09 agosto 2024

A GLOSSOLALIA E A XENOGLOSSIA


GLOSSOLALIA

As explicações teológicas e sobrenaturais no Cristianismo para a glossolalia é defendida por alguns e rejeitada por outros. Os defensores de cada ponto de vista usam os escritos bíblicos e argumentos históricos para apoiar suas posições. Os glossolalistas compreendem todos cristãos que acreditam que a glossolalia pentecostal é o 'falar em línguas descrito no Novo Testamento'.

Eles acreditam que é um carisma ou dom espiritual. Os glossolalistas afirmam que essas línguas podem ser línguas reais e não aprendidas, bem como uma 'linguagem do espírito e celestial', a linguagem dos anjos. Os cessacionistas acreditam que todos os dons do Espírito Santo deixaram de ocorrer no início da história cristã, como o falar em línguas dos cristãos carismáticos.

Segundo esta crença, não se trata da xenoglossia nem um milagre, mas sim um comportamento ensinado e auto-induzido. Estes acreditam que o que o Novo Testamento descreve o 'falar em línguas', a xenoglossia, como um dom espiritual milagroso através do qual o orador poderia comunicar-se em línguas naturais não previamente estudadas.

GLOSSOLALIA

Uma outra posição afirma que a glossolalia existe e faz parte de uma técnica mediúnica onde os praticantes manifestam um poder espiritual genuíno, mas este poder não provém do Espírito Santo. E acredita-se que a glossolalia é uma prática popular diferente do legítimo dom espiritual do Novo Testamento de falar e interpretar uma linguagem corrente real.

Portanto não é pela crença de que os milagres cessaram, do cessacionismo, que este grupo desacreditasse das origens sobrenaturais das antigas expressões específicas da glossolalia. Porém isto veio antes da crença de que os glossolalistas interpretaram mal as Escrituras e atribuiram erroneamente ao Espírito Santo algo que poderia ser explicado a priori.

Na Bíblia existem passagenss do Novo Testamento onde 'falar em línguas' é mencionado explicitamente em Marcos 16:17, e temos as instruções de Jesus Cristo aos apóstolos incluindo que 'falarão em novas línguas' como um sinal que pertencem aos que creem em Deus. Em Atos 19:6, quando um grupo 'falou em línguas', e emÉfeso ao receberem o Espírito Santo.


GLOSSOLALIA

Quando o apóstolo Paulo impôs suas mãos sobre os apóstolos, ele debatia sobre o 'falar em vários tipos de línguas' como parte da sua discussão mais ampla sobre os dons do Espírito, quando seus comentários lançaram uma luz sobre seu próprio dom de falar em línguas e que deveria ser usado na Igreja. Outros versículos podem referir-se ao 'falar em línguas'.

O relato bíblico do Pentecostes, no segundo capítulo do livro de Atos, descreve o som de um vento forte e impetuoso e 'línguas divididas como fogo pousando sobre os apóstolos'. O texto descreve que todos ficaram repletos pelo Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, e quando os apóstolos falaram cada pessoa ouviu sua própria língua sendo falada.

Portanto, o dom de falar em línguas refere-se às línguas faladas pelos Apóstolos que as pessoas ouviam como se fosse eles contando em suas próprias línguas as obras poderosas de Deus. Os glossolalistas e cessacionistas as reconhecem como xenoglossia, uma habilidade milagrosa que marcou o Batismo pelo Espírito Santo. E algo semelhante ocorreu em Cesaréia e Éfeso.


GLOSSOLALIA

Glossolalistas e cessacionistas concordam que o propósito principal do dom de falar em línguas era marcar o derramamento do Espírito Santo. No Pentecostes Pedro declarou que este dom fazia com que alguns na audiência ridicularizassem os discípulos como bêbados, mas na verdade seria o cumprimento da profecia de Joel aonde Deus derramaria o Espírito sobre a carne.

O Novo Testamento descreve as línguas em grande parte como um discurso dirigido a Deus, mas também como algo que poderia potencialmente ser interpretado pela linguagem humana, edificando assim a fé dos ouvintes. No Pentecostes e em Cesaréia os oradores louvavam a Deus, e Paulo referiu-se a orar, cantar louvores e dar graças em várias línguas.

Paulo instruiu aqueles que falavam em línguas a orar pela capacidade de interpretarem suas línguas para que outros pudessem entendê-las. Enquanto algumas pessoas limitavam o falar em línguas à 'oração ou louvor', outros afirmavam que era uma revelação de Deus para a Igreja, interpretado em linguagem humana para o benefício dos fiéis presentes.

GLOSSOLALIA

Os interlúdios musicais pela glossolalia são algumas vezes descritos como o 'canto do espírito', identificado com cantar em línguas, que os autores consideram ser um canto espiritual, em oposição ao canto comunicativo ao qual Paulo se referia como 'cantar com o entendimento' e que as línguas são um sinal para os incrédulos de que podem acreditar na Verdade.

Alguns salientam que Paulo citava Isaías para mostrar que, quando Deus falava às pessoas numa linguagem que elas não conseguiam entender era um sinal do julgamento divino. Eles não conseguiam entender porque as línguas faladas não eram interpretadas como um sinal da atitude de Deus. Alguns identificam as línguas como o exemplo de sinais para incrédulos.

Outros diziam que falar em línguas não era compreendido por quem falava, e afirmavam que o que fala em línguas normalmente entende a sua própria mensagem em língua estrangeira. Este comentário parece ter sido feito por alguém que confundiu o dom das línguas com a interpretação das línguas, que é especificado como um dom diferente no Novo Testamento.


GLOSSOLALIA

Este dom pode ser dado a uma pessoa que não tem o dom de línguas. Neste caso, a pessoa entende uma mensagem em línguas que ela falou anteriormente em um idioma desconhecido. Na teologia cristã a interpretação de línguas é um dom espiritual listado em Coríntios, a habilidade sobrenatural de falar e entender um idioma desconhecido para quem fala.

A interpretação é a capacitação sobrenatural para expressar-se numa linguagem inteligível proferida numa língua desconhecida. Isto não é aprendido, mas sim transmitido pelo Espírito Santo, e portanto não deve ser confundido com a habilidade adquirida de interpretação linguística. Muito do que se sabe sobre este dom foi registrado por São Paulo no Novo Testamento.

Enquanto os cristãos cessacionistas acreditam que este carisma milagroso cessou, os cristãos carismáticos e pentecostais acreditam que este dom continua a operar dentro da Igreja Católica. Em Coríntios 14, foram dadas orientações específicas para o uso adequado do 'dom de línguas', e para a capacidade de falar línguas desconhecidas como no milagre de Pentecostes.


GLOSSOLALIA

Segundo a doutrina cristã, antes do advento do pentecostalismo e neopentecostalismo, foi difundida a crença de que o fenômeno de 'falar em línguas' foi restrito ao narrado em Pentecostes. Segundo esse entendimento, o fenômeno de Pentecostes não é o mesmo narrado em São Paulo na Primeira Carta aos Coríntios, sendo aquele decorrente do paganismo que se praticava na Grécia Antiga.

Apesar da descrição bíblica ser clara, algumas denominações religiosas confundem o chamado dom de línguas com a glossolalia, ou mesmo com a xenoglossia. Assim, tem-se a glossolalia como a tradução para o dom de línguas em denominações pentecostais e neopentecostais, como a Assembleia de Deus e a Congregação Cristã, ambas de origem estadunidense.

A Igreja Católica não nega existir o Dom de Línguas como foi afirmado por São Paulo na 1.ª Carta aos Coríntios, testemunhado pelos Apóstolos, mesmo que a manifestação deste carisma seja de certo modo incomum à muitos fiéis. A atual prática não é estranha ao ensinamento da Igreja, já que a mesma tem conhecimento e aprovação dos estatutos do movimento eclesiástico.


GLOSSOLALIA

Os teólogos dizem que em Pentecostes os discípulos que receberam o Espírito Santo não falaram em línguas desconhecidas, mas sim louvaram à Deus em línguas para que os incrédulos do mundo pudessem entender, tornando-se útil para o evangelismo. Pela Igreja foi entendida como xenoglossia, falar línguas sem ter aprendido, profetizado na Epístola aos Coríntios que correspondeu ao fim da escrita bíblica.


GLOSSOLALIA

PS: A interpretação da Lisa Gerrard no vídeo abaixo, uma música da trilha sonora de Hans Zimmer do filme Gladiator, é um exemplo da glossolalia!



1 comentários:

Anônimo disse...

Interessante este artigo, eu desconhecia qualquer menção sobre este assunto.