17 outubro 2020

A VIDA ETERNA - ETERNAL LIFE

VIDA-ETERNA

A Eternidade da alma humana é determinada quando aceitamos a Salvação - a felicidade eterna obtida após a morte - oferecida por Deus e corporificada desde a Ressurreição de Jesus Cristo. Na teologia, um novo paradigma comprova que o 'processo da salvação' é a grande síntese da manifestação de Deus e que esta revelação é intrinsicamente dinâmica.

Quando acreditamos em Jesus e aceitamos Seus Ensinamentos, somos conduzidos a uma existência de comunhão com Deus. E esta é a origem da Vida Eterna dos cristãos, pois começam a compartilhar da presença de Deus em todos os momentos. Passamos a nos orientar e viver de acordo com os princípios somente encontrados nos Ensinamentos de Jesus.

A percepção de pertencer ao Reino de Deus resulta numa suprema felicidade que só é alcançável pelos santos no Céu; e esta alegria sem limites faz com que se deseje ainda mais. Somos motivados em direção à uma fraternização ecumênica, fortalecendo nosso senso moral e boa vontade na sociedade, porque percebemos que esta celebração da vida será eterna.

Nossa esperança não está nesta vida terrena porque estamos ansiosos pelo momento em que estaremos livres do nosso corpo e das desgraças materiais. Seremos imortais e incorruptíveis, não temeremos as doenças ou a morte. Ainda maior do que isto será a expectativa de ser como um filho para nosso Deus - um conceito certamente inimaginável.

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Os cristãos sofrem neste mundo porque vivem em contraste com aqueles que habitam as trevas sem a presença de Jesus nas suas vidas. A religiosidade influencia a posição do indivíduo no círculo das relações sociais, pois somos a expressão de uma teologia particular própria resultante da experiência pessoal que tivemos com Deus. A religião é o resultado do conhecimento gerado por esta experiência divina.

O Cristianismo enfatiza que a Fé advinda do conhecimento de Deus é a Sua dádiva primordial para o ser humano. Contudo, uma fé sem base ou o sincretismo religioso popular usado como sinônimo de crença, é deficiente e pode decair na heresia. A Fé é a confiança no supremo sentimento de pertencer a Deus somada aos cuidados que você adota para 'permanecer neste pertencer'.

A Revelação é um processo dinâmico no qual o propósito de Deus somente é revelado para aqueles que buscam Sua Verdade. Na experiência religiosa começamos a conhecer a Deus, mas é Ele que se manifesta à nossa incipiente e humilde compreensão. O ato da revelação divina é individual e subjetivo, como se fosse uma percepção íntima e grandiosa em nossa mente.

Uma vez que nosso querido e amado Deus é parte do nosso 'eu' mais profundo, a Verdade Única será percebida no âmago do nosso ser, através da nossa alma imortal. Não será apenas uma informação vinda da quinta-essência das esferas celestes, por exemplo, mas sim uma descoberta radical que virá da nossa ligação com a Fonte de todas as coisas possíveis!

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Quando Deus se manifesta também revela o verdadeiro eu, e a teologia é o resultado da exploração intelectual daquilo que se apreendeu desta experiência. Deus se revela incessantemente na realidade cotidiana, mas só o perceberemos se nos tornarmos receptivos ao fato. Mas estamos por demais mergulhados nas situações e problemas para prestar a devida atenção!

Nos primeiros séculos da Era Cristã considerava-se a teologia como o fruto de uma profunda convicção intelectual e da intensa experiência pessoal, desde que quase todos os Patriarcas das Igrejas eram místicos. A crise na experimentação religiosa coincidiu com o aparecimento do modelo escolástico de Tomás de Aquino, quando a teologia sofreu tremenda fragmentação e a Igreja Católica afastou-se seguindo caminhos diferentes.

Um clima favorável ocorreu após a experiência mal sucedida de silenciar o teólogo jesuíta Teilhard de Chardin, proibido de publicar seus escritos teológicos e filosóficos até o fim da vida. Porém, após as heresias do Concilio do Vaticano II, tornou-se evidente a necessidade de uma nova orientação teológica, pelo menos para assegurar a sobrevivência da Igreja.

Lambert Beauduin, o monge beneditino favorável ao ecumenismo foi repreendido pela Igreja Católica, pois pregava o diálogo com os ortodoxos, anglicanos e protestantes. Mas até os fiéis cristãos já não encontravam na Igreja o que os satisfizesse: a teologia e prática ecumênica mais espiritualizada centrada na celebração do ministério de Jesus Cristo e Seus Ensinamentos.

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O importante para os cristãos são os Ensinamentos de Jesus e seu efeito positivo nas comunidades cristãs. Jesus ensinou sobre a percepção metafísica do Reino de Deus e Seu poder salvífico na Terra. Porém, os atuais pregadores só ensinam a história de Jesus enquanto deveriam transmitir os Ensinamentos, pois eles nos dizem que já estamos salvos e fomos aceitos na Eternidade!

A afirmação de que a Ressurreição é uma prova de que Jesus é Deus é teologia antiga, desde que o novo paradigma refletiu que os discípulos compreenderam que a Ressurreição assegurava que eles ressuscitariam - o que também acontecerá com todos nós algum dia! Todas as expressões do Cristianismo preocuparam-se com a Ressurreição porque era a resposta para compreender o poder salvífico de Deus.

A maioria das espécies animais na Terra carrega uma resposta adequada de convivência porque não há nada desabonador na maneira como interagem com o meio-ambiente. Mas a resposta humana não é apropriada, pois insistimos na nossa capacidade de destruir a natureza e a nós mesmos. Parece que somente os seres humanos têm o terrível poder de agir desta forma!

Liberdade e responsabilidade caminham juntas, e deveria ser parte da nossa experiência nos religarmos ao planeta Terra e não destruí-lo. Nos situamos irresponsavelmente acima da natureza como se tivéssemos o poder de fazer com ela o que quisermos. Este é um aspecto histórico do dualismo ilusório, a divisão do 'Eu e Universo', a ilusão de que o Universo seria um ente ameaçador que causaria sofrimentos.

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Mas Deus não está lá em cima e o Universo aqui em baixo! Santo Agostinho concluiu que Deus é uma transcendência para dentro: "Deus está mais perto de mim do que eu mesmo". Assim, a resposta às dúvidas que temos sobre Deus e o Universo tem que ser encontradas na nossa experiência pessoal e não nas palavras escritas. A experiência com Deus está além do conhecimento e transcende nossos conceitos.

A Criação é um processo ainda em andamento desde que Deus criou os seres humanos à sua imagem; macho e fêmea os criou. Assim, a imagem de Deus é o par e não o indivíduo. Por isso é injusto manter as mulheres numa posição de inferioridade, desde que Jesus também fez vários inimigos ao considerar as mulheres iguais aos homens, o que não era aceito na sociedade da época e mesmo hoje em muitas culturas.

Se amamos a Deus devemos reconsiderar a importância do ser humano na Criação, pois tudo tem o mesmo 'sopro de Deus'. Espírito e matéria são dois aspectos entrelaçados da realidade, pois o invisível é apenas o modelo quântico do visível. O que sucede é a criatividade da natureza como uma resposta contínua às influencias ambientais. Mas não existe qualquer projeto, plano ou direção específica porque Deus não se harmoniza a estes propósitos!

O mundo não existe objetivamente pois ele é criado e gerado no processo do conhecimento humano. Há uma realidade que não se manifesta claramente, os objetos, a natureza, os animais, etc; desde que esses padrões surgem à medida que os observamos e destacamos do restante. Desta forma, estamos continuamente criando nosso mundo conhecido: "O ser cerebrado e senciente completando o processo criativo de Deus".

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Quanto mais nos aprofundamos sobre os menores pedaços da Criação mais aprendemos sobre a grandeza de Deus. Há uma realidade complexa subjacente ao nosso mundo de aparência comum. Seria como se Deus criasse uma linda arca totalmente trabalhada e ornada com estampas de ouro e depois a cobrisse com madeira comum. O lado de fora parece simples e funcional, mas dentro está um tesouro extraordinário!

Como católico, este tipo de reflexão me faz pensar na Eucaristia. Sob a aparência do pão comum reside o grande presente para nós: a hóstia sagrada se transubstancia no corpo de Cristo. Deus parece encontrar alegria em esconder-se no singelo e trivial. Ele que criou o Universo humilhou-se para viver entre a Sua Criação, e o Rei dos Reis foi rejeitado pela 'crosta superior da sociedade'. No entanto, através de Jesus Cristo, a maior força universal foi revelada para a humanidade: o Amor.



1 comentários:

Anônimo disse...

Na verdade Deus é a perfeição, a forma necessária para a evolução humana. Portanto sejamos perfeitos assim como o nosso Pai celestial é perfeito.