Brincavam os três videntes na Cova da Iria quando observaram dois clarões como de relâmpagos, após os quais viram a Mãe de Deus sobre a azinheira. Era “uma Senhora vestida toda de branco, mais brilhante que o sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente”, descreve Lúcia.
Sua face, indescritivelmente bela, não era “nem triste, nem alegre, mas séria”, com ar de suave censura. As mãos juntas, como a rezar, apoiadas no peito e voltadas para cima. Da mão direita pendia um rosário. As vestes pareciam feitas só de luz. A túnica era branca, e branco o manto, orlado de ouro, que cobria a cabeça da Virgem e Lhe descia aos pés.
Não se Lhe viam os cabelos e as orelhas. Os traços da fisionomia, Lúcia nunca pôde descrevê-los, pois foi-Lhe impossível fitar o rosto celestial, que ofuscava. Os videntes estavam tão perto de Nossa Senhora, a um metro e meio de distância, mais ou menos ,que ficavam dentro da luz que A cercava, ou que Ela espargia.
O SOL "DANÇOU"
O sol nasce, mas o céu ameaça tormenta. As nuvens negras acastelam-se precisamente sobre as bandas de Fátima. Pelas dez horas, o tempo fecha totalmente e não tardou para que chovesse forte.
O ponto da charneca em Fátima onde a Virgem aparecera aos pastorezinhos, no povoado de Aljustrel, é passagem da estrada que corre para Leiria, e ao longo da qual se postaram os veículos e carroças, que para lá conduziram os peregrinos. Milhares de pessoas viajaram quilômetros para se juntaram aos fiéis vindos de várias províncias, a multidão era impressionante.
E os pastorezinhos? Lúcia, de 10 anos, a vidente, e os seus pequenos companheiros, Francisco, de 9, e Jacinta, de 7, ainda não chegaram. A chuva caia incessantemente, mas ninguém sairia do local. Carros com retardatários chegam à estrada.
Grupos de freis ajoelham-se na lama. Muitos romeiros em êxtase e comovidos, em cujos lábios secos a prece paralisou, e todos parecem sentir o sobrenatural.
Era 1h30 da tarde, quando surgiu no lugar exato onde estavam as crianças, uma coluna de névoa, fina, delicada e azulada, que se estendia talvez uns dois metros por cima das suas cabeças e se evaporava a essa altura.
Este fenômeno, perfeitamente visível a olho nu, durou uns segundos. A névoa dissipou-se repentinamente, e depois de algum tempo, voltou a aparecer uma segunda vez, e depois uma terceira.
Este fenômeno, perfeitamente visível a olho nu, durou uns segundos. A névoa dissipou-se repentinamente, e depois de algum tempo, voltou a aparecer uma segunda vez, e depois uma terceira.
Nesta hora, Lúcia afirma que a Senhora lhe falou mais uma vez, e o céu, ainda tenebroso, começa de súbito a clarear, e a chuva para, o sol vai inundando de luz a paisagem, que a manhã chuvosa de inverno tinha tornado mais triste.
A manifestação miraculosa, o sinal visível anunciado, está prestes a produzir-se, asseguram muitos romeiros.
Então assiste-se a um espetáculo único e inacreditável! Toda a imensa multidão volta-se para o sol. O astro lembra uma placa de prata fosca e é possível fitar-lhe sem o mínimo esforço: "Não queima, não cega!" Um alarido colossal se levanta, os espectadores começam a gritar: Milagre, milagre! Maravilha, maravilha!
E, diante aos olhos deslumbrados daquele povo, cuja atitude nos transporta aos tempos bíblicos, e que, pálidos de assombro, encaravam o azul, o sol tremeu!
O sol efetuou movimentos repetidos, além de todas as leis cósmicas! O SOL "DANÇOU"! Segundo a típica expressão dos camponeses. Então, de repente, ouviu-se um clamor, um grito de medo vindo de todos os lados.
O sol, girando loucamente, parecia de repente soltar-se do firmamento e, vermelho como o sangue, avançar sobre a terra como se fosse esmagar o povo com o seu peso enorme e abrasador!
Todos perguntavam uns aos outros o que viram. Várias pessoas afirmaram terem visto o sol tremer e "dançar", outros porém, declaram ter visto o rosto risonho da própria Virgem, juram que o sol girou sobre si mesmo como uma roda de fogo de artifício, e que o sol desceu quase ao ponto de queimar a terra com os seus raios. Há quem diga que o viu mudar sucessivamente de cor!
Ainda há pessoas que se não se convertem diante de tão magnífico milagre!
Em de outubro de 1918, Francisco e Jacinta adoeceram, quase ao mesmo tempo. Indo visitá-los, Lúcia encontrou Jacinta no auge da alegria.
Jacinta explicou-lhe a causa: "Nossa Senhora veio-nos ver, e disse que vem buscar o Francisco muito breve para o Céu. E a mim perguntou se queria ainda converter mais pecadores. Disse-lhe que sim. Disse-me que ia para um hospital, e que lá sofreria muito. Que sofresse pela conversão dos pecadores, em reparação dos pecados contra o Imaculado Coração de Maria, e por amor de Jesus. Perguntei se tu ias comigo. Disse que não. Isto é o que me custa mais. Disse que ia minha mãe levar-me, e, depois, fico lá sozinha!"
Durante a doença dos dois videntes, Lúcia visitava-os frequentemente. Conversavam então longamente sobre os acontecimentos de que tinham sido protagonistas.
Certa vez Jacinta comentou: "Já me falta pouco para ir para o Céu. Tu ficas aqui para dizer que Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Imaculado Coração de Maria. Quando for para dizeres isso, não te escondas, diz a toda a gente que Deus nos concede as graças por meio do Coração Imaculado de Maria, e que as peçam a Ela, que o Coração de Jesus quer, que a seu lado, se venere o Coração Imaculado de Maria. Que peçam a paz ao Imaculado Coração de Maria, que Deus entregou a Ela. Se eu pudesse meter no coração de toda a gente, o fogo que tenho dentro no peito, a queimar-me e fazer-me gostar tanto do Coração de Jesus e do Coração de Maria!"
Em fins de dezembro de 1919, Nossa Senhora apareceu novamente à Jacinta, que assim relatou o fato à prima: "Disse-me que vou para Lisboa, para outro hospital, que não te torno a ver, nem a meus pais, que depois de sofrer muito, morro sozinha, mas que não tenha medo, que Ela vai lá me buscar para o Céu".
No dia 13 de fevereiro de 2005, Nossa Senhora chamou a Si a Irmã Lúcia, aos 97 anos de idade. A notícia comoveu o mundo e fez afluir uma multidão incalculável ao Carmelo de Coimbra, o que representava uma espera de mais de três horas para desfilar diante dos despojos mortais da vidente.
O fato era cheio de significado: a última testemunha das aparições encerrava sua missão neste mundo. Um fiel exprimiu o sentimento geral com as seguintes palavras: "Agora eu me sinto só. É como se uma proteção que eu tinha tivesse desaparecido. Eu sinto necessidade de rezar pelo mundo".
No ano seguinte, no dia 19 de fevereiro de 2006, cem mil peregrinos de todas as partes de Portugal e de pelo menos doze países, acompanharam comovidos a cerimônia de trasladação dos restos mortais da vidente, para a Basílica de Fátima.
Ali, há muito lhe estava preparado um lugar, no lado esquerdo do transepto, alinhado com a sepultura da Beata Jacinta. Simetricamente, do outro lado do transepto, repousam os restos mortais do Beato Francisco.
Como a dos dois outros videntes, a lápide da Irmã Lúcia diz, singelamente: "Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado, A quem Nossa Senhora apareceu".
1 comentários:
No livro das memórias da irmã Lúcia a Virgem Maria solicitou em 13/ 6 de 1929 a Consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração, prometendo salvá-la por este meio...
Mais tarde, por meio duma comunicação íntima Nossa Senhora queixou-se nestes termos:
"- Não quiseram atender ao Meu pedido!...Como o rei da França, arrepender-se-ão, mas será tarde. A Rússia terá já espalhado os seus erros pelo mundo, provocando guerras, perseguições à igreja; O Santo Padre terá muito que sofrer".
A referência que a Virgem Maria fez na locução ao rei da frança foi que em 1689 , um ano antes de morrer, Santa Margarida Maria tentou, por vários meios e iniciativas, fazer chegar ao Rei Luís XIV da França, uma mensagem do Sagrado Coração de Jesus com três pedidos...
Um século mais tarde , a família real responderia, na medida do possível, a esta mensagem na prisão do Templo, mas para a providência Divina , era já tarde: Luís XVI foi guilhotinado em 21 de Julho de 1793.
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