(Cont.)
506) Que vêm a ser os deveres do próprio estado?
Por deveres do próprio estado entendem-se aquelas obrigações particulares que cada um tem por causa do seu estado, da sua condição e da situação em que se acha.
507) Quem impôs aos diversos estados os seus deveres particulares?
Foi o mesmo Deus que impôs aos diversos estados os deveres particulares, porque estes derivam dos seus Divinos Mandamentos.
508) Explicai-me com algum exemplo como os deveres particulares derivam dos Dez Mandamentos.
No quarto Mandamento, sob o nome de pai e mãe, entendem-se também todos os nossos superiores; assim deste Mandamento derivam todos os deveres de obediência, de amor e de respeito dos inferiores para com os seus superiores e todos os deveres de vigilância que têm os superiores sobre os seus inferiores.
509) De que Mandamentos derivam os deveres dos operários, dos comerciantes, dos administradores de bens alheios e outros semelhantes?
Os deveres de fidelidade, de sinceridade, de justiça, de equidade, que eles têm, derivam do sétimo, do oitavo e do décimo Mandamento, que proíbem toda a fraude, injustiça, negligência e duplicidade.
510) De que Mandamento derivam os deveres das pessoas consagradas a Deus?
Os deveres das pessoas consagradas a Deus derivam do segundo Mandamento, que manda cumprir os votos e as promessas feitas a Deus; uma vez que essas pessoas se obrigaram desta forma à observância de todos ou de alguns conselhos evangélicos.
511) Que são os conselhos evangélicos?
Os conselhos evangélicos são alguns meios sugeridos por Jesus Cristo no Santo Evangelho, para chegar à perfeição Cristã.
512) Quais são os conselhos evangélicos?
Os conselhos evangélicos são: pobreza voluntária, castidade perpétua e obediência inteira, em tudo o que não seja pecado.
513) Para que servem os conselhos evangélicos?
Os conselhos evangélicos servem para facilitar a observância dos Mandamentos e para assegurar melhor a salvação eterna.
514) Por que os conselhos evangélicos facilitam a observância dos Mandamentos?
Os conselhos evangélicos facilitam a observância dos Mandamentos, porque nos ajudam a desapegar o coração do amor dos bens terrenos, dos prazeres e das honras, e assim nos afastam do pecado.
515) De que trata a quarta parte da Doutrina Cristã?
A quarta parte da Doutrina Cristã trata dos Sacramentos.
516) Que se entende pela palavra “Sacramento”?
Pela palavra Sacramento entende-se um sinal sensível e eficaz da graça, instituído por Jesus Cristo, para santificar as nossas almas.
517) Por que chamais aos Sacramentos sinais sensíveis e eficazes da graça?
Chamo aos Sacramentos sinais sensíveis e eficazes da graça, porque todos os Sacramentos significam, por meio de coisas sensíveis, a graça divina que eles produzem na nossa alma.
518) Explicai com um exemplo como os Sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça.
No Batismo, o ato de derramar a água sobre cabeça da pessoa, e as palavras: Eu te batizo, isto é, eu te lavo, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, são um sinal sensível do que o Batismo opera na alma; porque assim como a água lava o corpo, assim a graça, dada pelo Batismo, purifica a alma, do pecado.
519) Quantos e quais são os Sacramentos?
Os Sacramentos são sete, a saber: Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Extrema-Unção, Ordem e Matrimônio.
520) Quantas coisas se requerem para fazer um Sacramento?
Para fazer um Sacramento requerem-se a matéria, a forma, e o ministro, que tenha intenção de fazer o que faz a Igreja.
521) Que é a matéria dos Sacramentos?
A matéria dos Sacramentos é a coisa sensível que se emprega para os fazer; como, por exemplo, a água natural no Batismo, o óleo e o bálsamo na Confirmação.
522) Que é a forma dos Sacramentos?
A forma dos Sacramentos são as palavras que se proferem para os fazer.
523) Quem é o ministro dos Sacramentos?
O ministro dos Sacramentos é a pessoa que faz ou confere os Sacramentos.
(Continua)
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