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25 abril 2017

JESUS RESSUSCITOU - JESUS HAS RISEN

JESUS-RESSUSCITOU

A Ressurreição de Jesus Cristo é a essência do Cristianismo e responsável pela transfiguração da cosmovisão secular da humanidade — as respostas às questões filosóficas, como a finalidade da existência humana, a existência de vida após a morte. Sua importância sempre sobrepor-se-á a qualquer outro evento metafísico que tenha suportado a criação e o historismo das religiões mundiais. Sabemos como a vida humana preexistiu, mas só podemos conjecturar como será a vida espiritual além desta existência humana. Porém, a ressurreição de Lázaro revelou um aspecto singular da promessa de Jesus Cristo como concessor da Vida Eterna.

Quando Jesus retornou a Jerusalém para as cerimônias fúnebres do amigo Lázaro de Betânia, o antagonismo da assembleia composta pelos fariseus talmúdicos (sinédrio) contra Jesus era bem intenso. Quando Jesus chegou para a solenidade Marta perguntou: "Senhor, se estivesse aqui meu irmão não teria morrido, pois bem sei que Deus proverá tudo o que Lhe pedires". Marta considerou que Jesus seria um intermediário para alcançar as dádivas de Deus, desconhecendo, pois não entendia, que Jesus era o próprio Deus que se fez Homem para viver entre nós.

Marta acreditou que Deus ressuscitaria Lázaro, mas sua reação de surpresa quando Jesus levantou-o dos mortos sinalizou uma descrença. Quando Jesus confirmou que Lázaro voltaria da morte, significou para Marta um simples consolo e não uma certeza de um fato consumado. Assim, a importante Revelação que Jesus Cristo transmitiu para a humanidade através da ressurreição de Lázaro não foi compreendida naquele exato momento histórico, quando toda a complexa metafísica da ressurreição humana foi ensinada!

JESUS-RESSUSCITOU

Jesus revelou Seu mais importante Ensinamento depois de ressuscitar seu amigo Lázaro: "Eu sou a Ressurreição e a Vida, e quem crer em mim viverá, ainda que morra; e quem vive e crê em mim viverá para sempre". Mas, naquele momento, Jesus Cristo já corria sério risco de vida ao permanecer nas cercanias de Jerusalém, pois dentre a multidão escondiam-se os traidores que tramavam Sua prisão e o consequente julgamento comandado pelos rabinos talmúdicos (edomitas). Assim, ao entardecer, os centuriões romanos prenderam Jesus para ser submetido à justiça de Caifás e do Sinédrio.

Todos os membros do sinédrio reuniram-se na residência de Caifás para ardilmente perpetrarem sua vingança contra o Filho de Deus. Naquela época, era considerado ilegal entre os hebreus conduzir qualquer julgamento ou atividade cívil durante o Pessach (celebração da libertação dos hebreus da escravidão no Egito), mas nem este fato impediu que os traidores seguissem com sua trama. Além do julgamento ilegal, o Sinédrio ainda aliciou testemunhas para depor contra Jesus —  mas foram testemunhos incoerentes e sem fundamento.

Caifás ficou desesperado com estes falsos depoimentos e presidiu uma demonstração pública de perjúrios contra Jesus, mas Seu silêncio e a Paz que emanava do Seu semblante demonstraram a indiferença para com os acusadores. Então Caifás chegou à beira do histerismo e demandou que Jesus explicasse Sua afirmação de que é o Filho de Deus! Jesus calmamente confirmou: "Sou, e vocês verão o Filho sentado à direita do Pai". Caifás, agora exasperado e dramático rasgou suas vestes e gritou: "Blasfemou! Que necessidade temos de testemunhas?" Assim, o ardiloso sinédrio decretou a pena de morte pela crucifixão e Seus inimigos, os fariseus babilônicos, passaram a espancar Jesus.

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Oportunamente, o covarde e medroso Caifás exigiu que Pilatos confirmasse a condenação e a execução, mas como Jesus era um galileu sob a jurisdição de Herodes, este também, com fingida humildade servil, repassou a decisão sobre o destino de Jesus para Poncio Pilatos. Logo seu palácio assumiria o aspecto de uma fortaleza sitiada, pois a cada momento aumentava o número de descontentes. Assim, Jerusalém foi envolta pelas multidões oriundas das montanhas de Nazaré e mais além, como se toda a Judeia houvesse se deslocado para a cidade.

Declara Poncio Pilatos: "Havia apenas uma pessoa que mantinha a calma no meio da multidão, Jesus de Nazaré. Depois de muitas tentativas infrutíferas para protegê-lo da fúria dos perseguidores implacáveis, adotei uma medida que, no momento, pareceu-me ser a única que poderia salvar sua vida. Conforme o costume hebreu, o povo poderia escolher entre dois prisioneiros: quem seria executado ou libertado. Assim, ofereci à morte o criminoso Barrabás, mas a multidão ainda vociferava que Jesus deveria ser o crucificado".

Continua Pilatos: "Durante as comoções civis do Império nada poderia ser comparado ao que testemunhei na ocasião, o ódio furioso da multidão ensandecida. Parecia verdadeiramente que todos os espectros das regiões infernais estavam reunidos em Jerusalém naquele momento. A multidão não caminhava, mas aglomerava-se e girava como um vórtice, rolando em ondas vivas a partir dos portais do Pretório até o Monte Sião, uivando, vociferando, lamuriando, como algo que nunca se viu ou ouviu nas sedições de Pannonia ou nos tumultos do Fórum".

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Jesus foi submetido a um julgamento ilegal no meio da noite e executado em Jerusalém, o Santo Sepulcro foi lacrado e vigiado por uma guarnição romana a pedido de Caifás. Porém, após três dias a Ressurreição de Jesus foi proclamada pelo apóstolo Pedro: "Nosso Deus Pai ressuscitou Seu Filho Jesus e todos nós fomos testemunhas do milagre". A primeira reação dos rabinos talmúdicos, os edomitas, foi que Seus discípulos roubaram o corpo na noite de sábado — agora uma admissão oficial que serviu como uma concludente evidência da Ressureição para os historiadores.

Carta de Pilatos a Tibério Cláudio Nero César: Seus discípulos proclamaram que Jesus ressuscitara como havia predito e o fato criou mais comoção do que Sua morte. Quanto à veracidade não posso afirmar, mas depois de uma investigação repasso a vós, meu nobre soberano, todos os fatos para que possas examinar e dizer se estou em falta. Digo com certeza que José e os seguidores de Jesus ajudaram a encerrar o Nazareno na Sua mortalha, e que meus soldados testemunharam o ato do fechamento e lacre do sepulcro".

Continua Pilatos ao imperador Tibério: "Sabia que o Nazareno pregava sobre a ressurreição, assim ordenei que o oficial Malcus mantivesse uma guarnição ao redor do sepulcro para garantir que não fosse profanado, mas na manhã do domingo o sepulcro encontrava-se vazio. Malcus relatou que tinha situado o capitão Ben Isham com uma guarnição em torno do sepulcro e me reportou que Isham e os centuriões estavam muito alarmados com um acontecimento misterioso"

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Ben Isham reporta a Pôncio Pilatos: "No início da quarta vigília vimos uma luz suave sobre o sepulcro e pensamos logo que as mulheres vieram para cuidar de Jesus. Enquanto avivava estes pensamentos todo o local iluminou-se para cima, e parecia que dezenas de pessoas em suas mortalhas pairavam além do ar. Tudo estava girando e sentimo-nos em pleno êxtase, até ouvimos uma música maviosa e o ar parecia estar cheio de vozes. Neste momento sentimo-nos fracos e a terra pareceu flutuar, meus sentidos me deixaram e não mais sabia onde estava".

Após a Ressurreição Jesus Cristo encontrou Seus apóstolos em Betânia, um vilarejo na encosta do Monte das Oliveiras situado a leste da cidade de Jerusalém. Ele os acompanhou e novamente enfatizou o trabalho missionário que deveriam realizar, pedindo: "Quando o Espírito Santo vier sobre vocês, todos receberão o Poder e serão minhas testemunhas em Jerusalém e por toda a Judeia, na Samaria e em todas as regiões mais distantes da Terra". Então, após conversar durante horas com seus irmãos de Fé, Jesus ascendeu aos Céus.

Os apóstolos assistiram emocionados, já que antecipavam uma grande saudade do Mestre, até que uma nuvem cobriu a visão de Jesus e não mais conseguiram vê-Lo. Após a Ressurreição Jesus apresentava-se a eles na Sua forma humana, mas agora elevava-se aos Céus numa feição espiritual. Enquanto os apóstolos observavam Jesus ascendendo aos Céus, dois anjos surgiram e perguntaram: "Homens da Galileia, por que ainda estão olhando para o alto? Este Jesus que do meio de vocês foi levado agora só voltará na mesma forma que preexistia para estar com Deus Pai".

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O Novo Testamento fornece-nos múltiplos testemunhos independentes quanto à historicidade das aparições de Jesus Cristo após a Ressurreição. A presença de Jesus diante do apóstolo Pedro é confirmada no relato de Lucas e a visitação diante Seus discípulos é confirmada nos escritos de Lucas e João, entre outros. Lemos os testemunhos da Sua presença junto às mulheres, em Mateus, João e Marcos. As aparições de Jesus cessaram após quarenta dias, exceto numa única vez para Paulo, que confirmou a natureza especial desta posterior visitação de Jesus.

Em Coríntios, a primeira epístola de Paulo à Igreja em Corinto, conhecemos sete aparições diferentes de Jesus para mais de 500 indivíduos: "Ele visitou Pedro e depois os Doze, depois disso apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria dos quais ainda vive, embora alguns já tenham adormecido. Depois apareceu a Tiago e então a todos os apóstolos; depois destes apareceu também a mim, um que nasceu fora de tempo pois sou o menor dos apóstolos e nem sequer mereço ser chamado apóstolo porque persegui a Igreja de Deus".

O número e a variedade dos testemunhos prestam um forte crédito ao historicismo da Ressurreição. Dentre as visitações destacam-se: Pedro (1), Tiago (1), Paulo (2), Caminhantes na estrada (3), Mulheres no jardim (5), Pescadores no lago (11), Discípulos em casa (15), Multidão na colina (25), Discípulos ao ar livre (30), Seguidores Cristãos (500), segundo o relato do Novo Testamento. A maior evidência da Ressurreição foi a profunda alteração motivacional ocorrida nos discípulos, quando passaram do desânimo coletivo para um organização missionária eficaz.

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Foi uma transformação do temor da retaliação dos romanos para a convicção profunda nos Ensinamentos de Jesus, quando os discípulos transmudaram-se em audaciosas testemunhas públicas da Ressurreiçãode Jesus Cristo. Pedro transformou-se do covarde que negou Jesus a uma rocha e porta-voz da Igreja primitiva; Tiago tornou-se o líder da Igreja de Jerusalém e Paulo foi transformado de um militante anti-cristão para o pioneiro na expansão mundial do Cristianismo. Todos foram transformados em homens determinados a combater o poder de Roma e sacrificaram suas vidas em defesa do Cristianismo!

Não existe outro evento histórico, em qualquer época, que tenha sido mais testemunhado e reconhecido mundialmente do que a Ressurreição de Jesus Cristo. Mas se a evidência é tão convincente por que nem todos acreditam em Jesus? Talvez seja pelo fato de que a partir desta admissão passariam a suportar compromissos morais e sociais que não desejam enfrentar, ou talvez simplesmente não querem acreditar na Sua existência apesar das evidências. Seja como for, a transformação incutida na alma humana continuará para sempre, eternamente!

Normalmente o impacto e os testemunhos sobre qualquer evento histórico decrescem como passar dos tempos, mas aconteceu justamente o contrário com a Ressurreição de Jesus. Atualmente, mais de 5 bilhões de seres humanos acreditam que Jesus é Nosso Senhor e Salvador e o movimento Cristão cresce cada vez mais tocando populações de todas as culturas, credos e raças. Jesus Cristo nunca foi uma figura histórica pois vive entre nós e pode transformar nossas vidas. Permitam que Seu Amor acalente suas almas solitárias e Ele trará a Paz Eterna.







26 fevereiro 2017

OS NOVOS MÁRTIRES, O GENOCÍDIO DOS CRISTÃOS - THE NEW MARTYRS, THE GENOCIDE OF CHRISTIANS

GENOCIDE-OF-CHRISTIANS

O profundo amor cristão do primeiro século confirmou os Ensinamentos de Jesus e transformou o futuro da humanidade. Porém, esquecemos dos Cristãos exterminados nas atuais guerras, os novos mártires que sofrem pelo mundo, pois perdemos o amor que brilhava na escuridão do passado e, assim, perdemos o caminho da Verdade.

Segundo o Conselho de Direitos Humanos, são martirizados cem mil Cristãos a cada ano, mais de 250 vítimas/dia, pertencentes às minorias étnica-culturais. Em sua maioria enquadram-se na classe de pobres e desamparados, as maiores vítimas dos conflitos motivados por fatores religiosos e político-ideológicos.

Mas a definição de martírio cristão ultrapassa o contexto da simples proclamação da crença em Jesus Cristo, pois também aplica-se aos esforços daqueles que vivenciam seus princípios na Fé Cristã — os que desafiam a criminalidade, a corrupção e pagam com suas vidas e dos seus familiares pela postura que assumem.

Em 1990, a população de Cristãos no Iraque situava-se na casa dos milhões mas foi reduzida para poucos milhares. Os cristãos iraquianos testemunharam a destruição das suas Igrejas, conventos, mosteiros e orfanatos, presenciando o extermínio dos religiosos, assassinados ou decapitados pelos terroristas islâmicos.

GENOCIDE-OF-CHRISTIANS

Nos países onde os Cristãos são perseguidos, geralmente suas constituições consagram a liberdade religiosa ou apregoam o status de Estado laico. Nestes locais o perigo não é abraçar a doutrina cristã mas sim vivenciá-la. Os que frequentam a Igreja, leem literatura cristã, observam feriados cristãos ou portam crucifixos, geralmente estão sujeitos ao ostracismo social, à violência e às acusações criminais, mas os tribunais nunca apoiam seus direitos constitucionais.

No Oriente Médio os rancores são antigos e os governos, capciosamente, contribuem para a vulnerabilidade dos Cristãos. Em alguns casos, como na China, os Cristãos perseveram em meio à perseguição, pois a intensa repressão comunista não conseguiu deter o crescimento das denominadas "igrejas subterrâneas e domésticas" — que causaram um renascimento espiritual considerado como o maior da história dentre as atuais religiões.

Devemos lembrar que lutamos pelo Deus do Amor e precisamos nos envolver neste espírito, mesmo para aqueles que nos odeiam, gratos pela oportunidade de sofrer por Jesus. Somente este tipo de amor radical poderá trazer a vitória, não nos termos do mundo dos homens, mas como uma vitória da paz genuína em Jesus Cristo.

Os Cristãos no Oriente recusaram odiar mesmo durante sua degola pelo ISIS! "Senhor, Jesus Cristo", foram as últimas palavras dos coptas abatidos por causa da Fé. "Desde a era romana, Cristãos têm sido mártires e aprenderam a lidar com tudo o que vem no nosso caminho, e isso só nos torna mais fortes na Fé, porque Jesus disse para amar nossos inimigos", afirmou Beshir Kamel, irmão de uma das vítimas.

GENOCIDE-OF-CHRISTIANS

A Fé Cristã pode transformar homens comuns em heróis, e aqueles Cristãos nos ofereceram uma poderosa lição de como viver a Vida de Jesus. Quando um indivíduo descobre essa possibilidade ele estará disposto a suportar absolutamente qualquer contingência, e fará de tudo para salvaguardar sua crença mesmo que isso signifique morrer por Sua causa.

Na China, Índia, Coréia do Norte, em todas as nações muçulmanas, assim como nos Estados laicos — nações nórdicas, América do Sul, Canadá, entre outras, o assédio e perseguição aos Cristãos são comuns. O testemunho dos primeiros mártires Cristãos nos lembra o quanto uma vida apaixonadamente cristã é difícil, mas também remarca que é uma vida de alegria e paz interior.

É o caminho para um tipo de felicidade que de outra forma pareceria ilusória ou até mesmo impossível. Os antigos mártires foram ícones da esperança e alegria e nos mostraram este caminho, semeando os campos para uma futura cultura de perdão e amor. Assim, no meio das atuais tribulações, os Cristãos não devem abandonar sua Fé nos Ensinamentos de Jesus.

O sofrimento e a perseguição devem ser esperados, pois acontecerão, mas não devemos dobrar nossa Fé em Jesus Cristo. Precisamos perseverar e não temer a perseguição dos homens, mas sim o julgamento de Deus. Não devemos ter medo porque Deus nos ama e cuidará do nosso bem-estar. Os Cristãos não devem procurar ativamente a perseguição e precisam fugir ou lutar, quando o perigo for inevitável.

Não devemos temer o cumprimento do nosso testemunho, dado que o Espírito Santo fala através de nós, Cristãos, e isto servirá como uma comprovação de força para os descrentes. Somos os representantes de Jesus Cristo e devemos apoiar-nos mutuamente em todos os ministérios da Fé Cristã, pois não deve haver meio termo quando servimos ao Filho de Deus. Cada Cristão decidirá qual caminho a ser trilhado nesta obra final.





23 dezembro 2016

NOITE SAGRADA, FELIZ NATAL - HOLY NIGHT, MERRY CHRISTMAS

CHRISTMAS

As the world celebrates a Holy Night, I want to wish all readers A Merry Christmas. My special prayer is for all the children of the world who shiver in the cold of the darkness — the hungry, the abused and the dispossessed.

28 outubro 2016

DESVENDANDO O SEGUNDO ADVENTO DE JESUS - UNVEILING THE SECOND ADVENT OF JESUS

SECOND-ADVENT-OF-JESUS

Muitos afirmam que o Segundo Advento de Jesus ocorreu no primeiro século da Era Cristã, entre os anos 63 a 70 d.C., na época da destruição de Jerusalém e do segundo Templo dos hebreus, evidenciando os sete anos de tribulações das profecias bíblicas. Segundo o historiador romano Josephus, o imperador Titus Flavius manteve o cerco de Jerusalém durante anos, culminando com o ataque arrasador das suas legiões durante a festa do "Pesach", a comemoração da liberdade dos hebreus do seu cativeiro no Egito. Segundo o Êxodo, o tempo que habitaram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos.

O historiador Josephus descreve o cerco da cidade: "Quando as legiões romanas arremeteram sobre Jerusalém, nada impediu sua furiosidade insana. Os hebreus, agrupados para defender os acessos à cidadela, foram pisoteados e massacrados pela horda de legionários de Tiberius Julius Alexander, o segundo em comando. Muitos tombaram entre as ruínas fumegantes e morreram miseravelmente. A maioria das vítimas era de cidadãos pacíficos, e todos foram mortos quando capturados. Os corpos dos hebreus amontoavam-se por toda a cidade, e dos degraus do Templo vertiam rios de sangue, à medida em que os abrigados no santuário eram abatidos".

Josephus também registrou a presença de sinais proféticos nos anos anteriores à destruição de Jerusalém: "Foi um tempo onde guerras e pestilências assolaram a Palestina, e um inusitado terremoto propagou o receio da vinda do ceifador". Os hebreus ansiavam pela chegada do seu messias, um heroico líder que derrubaria o governo romano. O Antigo Testamento ressaltou o poder deste messias: "Mostrarei prodígios no Céu e na Terra, sangue, fogo e colunas de fumaça! " Mas em vez de trazer uma tempestade de fogo, a Vinda de Jesus Cristo, O Messias, foi como uma suave brisa de ar puro, e os hebreus descrentes perderam o momento mais importante da História.

SECOND-ADVENT-OF-JESUS

Podemos conhecer a natureza fatalista da história dos hebreus ao lermos o Deuteronômio, um dos cinco Livros do Pentateuco: "Uma nação virá contra vocês como a águia em mergulho, de aparência feroz, sem respeito pelos idosos nem piedade para com os moços. Ela sitiará suas cidades até que caiam os altos muros fortificados em que vocês confiam. Por causa do sofrimento que o inimigo infligirá durante o cerco, vocês comerão o fruto do próprio ventre, a carne dos seus filhos e filhas. Então, vocês serão espalhados de um lado ao outro da Terra, onde adorarão outros deuses que seus antepassados nunca conheceram".

É fundamental o entendimento de que a proteção de Deus aos hebreus do Antigo Testamento era condicional à obediência e observância das Leis de Deus. Mas a rejeição a Jesus Cristo como o verdadeiro Messias, e Sua condenação pelos escribas talmúdicos e fariseus babilônicos, os edomitas da época de Jesus, foram consideradas uma profanação que revogou o direito destes semitas se autoproclamarem como o povo eleito do Senhor. Assim, os crentes hebreus e gentios, os novos Cristãos que acolheram e difundiram os Ensinamentos de Jesus, tornaram-se os receptores da Vontade de Deus — assim como a população de Cristãos do mundo atual.

A destruição de Jerusalém e do Segundo Templo atendeu às condições proféticas do fim dos tempos! Segundo o historiador Josephus, somente os hebreus-cristãos conseguiram escapar do cerco a Jerusalém, quando refugiaram-se na cidade de Pella, Jordânia, de modo que foram salvos do trágico fim reservado aos não crentes, pois sobreviveram ao vaticínio bíblico. Este episódio endossa a seguinte passagem de Mateus no Novo Testamento: "Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado o outro. Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada outra. Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor".

SEGUNDO-ADVENTO-DE-JESUS

A destruição da antiga Jerusalém foi tão completa e arrasadora que mesmo o registro genealógico dos escribas talmúdicos e fariseus babilônicos foi totalmente destruído! Assim, no lugar do antigo reino mundano dos edomitas surgia um novo Reino fundamentado nos Ensinamentos de Jesus Cristo, constituído pelos Cristãos que acreditavam e habitavam Nele, segundo os escritos de João sobre as Palavras de Jesus: "O meu Reino não é deste mundo, e se fosse deste mundo pelejariam os meus discípulos para que eu não fosse entregue aos fariseus. Mas agora o meu Reino não é daqui."

As profecias do fim dos tempos devem ser relacionadas com eventos espirituais e não físicos: "Não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais". Jesus não se preocupou em alterar a ordem natural terrena, pois os reinos continuaram a emergir e sucumbir através dos séculos, e as guerras, catástrofes e pestilências ainda assolam a humanidade. Mas ao nível espiritual os fatos são diferentes, pois o poder do mal foi superado e uma nova era de paz teve início.

SEGUNDO-ADVENTO-DE-JESUS

A Segunda Vinda de Jesus Cristo será um evento espiritual. Não precisamos ficar atentos a mudanças políticas dramáticas ou preocupados com guerras e catástrofes, pressupondo que serão indícios que antecederão a Segunda Vinda e a instauração do Reino de Deus, pois este Reino não traz uma localização geográfica! O Reino é delimitado pelo amor nos corações dos homens e pela devoção do ser humano aos desígnios de Deus: "O Reino de Deus não virá com aparência exterior, nem dirão, ei-lo aqui ou ei-lo ali, porque o Reino de Deus está entre vós". Os sinais da Segunda Vinda serão as grandes mudanças perceptíveis em nossas vidas!

Jesus não voltará à Terra porque Ele está entre nós como uma manifestação de Deus Pai, a Revelação da Sua Verdade. Jesus afirmou que na Segunda Vinda traria a Revelação da Verdade e confirmou que viria como o Espírito da Verdade: "Ainda tenho muitas coisas para lhes dizer, mas vocês não poderiam suportar isso agora. Porém, quando o Espírito da Verdade vier, ele ensinará toda a Verdade a vocês. O Espírito não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que ouviu e anunciará a vocês as coisas que estão para acontecer. Ele vai ficar sabendo o que tenho para dizer, e dirá a vocês". Assim, podemos intuir que o Segundo Advento não aconteceu.

A eternidade dos Ensinamentos de Jesus e a secularidade do Novo Testamento, avançando em direção ao futuro e permeando a mente humana através da História, possibilitará que cada povo, em várias épocas, invoque o benefício particular de sentir-se como um participante do Segundo Advento de Jesus Cristo. A intemporabilidade das Suas Palavras e Ensinamentos permitirá que cada ser humano arrogue o privilégio de ser o protagonista-receptor da Segunda Vinda de Jesus Cristo, mas apenas nas mentes e corações da humanidade, pois Aquele que habita em luz inacessível, a Quem ninguém viu nem poderá ver, a Ele será dada a honra e o poder para todo o sempre.




21 setembro 2016

PENSAMENTOS CRISTÃOS - CHRISTIAN THOUGHTS

CHRISTIAN-THOUGHTS

Jesus perguntou aos apóstolos: "E vós, quem dizeis que eu sou? " Simão Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". E Jesus respondeu: "Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não te revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos Céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela".

Porém, a afirmação de Jesus: "Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja", baseava-se na resposta de Pedro: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo", e não na pessoa de Pedro. Jesus não criou um trocadilho com os termos pedra e Pedro — palavras gráfica e sonoramente diferentes no grego original do Novo Testamento. A revelação de Deus ao apóstolo Pedro, o seu reconhecimento da Divindade de Jesus, é que fundamentaria a futura Igreja, da qual Jesus Cristo seria a rocha, a pedra angular, pois sem Ele não existiria o Cristianismo.

Desde que creditaram ao apóstolo Pedro o status de primaz na religião Católica, a hierarquia papal perpetuou-se até nossos dias. Mas São Pedro não ajustar-se-ia ao padrão dos papas da era moderna, pois nunca permitiu que fiéis se curvassem em sua presença nem exaltou o título de "Pai" (páppa, em grego). São Pedro não legou sua liderança na primitiva Igreja Católica, pois seria impossível que qualquer sucessor fosse uma testemunha viva do Cristo ressuscitado.

CHRISTIAN-THOUGHTS

Durante o primeiro século da Era Cristã, os princípios e dogmas da recente Igreja Católica foram protegidos com fervor pelos Primeiros Cristãos, os únicos mantenedores dos Ensinamentos de Jesus. No século II, a presunção dos novos cristãos romanos permitiu a interpretação pessoal e seletiva dos Ensinamentos e do Novo Testamento, quando o consequente desvirtuamento atingiu níveis inimagináveis. No século III, o imperador romano Constantino incorporou o Cristianismo à sua sede de poder e a alteração da Palavra de Deus alcançou proporções irreais.

Constantino atribuiu ao Deus Cristão a vitória sobre o imperador tetrarca Magêncio durante a Batalha da Ponte Mílvio (312 d.C.), alegando que no dia anterior sonhara com uma cruz que trazia os dizeres "in hoc signo vinces" (por este sinal vencerás), levando-o a gravar o símbolo da cruz nos escudos dos soldados das suas tropas. Entusiasmado com a ajuda divina, Constantino incrementou sua cruzada pelo poder até destronar a tetrarquia romana em 324 d.C., quando alçou-se à posição de imperador único do Império Romano.

PENSAMENTOS-CRISTAOS

Quando pensamos sobre a existência do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e como a união destas três divindades distintas formam um só Deus — Mistério da Santíssima Trindade —, podemos compreende-la melhor se fizermos uma analogia com a dinâmica do Espaço-Tempo de Friedmann, o intervalo decorrido desde o Big-Bang a partir do qual os eventos cosmológicos sucederam. Quando analisamos a divisão do tempo em passado, presente e futuro, vemos que mesmo servindo a propósitos diferentes as partes formam um todo, unindo-se na mesma dimensão temporal.

Os apóstolos perpetuaram os Ensinamentos de Jesus, agora a única filosofia necessária para nortear a humanidade. A riqueza dos fatos que estes biógrafos de Jesus Cristo nos legaram está ao alcance de qualquer ser humano, e não precisamos de intermediários para conhecê-los, pois o único mediador entre a humanidade e Deus Pai é Seu Filho, Jesus Cristo: "Peçam e lhes será dado, busquem e encontrarão, batam e a porta lhes será aberta; pois todo o que pede, recebe, o que busca, encontra, e àquele que bate, a porta será aberta."

Na hierarquia da verdadeira Igreja de Deus primeiro estabeleceram-se os apóstolos, em seguida, os profetas, depois, os mestres e os que realizavam milagres através inspiração divina — aqueles que têm o dom da cura e prestam ajuda aos necessitados, como os nossos Santos Pio de Pietrelcina e Pio X, entre outros guardiões da Fé Cristã. São Pedro não tinha mais autoridade do que os outros apóstolos, pois todos carregavam o poder de ligar e desligar na Terra e nos Céus, mas sempre guiados pelo Espírito Santo. A fraseologia "ligar e desligar" significa declarar permitido ou proibido segundo a Palavra de Deus.

PENSAMENTOS-CRISTAOS

Os discípulos de Jesus precisavam dar continuidade ao Seu trabalho entre a humanidade, e divulgar Seus Ensinamentos era a prioridade máxima. Eles possuíam a autoridade cedida por Deus para efetuar milagres e permitir que outros discípulos também realizassem estes acontecimentos inexplicáveis pelas leis naturais, beneficiando aqueles que mereciam esta dádiva de Deus. Os milagres de Jesus sobre a natureza eram o prenúncio da vinda do Reino de Deus entre os homens, anunciando que o poder Divino de Jesus Cristo estender-se-ia muito além da existência humana.

Após a morte, só acessaremos o local onde beneficiam-se os recompensados pela presença de Deus se formos merecedores. Nossos destinos são fixados na hora da morte e qualquer ação posterior não pode alterá-lo, pois cada ser humano será contemplado pelo que fez e nada poderá ser alterado por outrem. Pode-se orar por outro cristão, mas isto não comutará sua pena pela recompensa. Somente Deus pode perdoar e todos podem orar para que Jesus Cristo perdoe nossos pecados. O pecado é um ato contrário à Lei Eterna, uma ofensa a Deus que atenta contra a solidariedade e a natureza humana.

PENSAMENTOS-CRISTAOS

No fim do sábado, quando despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram visitar o sepulcro onde Jesus Cristo jazia. Repentinamente houve um terremoto, quando um anjo do Senhor desceu do Céu. Ele suavemente removeu a pedra que guardava o sepulcro, e assentou-se sobre ela. O aspecto deste anjo era sublime, como o de um relâmpago, e suas vestes eram brancas como a neve. Os soldados romanos que mantinham a guarda ficaram amedrontados e assombrados, até quedarem-se como mortos.

O anjo dirigiu-se às duas mulheres, dizendo: "Não tenhais medo, pois sei que buscais Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas Ele não está mais aqui porque ressuscitou como havia predito. Venham, e vejam o local onde Nosso Senhor Jesus jazia. Sigam pois, imediatamente, e digam aos Seus discípulos que Seu Mestre já ressuscitou dentre os mortos. Ele vai adiante de vós, para a Galileia, sigam o caminho, que lá o encontrarão".

Os apóstolos também partiram para a Galileia, em direção ao monte que Jesus designara dias atrás. Ao chegarem, Jesus aproximou-se e disse: "Foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra. Portanto ide, fazei discípulos em todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado, e eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos, Amém".




28 maio 2016

SÃO PIO DE PIETRELCINA - SAINT PIO OF PIETRELCINA

SAINT-PIO-PIETRELCINA

São Pio de Pietrelcina (25/05/1887 - 23/09/1968) foi um frade Católico pertencente à Ordem dos Capuchinhos. Francesco Forgione nasceu em Pietrelcina, província de Benevento, Itália. Francesco tinha um irmão mais velho e três irmãs mais novas — dois irmãos faleceram infantes —, e todos eram trabalhadores rurais, camponeses. Aos cinco anos de idade o menino voltou sua vida para Deus.

Seus pais eram muito religiosos e assistiam a Santa Missa diariamente, assim incentivando o desenvolvimento do pequeno no catolicismo. Francisco era muito dedicado e tornou-se o melhor coroinha da paróquia local. Algumas vezes o menino penitenciava-se espontaneamente, dormindo no chão de pedra, o que trazia preocupação à sua mãe.

Desde muito jovem Francisco foi capaz de pressentir a realidade metafísica e dialogava intuitivamente com Jesus. Este foi um conhecimento adquirido, natural, e não ensinado ou incutido pelos familiares ou religiosos da paróquia local. Francisco presumia que outras pessoas também podiam ouvir Jesus!

Seus pais eram extremamente corretos mas muito pobres e necessitados, o que exigia que todos os filhos trabalhassem no campo. O pequeno Francisco passou muitos anos na lavoura e pastoreando ovelhas. Infelizmente o tempo dedicado ao trabalho resultou na fraca assiduidade na escola, atrasando seu progresso em relação às outras crianças.

SAINT-PIO-PIETRELCINA

Francisco estava sempre adoentado, pois sofria de gastroenterite aguda desde a tenra idade. Em 1897, ao completar dez anos, foi acometido pela febre tifoide, a salmonelose. Nesta época o jovem cumprira apenas três anos de estudos primários pois dedicava seu dia ao trabalho familiar mas, mesmo assim, expressou seu anseio de pertencer a uma ordem religiosa.

Seus pais sentiram-se orgulhosos com a iniciativa do filho e viajaram para Benevento, região da Campania, para encontrar o reitor da Ordem dos Frades Menores. O jovem Francisco foi avaliado pela comunidade franciscana, mas a conclusão foi que precisava mais estudos antes que fôsse admitido à Ordem.

Visando o aperfeiçoamento intelectual, seus pais decidiram contratar um professor particular. Mas os poucos recursos da família obrigaram que seu pai viajasse para a América, buscando trabalho para garantir o futuro do filho. Finalmente seu pai conseguiu enviar dinheiro para custear as despesas do tutor responsável pela educação do rapaz.

Em 1903, aos dezesseis anos, Francisco estava com os estudos em dia e tornou-se noviço na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em Morcone, província de Benevento, recebendo a alcunha de Frei Pio. Ele mesmo escolheu o nome "Pio" em homenagem ao Papa Pius I, cuja relíquia muitas vezes admirara na capela da cidade natal.

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Com dezessete anos Frei Pio quedou-se extremamente doente, sofrendo de uma doença pulmonar não diagnosticada. Viajou para uma região montanhosa onde o ar era mais puro — prática terapêutica na época. Mas seu quadro clínico piorou e foi aconselhado a voltar para casa pois previam o pior. Mesmo durante as tribulações Francisco aprimorava seus estudos para o sacerdócio!

Em 1910, Pio de Pietrelcina recebeu as ordens sacerdotais no Convento de Benevento, mas foi permitido que voltasse e permanecesse em casa, repousando, por causa da saúde extremamente debilitada. Em 1914 eclodiu a Grande Guerra e o Padre Pio foi convocado para o serviço militar servindo como médico do corpo de saúde do exército, assim ele viajou para o front de batalha.

No entanto o Padre Pio continuava enfermo e foi enviado de volta para o Convento, mas foi recrutado a retornar para o serviço ativo no campo de batalha da Primeira Guerra. Em março de 1916 foi finalmente exonerado da obrigação de servir à pátria por causa da saúde debilitada, retornando definitivamente para o "Convento di San Giovanni Rotondo".

Em 20 de setembro de 1916, Padre Pio ouvia as confissões dos fiéis quando sentiu uma dor excruciante nas mãos e nos pés. Foi quando notou os estigmas — as chagas de Cristo. A experiência foi dolorosa e o sangramento profuso, mas os ferimentos exalavam um perfume, mesmo que sangrassem, e nunca inflamaram ou infectaram durante toda a sua vida.


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Em 1919 a notícia sobre os estigmas espalhou-se pelo mundo e multidões vieram para receber as bençãos do Padre Pio. Várias pessoas declaravam sua capacidade de realizar milagres ou curas! O mais impressionante eram os testemunhos sobre o dom da bilocação, a presença simultânea em dois lugares, um carisma que poucos Santos receberam em suas vidas.

Sua popularidade tornou-se uma preocupação para a Igreja Católica que restringiu suas atividades eclesiásticas para minimizar a interação pública. Padre Pio sentia-se desconfortável com a popularidade devido aos estigmas, de modo que o Vaticano adiantou-se e investigou sua veracidade, concluindo que a condição que acometera o Padre Pio era natural e não auto-induzida.

Em 1934, o Vaticano autorizou que o Padre Pio voltasse a exercer funções sacerdotais públicas, suspensas durante a investigação. Foi-lhe permitido novamente pregar os Ensinamentos de Jesus, mesmo que a Igreja local se recusasse a apoiá-lo. Mas o Vaticano era a autoridade máxima neste quesito e o Papa Pius XI encorajou os fiéis a procurá-lo sem problemas!

Em 1947, um desconhecido padre polonês, Karol Józef Wojtyła, reuniu-se com o Padre Pio que, profeticamente, confidenciou que Wojtyła assumiria o mais alto grau na hierarquia da Igreja Católica. Em 1978, este padre foi entronizado com o nome de João Paulo II. Em 16 de junho de 2002, 55 anos depois, o Santo Padre Pio de Pietrelcina foi canonizado por João Paulo II. 

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São Francisco de Assis, o fundador da Ordem dos Frades Menores, era o exemplo de conduta moral do Padre Pio. São Francisco sempre recomendava aos seus discípulos: "Cuidem-se para não sentirem-se tristes ou sombrios como os hipócritas, mas sim alegres no Senhor Jesus. Sejam risonhos e amáveis dentro dos limites da conveniência".

Assim agia o Padre Pio. Ele espalhava seu amor por Jesus vivendo com esperança e vivo contentamento na presença do próximo. Mesmo no meio dos maiores sofrimentos físicos e morais, como nas doenças ou dúvidas causadas pelos estigmas, sua imensa alegria proveniente da consciência de ser filho de Deus e herdeiro do Seu Reino nunca o abandonara.

Padre Pio sentia-se forte, leve, sereno e seguro. Quando estava com os seus confrades e amigos era muito bem humorado, criando jogos de palavras na forma de citações ou elaboradas construções linguísticas, o que resultava em risos e felicidade entre seus conhecidos, tornando-se a expressão objetiva do seu estado de alma. Ria muito, e com muita satisfação!

Sua vida era dedicada ao bem das almas dos aflitos. Padre Pio usou a popularidade para fundar um hospital em San Giovanni Rotondo. O reconhecimento universal da sua bondade e sabedoria cresceu nos anos que seguiram à sua morte, tornando-se um fenômeno eclesial em todo o mundo. Abrasado pelo amor a Deus e ao próximo, Padre Pio viveu em plenitude a vocação de contribuir para a redenção do ser humano.


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Não era um homem voltado somente para a esperança e confiança total em Deus, pois inspirava estas virtudes em todos aqueles que acolhia. O amor de Deus inundava-o, saciando seus anseios, e a caridade era o princípio inspirador do seu dia. Sua máxima preocupação era fazer crescer a caridade para com o próximo, servindo a multidão que a ele acorria em número sempre maior.

Durante sua vida religiosa celebrou a Santa Missa diariamente, cumprindo a missão de guiar espiritualmente os fiéis. Em 5 de Maio de 1956, para aliviar o sofrimento e a miséria de várias famílias carentes, fundou a “Casa Sollievo della Sofferenza” (Casa para o alívio do sofrimento). Durante décadas, esta fundação de caridade acolheu pessoas necessitadas e doentes.

A máxima expressão de caridade foi expressamente revelada pelo acolhimento prestado, durante mais de 50 anos, às inúmeras pessoas que acorriam ao seu ministério e no confessionário, buscando conselhos e conforto nas horas de dificuldades. Sempre exerceu de modo exemplar a virtude da prudência nos aconselhamentos, pois agia à luz de Deus.

Procuravam-no na Igreja, Sacristia e no Convento. Prestava-se a todos, fazendo renascer a Fé, espalhando a Graça e iluminando almas, sobretudo a dos pobres, atribulados e doentes, nos quais ele identificava o sofrimento de Cristo, entregando-se a estes de modo especial. O seu interesse era a Glória de Deus e o bem das almas, tratando a todos com justiça, lealdade e grande respeito.


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Exercitou o espírito de pobreza com total desapego próprio e aos bens terrenos, comodidades ou honrarias. Sempre teve uma grande predileção pela virtude da castidade, e recorreu habitualmente à mortificação para conseguir a virtude da temperança, conforme o costume  ascético dos franciscanos. Era temperante na mentalidade e no modo de viver.

Nele refulgiu a virtude da fortaleza, quando cedo compreendeu que seu caminho haveria de ser o da Cruz, que aceitou com coragem e por amor a Deus. Durante muitos anos experimentou os sofrimentos da alma: os sofrimentos iminentes. Ao longo dos anos suportou, com serenidade admirável, as aflições causadas pelos estigmas, enaltecido por carregar as marcas de Jesus Cristo. 

Para a canonização do Beato Pio de Pietrelcina, a postulação para o Vaticano apresentou ao competente Dicastério da Cúria Romana o restabelecimento da saúde do pequeno Matteo Pio Collela de São Giovanni Rotondo. Sobre este caso foi elaborado um processo canônico no Tribunal Eclesiástico da arquidiocese de Manfredonia-Vieste, que decorreu entre 11 de Junho a 17 de Outubro de 2000.

No dia 11 de Dezembro de 2001 foi julgado pelo Congresso Peculiar dos Consultores Teólogos e, no dia 18 do mesmo mês, pela Sessão Ordinária dos Cardeais e Bispos. No dia 20 de Dezembro, na presença do Papa João Paulo II, foi promulgado o Decreto sobre o milagre. Em 26 de Fevereiro de 2002 foi publicado o Decreto sobre a canonização de São Pio de Pietrelcina, sacramentado pelo Papa João Paulo II em 16 de junho de 2002.

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Oração escrita pelo Padre Pio de Pietrelcina: 

"Jesus, que nada me separe de Ti, nem a vida, nem a morte. Seguindo-Te em vida, ligado a Ti com todo amor, seja-me concedido expirar contigo no Calvário, para subir contigo à Glória Eterna. Seguirei contigo nas tribulações e nas perseguições, para ser um dia digno de amar-Te na revelada Glória do Céu, para cantar-Te um hino de agradecimento por todo o Teu sofrimento por mim.

Jesus, que eu também enfrente como Tu, com serena paz e tranquilidade, todas as penas e trabalhos que possa encontrar nesta Terra, uno tudo a Teus méritos, às Tuas penas, às Tuas expiações, às Tuas lágrimas, a fim de que colabore contigo para a minha Salvação e para fugir de todo o pecado — causa que Te fez suar sangue e Te reduziu à morte.

Destrói em mim tudo o que não seja do Teu agrado. Com o fogo de Tua Santa Caridade, escreve em meu coração todas as Tuas dores. Aperta-me fortemente a Ti, de maneira tão estreita e tão suave, que eu jamais Te abandone nas Tuas dores. Amém!"


JESUS CRISTO NÃO ERA JUDEU





08 maio 2015

O PAPA SÃO PIO X E A GRANDE GUERRA - POPE SAINT PIUS X AND THE GREAT WAR


Archduke-Charles-Princess-Zita

No verão de 1911, durante uma audiência com a futura imperatriz austríaca Zita da casa real franco-italiana de Bourbon-Parma, o  Papa São Pio X  profetizou  o que viria ser o estopim que desencadearia o início da  Primeira Guerra Mundial. A princesa Zita acabara de tornar-se noiva do arquiduque Charles, futuro herdeiro do trono imperial da Áustria. Charles, que em 1911 era o segundo na linha sucessória do trono de seu tio-avô Franz Josef (Francisco José I da Áustria), que reinara sobre o Império austríaco desde 1848, não tinha pretensões ao trono.

O Papa Pio X, correspondendo à tradição européia dos Habsburgos, a família real de origem alemã que governou a Áustria do final do século XIII até 1918, recebeu e parabenizou a princesa pelas núpcias. Durante o diálogo com a princesa o Papa comentou: "Estou muito feliz com este casamento e espero muito dele para o futuro. Charles governará a Áustria e será ótimo para a Igreja". O Papa, intuitivamente, referiu-se ao futuro marido de Zita como o herdeiro do trono que, por direito sucessório, pertencia a Francisco Ferdinando.

Atônita, a jovem princesa Zita comentou gentilmente que seu futuro marido não era o herdeiro direto ao trono, pois ao seu tio, o predestinado Franz Ferdinand cujo assassinato seria o gatilho para a Grande Guerra, cabia este direito. Assim, São Pio X olhou serenamente para a princesa e insistiu que Charles em breve seria o imperador. Mas ela garantiu que Francisco Ferdinando certamente não abdicaria pois encontrava-se no auge da vida, com boa saúde. Ao que o Papa ponderadamente respondeu em voz baixa: "Se é uma abdicação, eu não sei".

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Na primavera de 1914, Pio X expressou ao seu secretário e confessor Don Giovanni Bressan a seguinte preocupação: "Estou pesaroso pelo próximo Papa, pois não vou viver para presenciar os acontecimentos e tragédias que abalarão o mundo e a Fé Cristã. Infelizmente, a verdade é que a "religio depopulata" chegará muito em breve. O termo "religião destruída" refere-se à Profecia dos Papas de São Malaquias, onde frases curtas e crípticas em latim definem os sucessores papais. Neste caso, o sucessor de São Pio X no trono de São Pedro foi o Papa Bento XV (1914–1922).

O Papa Pio X previu o despovoamento da Europa e, especialmente, como a Primeira Guerra Mundial afetaria as relações da Igreja Católica no cenário político-internacional. Muitos estrategistas geopolíticos e observadores de alto nível poderiam claramente vislumbrar algum tipo de guerra entre duas das seis grandes potências da Europa: Rússia, Grã-Bretanha, França, Áustria-Hungria, Itália e Alemanha, mas ninguém previu a eclosão de uma guerra mundial e a queda da civilização Cristã nos padrões tradicionais, exceto o profético Papa São Pio X.

O fato de Pio X ter previsto dois grandes acontecimentos que mudariam o mundo foi uma clara manifestação da sua intimidade com o Divino, que traduziu-se na sua preocupação paterna com as vidas diárias dos fiéis. O que suas afirmações também revelaram foi o claro conhecimento de que o Império Áustro-Húngaro era a pedra angular da Europa, e que para mover o edifício era preciso remover a pedra. A Primeira Guerra Mundial foi simplesmente a erradicação desta pedra! Foi uma guerra em que o coração político da Cristandade foi destruído para sempre.

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Na noite de 28 de junho de 1914, o Papa estava incomodado por uma apreensão crescente. Ele chamou Merry del Val, que ficou assustado com a aparência do Santo Padre. Medo e preocupação estavam expressos em suas feições e a mão que ele estendeu tremia: "Il guerone (a guerra mundial) está quase em cima de nós", sussurrou Pio. "Ah não, Santo Padre! O céu político está sem nuvens. Não há perigo, os diplomatas estão se preparando para viajar durante as férias", respondeu o secretário de Estado. Ao ouvir isso, Pio X balançou a cabeça em desaprovação: "Não vamos passar 1914 em paz. Acredite em mim, Eminência".

Uma batida na porta interrompeu a conversa e uma missiva foi entregue ao Papa. Um olhar sobre a folha, e sua mão trêmula a deixou cair. Curioso, Merry del Val pegou o papel e leu: "O arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, e sua esposa, Sofia, Duquesa de Hohenberg, foram assassinados pelo extremista sérvio Gavrilo Princip durante visita a Sarajevo, na Bósnia". Ainda não entendendo todas as implicações, o Cardeal tentou diminuir a ansiedade do Santo Padre, argumentando que um evento como este não se desenvolveria numa guerra em escala continental. "Oh meu Senhor", gemeu o Papa em aflição e, dirigindo-se para a capela, caiu de joelhos diante do tabernáculo.

Em 30 de maio de 1914, durante uma audiência de despedida com o Papa Pio X, Dr. Chaves, o embaixador brasileiro que havia sido chamado de volta para a casa por seu governo, demonstrou estar ciente dos eventos mundiais. No entanto, durante a conversa, o Papa perguntou ao embaixador: "Está feliz em poder voltar para o Brasil? Você não vai ser uma testemunha da guerra". "Sua Santidade fala sobre o conflito dos Balcãs?", perguntou o embaixador. "Não, não, o problema dos Balcãs é apenas o começo de uma conflagração mundial que não posso evitar", concluiu o Santo Papa.

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Além da visão profética de São Pio X nos meses que antecederam a eclosão da Grande Guerra, o Sumo Pontífice carregava a compreensão de que era impotente, no cenário geopolítico, para deter o conflito pelos meios naturais. "Nos tempos antigos o Papa, com uma palavra, podia parar a matança, mas agora eu sou impotente". Estas palavras foram expressas pelo Papa em maio de 1914, num consistório privado, quando também disse aos cardeais: "Mais do que nunca o mundo suspira pela liberdade, mas ainda vemos como nação se levanta contra nação, raça contra raça. E nós sabemos como o ódio se transforma em guerra terrível".

Em um dos últimos dias de julho daquele ano fatídico para a raça e o espírito humano, o Cardeal di Belmonte, Delegado Pontifício para o Congresso, voltou a Roma e disse ao Santo Padre que, apesar da crescente onda de ódios nacionais e raciais, não havia dúvida de que o Papa era muito amado pelos povos. Cada vez que o nome de Pio X era mencionado, grande entusiasmo tomava conta das multidões reunidas e de vigília na Terra. Assim, o Papa havia provado ser o "Pai de todos os Cristãos", o verdadeiro representante de Jesus. Mas esta cristandade unida em breve perderia a presença de São Pio X no mundo dos homens.

O tempo da "religio depopulata" aproximava-se rapidamente. Em 02 de agosto, o Papa dirigiu uma urgente e severa advertência ao mundo inteiro, pedindo a todos que orassem pela paz mundial. Infelizmente São Pio X estava esgotado pela tristeza ou preocupação e só conseguia carregar seu fardo perante o público, pois não tinha forças para falar às multidões, mas mesmo assim pregou: "Meus filhos, meus filhos, eu sofro por todos que morrem em campo de batalha. Oh, essa guerra! Sinto que é a minha morte. Mas alegremente ofereço minha vida pelas crianças e pela paz no mundo". Durante a primeira metade de agosto, Pio X abençoou grupos de peregrinos em silêncio, mas não fez nenhum discurso público.

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Ele dormia menos do que costumava, porém sua saúde nos últimos cinco dias de vida parecia muito boa. Nem os médicos ou as irmãs que ajudavam nas atenções ao Papa quando assumiu residência no Vaticano, estavam preocupados com sua saúde. Mas, em 19 de agosto, teve uma leve febre que o deixou completamente prostrado. Ao perceber a gravidade da própria situação, disse: "Que a vontade de Deus seja feita, pois sinto que é o fim. Talvez Ele, em Sua bondade, deseje poupar-me dos horrores que irão abater-se sobre a Europa". Naquela tarde, o Cardeal Merry del Val ouviu dos médicos que o Papa estava acometido por pneumonia grave, ficou sem esperanças e disse: "Ele sofreu a tensão dos eventos da guerra na Europa, que o enfraqueceram terrivelmente para que pudesse resistir a uma doença"

De acordo com seu médico pessoal, estas foram as últimas palavras do Papa São Pio X: "Ofereço minha vida como um sacrifício para prevenir o massacre de tantos dos meus filhos". Então, nas primeiras horas de 20 de agosto de 1914, Giuseppe Melchiorre Sarto sussurrou suas últimas palavras que foram um ato de confiança no poder de Deus. Em seu próprio dialeto veneziano, São Pio X disse: "Gesù, Giuseppe e Maria, vi dono il cuore e l'anima mia" (Jesus, José e Maria, entrego a vós o coração e minha alma). Neste momento, os sinos foram ouvidos por toda a Itália, ressoando através do mundo. O Católico, Pontífice e Pastor de tantas almas humanas eram um só neste momento de perfeita e total autorrendição do espírito.

Em nenhuma época na História da Igreja Católica existiu melhor exemplo do que São Pio X, um dos eleitos de Deus. Suas ações sempre refletiam virtudes como a piedade e caridade extrema, humildade e simplicidade profunda e um enorme zelo pastoral. A inscrição no seu túmulo, na cripta da Basílica de São Pedro, mostra o testemunho eloquente de uma vida a serviço de Deus: "Nascido pobre e humilde de coração, destemido defensor da Fé Católica, zeloso para restaurar todas as coisas em Cristo e coroado em uma vida Santa e uma morte Sagrada".