01 dezembro 2012

DEFESA MEDIANTE A NÃO-RESISTÊNCIA - DEFENSE BY NON-RESISTANCE


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Na atualidade, muitos Cristãos professos criticam os primeiros Cristãos por não pegarem em armas e defenderem a seu país. Curiosamente, os pagãos os criticavam da mesma maneira, porque se negavam a defender o Império Romano com a espada.

Em resposta a estes críticos pagãos, Orígenes escreveu: "Nossas orações derrotam a todos os demônios que provocam a guerra. Esses demônios também fazem que as pessoas violem seus juramentos e perturbem a paz. Por conseguinte, desta maneira, nós somos bem mais úteis aos reis do que aqueles que vão ao campo de batalha para lutar por eles".

A completa dependência de Deus funcionou! Tal dependência teve resultados poderosos. Trouxe consigo o mais longo período de paz que já existiu no mundo mediterrâneo desde o começo da civilização. Se pôde funcionar lá, contra todos os partidários da guerra do mundo mediterrâneo antigo, também teria funcionado para deter a Hitler. Na realidade, Hitler nem sequer teria chegado ao poder.

Mas alguém poderia objetar: "Você nunca ouviu dizer a única coisa necessária para o mal prevalecer é os homens bons não fazerem nada?" Ah, isso é exatamente a essência de todo o problema. Apesar de nossas palavras piedosas sobre a fé e a confiança, a verdade é que a maioria dos Cristãos considera o recurso da oração como algo equivalente a não "fazer nada".

Quer admitam ou não, a maioria dos Cristãos acha que se não pegarem em armas para deter o mal, nenhuma outra coisa o deterá. Mas, e se hoje todos os que afirmam ser Cristãos vivessem de uma maneira não-resistente, amando a seus inimigos? E se a Igreja toda, sinceramente pusesse sua fé em Deus como o Protetor do gênero humano, e realmente acreditasse na eficácia da oração?

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A Igreja fez isto nos três primeiros séculos, e o resultado foi paz no mundo em que viviam. Se todos os Cristãos se apegassem aos ensinamentos de Jesus, talvez não houvesse guerras. Este não é um sonho infundado. A Pax Romana assim o demonstrou.

A Pax Romana é o nome dado pelos historiadores seculares ao período de paz desfrutado pelo Império Romano de 27 a.C. até 180 d.C. Foi o período mais pacífico que o Império Romano conheceu! Para melhor dizer, foi o período de paz mais longo que o mundo mediterrâneo conheceu desde o começo da civilização européia até os nossos dias.

Durante a Pax Romana, o Império não sofreu uma única invasão bem-sucedida de suas fronteiras. Houve uns poucos motins nacionais, como os dos judeus. Mas não houve guerras civis entre os romanos. Não tenhamos a menor dúvida de que teríamos uma nova Pax Europa ou Pax Americana se a Igreja e os Cristãos fizessem o mesmo hoje.

O mal nunca poderá ser derrotado com o mal, como também nenhum erro pode se corrigir com outro erro. O mal não pode ser jogado fora pelos meios de satanás. Seguir os ensinamentos de Cristo é a única resistência eficaz contra o mal. Alguns Cristãos sustentam que pagar mal por mal como indivíduos é incorreto.

No entanto, se o fizermos sob a autoridade do Estado, não violaremos o ensinamento de Jesus. Quantos homens são necessários para transformar um crime numa virtude? Quantos são necessários para anular os mandamentos de Deus e tornar legítimo algo que ele proibiu? Quantos são necessários para metamorfosear a maldade em justiça?

Um homem sozinho não deve matar. Se o fizer, comete  assassinato. Dois, dez, cem homens não devem matar. Se o fizerem, continua sendo assassinato. Mas um estado ou país pode matar a tantos que desejar, e não é assassinato. É justo, necessário, louvável. É só conseguir bastante pessoas que estejam de acordo, e a matança de milhares de seres humanos é perfeitamente justificável.

Mas, quantos são necessários? Essa é a pergunta. O mesmo se dá como o furto, o roubo, o arrombamento e todos os outros delitos. O sequestro é um grande delito para um homem ou para uns poucos homens. Mas uma nação inteira pode fazê-lo, e o ato não só se torna inocente, mas também altamente honrável.

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De modo que a nação como um todo pode roubar em grande escala e perpetrar uma pilhagem numa cidade por meio do poder militar, sem cometer delito. Eles podem fazer todas estas coisas com  impunidade, e convocar os ministros da religião para que orem por eles. Verdadeiramente há uma magia nas grandes quantidades! A multidão soberana pode passar por cima das leis de Deus, pelo menos em sua própria presunção. Mas quantos são necessários?

Se o Estado me ordenasse a adorar ídolos, seria correto? Em outras palavras, seria errado eu adorar ídolos como indivíduo, mas por outro lado, seria completamente correto adorá-los sob a autoridade do Estado? Seria errado praticar a adivinhação como indivíduo, mas aceitável se o fizesse sob a autoridade do Estado?

Seria pecado se eu cometesse adultério como indivíduo, mas correto se o Estado me ordenasse a cometê-lo? O divórcio incorreto para mim como indivíduo, mas completamente legítimo se o Estado me autorizar a me divorciar de meu cônjuge?

Suponhamos que um Cristão viva num país onde o governo obriga às mulheres a praticar abortos para o bem do país. Talvez o país esteja superpopulado e o governo decide que a melhor maneira de frear a superpopulação é mediante a redução da taxa de natalidade. Seria, pois, lícito que uma mulher Cristã assassinasse o seu bebê por meio de um aborto? Se não é, que diferença há quando o mesmo governo ordena a seus cidadãos que vão à guerra e assassinem os outros?

Quando Jesus deu seus mandamentos sobre a não-resistência e o amar a nossos inimigos, será que fez alguma distinção entre as ações iniciadas pelos indivíduos e as ações respaldadas pelo Estado? De jeito nenhum.

A verdade é que seu ensinamento estava substituindo uma lei do Antigo Testamento que em si estava relacionada às ações do Estado, não às pessoais. E o ensino de Jesus substituiu essa regra. Como você recordará, Jesus começou sua mensagem sobre a não-resistência dizendo: "Ouvistes que foi dito, olho por olho e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal".


JESUS CRISTO NÃO ERA JUDEU 




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