08 março 2013

DESVENDANDO O APOCALIPSE - UNVEILING THE APOCALYPSE - 1ª PARTE

Apocalipse

Derivado da palavra grega apokalupsis, o apocalipse significa "revelação". O livro tem este título por causa do seu primeiro capítulo e também por causa do seu conteúdo. O Apocalipse foi o último livro Bíblico, escrito por volta do ano 95 d.C.

Nesta época o imperador era o cruel Domiciano, que nutria um ódio mortal pelos Cristãos. Foi escrito por João, o apóstolo, quando esteve exilado na ilha de Patmos devido à perseguição aos Cristãos imposta pelo imperador romano Domiciano, que não aceitava a pregação do Evangelho no mundo.

A partir do seu capítulo IV, todo o texto do Apocalipse trata do futuro, e de certa forma complementa o livro do profeta Daniel. Em seu cárcere, as visões de João foram assustadoras e ao mesmo tempo animadoras.

Sua rica simbologia mostrava o Império Romano como um terrível animal de sete cabeças e dez chifres, e o seu sucessor como um touro com chifres de cordeiro executando a "grande tribulação", período já iniciado com o cerco e a destruição de Jerusalém.

Após a tribulação, serão derrotados pelo "Cordeiro de Deus", Jesus Cristo, o Salvador. Mesmo dizimados pela espada, lançados aos leões, crucificados e sofrendo todos os tipos cruéis de morte, os Cristãos se multiplicaram e o Cristianismo foi tão convincente que conseguiu a conversão do imperador romano Constantino, no século IV.

O gênero literário apocalíptico foi implementado pelos hebreus nos dois séculos anteriores e posteriores a Jesus Cristo. Sua origem deve-se ao fato de que os profetas deste povo foram escasseando após seu exílio na Babilônia, em 587 a 538 a.C., dado que os últimos profetas bíblicos foram, Ageu, Malaquias e Zacarias, nos séculos VI e V a.C.

Apocalipse

O profeta Daniel foi levado ainda muito jovem para Babilônia, quando esta derrotou de vez os hebreus e levou muitos deles para o cativeiro. Na Babilônia, Daniel teve várias visões sobre o fim dos tempos.

As páginas mais tipicamente apocalípticas do Antigo Testamento foram escritas por Daniel, descrevendo os acontecimentos que se desenrolaram desde o domínio persa no século VI a.C. até o domínio sírio no século II a.C.

Em suas visões são representados os reis persas, macedônios, egípcios e sírios, que imperaram sobre o povo hebreu até Antíoco IV, em 175 a 164 a.C. Para esta época, Daniel anuncia a intervenção final de Deus e a salvação a ser trazida pelo Messias.

Não é fácil entender o Apocalipse, visto que utiliza exuberante simbolismo e coloca o leitor diante de um cenário cósmico, que conjuga o Céu e a Terra. Estes parâmetros diferenciam as profecias dos textos apocalípticos.

A profecia é sempre revelada em nome de Deus, mas nem sempre visa o futuro. Refere-se muitas vezes a situações do presente, procurando alertar o ser humano sobre sua indiferença religiosa ou hipocrisia na vida, levando-o a uma conduta moral mais digna e correta. A profecia tem um caráter moralizante, válido para os contemporâneos ou voltado para o futuro escatológico.

Ao contrário, no Apocalipse, a índole moralizante desaparece quase por completo, e o que preocupa o autor sagrado são os acontecimentos finais da história, que redundarão na derrota definitiva dos maus e na salvação para os bons.

As visões, os sonhos e os símbolos  tornam-se o elemento dominante na forma literária do Apocalipse. Seus escritos nos revelam que, por ocasião da volta gloriosa de Jesus, o anticristo e seus exércitos serão derrotados.

Apocalipse

O profeta do Novo Testamento, João, descreve que após a derrota do anticristo e do falso profeta, por ocasião da segunda vinda de Jesus, satanás será preso e amarrado por mil anos. Positivamente, vivemos perto do fim daquilo que o Apocalipse chama de "mil anos".

Este milênio começou em Pentecostes e terminará quando o tempo e a história terminarem. Cristo retornará pessoalmente, chamará os mortos dos sepulcros e dos mares, julgando todos os homens de acordo com suas obras.

Jesus deixou este mundo alertando Seus discípulos para que aguardassem o Seu retorno glorioso. Não indicou, porém, nem o dia nem a hora da Sua volta, mas que vigiassem e orassem em santa expectativa. Porém, os discípulos esperavam que a Sua vinda se desse em breve, enquanto ainda vivesse a geração dos apóstolos.

À medida em que se passaram os decênios essa esperança se dissipou e a situação se tornou mais angustiante, dado que Nero, em 64 d.C., desencadeou a primeira perseguição violenta contra os Cristãos.

Ser discípulo de Cristo equivalia a ser um "inimigo do gênero humano", pois manifestava-se cada vez mais a oposição da mentalidade pagã. Vivendo em plena sociedade pagã, os Cristãos tinham que se abster das festas de família, das celebrações cívicas, dos jogos públicos e até mesmo de certas profissões, porque na sociedade dominava a mentalidade politeísta e supersticiosa.

Em particular na Ásia Menor, onde o ambiente era carregado de maus presságios, se implementava o culto aos imperadores, a ponto de se tornar a pedra de toque da fidelidade de um cidadão romano à sua pátria.


DESVENDANDO O APOCALIPSE - 2ª PARTE 


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