Milhares de cometas escuros representam uma séria ameaça invisível para a Terra. Um cometa escuro é aquele que perdeu sua brilhante cobertura de gelo, deixando aparente a empoeirada crosta interna que reflete apenas uma pequena fração da luz.
Como ele não brilha, um cometa escuro em curso de colisão com a Terra poderia facilmente escapar a detecções até que o desastre se complete. Vários cometas "periódicos", que levam dezenas de anos para completar uma órbita em torno do sol, são do tipo escuro.
A taxa de passagem de cometas brilhantes pelo sistema Solar deveria ser em torno de 5.000 orbitando ao redor do Sol, mas apenas 25 foram detectados até hoje. Milhares podem estar invisíveis à detecção porque são muito escuros, desta forma representando a maior e mais séria ameaça de extermínio da vida no planeta.
No entanto, alguns cientistas acreditam que o cometa escuro pode ter uma boa absorção da luz solar e portanto pode ser encontrado pelo seu calor irradiado. Mas são meras especulações que não correspondem à real capacidade de detecção de objetos próximos da Terra empreendida pela NASA.
Em 1983, o cometa IRAS-Araki-Alcock passou pela Terra a uma distância de 5 milhões de quilômetros, a maior aproximação de um cometa em 200 anos. Com apenas 1% de sua superfície ativa e refletindo luz, foi detectado somente duas semanas antes da sua chegada. Se viesse na direção da Terra só saberíamos uma semana antes do fim, se nos informassem a tempo.
Pesquisas sugerem que os cometas deslocam-se em direção à Terra quando o sistema solar passa periodicamente no meio do plano galáctico. A data destas passagens parece coincidir com a das antigas crateras de impacto na Terra, sugerindo que elas foram causadas por cometas e não por asteroides.
Alguns cometas aparecem regularmente, como o cometa Halley, outros originam-se da distante nuvem de Oort, um berçário de cometas a cerca de um ano-luz do sol. Alguns completam suas órbitas em 1 milhão de anos e são mais difíceis de se prever ou detectar, especialmente se estão muito longe do sol para desenvolver uma cauda de cometa, característica do derretimento da sua superfície gelada.
Os cometas escuros não formam a coma, fluxos de poeira e gás liberados em torno do cometa, nem a cauda. Esta cauda ionizada, feita de gases, direciona-se opostamente ao Sol, pois o gás ionizado é afetado pelo vento solar, seguindo as linhas dos campos magnéticos em vez de uma trajetória orbital. A paralaxe das visualizações da Terra pode fazer com que as caudas apontem para direções diferentes.
A cada ano, asteroides com diâmetros de 10 metros ou mais atingem a atmosfera terrestre com tanta energia quanto a da bomba atômica de Hiroshima, 15 quilotons, e explodem na atmosfera superior. Objetos com diâmetros superiores a 50 metros produzem explosões comparáveis ao evento de Tunguska, em 1908 na Sibéria, quando a queda de um objeto provocou uma grande explosão e devastou uma área de milhares de quilômetros quadrados.
As quedas destes objetos deveriam ser avistadas com frequência, mas a maior parte ocorre nos oceanos ou geralmente os objetos, ao entrarem na atmosfera, explodem a grandes altitudes resultando em um imenso clarão e "trovoada", sendo interpretados como condições climáticas adversas.
Durante a realização de um programa para descobrir objetos próximos da Terra, Carolyn Shoemaker, Eugene Shoemaker e David H. Levy descobriram o cometa Shoemaker-Levy 9 na noite de 24 de março de 1993.
Ele foi o nono cometa de curto período, um cometa que tem um período orbital de 200 anos ou menos, e recebeu o nome dos descobridores. Seu impacto em Júpiter criou uma mancha escura de cerca de 12.000 km de diâmetro, e estima-se que tenha liberado energia equivalente a 6.000.000 de megatons de TNT, 600 vezes todo o arsenal nuclear do mundo. Se um cometa atingir o oceano, as regiões costeiras serão dizimadas por tsunamis maciços.
Caso atinja um continente, vai exterminar toda a vida por milhares de quilômetros. Poeira e gases serão expulsos para a atmosfera, bloqueando o sol por meses ou anos. A temperatura vai cair e a Terra entrará na "idade do gelo", onde o gelo e as temperaturas negativas prevalecerão. Plantas, animais e muitas pessoas vão morrer, incapazes de lidar com as súbitas mudanças no clima da Terra.
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