O Padre polonês Michael Keller, de 72 anos, doutor em cosmologia e um dos mais conceituados cientistas neste campo, é também um dos mais renomados teólogos de seu país. Ganhou um dos maiores prêmios já dados em Nova York pela Fundação Templeton, instituição que reune pesquisadores de todo o mundo.
Padre Michael foi o pioneiro na formulação de uma nova teoria que começa a ganhar corpo em toda a Europa. A "Teologia da Ciência", que une Deus e a ciência. Os seus trabalhos abordam a questão da origem do universo, sobre aspectos avançados da teoria geral da relatividade, da mecânica quântica e da geometria não-comutativa.
Ele afirma que: "Ao questionar a causalidade primeira, não estamos apenas falando de uma causa como qualquer outra. Estamos nos perguntando sobre a raiz de todas as possíveis causas. Invariavelmente eu me pergunto como pessoas educadas podem ser tão cegas, para não ver que a ciência não faz nada além de explorar a Criação de Deus".
Ele rejeitou a ideia de que religião e ciência são contraditórias: "A ciência nos dá o conhecimento, e a religião nos dá o sentido. Ambos são pré-requisitos para uma existência decente". Ele montou a sua metodologia a partir do chamado "deus dos cientistas", o Big Bang, a grande explosão de um átomo primordial que teria originado tudo aquilo que compõe o Universo.
Como explicar a formação de algo que está além da compreensão do homem? Analisando essas questões, que abrem lacunas na ciência, ele afirma a possibilidade de encontrarmos Deus nos conceitos da física quântica, onde se estuda a relação dos átomos.
Dependendo do pólo de atração, um determinado átomo pode atrair outro e, assim, Deus e ciência também se atraem. "Se a ciência tem a capacidade de atrair algo, esse algo inexoravelmente existe. A ciência nos dá o conhecimento do mundo e a religião nos dá o significado", acrescenta Michael Keller.
Ele argumenta: "Em todo processo físico há uma sequência de estados. Um estado precedente é uma causa para outro estado que é seu efeito. E há sempre uma lei física que descreva esse processo. Mas o que existia antes desse átomo primordial?"
Essas questões, sem respostas pela física, encontram um ponto final na religião, ou seja, encontram Deus.
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