aventuranças?
Jesus Cristo propôs-nos as Bem-aventuranças para os fazer detestar as máximas do mundo, e para nos convidar a amar e praticar as máximas do seu Evangelho.

924) Quem são aqueles que o mundo chama bem-aventurados?
O mundo chama bem-aventurados aqueles que desfrutam abundância de riquezas e de honras, e que não têm nada que os faça sofrer.

925) Quem são os pobres de espírito, que Jesus Cristo chama bem-aventurados?
Os pobres de espírito, segundo o Evangelho, são aqueles que têm o coração desapegado das riquezas; fazem bom uso delas, se as possuem; não as procuram com ânsia, se não as têm; e sofrem com resignação a perda delas se lhes são tiradas.

926) Quem são os mansos?
Os mansos são aqueles que tratam o próximo com brandura, e lhe sofrem com paciência os defeitos e as ofensas que dele recebem, sem alteração, ressentimentos ou vingança.

927) Quem são os que choram, e todavia são chamados bem-aventurados?
Os que choram, e todavia são chamados bem-aventurados, são aqueles que sofrem com resignação as tribulações, e que se afligem pelos pecados cometidos, pelos males e pelos escândalos que se vêem no mundo, pela ausência do céu, e pelo perigo de o perder.

928) Quem são os que têm fome e sede de justiça?
Os que têm fome e sede de justiça são aqueles, que desejam ardentemente crescer cada vez mais na graça de Deus e na prática das obras boas e virtuosas.

929) Quem são os que usam de misericórdia?
Os que usam de misericórdia são aqueles que amam, em Deus e por amor de Deus, o seu próximo, se compadecem das suas misérias, assim corporais como espirituais, e procuram socorrê-lo segundo as suas forças e o seu estado.

930) Quem são os puros de coração?
Os puros de coração são aqueles que não têm nenhum afeto ao pecado, sempre se afastam dele, e evitam sobretudo toda e qualquer espécie de impureza.

931) Quem são os pacíficos?
Os pacíficos são aqueles que vivem em paz com o próximo e consigo mesmos, e procuram estabelecer a paz entre aqueles que estão em discórdia.

932) Quem são os que sofrem perseguição por amor da justiça?
Os que sofrem perseguição por amor da justiça são aqueles que suportam com paciência os escárnios, as censuras, as perseguições por causa da Fé e da Lei de Jesus Cristo.

933) Que significam os diversos prêmios prometidos por Jesus Cristo nas Bem-aventuranças?
Os diversos prêmios prometidos por Jesus Cristo nas Bem-aventuranças significam todos, sob diversos nomes, a glória eterna do Céu.

934) Alcançam-nos as Bem-aventuranças só a glória eterna do Paraíso?
As Bem-aventuranças não nos alcançam só a glória eterna do Paraíso; são também meios de tornar nossa vida feliz, tanto quanto é possivel, neste mundo.

935) Recebem já alguma recompensa nesta vida os que seguem as Bem-aventuranças?
Sim, certamente, os que seguem as Bem-aventuranças recebem já alguma recompensa nesta vida, porque já gozam de uma paz e de um contentamento íntimos que são princípio, embora imperfeito, da felicidade eterna.

936) Poderão dizer-se felizes os que seguem as máximas do mundo?
Não. Os que seguem as máximas do mundo não são felizes, porque não têm a verdadeira paz da alma e estão em risco de se condenar.

(Continua)

03 novembro 2012

(50) O CATECISMO DE SÃO PIO X - THE CATECHISM OF SAINT PIUS X


SANTO PAPA PIO X
(Cont.)

907) Quais são as virtudes cardeais?
As virtudes cardeais são: a Prudência, a Justiça, a Fortaleza e a Temperança.


908) Por que se chamam virtudes cardeais a Prudência, a Justiça, a Fortaleza e a Temperança?
Chamam-se virtudes cardeais a Prudência, a Justiça, a Fortaleza e a Temperança, porque são a base e o fundamento das virtudes morais.


909) Que é a Prudência?
A Prudência é a virtude que dirige toda ação ao devido fim, e por isso procura os meios convenientes para que a ação seja em tudo bem feita, e portanto aceita pelo Senhor.


910) Que é a Justiça?
A Justiça é a virtude pela qual damos a cada um o que lhe pertence.


911) Que é a Fortaleza?
A Fortaleza é a virtude que nos dá coragem para não temer perigo algum, nem a própria morte, no serviço de Deus.


912) Que é a Temperança?
A Temperança é a virtude pela qual refreamos os desejos desordenados de prazeres sensuais, e usamos com moderação dos bens temporais.


913) Quantos e quais são os dons do Espírito Santo?Os dons do Espírito Santo são sete:
1º Sabedoria;
2º Entendimento;
3º Conselho;
4º Fortaleza:
5º Ciência;
6º Piedade;
7º Temor de Deus.


914) Para que servem os dons do Espírito Santo?
Os dons do Espírito Santo servem para nos confirmar na Fé, na Esperança e na Caridade, e para nos tornar solícitos para os atos das virtudes necessárias para conseguir a perfeição da vida Cristã.

915) Que é a Sabedoria?
A Sabedoria é um dom pelo qual nós, elevando o espírito acima das coisas terrenas e frágeis, contemplamos as eternas, isto é, a Verdade, que é Deus, no qual pomos nossa complacência, amando-O como nosso Sumo bem.


916) Que é o Entendimento?
O Entendimento é um dom pelo qual nos é facilitada, quanto é possível a um homem mortal, a inteligência das verdades da Fé e dos divinos mistérios, os quais não podemos conhecer com as luzes naturais da nossa razão.


917) Que é o Conselho?
O Conselho é um dom pelo qual, nas dúvidas e incertezas da vida humana, conhecemos o que mais convém à glória de Deus, à nossa salvação e à do próximo.


918) Que é a Fortaleza?
A Fortaleza é um dom que nos incute energia e coragem para observar fielmente a santa Lei de Deus e da Igreja, vencendo todos os obstáculos, e os assaltos dos nossos inimigos.


919) Que é a Ciência?
A Ciência é um dom pelo qual julgamos retamente das coisas criadas, e conhecemos o modo de bem usar delas e de as dirigir ao último fim, que é Deus.


920) Que é a Piedade?
A Piedade é um dom pelo qual veneramos e amamos a Deus e aos Santos, e conservamos ânimo bondoso e benévolo para com o próximo, por amor de Deus.


921) Que é o Temor de Deus?
O Temor de Deus é um dom que nos faz reverenciar a Deus, e ter receio de ofender a sua Divina Majestade, e que nos afasta do mal, incitando-nos ao bem.


(Continua)

01 novembro 2012

(49) O CATECISMO DE SÃO PIO X - THE CATECHISM OF SAINT PIUS X


SANTO PAPA PIO X
(Cont.)

885) Dizei-me: o que é a Tradição?
A Tradição é a palavra de Deus não escrita, mas comunicada de viva voz por Jesus Cristo e pelos Apóstolos, e que chegou sem alteração, de século em século, por meio da Igreja, até nós.


886) Onde se acham os ensinamentos da Tradição?
Os ensinamentos da Tradição acham-se principalmente nos decretos dos Concílios, nos escritos dos Santos Padres, nos atos da Santa Sé, nas palavras e nos usos da Sagrada Liturgia.


887) Em que consideração se deve ter a Tradição?
A Tradição deve ter-se na mesma consideração em que se tem a palavra de Deus contida na Sagrada Escritura.


888) Que é a Esperança?
A Esperança é uma virtude sobrenatural, infundida por Deus na nossa alma, pela qual desejamos e esperamos a vida eterna que Deus prometeu aos seus servos, e os auxílios necessários para alcançá-la.


889) Por que motivo devemos esperar de Deus o Paraíso e os auxílios necessários para alcançá-lo?
Devemos esperar de Deus o Paraíso e os auxílios necessários para alcançá-lo, porque Deus misericordiosíssimo, pelos merecimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, o prometeu a quem O serve de todo o coração; e, sendo Fidelíssimo e Onipotente, cumpre sempre a Sua promessa.


890) Quais são as condições necessárias para alcançar o Paraíso?
As condições necessárias para alcançar o Paraíso são: a graça de Deus, a prática das boas obras e a perseverança no Seu Santo Amor até à morte.


891) Como se perde a Esperança?
Perde-se a Esperança todas as vezes que se perde a Fé; perde-se também pelo pecado de desespero ou de presunção.


892) Como recuperamos a Esperança?
Recuperamos a Esperança perdida, arrependendo-nos do pecado cometido, e excitando-nos de novo à confiança na bondade Divina.


893) Que é a Caridade?
A Caridade é uma virtude sobrenatural, infundida por Deus em nossa alma, pela qual amamos a Deus por Si mesmo sobre todas as coisas, e amamos o próximo como a nós mesmos, por amor de Deus.


894) Por que motivos devemos amar a Deus?
Devemos amar a Deus, porque Ele é o sumo Bem, infinitamente bom e perfeito, e além disso por que Ele o manda, e pelos inumeráveis benefícios que d'Ele recebemos.


895) Como se deve amar a Deus?
Devemos amar a Deus sobre todas as coisas, com todo o nosso coração, com toda a nossa mente, com toda a nossa alma, e com todas as nossas forças.


896) Que quer dizer: amar a Deus sobre todas as coisas?
Amar a Deus sobre todas as coisas quer dizer: preferi-Lo a todas as criaturas mais caras e mais perfeitas, e estar disposto a perder tudo antes que ofendê-Lo ou deixar de amá-Lo.


897) Que quer dizer: amar a Deus com todo o nosso coração?
Amar a Deus com todo o nosso coração quer dizer: consagrar-Lhe todos os nossos afetos.


898) Que quer dizer: amar a Deus com toda a nossa mente?
Amar a Deus com toda a nossa mente quer dizer: dirigir para Ele todos os nossos pensamentos.


899) Que quer dizer: amar a Deus com toda a nossa alma?
Amar a Deus com toda a nossa alma quer dizer: consagrar-Lhe o uso de todas as potências da nossa alma.


900) Que quer dizer: amar a Deus com todas as nossas forças?
Amar a Deus com todas as nossas forças quer dizer: esforçar-se por crescer cada vez mais no amor d'Ele, e proceder de maneira que todas as nossas ações tenham por motivo e por fim o seu amor e o desejo de Lhe agradar.


901) Por que devemos amar o próximo?
Devemos amar o próximo por amor de Deus porque Ele o manda, e porque todo e qualquer homem é imagem de Deus.


902) Somos obrigados a amar também os inimigos?
Sim, somos obrigados a amar também os inimigos, porque também eles são nossos próximos, e porque Jesus Cristo o mandou expressamente.


903) Que quer dizer: amar o próximo como a nos mesmos?
Amar o próximo como a nós mesmos quer dizer: desejar-lhe e fazer-lhe, tanto quanto pudermos, todo o bem que devemos desejar para nós mesmos, e não lhe desejar nem fazer mal algum.


904) Quando amamos a nós mesmos retamente?
Amamos retamente a nós mesmos quando procuramos servir a Deus e pôr n'Ele toda a nossa felicidade.


905) Como se perde a Caridade?
Perde-se a Caridade com qualquer pecado mortal.


906) Como recuperamos a Caridade?
Recuperamos a Caridade, fazendo atos de amor a Deus, arrependendo-nos e confessando-nos bem.


(Continua)

31 outubro 2012

(48) O CATECISMO DE SÃO PIO X - THE CATECHISM OF SAINT PIUS X


SANTO PAPA PIO X
(Cont.)

870) Onde se acham as verdades que Deus revelou?
As verdades que Deus revelou acham-se na Sagrada Escritura e na Tradição.


871) Que é a Sagrada Escritura?
A Sagrada Escritura é a coleção dos livros escritos pelos Profetas, Hagiógrafos, pelos Apóstolos e Evangelistas inspirados pelo Espírito Santo.


872) Em quantas partes se divide a Sagrada Escritura?
A Sagrada Escritura se divide em duas partes: Antigo e Novo Testamento.


873) Que contém o Antigo Testamento?
O Antigo Testamento contém os livros inspirados escritos antes da vinda de Jesus Cristo.


874) Que contém o Novo Testamento?
O Novo Testamento contém os livros inspirados escritos depois da vinda de Jesus Cristo.


875) Que nome se dá comumente à Sagrada Escritura?
À Sagrada Escritura dá-se comumente o nome de Bíblia Sagrada.


876) Que quer dizer a palavra Bíblia?
A palavra Bíblia quer dizer coleção dos Livros Santos, o Livro por excelência, o Livro dos livros, o Livro inspirado por Deus.


877) Por que é a Sagrada Escritura chamada o livro por excelência?
A Sagrada Escritura é chamada o Livro por excelência, por causa da excelência da matéria de que trata e do Autor que a inspirou.


878) Não pode haver erro na Sagrada Escritura?
Na Sagrada Escritura não pode haver erro algum, porque, sendo toda inspirada, o Autor de todas as suas partes é o próprio Deus. Isto não obsta a que nas cópias as e traduções da mesma se tenha dado algum engano ou dos copistas ou dos tradutores. Porém, nas edições revistas e aprovadas pela Igreja Católica não pode haver erro no que respeita à Fé ou à moral.


879) É necessária a todos os Cristãos a leitura da Bíblia?
A leitura da Bíblia não é necessária a todos os Cristãos, sendo, como são, instruídos pela Igreja; mas é contudo útil e recomendada a todos.


880) Pode-se ler qualquer tradução em língua vulgar da Bíblia?
Podem ler-se as traduções em língua vulgar da Bíblia desde que sejam reconhecidas como fiéis pela Igreja Católica, e venham acompanhadas de explicações ou notas aprovadas pela mesma Igreja.


881) Por que só se podem ler as traduções da Bíblia que são aprovadas pela Igreja?
Só se podem ler as traduções da Bíblia que são aprovadas pela Igreja porque só Ela é legítima depositária e guardiã da Bíblia.


882) Por quem podemos nós conhecer o verdadeiro sentido das Sagradas Escrituras?
O verdadeiro sentido das Sagradas Escrituras podemos conhecê-lo só por meio da Igreja, porque só a Igreja é que não pode errar ao interpretá-las.


883) Que deveria fazer um Cristão, se lhe fosse oferecida a Bíblia por um protestante ou por algum emissário dos protestantes?
Um Cristão a quem fosse oferecida a Bíblia por um protestante, ou por algum emissário dos protestantes, deveria rejeitá-la com horror, por ser proibida pela Igreja.


884) Por que proíbe a Igreja as Bíblias protestantes?
A Igreja proíbe as Bíblias protestantes, porque ou estão alteradas e contêm erros, ou então, faltando-lhes a sua aprovação e as notas explicativas das passagens obscuras, podem causar dano à Fé. Por isso a Igreja proíbe também as traduções da Sagrada Escritura já aprovadas por Ela, mas reimpressas sem as explicações que a mesma Igreja aprovou.


(Continua)

30 outubro 2012

(47) O CATECISMO DE SÃO PIO X - THE CATECHISM OF SAINT PIUS X


SANTO PAPA PIO X
(Cont.)


852) Que é a virtude sobrenatural?
A virtude sobrenatural é uma qualidade que Deus infunde na alma, pela qual se tem propensão, facilidade e prontidão para conhecer e praticar o bem, em ordem da vida eterna.

853) Quantas são as principais virtudes sobrenaturais?
As principais virtudes sobrenaturais são sete, a saber, três teologais e quatro cardeais.

854) Quais são as virtudes teologais?
As virtudes teologais são: a Fé, a Esperança e a Caridade.

855) Por que a Fé, a Esperança e a Caridade se chamam virtudes teologais?
Chamam-se a Fé, a Esperança e a Caridade virtudes teologais, porque têm a Deus por objeto imediato e principal e nos são infundidas por Ele.

856) De que modo têm as virtudes teologais a Deus por objeto imediato?
As virtudes teologais têm a Deus por objeto imediato, porque pela Fé nós cremos em Deus, e cremos tudo o que Ele revelou; pela Esperança esperamos possuir a Deus; pela Caridade amamos a Deus e n'Ele amamos a nós mesmos e ao próximo.

857) Quando nos infunde Deus na alma as virtudes, teologais?
Deus, pela sua bondade, infunde-nos no alma a, virtudes teologais, quando nos adorna com a graça santificante; e por isso, quando recebemos o Batismo, fomos enriquecidos com estas virtudes, e juntamente com os dons do Espírito Santo.

858) Basta, para o Cristão se salvar, o ter recebido no Batismo as virtudes teologais?
Para quem tem o uso da razão, não basta o ter recebido no Batismo as virtudes teologais; mas é necessário fazer frequentemente atos destas virtudes.

859) Quando somos obrigados a fazer atos de Fé, de Esperança e de Caridade?
Somos obrigados a fazer atos de Fé, de Esperança e de Caridade:
1º quando chegamos ao uso da razão;
2º frequentes vezes no decurso da vida.
3º em perigo de morte.


860) Que é a Fé?
A Fé e uma virtude sobrenatural, infundida por Deus em nossa alma, pela qual nós, apoiados na autoridade do mesmo Deus, acreditamos que é verdade tudo o que Ele revelou e por meio da Santa Igreja nos propõe para crer.


861) Como conhecemos as verdades reveladas por Deus?
Conhecemos as verdades reveladas por Deus, por meio da Santa Igreja que é infalível, isto é, por meio do Papa, sucessor de São Pedro, e por meio dos Bispos que, em união com o Papa, são sucessores dos Apóstolos, os quais foram instruídos pelo próprio Jesus Cristo.

862) Temos nós a certeza de que são verdadeiras as doutrinas que a Santa Igreja nos ensina?
Sim, temos a certeza absoluta de que são verdadeiras as doutrinas que a Santa Igreja nos ensina, porque Jesus Cristo empenhou a sua palavra, que a Igreja nunca se enganaria.

863) Com que pecado se perde a Fé?
A Fé perde-se negando ou duvidando voluntariamente, ainda que seja de um só artigo que nos é proposto para crer.

864) Como recuperamos a Fé?
Recuperamos a Fé perdida, arrependendo-nos do pecado cometido e crendo de novo tudo o que crê a Santa Igreja.

865) Podemos compreender todas as verdades da Fé?
Não; não podemos compreender todas as verdades da Fé, porque algumas destas verdades são mistérios.


866) Que são os mistérios?
Os mistérios são verdades superiores à razão, as quais devemos crer, ainda que não as possamos compreender.

867) Por que devemos crer os mistérios?
Devemos crer os mistérios, porque os revelou Deus, que, sendo Verdade e Bondade infinitas, não pode enganar-Se, nem enganarmos.

868) São porventura os mistérios contrários à razão?
Os mistérios são superiores, porém não contrários à razão; e até a própria razão nos persuade a admiti-los.

869) Por que os mistérios não podem ser contrários à razão?
Os mistérios não podem ser contrários à razão, porque é o mesmo Deus quem nos deu a luz da razão, e quem revelou os mistérios, e Ele não pode contradizer-Se a Si mesmo. 

(Continua)

28 outubro 2012

(46) O CATECISMO DE SÃO PIO X - THE CATECHISM OF SAINT PIUS X


SANTO PAPA PIO X
(Cont.)

826) Que é o Sacramento do Matrimônio?
O Matrimônio é um Sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, que estabelece uma união santa e indissolúvel entre o homem e a mulher, e lhes dá a graça de se amarem um ao outro santamente, e de educarem Cristãmente seus filhos.

827) Por quem foi instituído o Matrimônio?
O Matrimônio foi instituído pelo próprio Deus no Paraíso terrestre; e no Novo Testamento foi elevado por Jesus Cristo à dignidade de Sacramento.

828) Tem o Sacramento do Matrimônio alguma significação especial?
O Sacramento do Matrimônio significa a união indissolúvel de Jesus Cristo com a Santa Igreja, sua esposa e nossa Mãe amantíssima.

829) Por que se diz que o vínculo do Matrimônio é indissolúvel?
Diz-se que o vínculo do Matrimônio é indissolúvel, isto é, que não se pode quebrar senão pela morte de um dos cônjuges, porque assim o estabeleceu Deus desde o começo, e assim o proclamou solenemente Jesus Cristo, Senhor Nosso.

830) No Matrimônio Cristão, poder-se-ia separar o contrato do Sacramento?
Não. No Matrimônio entre Cristãos o contrato não se pode separar do Sacramento, porque para eles o Matrimônio não é outra coisa senão o mesmo contrato natural, elevado por Jesus Cristo à dignidade de Sacramento.

831) Então, entre os Cristãos não pode haver verdadeiro Matrimônio que não seja Sacramento?
Entre os Cristãos não pode haver verdadeiro Matrimônio que não seja Sacramento.

832) Que efeitos produz o Sacramento do Matrimônio?
O Sacramento do Matrimônio:
1º dá um aumento da graça santificante;
2º confere a graça especial para se cumprirem fielmente todos os deveres matrimoniais.


833) Quem são os ministros do Sacramento do Matriônio?
Os ministros deste Sacramento são os mesmos esposos, que reciprocamente conferem e recebem o Sacramento.

834) De que maneira se administra este Sacramento?
Este Sacramento, porque conserva a natureza de contrato, é administrado pelos mesmos contraentes, declarando na presença do próprio pároco, ou de outro Sacerdote devidamente autorizado, e de duas testemunhas, que se unem em matrimônio.

835) Para que serve então a bênção que o pároco dá aos esposos?
A bênção que o pároco dá aos esposos não é necessária para constituir o Sacramento, mas é dada para sancionar em nome da Igreja a sua união, e para atrair sempre mais sobre eles as bênçãos de Deus.

836) Que intenção deve ter quem contrai Matrimônio?
Quem contrai Matrimônio deve ter intenção:
1º de fazer a vontade de Deus, que o chama a tal estado;
2º de procurar nele a salvação da própria alma;"
3º de educar Cristãmente os filhos, se Deus lhos der
.

837) De que maneira se devem dispor os esposos para receber com fruto o Sacramento do Matrimônio?
Os esposos, para receber com fruto o Sacramento do Matrimônio, devem:
1º encomendar-se de todo o coração a Deus, para conhecer a sua vontade e para alcançar d'Ele as graças que são necessárias em tal estado;
2º consultar os próprios pais, antes de chegar ao noivado, como o exige a obediência e o respeito devido aos mesmos;
3º preparar-se com uma boa confissão, até mesmo geral, se for necessário, de toda a vida;
4º evitar toda a familiaridade perigosa de trato e de palavras, ao conversarem mutuamente antes de receberem este Sacramento.


838) Quais são as principais obrigações das pessoas unidas em Matrimônio?
As pessoas unidas em Matrimônio devem:
1º guardar inviolada a fidelidade conjugal, e proceder sempre Cristãmente em tudo;
2º amar-se mutuamente, suportando-se um ao outro com paciência, e viver em paz e harmonia;
3º se têm filhos, cuidar seriamente de prover às suas necessidades, dar-lhes educação Cristã, e deixar-lhes a liberdade de escolher o estado de vida a que Deus os chamar.


839) Que é necessário para contrair validamente o Matrimônio Cristão?
Para contrair validamente o Matrimônio Cristão é necessário estar livre de qualquer impedimento matrimonial dirimente, e dar livremente o próprio consentimento ao contrato do Matrimônio na presença do próprio pároco ou de um Sacerdote devidamente autorizado, e de duas testemunhas.

840) Que é necessário para contrair licitamente o Matrimônio Cristão?
Para contrair licitamente o Matrimônio Cristão, é necessário estar livre dos impedimentos matrimoniais impedientes, estar instruído nas verdades principais da religião, e estar em estado de graça. Não estando em estado de graça, cometer-se-ia um sacrilégio.

841) Que são os impedimentos matrimoniais?
Os impedimentos matrimoniais são certas circunstâncias que tornam o matrimônio ou inválido ou ilícito. No primeiro caso chamam-se impedimentos dirimentes, no segundo impedimentos impedientes.

842) Dai-me alguns exemplos de impedimentos dirimentes.
Impedimentos dirimentes são, por exemplo, a consanguinidade até ao terceiro grau, o parentesco espiritual, o voto solene de castidade, a diversidade de culto entre batizados e não batizados.

843) Dai-me algum exemplo de impedimento impediente.
Impedimento impediente é, por exemplo, o voto simples de castidade.

844) São os fiéis obrigados a manifestar à autoridade eclesiástica os impedimentos matrimoniais que conhecem?
Os fiéis são obrigados a manifestar à autoridade eclesiástica os impedimentos matrimoniais que conhecem; e é por isso que os párocos fazem as publicações, isto é, lêem os pregões dos que se vão casar.

845) Quem tem o poder de estabelecer impedimentos matrimoniais, de dispensar deles, e de julgar da validade do Matrimônio Cristão?
Só a Igreja tem o poder de estabelecer impedimentos e de julgar da validade do Matrimônio entre os Cristãos, assim como só a Igreja pode dispensar daqueles impedimentos que Ela estabeleceu.

846) Por que só a Igreja tem o poder de estabelecer impedimentos e de julgar da validade do Matrimônio?
Só a Igreja tem o poder de estabelecer impedimentos, de julgar da validade do Matrimônio e de dispensar dos impedimentos que Ela própria estabeleceu, porque não se podendo separar no matrimônio Cristão o contrato do Sacramento, também o contrato cai sob alçada da Igreja, porque só a Ela conferiu Jesus Cristo o direito de promulgar leis e decisões acerca das coisas sagradas.

847) Pode a autoridade civil dissolver, com o divórcio, o vínculo do Matrimônio Cristão?
Não. O vínculo do Matrimônio Cristão não pode ser dissolvido pela autoridade civil, porque esta não pode ingerir-se em matéria de Sacramentos, nem separar o que Deus uniu.

848) Que é o matrimônio ou casamento civil?
O casamento civil não é mais que uma formalidade prescrita pela lei para os cidadãos, a fim de dar e de assegurar os efeitos civis aos casados e aos seus filhos.

849) Pode um Cristão celebrar somente o casamento ou contrato civil?
Um Cristão não pode celebrar somente o contrato civil, porque este não é Sacramento, e portanto não é um verdadeiro matrimônio.

850) Em que condições se encontrariam os esposos que convivessem juntos, unidos somente pelo casamento civil?
Os esposos que convivessem juntos, unidos somente pelo casamento civil, estariam em estado habitual de pecado mortal, e a sua união seria sempre ilegítima diante de Deus e da Igreja.

851) Deve fazer-se também o contrato civil?
Deve fazer-se também o contrato civil, porque, embora não seja ele Sacramento, serve, no entanto, para garantir aos casados e a seus filhos os efeitos civis da sociedade conjugal; eis porque, como regra geral, a autoridade eclesiástica não permite o casamento religioso, quando não se cumprem as formalidades prescritas pela autoridade civil.


(Continua)

26 outubro 2012

(45) O CATECISMO DE SÃO PIO X - THE CATECHISM OF SAINT PIUS X


SANTO PAPA PIO X
(Cont.)


 
811) Que é o Sacramento da Ordem?
A Ordem é o Sacramento que dá o poder de exercitar os ministérios sagrados que se referem ao culto de Deus e à salvação das almas, e que imprime na alma de quem o recebe o caráter de ministro de Deus.

812) Por que se chama Ordem?
Chama-se Ordem porque consiste em vários graus, uns subordinados aos outros, dos quais resulta a sagrada Hierarquia.

813) Quais são estes graus?
Supremo entre eles é o Episcopado, que contém a plenitude do Sacerdócio; em seguida o Presbiterado ou Sacerdócio simples; depois o Diaconato e as Ordens que se chamam menores.

814) Quando Jesus Cristo instituiu a Ordem Sacerdotal?
Jesus Cristo instituiu a Ordem Sacerdotal na Última Ceia, quando conferiu aos Apóstolos e aos seus sucessores o poder de consagrar a Santíssima Eucaristia. E no dia da sua ressurreição conferiu aos mesmos Apóstolos e seus sucessores o poder de perdoar e de reter os pecados, constituindo-os assim os primeiros Sacerdotes da Nova Lei em toda a plenitude do seu poder.

815) Quem é o ministro deste Sacramento?
O ministro deste Sacramento é só o Bispo.

816) É então grande a dignidade do Sacerdócio Cristão?
A dignidade do Sacerdócio Cristão é muito grande, pelo duplo poder que lhe conferiu Jesus Cristo sobre o seu Corpo real e sobre o seu Corpo místico, que é a Igreja, e pela divina missão, confiada aos Sacerdotes, de conduzir todos os homens à vida eterna.

817) É necessário o Sacerdócio Católico na Igreja?
O Sacerdócio Católico é necessário na Igreja, porque sem ele os fiéis estariam privados do Santo Sacrifício da Missa e da maior parte dos Sacramentos; não teriam quem os instruísse na fé, e ficariam como ovelhas sem pastor à mercê dos lobos; em suma, não existiria a Igreja como Cristo a instituiu.

818) Então não acabará nunca o Sacerdócio Católico sobre a terra?
O Sacerdócio Católico, não obstante a guerra que contra ele move o Inferno, há de durar até o fim dos séculos, porque Jesus Cristo prometeu que as potências do Inferno não prevaleceriam jamais contra a sua Igreja.

819) Será pecado desprezar os Sacerdotes?
É pecado gravíssimo, porque o desprezo e as injúrias que se dirigem contra os Sacerdotes recaem sobre o próprio Jesus Cristo, que disse aos seus Apóstolos: Quem a vós despreza, a Mim despreza.

820) Qual deve ser o fim de quem abraça o estado eclesiástico?
O fim de quem abraça o estado eclesiástico deve ser unicamente a glória de Deus e a salvação das almas.

821) Que é necessário para entrar no estado eclesiástico?
Para entrar no estado eclesiástico é necessário, antes de tudo, a vocação divina.

822) Que deve fazer o Cristão para conhecer se Deus o chama ao estado eclesiástico?
Para conhecer se Deus o chama ao estado eclesiástico, o Cristão deve:
1º pedir fervorosamente a Nosso Senhor que lhe manifeste qual é a sua vontade;
2º tomar conselho com o próprio Bispo ou com um diretor sábio e prudente;
3º examinar com diligência se tem a aptidão necessária para os estudos, para os ministérios e para as obrigações desse estado.


823) Quem entrasse para o estado eclesiástico, sem vocação divina, faria mal?
Quem entrasse para o estado eclesiástico, sem ser chamado por Deus, faria um mal muito grave e colocar-se-ia em risco de se perder.

824) Fazem mal os pais que, por motivos temporais, induzem os filhos a abraçar o estado eclesiástico sem vocação?
Os pais que, por motivos temporais, induzem os filhos a abraçar o estado eclesiástico sem vocação, cometem também culpa gravíssima, porque com isto usurpam o direito que Deus reservou exclusivamente para Si de escolher os seus ministros, e porque põem os filhos em risco de condenação eterna.

825) Quais são os deveres dos fiéis para com aqueles que são chamados às ordens sacras?
Os fiéis devem:
1º deixar aos seus filhos e subordinados plena liberdade de seguir a vocação divina;
2º pedir a Deus que se digne conceder à sua Igreja bons Pastores e ministros zelosos; e até foram instituídos para este fim os jejuns das Quatro Têmporas;
3º ter um respeito singular a todos aqueles que, por meio das Ordens, são consagrados ao serviço de Deus.


(Continua)

23 outubro 2012

(44) O CATECISMO DE SÃO PIO X - THE CATECHISM OF SAINT PIUS X


SANTO PAPA PIO X
(Cont.)

805) Que é o Sacramento da Extrema-Unção?
A Extrema-Unção é o Sacramento instituído para alívio espiritual e também temporal dos enfermos em perigo de vida.


806) Que efeitos produz o Sacramento da Extrema-Unção?O Sacramento da Extrema-Unção produz os seguintes efeitos:
1º aumenta a graça santificante;
2º apaga os pecados veniais e também os mortais que o enfermo arrependido já não possa confessar;
3º tira a fraqueza e languidez para o bem, que fica, ainda depois de se ter alcançado o perdão dos pecados;
4º dá força para suportar pacientemente o mal, para resistir às tentações, e para morrer santamente;
5º ajuda a recuperar a saúde do corpo, se isso for útil à salvação da alma.


807) Em que tempo se deve receber a Extrema-Unção?
A Extrema-Unção deve receber-se quando a doença é grave, e se puder ser, depois de o enfermo ter recebido os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia; e deve procurar-se que o enfermo a receba quando está ainda com plena consciência e com alguma esperança de vida.


808) Por que é bom que o enfermo receba a Extrema-Unção quando está ainda em plena consciência e com alguma esperança de vida?
É bom receber a Extrema-Unção quando o enfermo está ainda com plena consciência e com alguma esperança de vida, porque recebendo-a com melhores disposições poderá obter maior proveito; além disso, como este Sacramento dá a saúde ao corpo, e se convém à alma auxiliar as forças da natureza, não se deve estar à espera de que se desespere da cura.


809) Com que disposições se deve receber a Extrema-Unção?
As principais disposições para receber a Extrema-Unção são: estar em estado de graça, confiar na eficácia do Sacramento e na misericórdia Divina e resignar-se à vontade de Deus.


810) Que sentimento deve experimentar o enfermo à vista do Sacerdote?
À vista do Sacerdote, o enfermo deve experimentar sentimentos de gratidão para com Deus por o ter enviado, deve recebê-lo de boa vontade e pedir se puder, por si mesmo, os confortos da Religião.


(Continua)

20 outubro 2012

(43) O CATECISMO DE SÃO PIO X - THE CATECHISM OF SAINT PIUS X


SANTO PAPA PIO X
(Cont.)

774) Que é a satisfação?
A satisfação, que também se chama penitência sacramental, é um dos atos do penitente, com o qual ele dá uma certa reparação à justiça divina pelos pecados cometidos pondo em prática aquelas obras que o confessor lhe impõe.


775) É obrigado o penitente a aceitar a penitência que o confessor lhe impõe?
O penitente é obrigado a aceitar a penitência que o confessor lhe impõe, se a pode cumprir, e, se não a pode cumprir, deve dizê-lo humildemente ao mesmo confessor, e pedir-lhe outra.


776) Quando se deve cumprir a penitência?
Se o confessor não marcou tempo, a penitência deve cumprir-se quanto antes, e deve fazer-se a diligência por cumpri-la em estado de graça.


777) Como se deve cumprir a penitência?
A penitência deve cumprir-se na sua integridade e com devoção.


778) Porque na confissão se impõe uma penitência?
Impõe-se uma penitência porque de ordinário, depois da absolvição sacramental que perdoa a culpa e a pena eterna, resta uma pena temporal a pagar neste mundo ou no Purgatório.


779) Por que razão quis Nosso Senhor perdoar no Sacramento do Batismo toda a pena devida aos pecados, e não no Sacramento da penitência?
Nosso Senhor quis perdoar no Sacramento do Batismo toda a pena devida aos pecados, e não no Sacramento da Penitência, porque os pecados depois do Batismo são muito mais graves, visto serem cometidos com maior conhecimento e ingratidão aos benefícios de Deus, e também para que a obrigação de satisfazer por eles sirva de freio para não se recair no pecado.


780) Podemos nós, com as nossas forças, dar satisfação a Deus?
Não; com nossas forças, não podemos dar satisfação a Deus; mas nós o podemos unindo-nos a Jesus Cristo que, com os merecimentos da sua Paixão e morte, dá valor às nossas ações.


781) É sempre bastante a penitência dada pelo confessor para pagar a pena que ainda resta, por causa do pecados?
A penitência que dá o confessor, de ordinário não é bastante para pagar a pena devida pelos pecados; por isso deve-se fazer a diligência por suprir com outras penitências voluntárias.


782) Quais são as obras de penitência?
As obras de penitência podem reduzir-se a três espécies: à oração, ao jejum, à esmola.


783) Que se entende por oração?
Por oração entende-se toda a espécie de exercícios de piedade.


784) Que se entende por jejum?
Por jejum entende-se toda a espécie de mortificação.


785) Que se entende por esmola?
Por esmola entende-se toda e qualquer obra de misericórdia espiritual e corporal.


786) Qual é a penitência mais meritória: a que dá o confessor, ou a que nós fazemos por nossa escolha?
A penitência que nos dá o confessor é mais meritória, porque, sendo parte do Sacramento, recebe maior virtude dos merecimentos da Paixão de Jesus Cristo.


787) Vão logo para o Céu os que morrem depois de ter recebido a absolvição, mas antes de terem satisfeito plenamente à justiça de Deus?
Não; eles vão para o Purgatório, para ali satisfazerem à justiça de Deus e se purificarem inteiramente.


788) Podem as almas que estão no Purgatório ser aliviadas por nós nas suas penas?
Sim, as almas que estão no Purgatório podem ser aliviadas com orações, com esmolas, com todas as demais obras boas e com as indulgências, mas sobretudo com o Santo Sacrifício da Missa.


789) Além da penitência, que mais deve fazer o penitente depois da confissão?
O penitente, depois da confissão, além de cumprir a penitência, se danificou injustamente o próximo nos bens ou na honra, ou se lhe deu escândalo, deve, o mais breve e na medida em que for possível, restituir-lhe os bens, reparar-lhe a honra e remediar o escândalo.


790) Como se pode reparar o escândalo que se causou?
Pode-se reparar o escândalo que se causou fazendo cessar a ocasião dele, e edificando com as palavras e com o bom exemplo aqueles que se tenha escandalizado.


791) De que maneira devemos satisfazer o próximo quando o tivermos ofendido?
Devemos satisfazer o próximo quando o tivermos ofendido, pedindo-lhe perdão ou dando-lhe alguma outra reparação conveniente.


792) Que frutos produz em nós uma boa confissão?
Uma boa confissão:
1º perdoa-nos os pecados cometidos, e dá-nos a graça de Deus;
2º restitui-nos a paz e o sossego de consciência;
3º reabre-nos as portas do Paraíso, e comuta a pena eterna do inferno em pena temporal;
4º preserva-nos das recaídas, e torna-nos capazes de ganhar indulgências.


793) Que é a indulgência?
A indulgência é a remissão da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, remissão que a Igreja concede fora do Sacramento da Penitência.


794) De quem recebeu a Igreja o poder de conceder indulgências?
Foi de Jesus Cristo que a Igreja recebeu o poder de conceder indulgências.


795) De que maneira nos perdoa a Igreja a pena temporal por meio das indulgências?
A Igreja perdoa a pena temporal por meio das indulgências, aplicando-nos as satisfações superabundantes de Jesus Cristo, da Santíssima Virgem e dos Santos, as quais formam o que se chama o tesouro da Igreja.


796) Quem tem o poder de conceder indulgências?
O poder de conceder indulgências pertence ao Papa em toda a Igreja, e ao Bispo, na sua diocese, na medida em que lhe é concedido pelo Papa.


797) Quantas espécies há de indulgências?
Há duas espécies de indulgências: a indulgência plenária e a indulgência parcial.


798) Que é a indulgência plenária?
A indulgência plenária é a que perdoa toda a pena temporal devida pelos nossos pecados. Por isso, se alguém morresse depois de ter recebido esta indulgência, iria logo para o céu, inteiramente isento das penas do Purgatório.


799) Que é a indulgência parcial?
A indulgência parcial é a que perdoa só uma parte da pena temporal, devida pelos nossos pecados.


800) Qual é a intenção da Igreja ao conceder as indulgências?
A intenção da Igreja ao conceder as indulgências é auxiliar a nossa incapacidade de expiar neste mundo toda a pena temporal, fazendo-nos conseguir por meio de obras de piedade e de caridade Cristã aquilo que nos primeiros séculos Ela obtinha com o rigor dos cânones penitenciais.


801) Em que apreço devemos ter as indulgências?
Devemos ter as indulgências em muito grande apreço, porque com elas se satisfaz a justiça de Deus e mais depressa e mais facilmente se alcança a posse do céu.


802) Quais são as condições requeridas para se ganharem as indulgências?
As condições para se ganharem as indulgências são:

1º o estado de graça, pelo menos ao cumprir a última obra, e o desapego mesmo das culpas veniais cuja a pena se quer apagar;
2º o cumprimento das obras que a Igreja prescreve para se ganhar a indulgência;
3º a intenção de ganhá-las.


803) Podem as indulgências aplicar-se também às almas do Purgatório?
Sim, as indulgências podem aplicar-se também às almas do Purgatório quando quem as concede declara que se lhes podem aplicar.


804) Que é o Jubileu?
O Jubileu, que ordinariamente se concede todos os vinte e cinco anos, é uma indulgência plenária, à qual estão anexos muitos privilégios e concessões particulares, como o poder de obter-se a absolvição de alguns pecados reservados e de censuras, e a comutação de alguns votos.


(Continua)

17 outubro 2012

(42) O CATECISMO DE SÃO PIO X - THE CATECHISM OF SAINT PIUS X


SANTO PAPA PIO X
(Cont.)

 
760) Como vos apresentareis ao confessor?
Ponho-me de joelhos aos pés do confessor, e digo: Abençoai-me, Padre, porque pequei.

761) Que fareis enquanto o confessor vos der a bênção?
Inclino-me humildemente para receber a bênção, e faço o sinal da Cruz.

762) Depois de feito o sinal da Cruz, que direis?
Depois de feito o sinal da Cruz, direi: Eu me confesso a Deus todo-poderoso, à bem-aventurada sempre Virgem Maria, a todos os Santos, e a vós, Padre, porque pequei.

763) E depois, que direis?
Depois direi: Confessei-me em tal tempo; por graça de Deus recebi a absolvição, cumpri a penitência, e fui à Comunhão. Em seguida faz-se a acusação dos pecados.

764) Terminada a acusação dos pecados, que direis?
Direi: Acuso-me ainda de todos os pecados da vida passada, especialmente contra tal ou qual virtude, por exemplo, contra a pureza, contra o quarto Mandamento, etc.

765) Depois desta acusação, que direis ainda?
Direi: De todos estes pecados e de todos aqueles de que não me lembro, peço perdão a Deus de todo o meu coração; e a vós, Padre, peço a penitência e a absolvição.

766) Concluída assim a acusação dos pecados, que mais resta a fazer?
Concluída a acusação dos pecados, é necessário ouvir com respeito o que disser o confessor; aceitar a penitência com sincera vontade de cumpri-la; e, enquanto ele dá a absolvição, renovar o ato de contrição.

767) Depois de recebida a absolvição, que há ainda a fazer?
Depois de recebida a absolvição, é preciso agradecer a Nosso Senhor, cumprir quanto antes a penitência, e pôr em prática os avisos do confessor.

768) Devem os confessores dar sempre a absolvição àqueles que se confessam?
Os confessores devem dar a absolvição somente àqueles que julgam bem dispostos a recebê-la.

769) Podem os confessores diferir ou negar alguma vez a absolvição?
Os confessores não só podem, mas devem diferir ou negar a absolvição em certos casos, para não profanar o Sacramento.

770) Quais são os penitentes que se devem considerar mal dispostos, e aos quais se deve ordinariamente diferir ou negar a absolvição?
Os penitentes que se devem considerar mal dispostos são principalmente:
1º aqueles que não sabem os mistérios principais da Fé, ou não se importam de aprender os pontos da Doutrina Cristã, que são obrigados a saber, conforme o seu estado;
2º aqueles que são gravemente negligentes em fazer o exame de consciência ou não dão sinais de dor e arrependimento;
3º aqueles que não querem restituir, podendo, as coisas alheias ou a reputação roubada;
4º aqueles que não perdoam de coração aos seus inimigos;
5º aqueles que não querem empregar os meios para se corrigir dos seus maus hábitos;
6º aqueles que não querem fugir das ocasiões próximas de pecado.


771) Não há excessivo rigor da parte do confessor em diferir a absolvição ao penitente que ele não julga ainda bem disposto?
Não. Não há excesso de rigor no confessor que difere a absolvição do penitente, porque não o julga ainda bem disposto; há antes caridade, pois procede como um bom médico, que tenta todos os remédios, ainda os desagradáveis e penosos, para salvar a vida ao doente.

772) Deverá desesperar ou afastar-se inteiramente da confissão o pecador a quem se difere ou se nega a absolvição?
O pecador a quem se difere ou se nega a absolvição não deve desesperar ou afastar-se inteiramente da confissão; mas deve humilhar-se, reconhecer o seu estado deplorável, aproveitar os bons conselhos que o confessor lhe dá, e assim pôr-se quanto antes em estado de merecer a absolvição.

773) Que deve fazer o penitente quanto à escolha do confessor?
O verdadeiro penitente deve encomendar-se muito a Deus para escolher um confessor piedoso, douto e prudente, e deve depois entregar-se às suas mãos, e submeter-se a ele como a seu juiz e médico.


(Continua)

13 outubro 2012

(41) O CATECISMO DE SÃO PIO X - THE CATECHISM OF SAINT PIUS X


SANTO PAPA PIO X
(Cont.)

740) Depois de vos terdes disposto bem para a confissão com o exame, com a dor e com o propósito, que haveis de fazer?
Depois de me ter disposto bem com o exame, com a dor e com o propósito, irei fazer ao confessor a acusação dos meus pecados, para receber a absolvição.


741) De que pecados somos obrigados a confessar-nos?
Somos obrigados a confessar-nos de todos os pecados mortais; é bom, porém, confessar também os veniais.


742) Quais são as qualidades que deve ter a acusação dos pecados, ou confissão?
As qualidades principais que deve ter a acusação dos pecados são cinco: deve ser humilde, íntegra, sincera, prudente e breve.


743) Que querem dizer as palavras: a acusação deve ser humilde?
A acusação deve ser humilde, quer dizer que o penitente deve acusar-se diante do seu confessor sem altivez de ânimo ou de palavras, mas com sentimentos de um réu que reconhece a sua culpa, e comparece diante do juiz.


744) Que quer dizer: a acusação deve ser íntegra?
A acusação deve ser íntegra, quer dizer que se devem confessar, com as suas circunstâncias e no seu número, todos os pecados mortais cometidos desde a última confissão bem feita, e dos quais se tem consciência.


745) Quais são as circunstâncias que se devem dizer para que a acusação seja íntegra?
Para que a acusação seja íntegra, devem acusar-se as circunstâncias que mudam a espécie do pecado.


746) Quais são as circunstâncias que mudam a espécie do pecado?
As circunstâncias que mudam a espécie do pecado são:
1º aquelas pelas quais uma ação pecaminosa de venial se torna mortal;
2º aquelas pelas quais uma ação pecaminosa contém a malícia de dois ou mais pecados mortais.



747) Dai-me um exemplo de uma circunstância que faça tornar mortal um pecado venial?
Quem, para se desculpar, dissesse uma mentira da qual resultasse dano grave para o próximo, deveria manifestar esta circunstância, que muda a mentira, de oficiosa em gravemente nociva.


748) Dai-me agora exemplo de uma circunstância pela qual uma e a mesma ação pecaminosa contém a malícia de dois ou mais pecados?
Quem tivesse roubado uma coisa sagrada, deveria acusar esta circunstância, que acrescenta ao furto a malícia do sacrilégio.


749) Se uma pessoa não tiver a certeza de ter cometido um pecado, deve confessá-lo?
Se uma pessoa não tiver a certeza de ter cometido um pecado, não é obrigada a confessá-lo; se porém o quiser acusar, deverá acrescentar que não tem a certeza de o ter cometido.


750) Quem não se lembra exatamente do número dos seus pecados, que deve fazer?
Quem não se lembra exatamente do número dos seus pecados, deve acusar o número aproximado.


751) Quem deixou de confessar por esquecimento um pecado mortal, ou uma circunstância necessária, fez uma boa confissão?
Quem deixou de confessar por esquecimento um pecado mortal, ou uma circunstância necessária, fez uma boa confissão, contanto que tenha empregado a devida diligência no exame de consciência.


752) Se um pecado mortal esquecido na confissão volta depois à lembrança, somos obrigados a acusá-lo noutra confissão?
Se um pecado mortal esquecido na confissão volta depois à lembrança, somos obrigados, sem dúvida, a acusá-lo na primeira vez que de novo nos confessarmos.


753) Quem por vergonha, ou por outro motivo culpável, cala voluntariamente na confissão algum pecado mortal, este que comete?
Quem, por vergonha, ou por qualquer outro motivo culpável, cala voluntariamente algum pecado mortal na confissão, profana o Sacramento e por isso torna-se réu de gravíssimo sacrilégio.


754) Quem ocultou voluntariamente algum pecado mortal na confissão, este como há de conciliar a própria consciência?
Quem ocultou culpavelmente algum pecado mortal na confissão, deve expor ao confessor o pecado ocultado, dizer em quantas confissões o ocultou, e repetir todas as confissões, desde a última bem feita.


755) Que deve considerar quem se vir tentado a calar algum pecado na confissão?
Quem se vir tentado a calar um pecado grave na confissão, deve considerar:
1º que não teve vergonha de pecar na presença de Deus, que vê tudo;
2º que é melhor manifestar os próprios pecados ao confessor em segredo, do que viver inquieto no pecado, ter uma morte infeliz e ser por isso envergonhado no dia do Juízo universal, em face do mundo inteiro;
3º que o confessor é obrigado ao sigilo sacramental, sob pecado gravíssimo, e com a ameaça de severíssimas penas temporais e eternas.



756) Que significam estas palavras: a acusação deve ser sincera?
A acusação deve ser sincera, significa que é necessário declarar os pecados como eles são, sem os desculpar, sem os diminuir e sem os aumentar.


757) Que significam estas palavras: a confissão deve ser prudente?
A confissão deve ser prudente, significa que, ao confessar os pecados, devemos servir-nos dos termos mais modestos, e que devemos guardar-nos de descobrir os pecados alheios.


758) Que significam estas palavras: a confissão deve ser breve?
A confissão deve ser breve, significa que não devemos ir falar de coisas inúteis ao confessor.


759) Mas o dever de confessar a outro homem os próprios pecados, não será muito custoso, sobretudo se são muito vergonhosos?
Ainda que confessar a outro homem os próprios pecados possa ser penoso, é necessário fazê-lo, porque é de preceito divino; e de outro modo não se pode obter o perdão dos pecados cometidos; além disso, a dificuldade de se confessar é compensada por muitas vantagens e grandes consolações.

(Continua)

09 outubro 2012

(40) O CATECISMO DE SÃO PIO X - THE CATECHISM OF SAINT PIUS X


SANTO PAPA PIO X
(Cont.)

 
729) Em que consiste o propósito?
O propósito consiste em uma vontade determinada de nunca mais cometer o pecado, e de empregar todos os meios necessários para o evitar.

730) Que condições deve ter esta resolução, para ser um bom propósito?
Para ser um bom propósito, esta resolução deve ter principalmente três condições:
deve ser absoluta, universal e eficaz.


731) Que quer dizer: o bom propósito deve ser absoluto?
Quer dizer que o propósito deve ser sem condição alguma de tempo, de lugar ou de pessoa.

732) Que quer dizer: o bom propósito deve ser universal?
O bom propósito deve ser universal, quer dizer que devemos ter a vontade de evitar todos os pecados mortais, tanto os que já tenhamos cometido no passado, como os que poderíamos cometer ainda.

733) Que quer dizer: o bom propósito deve ser eficaz?
O bom propósito deve ser eficaz, quer dizer que é necessário termos uma vontade decidida de perder todas as coisas antes que cometer um novo pecado, de fugir das ocasiões perigosas de pecar, de destruir os maus hábitos, e de satisfazer a todas as obrigações lícitas contraídas em conseqüência dos nossos pecados.

734) Que é que se entende por mau hábito?
Por mau hábito entende-se a disposição adquirida para cair com facilidade naqueles pecados aos quais nos acostumamos.

735) Que devemos fazer para corrigir os maus hábitos?
Para corrigir os maus hábitos, devemos vigiar sobre nós mesmos, fazer muita oração, confessar-nos com frequência, ter um bom diretor sem mudá-lo, e pôr em prática os conselhos e os remédios que ele nos propõe.

736) Que se entende por ocasiões perigosas de pecar?
Por ocasiões perigosas de pecar entendem-se todas aquelas circunstâncias de tempo, de lugar, de pessoas ou de coisas, que, pela sua própria natureza, ou pela nossa fragilidade, nos induzem a cometer o pecado.

737) Somos gravemente obrigados a evitar todas as ocasiões perigosas?
Somos gravemente obrigados a evitar as ocasiões perigosas que de ordinário nos levam a cometer o pecado mortal, e que se chamam ocasiões próximas de pecado.

738) Que deve fazer quem não pode evitar alguma ocasião de pecado?
Quem não pode evitar alguma ocasião de pecado diga-o ao confessor, e siga os conselhos dele.

739) Que considerações nos auxiliam a fazer o propósito?
Para fazer o propósito auxiliam-nos as mesmas considerações que servem para excitar a dor, isto é, a consideração dos motivos que temos para temer a justiça de Deus, e para amar a sua infinita bondade.


(Continua)

06 outubro 2012

(39) O CATECISMO DE SÃO PIO X - THE CATECHISM OF SAINT PIUS X


SANTO PAPA PIO X
(Cont.)

705) Que é a dor dos pecados?
A dor dos pecados consiste num desgosto e numa detestação sincera da ofensa feita a Deus.


706) De quantas espécies é a dor?
A dor é de duas espécies: perfeita ou de contrição; imperfeita ou de atrição.


707) Que é a dor perfeita ou de contrição?
A dor perfeita é o desgosto de ter ofendido a Deus, porque Deus é infinitamente bom e digno, por Si mesmo, de ser amado sobre todas as coisas.


708) Por que se chama perfeita a dor de contrição?Chama-se perfeita a dor de contrição por duas razões:
1º porque se refere exclusivamente à bondade de Deus, e não ao nosso proveito ou prejuízo;
2º porque nos faz alcançar imediatamente o perdão dos pecados, ficando-nos porém a obrigação de nos confessarmos.


709) Então a dor perfeita alcança-nos o perdão dos pecados independentemente da confissão?
A dor perfeita não nos alcança o perdão dos pecados independentemente da confissão, porque sempre inclui a vontade de se confessar.


710) Por que a dor perfeita, ou contrição, produz este efeito de nos conceder o estado de graça?
A dor perfeita, ou contrição, produz este efeito, porque procede da caridade, que não pode encontrar-se na alma juntamente com o pecado mortal.


711) Que é a dor imperfeita ou de atrição?
A dor imperfeita ou de atrição é aquela pela qual nos arrependemos de ter ofendido a Deus como nosso supremo Juiz, isto é, por temor dos castigos que merecemos e nos esperam nesta ou na outra vida, ou pela própria fealdade do pecado.


712) Que condições deve ter a dor para ser boa?
A dor, para ser boa, deve ter quatro condições: deve ser interna, sobrenatural, suma e universal.


713) Que quer dizer: a dor deve ser interna?
Quer dizer que deve estar no coração e na vontade, e não só nas palavras.


714) Por que a dor deve ser interna?
A dor deve ser interna, porque a vontade, que se afastou de Deus com o pecado, deve voltar para Deus, detestando o pecado cometido.


715) Que quer dizer: a dor deve ser sobrenatural?
Quer dizer que deve ser excitada em nós pela graça do Senhor, e a devemos conceber levados por motivos que procedem da fé.


716) Por que a dor deve ser sobrenatural?
A dor deve ser sobrenatural, porque é sobrenatural o fim a que se dirige, isto é, o perdão de Deus, a aquisição da graça santificante e o direito à glória eterna.


717) Explicai melhor a diferença entre a dor sobrenatural e a natural.
Quem se arrepende por ter ofendido a Deus infinitamente bom e digno por Si mesmo de ser amado, por ter perdido o Paraíso e merecido o inferno, ou então pela malícia intrínseca do pecado, tem dor sobrenatural, porque estes são os motivos fornecidos pela Fé. Quem, ao contrário, se arrependesse só pela desonra ou castigo que lhe vem dos homens, ou por algum prejuízo puramente temporal, teria dor natural, porque se arrependeria só por motivos humanos.


718) Por que a dor deve ser suma?
A dor deve ser suma, porque devemos considerar e odiar o pecado como o maior de todos os males, visto ser ofensa de Deus, sumo Bem.


719) Para ter dor dos pecados, é porventura necessário chorar, como às vezes se chora pelas desgraças desta vida?
Não. Não é necessário que materialmente se chore pela dor dos pecados; mas basta que no íntimo do coração se deplore mais o ter ofendido a Deus, do que qualquer outra desgraça.


720) Que quer dizer que a dor deve ser universal?
Quer dizer que se deve estender a todos os pecados mortais cometidos.


721) Por que a dor se deve estender a todos os pecados mortais cometidos?
Porque quem se não arrepende, ainda que seja de um só pecado mortal, continua sendo inimigo de Deus.


722) Que devemos fazer para ter dor dos nossos pecados?
Para ter dor dos nossos pecados, devemos pedi-la de todo o coração a Deus e excitá-la em nós com a consideração do grande mal que fizemos, pecando.


723) Como fareis para vos excitardes a detestar os pecados?Para me excitar a detestar os pecados considerarei:
1º o rigor da infinita justiça de Deus, e a deformidade do pecado que enfeiou a minha alma, e me tornou merecedor das penas eternas do inferno;
2º que perdi a graça, a amizade e a qualidade de filho de Deus, e a herança do Paraíso;
3º que ofendi o meu Redentor que morreu por mim, e que os meus pecados foram a causa da sua morte;
4º que desprezei o meu Criador, o meu Deus; que Lhe voltei as costas, a Ele, meu sumo Bem, digno de ser amado sobre todas as coisas, e servido fielmente.


724) Devemos ter grande empenho, quando nos vamos confessar, em ter verdadeira dor dos nossos pecados?
Sim, quando nos vamos confessar, devemos ter muito empenho em ter verdadeira dor dos nossos pecados, porque esta é a coisa mais importante de todas; e, se falta a dor, a confissão não é válida.


725) Quem se confessa só de pecados veniais, deve ter dor de todos?
Quem se confessa só de pecados veniais, para se confessar validamente, basta que se arrependa de algum deles; mas, para alcançar o perdão de todos, é necessário que se arrependa de todos os que reconhece ter cometido.


726) Quem se confessa só de pecados veniais, e não está arrependido nem sequer de um só, faz uma boa confissão?
Quem se confessa só de pecados veniais, e não está arrependido nem sequer de um só, faz uma confissão nula; neste caso a confissão além disso é sacrílega, se adverte que lhe falta a dor.


727) Que convém fazer para tornar mais segura a confissão só de pecados veniais?
Para tornar mais segura a confissão só de pecados veniais, é prudente acusar, com verdadeira dor, também algum pecado mais grave da vida passada, ainda que já confessado outras vezes.


728) É bom fazer com frequência o ato de contrição?
É coisa boa e muito útil fazer, com frequência, o ato de contrição, principalmente antes de se deitar, e quando se tem certeza ou se dúvida de ter caído em pecado mortal, para recuperar mais depressa a graça de Deus; é útil, sobretudo, para alcançar mais facilmente de Deus a graça de fazer semelhante ato na ocasião de maior necessidade, isto é, em perigo de morte.
                                                                                                                                           (Continua)