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17 novembro 2014

O BRASIL OPTOU POR MAIS ESTATISMO - BRAZIL HAS OPTED FOR MORE STATISM


BRAZIL-STATISM

Recessão econômica, inflação de preços acumulada em 6,7% nos últimos 12 meses, e um audacioso esquema de corrupção na estatal Petrobras não foram suficientes para negar à presidente Dilma Rousseff, do PT, a reeleição para um segundo mandato. Ela derrotou seu desafiante Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira, por 51,63% a 48,36%.

A campanha de Dilma baseou-se em uma plataforma anti-mercado e pró-assistencialismo, o que ajuda a explicar por que ela se saiu muito melhor nas regiões mais pobres e dependentes de auxílios do governo do que nas regiões prósperas voltadas para o agronegócio, como o sul e o centro-oeste, e na maior cidade brasileira, onde a economia se baseia majoritariamente no setor de serviços e em indústrias de alto valor agregado.

Assim como nos EUA, o Brasil também possui uma classe alta formada por eleitores urbanos de esquerda, que se sentem virtuosos em defender a intervenção estatal na vida de outras pessoas e em ajudar a ditadura cubana. Porém, existe também um Brasil mais ambicioso, o qual é formado por empreendedores que se arriscam, por agropecuaristas competitivos globalmente e por uma ascendente classe média que anseia enormemente por uma maior integração com o resto do mundo.

BRASIL-ESTATISMO

Esses brasileiros queriam desesperadamente uma mudança para mais mercado e mais capitalismo, e viram no candidato Aécio Neves um representante mais próximo dessa mudança. Foram esses brasileiros que fizeram com que as eleições presidenciais fossem a mais apertada da história do Brasil.

Com esse resultado apertado, Dilma tem agora de descobrir o que fará com seus próximos quatro anos. De um lado, ela pode imaginar ser possível consolidar o poder do PT, seu objetivo supremo, dando continuidade às políticas que utilizou até agora, não importa os custos para a economia. Alternativamente, ela pode optar por fazer ajustes econômicos pragmáticos com o objetivo de restaurar a confiança e o crescimento.

Essa última opção é até possível, mas é bem improvável, pois os militantes do seu partido, que ganharam poderes e engordaram suas contas bancárias durante os governos do PT, querem ainda mais poder, e não menos. Dilma pode até fazer algumas declarações aparentemente conciliatórias e, no curto prazo, implantar algumas medidas em prol de um pouco mais de liberdade econômica, como fez seu mentor Lula nos primeiros anos de seu governo, quando ele tinha o objetivo de acalmar os mercados que estavam em queda por temor de seu novo governo. Uma vez alcançado esse objetivo, no entanto, Lula voltou para a esquerda.

BRASIL-ESTATISMO

As chances são de que Dilma fará o mesmo, assegurando por mais quatro anos a já tradicional reputação do Brasil para a mediocridade. Somente se uma investigação criminal comprovar que Dilma e Lula sabiam sobre o esquema de corrupção na Petrobras é que as coisas podem se alterar substantivamente.

A grande ironia da campanha eleitoral é que, enquanto Dilma e Lula reivindicavam todo o crédito pelo crescimento econômico que o Brasil vivenciou na década de 2000, ambos se opuseram às reformas estruturais ocorridas na década de 1990. A privatização de empresas estatais, a abertura (ainda que limitada) da economia brasileira à concorrência estrangeira, e a reforma monetária de 1994, que criou o real e acabou com a hiperinflação; todas essas medidas estimularam o desenvolvimento e, devido a essa geração de riqueza, possibilitaram a criação de programas assistencialistas mais generosos, os quais são a marca registrada do PT.

Não fossem essas reformas da década de 1990, às quais o PT se opôs, não haveria chances de sucesso para os subsequentes governos do PT na década de 2000. O problema é que o PT não quis aprofundar essas reformas, e a consequência é que o "milagre brasileiro" morreu no berço. Na mais generosa das avaliações, o país é visto hoje como apenas mais um entre vários países em desenvolvimento; já na maioria das vezes, ele é visto lá no fim da fila.

BRAZIL-STATISM

Nem Lula e nem Dilma parecem se preocupar com desenvolvimento econômico. De acordo com um relatório do Goldman Sachs, de 2004 a 2013, os gastos do governo cresceram a um ritmo de 8% ao ano, em termos reais, o que representou um crescimento mais de duas vezes maior do que o crescimento do PIB. A inflação de preços está hoje em quase 7% ao ano para aqueles bens e serviços cujos preços não são controlados pelo governo. E quando se considera apenas o setor de serviços, a inflação de preços está em 8,6% ao ano. Para piorar, as expectativas quanto à inflação futura estão se deteriorando.

Dilma imaginou que poderia conter a carestia congelando o preço da gasolina, a qual é ofertada pela Petrobras, e o preço do etanol, o qual é ofertado por usineiros locais e utilizado por carros flexíveis em combustível. No entanto, dado que os custos de produção continuaram aumentando (por causa da inflação crescente), a Petrobras e o setor sucroalcooleiro estão incorrendo em severos prejuízos. Várias usinas de álcool já faliram e várias outras estão por falir. Elas não sobreviverão caso essa política de congelamento de preços continue.

O PT se gaba de ajudar os pobres com políticas assistencialistas, mas a mesma mão que dá é aquela que tira; e a mão que tira é a mais pesada. O aumento do protecionismo, os pesados encargos sociais e trabalhistas que oneram a folha de pagamento das empresas, os altos impostos sobre o consumo, uma infraestrutura em frangalhos, e as inflexíveis leis trabalhistas geram custos que impedem o aumento dos salários e que fazem com que o padrão de vida dos brasileiros esteja muito aquém do seu potencial.


ABORTO

Em uma sociedade que se propõe valorizar a vida humana, chegou a hora de nós reagirmos, debatermos e lutarmos contra este descaso e omissão que cerca o tema do aborto. O Brasil, já no caminho da legalização do aborto, tornar-se-á um dos maiores centros de extinção da raça humana jamais visto em qualquer tempo.

Sob a égide comunista, já somos a nação mais criminosa do planeta, computando quase cem mil assassinatos por ano. Tal número ainda não se equipara aos milhões de abortos já cometidos ilegalmente no país.

O que acontecerá  quando legalizarem o aborto no Brasil? Teremos um quadro de pesadelo, o verdadeiro inferno de Dante instalado no país! Somaremos às já existentes clínicas "ilegais" de aborto, inúmeras outras "legalizadas", hospitais públicos também "legalizados" para o serviço macabro e talvez até "franchisings aborticidas".

Não demoraremos por conseguir um novo título: "Brasil, a nação mais destruidora e mutiladora de crianças sobre a face da Terra". O atual governo comunista e pró-aborto deveria responder por todos estes crimes bárbaros mas, como o próprio povo brasileiro aprovou a continuidade destes criminosos no poder no pleito de 2014, deverão pagar um alto preço por compactuar com o mal absoluto e pelo desprezo pela vida humana.

Estes brasileiros que posicionaram-se ao lado do mal deverão suportar as consequências fatais da sua livre escolha. Aquilo que os aguarda será muito pior do que os assassinatos dos bebês pelo aborto. Gerações inteiras dos descendentes destes indivíduos que compactuaram com o governo, pagarão sua dívida eterna e sofrerão pelos erros cometidos por seus ancestrais!

Existe uma Lei na vida, de causa e efeito, que não pode ser violada sem que alguém seja o responsável pelo ato perpetrado ou crime cometido. Agora, nem Deus apiedar-se-á das suas almas podres, pois vocês cometeram o pecado sem perdão, a ofensa contra o Espírito Santo. Serão desterrados do mundo  aonde reina o Amor de Deus!


BRASIL-ESTATISMO

Ainda mais preocupante é o estrago que o PT pode fazer com as instituições e com o estado de direito ao longo dos próximos 48 meses. A sociedade civil brasileira é uma forte defensora das liberdades civis e do pluralismo. No entanto, como um sagaz empresário me confidenciou: "Estamos vivenciando, passo a passo, uma tendência rumo à Argentina, à Bolívia e ao Equador". Um exemplo é o decreto de maio, assinado por Dilma, que cria os "conselhos populares", os quais criariam um modelo semelhante ao que já existe na Venezuela. Até o momento, o Congresso vem oferecendo resistência. Porém, se o tradicional esquema de compra de votos ocorrer, ele pode capitular.

Os progressistas assumiram os postos de comando e tornaram-se ordenadores de despesa, formaram seus "conselhos" e os doutrinaram na ideologia marxista para justificar e legitimar os encaminhamentos da "democracia radical" dentro da Igreja, relegando os padres conservadores aos papéis secundários de vigários sem poder algum de decisão.

A campanha contra o aborto se tornou um calvário, porque nos deu a constatação de que boa parte das paróquias visitadas está dominada por "conselhos" imbuídos de ideologia marxista, que não consideravam relevante a causa da defesa da vida desde a concepção. "Vocês estão obcecados pela questão do aborto", nos disseram. "Se for um abaixo-assinado para dar moradia aos sem teto, terras para o morador de rua e direitos sociais aos afrodescendentes, então contem com a gente". Mais tarde tivemos que ouvir de um dos líderes dos conselhos: "Até o Papa já disse que vocês estão obcecados pela questão do aborto!" Um deles foi mais longe: "Direito primeiro ao já nascido!".

Outro aspecto percebido foi a crescente tomada de posição dos progressistas em todos os níveis: nas paróquias, escolas e universidades, nas editoras, empresas e muitas instituições hoje apenas ditas Católicas. Os progressistas assumiram postos de comando e tornaram-se ordenadores de despesa. Formaram seus "conselhos" e os doutrinaram na ideologia marxista para justificar e legitimar os encaminhamentos da "democracia radical" dentro da Igreja, relegando os padres conservadores aos papéis secundários de vigários, sem poder algum de decisão.

Trata-se de uma perspectiva pavorosa para qualquer pessoa que conheça um pouco de história. Como já havia observado no século XVIII o filósofo David Hume: "A liberdade não é abolida de uma só vez; o processo ocorre em etapas." Hoje, Dilma é apenas uma política que ganhou uma eleição. No futuro, os brasileiros podem aprender que o governo de um partido só e regras indefinidas são os verdadeiros projetos de longo prazo do PT.







01 junho 2014

O DESMATAMENTO NA FLORESTA AMAZÔNICA - THE DEFORESTATION IN THE AMAZON RAINFOREST



DEFORESTATION-AMAZON-RAINFOREST

Um projeto de lei viabilizou o desmatamento em áreas sensíveis e outrora intocáveis, como nas margens dos rios e regiões de topografia elevada. Além disso, anistiou desmatadores e deturpou o antigo Código Florestal, incentivando o desmando na Amazônia. A lei estabeleceu exceções para a especulação fundiária beneficiando diretamente as multinacionais extrativistas e abrindo as portas para a impunidade, o desrespeito às regras pré-estabelecidas e a destruição final da floresta amazônica.

O problema criado a partir desta lei parcial e injusta é muito maior do que apenas uma questão ambiental, pois coloca em xeque o compromisso, por parte do governo brasileiro, das metas assumidas na comunidade internacional, como a conservação da biodiversidade da floresta e a preocupação com as mudanças climáticas. O mundo inteiro está atento ao fato de que o governo está permitindo o desmatamento na floresta amazônica e, desta forma, acelerando o processo de savanização da área.

DEFORESTATION-AMAZON-RAINFOREST

A maioria das florestas tropicais situa-se no entorno da linha do equador, ou seja, elas sobrevivem em clima quente e úmido. A maior floresta tropical da Terra é a floresta amazônica. Quando uma floresta tropical sofre o processo de savanização, a mata virgem é substituída por um extrato baixo e contínuo de gramíneas, arbustos pequenos e árvores raquíticas dispersas. A vegetação da savana é mais sujeita a longos períodos de seca e incêndios espontâneos.

Mas a savana também está sendo devastada! Desde 2002, a vegetação da região do cerrado brasileiro, uma das regiões de savana mais ricas em diversidades biológicas do mundo, perdeu mais da metade da flora nativa. Mais de 50 milhões de hectares foram simplesmente arrasados. Em doze anos o Brasil perdeu 500 mil quilômetros quadrados de floresta na Amazônia devido à expansão das empresas multinacionais dedicadas a mineração extrativista, às pastagens visando a criação de gado, ao plantio extensivo da soja e à extração de madeira nobre para exportação.

DESMATAMENTO-FLORESTA-AMAZONICA

As florestas tropicais são o último baluarte para milhões de plantas, animais e insetos que, em sua grande maioria, ainda são desconhecidos pelo homem. Estima-se que no passado 10 milhões de índios viviam na selva amazônica e que, atualmente, menos de 100.000 subsistem de forma precária. Cada espécie desempenha um papel único no ecossistema, na intrincada teia da vida em que todos interdependem-se. O Brasil, sob a égide do governo federal, aniquila 100.000 espécies de plantas, animais e microrganismos a cada ano, devido ao desmatamento criminoso e incontrolável.

A criação de gado é a principal causa do desflorestamento e o governo brasileiro o responsável por capitalizar e subsidiar as corporações multinacionais de criadores de gado e processamento de carne para a exportação. A agricultura comercial extensiva, principalmente a dedicada ao plantio da soja, tornou-se a segunda maior causa do desmatamento na Amazônia. Em seguida devemos responsabilizar a mineração extrativista, também capitalizada pelo governo, como o executor final da fauna e flora da floresta tropical.

DESMATAMENTO-FLORESTA-AMAZONICA

Atualmente, o único investimento em infraestrutura na área florestal da Amazônia limita-se a abertura de estradas para facilitar o acesso das indústrias extrativistas às áreas de mata virgem. Um crime ambiental épico e devastador perpetrado com a ajuda do governo que injeta subsídios bilionários e incentivos fiscais nestas multinacionais. Sob a ideologia neocapitalista do governo brasileiro a floresta amazônica recebeu sua sentença de extinção e, o governo, o título de responsável pela catástrofe ambiental.

Apesar da retórica nacionalista em favor da família agricultora brasileira, o atual governo têm estado entre os maiores promotores do agronegócio multinacional da história política. A maior fatia dos recursos do estado foi concedida à agricultura extrativista, aos financiamentos para as mega-fazendas e grandes proprietários rurais. Menos de 2% dos recursos disponibilizados foram destinados à agricultura familiar ou ao incentivo às soluções agroecológicas.

A violência latifundiária atingiu seu nível mais alto em doze anos, pois as corporações de criadores de gado e plantadores de soja exploram mais de 100 mil brasileiros sob condições análogas à escravidão. Os índios e camponeses são as maiores vítimas desta escravização. As mineradoras, os criadores de gado e os plantadores de soja são os responsáveis por desalojar as comunidades indígenas e expulsar os pequenos proprietários das suas terras, os novos párias sociais que advirão deste processo.



12 outubro 2013

BRASIL, O NEOCAPITALISTA EXTRATIVISTA - BRAZIL, THE EXTRATIVIST NEO-CAPITALIST


AMAZON-DEVASTATED

O Brasil foi o palco do maior retrocesso econômico da história mundial ao passar da dinâmica de uma industrialização ascendente para uma economia exportadora primária. A partir de 2002 começou a aprofundar-se o grande retrocesso e o Brasil acabou por tornar-se um exportador primário de commodities. As privatizações foram apoiadas e aprofundadas no governo Lula que abraçou as políticas monetárias restritivas e acordos subservientes com o Fundo Monetário Internacional.

As políticas neoliberais implementadas abriram as portas para a dominação das multinacionais dos agronegócios, capitaneadas pelas indústrias extrativistas e corporações financeiras guarnecidas por capital volátil. Os regimes Lula e Rousseff viabilizaram o "salto para trás" da economia brasileira ao permitirem que o capital estrangeiro e o extrativismo intenso fossem as forças condutoras e produtoras da economia do Brasil.

A dependência do Brasil das exportações de commodities iniciou-se com a entrada maciça no país das corporações multinacionais e pela infusão desmedida do capital especulativo, que tornaram-se a força para o crescimento do extrativismo intensivo que redundou na morte das indústrias de base do país. O setor exportador do Brasil beneficiou-se enormemente com a ascensão dos preços das commodities e o principal beneficiário foram as mega-indústrias agrícolas e as de mineração extensiva.

As exportações agro-minerais proporcionaram grandes receitas para o estado mas extraíram grandes subsídios, benefícios fiscais e lucros enormes para as multinacionais, em detrimento às necessidades fundamentais do povo brasileiro. A extrema dependência de um número limitado de commodities levou a um declínio agudo das forças produtivas e dos investimentos em inovações tecnológicas, especialmente aquelas que beneficiariam as indústrias de base.

AMAZONIA-DEVASTADA

Além disso, o Brasil tornou-se mais dependente do que nunca das exportações para a China. As importações chinesas de soja, a maior exportação agrícola do Brasil, e do minério de ferro, representam 50% das exportações do Brasil dos setores. A economia do Brasil tornou-se monocultural e dependente de um mercado muito limitado. O ferro é o minério de maior relevância neste comércio unilateral, representando 80% do total das exportações, o que revela uma crescente centralização do capital voltado para a economia extrativa.

Apesar da retórica nacionalista em favor da família agricultora brasileira, os governos Lula e Rousseff tornaram-se os maiores promotores do agronegócio de capital multinacional de toda a história política brasileira. A maior fatia de recursos do estado foi concedida à agricultura extrativa, aos financiamentos das mega-fazendas e para os grandes proprietários rurais. Menos de 2% dos recursos disponibilizados por esses governos foram destinados à agricultura familiar e ao incentivo às soluções agroecológicas.

As empresas multinacionais que capitalizaram-se com as políticas neoliberais de subsídios dos regimes Lula e Rousseff acabaram por dominar o setor do agrocombustível, o etanol, controlando cerca de 50% das indústrias do Cerrado e rapidamente invadindo e tomando conta da Floresta Amazônica. Atualmente 75% das terras do Cerrado são de propriedade das corporações multinacionais e a grande maioria das indústrias extrativistas estão concentradas nesta região.

Desde 2002  a vegetação da região do Cerrado, uma das regiões de savana mais ricas do mundo em diversidade biológica foi reduzida em 50%, ou seja, mais de 35 milhões de hectares devastados. O Brasil também perdeu 500 mil quilômetros quadrados de área florestal na Amazônica devido a concentração na região dos grandes latifúndios, assim como de empreendimentos multinacionais visando a criação de gado, a cultura da soja e a extração de madeira para a exportação.

AMAZON-DEFORESTATION

A criação de gado é a principal causa do desmatamento na Amazônia  e o governo o responsável pelo fato, ao capitalizar e subsidiar as corporações multinacionais de criadores de gado e processamento de carne para a exportação. A agricultura comercial intensiva, especialmente o plantio da soja, tornou-se o segundo maior contribuidor para o desmatamento da Amazônia depois da abertura das pastagens para a criação do gado de corte.

O principal investimento em infraestrutura na região foi a abertura de estradas para facilitar o acesso e escoamento dos produtos das indústrias, muitas vezes camufladas como cooperativas de criadores de gado, em áreas de mata virgem. Este crime ambiental épico e devastador foi perpetrado com o apoio dos multibilionários investimentos do governo, fornecido através de incentivos fiscais e subsídios para as multinacionais extrativistas.

Sob a égide do neocapitalismo dos governos socialistas do Lula e Rousseff, a serviço das indústrias multinacionais extrativistas, o desmatamento da Floresta Amazônica pode ser considerado como a maior catástrofe ambiental da história da humanidade.

Em 2012, a Comissão Pastoral da Terra divulgou que a violência comandada pelos dirigentes dos latifúndios atingiu seu nível mais alto. As corporações de criadores de gado e plantadores de soja exploraram mais de 50 mil brasileiros, geralmente índios despojados das suas terras e agricultores sem trabalho ou propriedade, sob condições análogas a escravidão. As principais ONGs internacionais afirmaram que na realidade o número é dez vezes maior, ou seja, 500.000 brasileiros são escravizados nos dias de hoje.

O setor de mineração é dominado pelo capital intensivo, isto é, gera poucos empregos e acrescenta pouco valor às divisas do Brasil através das exportações. A mineração extensiva no Brasil tem degradado os recursos minerais e extinguido aquíferos preciosos, inviabilizando a terra para a agricultura, poluindo e degradando o meio-ambiente, afetando inclementemente as comunidades locais, aniquilando comunidades indígenas e criando uma economia de excluídos e párias sociais.

BELOMONTE-DAM

O neocapitalismo floresceu e dominou durante os regimes Lula e Rousseff, obtendo lucros recordes no setor extrativista. Se estes governos ficaram "embevecidos" com o crescimento da mineradora multinacional "Vale Corporation", a maior destruidora dos recursos naturais do Brasil, outros não ficaram. Em 2002, o grupo de direitos humanos e ambientais "Public Eye" concedeu à Vale o título de pior corporação mundial.

A Vale Corporation é a indústria que representa o que há de pior no que diz respeito a degradação ambiental resultante do extrativismo em larga escala. Estudos técnicos revelaram que a construção da represa de Belo Monte, iniciada pela Vale e pelo governo brasileiro na região do afluente Xingu, causará devastação total de  áreas com biodiversidades únicas, extinguindo os animais da floresta e deslocando as tribos indígenas das suas terras.

Quando a economia agro-mineradora entra em estagnação, como agora acontece, e a carteira de investimentos declina, o capital multinacional intensifica sua pressão dentro da Amazônia com um terrível preço a ser pago pela população indígena e colocando em risco a sobrevivência da floresta tropical. Como solução, as comunidades indígenas começam a ser esmagadas e o chamado "genocídio silencioso" é posto em prática a fim de intensificar o crescimento e os lucros das indústrias extrativistas.

O ano de 2012 foi um dos piores para os povos indígenas segundo o "Conselho Indigenista Missionário". O número de incidentes violentos aumentaram 300% e mais de 60 territórios indígenas foram tomados por latifúndios, mineradoras e madeireiras, uma área 70% maior do que em 2011. O governo Rousseff "premiou" os índios com menos títulos de legalização de terra  do que qualquer outro governo no Brasil. A esta taxa levará um século para alcançar a titularidade  requisitada pelas comunidades indígenas.

ÍNDIOS-AMEAÇADOS

O investimento e apoio do governo a elite do agronegócio foi dez vezes maior do que o oferecido para a agricultura familiar, que representa aproximadamente 90% da força de trabalho rural e proporcionava no passado a maior parte dos alimentos para o consumo local. Os subsídios às multinacionais extrativistas foram quinze vezes maiores do que os fundos concedidos ao programa de redução da pobreza, o "Bolsa Família". A corrupção profunda conduziu a um vasto fosso entre os apregoados feitos do regime e a visível deterioração da experiência diária da grande maioria do povo brasileiro.

O mesmo fosso existe em relação às despesas para se preservar a Floresta Amazônica, as terras indígenas e para financiar os programas antipobreza. A ortodoxia econômica e a demagogia populista dos governos Lula e Rousseff não traduziram-se em mudanças estruturais substantivas nem implementaram uma reforma agrária ampla que beneficiasse os 10 milhões de trabalhadores rurais sem terra. Mas o crescimento geométrico dos lucros dos monopólios dos setores extrativistas claramente encheram os bolsos dos governos!

As conquistas políticas dos regimes Lula e Rousseff foram construídas sobre os frágeis fundamentos do modelo econômico extrativista financiado por subsídios e pelo capital externo, mas falharam em reconhecer os limites deste modelo e formular uma estratégia alternativa. Uma colcha de retalhos de propostas ineficientes e retórica anticorrupção não resolveram o problema básico de desafiar a concentração da riqueza, a corrupção e poder das elites das agro-indústrias, assim como dos feitores do sistema financeiro.

Em contraste com a riqueza da elite, a população sofreu um absoluto e agudo declínio nos serviços públicos e nas próprias experiências essenciais da vida cotidiana. A pequena ascensão do salário mínimo não compensa as 12 horas perdidas nas apinhadas salas de emergência dos hospitais públicos, nem os transtornos dos transportes irregulares e superlotados ou as ameaças contra a vida e insegurança, expressas nos 100 mil homicídios/ano. A alta de quase 50% no custo de vida, facilmente identificável, não reflete a inflação anunciada de 6% ao ano.

HOSPITAL-PÚBLICO-BRASIL

O número de camas para pacientes dos hospitais públicos declinou de 3,5 por 1000 brasileiros para 1,5 em dez anos, o segundo índice mais baixo do mundo segundo a "Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico", ou OCDE. As contratações de médicos nos hospitais financiados pelo setor público diminuíram, e as consequentes filas de espera para as internações e atendimentos somados a baixa qualidade do serviço prestado tornaram-se endêmicos, um pesadelo para qualquer ser humano.

Desde 2005, R$ 100 bilhões deixaram de ser investidos em obras e equipamentos hospitalares. Criticado pelas entidades de classe desde que anunciou o lançamento do Programa Mais Médicos, o governo atual não consegue usar com eficiência e conter o desvio do dinheiro disponível no orçamento destinado para a construção e melhoria dos hospitais e a compra equipamentos, justamente na área com os serviços mais deficitários para os brasileiros que estão sendo atendidos no chão e representam apenas estatísticas no caos instaurado na saúde pública.

A maior indignidade para aqueles que recebem a esmola de subsistência foi escutar que nesta atual sociedade eles são a "nova classe média" e que faziam parte da imensa transformação social que retirou 40 milhões da pobreza. É duro ouvir isto e ter que encarar horas de tráfego em trens e ônibus superlotados e, no dia seguinte, retornar para empregos cujo salário mensal não paga uma partida de tênis no clube de campo da elite. Os empobrecidos pais desta "nova classe média" enviam seus filhos para escolas decadentes, em ruínas, onde os professores mal pagos não conseguem trabalhar eficientemente.

Os responsáveis pelo orçamento dos governos Lula e Rousseff aprovaram sem questionamento verbas orçamentais bilionárias,  aparentemente destinadas a projetos sociais e de infraestrutura, mas apenas uma fração do total foi investido pois o restante foi desviado pelos corruptos do governos vigentes. Segundo a ONG "Contas Abertas" ao longo de um período de dez anos o Brasil gastou quase R$200 bilhões a fundo perdido, ou seja, em obras públicas que não foram concluídas ou que nunca deixaram uma prancheta de projetos e que tiveram as verbas desviadas.

RIOTS-BRAZIL

O governo atual comprometido com investimentos não produtivos de muitos bilhões de dólares tem poucas opções. O partido que domina o poder perdeu há muito a sua vanguarda de oposição ao sistema, pois agora é o próprio sistema que combateu no passado, porém imerso no maior descalabro da história política. Seus políticos são ligados e financiados por banqueiros além-mar e pelas elites das indústrias multinacionais extrativistas. Os líderes sindicais não querem mais visibilidade e escondem-se nas sombras protegendo seus feudos, suas deduções mensais automáticas e seus salários extravagantes se comparados ao de um trabalhador médio no Brasil.

O governo seguiu uma agenda elitista e conservadora, amortecida por uma política clientelista e paternalista que neutralizou a oposição durante um período de tempo extenso até que os protestos em escala nacional desmascararam a falsa fachada "progressista" do regime vigente. Os movimentos em massa nas cidades, construídos pela verdadeira classe média e seus irmãos mais pobres dos guetos, agora terão de encontrar novos instrumentos políticos para conseguirem ser ouvidos e atendidos.

Mas ao tomarem o caminho da "ação direta e firme" contra a corrupção, estes verdadeiros brasileiros deram o primeiro grande passo para recuperar a honra perdida e resgatar os direitos e bens que foram espoliados da população brasileira. Neste momento o gigante adormecido está apenas cochilando, mas mantém um olho bem aberto e atento aos saqueadores do dinheiro público.




16 dezembro 2012

FRATURAMENTO HIDRÁULICO, O CRIME PREMEDITADO - FRACKING, THE PREMEDITATED CRIME

fracking

O Brasil vai usar uma técnica proibida, destrutiva e anti-ambiental para extrair gás do xisto, inicialmente nos estados da Bahia e Minas Gerais. Em Minas, onde se localiza o maior complexo hidromineral do mundo, o estrago será avassalador.

Proibido em países europeus e em discussão nos Estados Unidos, o fraturamento hidráulico ou fracking é alvo de polêmica por causa dos danos ambientais decorridos ao se retirar o gás do xisto betuminoso.

As principais preocupações referem-se à contaminação de lençóis freáticos, à degradação da saúde da população e ao aumento da incidência de terremotos.

O fracking altera a composição e a distribuição nos materiais do solo, e os efeitos destas mudanças não são imediatos, pois podem apresentar-se após horas, dias, semanas ou meses após a abertura de um novo poço.

O fraturamento hidráulico ou fracking, é uma técnica para extrair o gás das rochas de xisto, "shale gas". O xisto betuminoso é uma rocha sedimentar formada sob temperaturas e pressões elevadas, contendo matéria orgânica em seu meio mineral.

Basicamente, o processo envolve a injeção de água, areia e produtos químicos sob enorme pressão em um poço, e de pequenas explosões que rompem a zona rochosa de xisto para liberar os depósitos de gás aprisionados.

Desta forma, a rocha fica fraturada e a pressão da "lama" composta de areia, água e químicos, aumenta as fissuras e o gás é liberado. Uma vez extraído o gás, o buraco é preenchido com areia, cascalho e cimentado.

fracking

O estado americano do Arkansas, longe de qualquer zona sísmica, tinha um histórico de zero terremotos. Em 2010 os terremotos foram mais de 600 por ano. E a situação piora com o passar do tempo.

Desde setembro de 2010 até março de 2011 houve 750 sismos na cidade de Greenbier, perto da capital Little Rock. Em 28 de fevereiro de 2011 houve 8 terremotos em 4 horas. Greenbier fica no meio da "Terra do Gás" ou Gasland, uma imensa região alvo do fracking para a extração de gás.

Perto de 100% dos terremotos, desde 2009 até hoje, aconteceram num raio de 6 quilômetros dos poços de gás. Simples coincidência? Após a perfuração começar em Cleburne, Texas, a cidade experimentou mais terremotos em oito meses do que nos 30 anos anteriores combinados.

O descarte da lama ou lodo residual resultante da perfuração através da injeção subterrânea, foi recentemente conectada ao flagelo de mais de 800 dos terremotos em Arkansas.

O relatório geológico americano cita uma "correlação direta" entre os terremotos, os locais de perfuração dos poços e a eliminação de resíduos através da injeção subterrânea.

Estes poços de injeção subterrânea são denominados "poços de reinjeção" e são profundos, 3.000 metros em média. São utilizados para despejar grandes quantidades de lama tóxica resultante das operações de extração do gás.

Após o tremor de terra em 31 de dezembro, as autoridades do Ohio, EUA, decidiram interromper todas as operações de extração, em particular a reinjeção de lama em cinco poços. Segundo os dados oficiais, desde setembro até dezembro de 2011, nestes poços foram injetados 1.000 milhões de litros de produtos químicos nocivos à saúde humana e ambiental.

fraturamento-hidráulico

A extração de gás sofreu uma transformação tecnológica significativa na década de 1990, quando os operadores começaram usar a perfuração horizontal, técnica desenvolvida para a extração de petróleo, combinada com o fraturamento hidráulico.

A nova técnica foi denominada "High Volume Slickwater Hydraulic Fracturing" e vem transformando o escopo geral da extração de gás, desperdiçando quantidades sem precedentes de água e acrescentando enormes quantidades de aditivos químicos durante a perfuração.

Água, areia e produtos químicos, são injetados dentro do poço sob pressão extremamente alta. Os produtos químicos contidos no fluido ou lama injetados no poço, incluem redutores de fricção, surfactantes, inibidores de corrosão, biocidas, estabilizantes e lubrificantes que executam uma série de funções, como prevenir acúmulos no poço e permitir a passagem suave do gás pela rocha.

A areia e o coquetel químico, sob altíssima pressão, são usados para abrir as fissuras criadas na rocha de xisto após explosões programadas, permitindo o livre fluxo do gás liberado. O gás, misturado com restos do fluido injetado no poço, flui para a superfície onde é recuperado para processamento.

Cerca de 50% da lama ou fluido injetados na perfuração permanecerá no subsolo, e outra parte da lama contaminada continuará na superfície, em reservatórios de contenção até 20 ou 30 anos, durante a vida do poço.

Após seu fechamento, a lama tóxica estocada será descartada, terminando o "trabalho" de arruinar o meio-ambiente, contaminando as fontes, os lençois aquíferos e destruindo a saúde da população.

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Os requisitos de enormes volumes de água para a perfuração e a poluição inevitável devido aos aditivos químicos e contaminantes, representam uma séria ameaça aos recursos hídricos.

A remoção de bilhões de litros de água das bacias hidrográficas, rios, riachos, lagos e aquíferos subterrâneos que fornecem a água de que todos nós precisamos para sobreviver, é motivo suficiente para fazermos uma pausa e pensarmos sobre a confiabilidade desta prática para extrair gás da rocha de xisto.

Os fluidos excedentes do fraturamento hidráulico são conhecidos por conter inúmeras substâncias tóxicas. Investigações recentes revelaram que as empresas de prospecção estão usando ilegalmente o combustível diesel.

Essas empresas violaram o acordo com as autoridades sobre a proibição do uso de diesel em perfurações nos EUA. O óleo diesel contém benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno, compostos tóxicos denominados BTEX. O benzeno é um carcinogênico conhecido derivado da exposição ao tolueno. Etilbenzeno e xileno podem causar danos ao sistema nervoso central, fígado e rins.

Um relatório do grupo de trabalho ambiental identifica outros destilados de petróleo usados no fraturamento hidráulico semelhantes ao gasóleo, que tem 93 vezes mais benzeno do que o diesel, mas não se enquadram no âmbito de qualquer regulamento.

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O fracking é também conhecido por trazer para a superfície os metais pesados e substâncias radioativas das rochas, sob a forma de lama excedente no processo de extração. Em um poço típico, isso poderá equivaler a um volume de 34.000 litros de produtos químicos.

Foram identificados 944 produtos químicos associados ao processo de fraturamento hidráulico, e metade deles tinha sua composição indisponível devido à ocultação das informações liberadas para as autoridades.

Os pesquisadores estabeleceram que os níveis de metano, etano, propano, butano e outros hidrocarbonetos aumentaram de forma preocupante nas reservas naturais de água, nas proximidades dos poços de fraturamento hidráulico, uma situação que abrange 100% das águas subterrâneas nas zonas do fracking.

A inédita ocorrência de terremotos em Minas Gerais é consequência direta da extração do gás do xisto,  utilizando-se a técnica do fraturamento hidráulico. Criminosamente, sem o conhecimento da população, o fracking foi implementado pelo governo federal naquele Estado, assim como em outras regiões do Brasil sujeitas ao extrativismo desenfreado.