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14 novembro 2013

A QUEDA DO MULTICULTURALISMO - THE FALL OF MULTICULTURALISM


QUEDA-MULTICULTURALISMO

A civilização ocidental está sob ataque do multiculturalismo, uma tentativa sutil para desacreditar o Cristianismo. A campanha contra a cultura ocidental é tanto anti-Cristã quanto anti-ocidental e foi concebida para promover um niilismo destrutivo dos valores e crenças que sustentam a nossa cultura há séculos.

O primeiro passo deste ataque é trazer à tona aspectos estigmatizados da sociedade ocidental, como a dominação masculina, a supremacia branca, o imperialismo, etc. O segundo baseia-se na tentativa de igualar o Cristianismo à cultura ocidental, introduzindo no imaginário popular o anti-feminismo, o racismo e as filosofias anti-Cristãs, apoiando-se na "insensibilidade do homem branco".

O que mais define e perpetuou a cultura ocidental foi sua natureza religiosa. A cosmovisão Cristã baseia-se na crença do Deus infinito e pessoal expressa pelos profetas, que tinha se revelado na Vida e nos Ensinamentos de Jesus Cristo. Porém foi mais do que a religião que moldou a visão do mundo Cristão durante os primeiros séculos.

FALL-MULTICULTURALISM

Os primeiros Cristãos tinham um conhecimento de Deus que se baseava na revelação e não na especulação. Eles traziam valores universais absolutos para conviver e julgar a sociedade. Em especial, trouxeram valores únicos para a dignidade fundamental do ser humano, baseados na crença de que cada ser humano é singular e criado à imagem de Deus.

Muitas religiões disputavam sua continuidade no Império Romano. Diferentes cultos, doutrinas religiosas e filosofias caracterizavam a época do surgimento do Cristianismo. O mundo ocidental do século I d.C. estava carente de princípios morais e éticos, pois as religiões clássicas da Grécia e de Roma pouco tinham a oferecer. Assim, muitos adotaram o misticismo oriental e o platonismo como doutrinas.

As perseguições esporádicas aos Cristãos, sob a égide dos imperadores romanos, não ocorreram simplesmente porque os Cristãos adoravam um único Deus, pois havia muitos devotos aos vários deuses das mitologias romana e grega. A razão de os Cristãos serem perseguidos e mortos foi a recusa de participarem da uniformidade do estado romano e venerarem o imperador César.

QUEDA-MULTICULTURALISMO

Os Cristãos adoravam a Jesus como seu Deus infinito e pessoal. Eles abominavam qualquer amor idolátrico a esta mistura de deuses e o politeísmo era percebido pela Cristandade como uma falsa crença pagã. Os Cristãos tinham como testemunho da Verdade o Espírito Santo residindo neles, e como testemunho da Fé as Escrituras dos profetas assim como o Novo Testamento dos apóstolos de Jesus Cristo.

Os ideais gregos e a civilização romana tiveram uma forte influência sobre o mundo ocidental moderno. O Império Romano foi construído sobre a máxima "conquista com incorporação" dos povos. O segredo da força de Roma residia no fato de que ela incorporou as nações conquistadas em seu próprio corpo político e social, sem escravizar a maioria das pessoas.

A liberdade era praticada nas tribos bárbaras do norte da Europa e nas cidades gregas. A união, obrigatória, era resultado do despotismo no Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia e China. Porém, liberdade e união foram pela primeira vez reunidas em Roma. Toda a região do Mediterrâneo foi comandada por Roma, e a maioria dos povos tornou-se cidadãos romanos, contando com a proteção das suas leis.

FALL-MULTICULTURALISM

Em seguida o Império Romano estabeleceu como novo padrão social o civilismo grego e  como religião oficial o Cristianismo. A vida humana foi elevada a um plano superior e a noção grega da democracia quase concretizou-se. Infelizmente, nos séculos posteriores as formas do pensamento pagão acabaram por impregnar a visão do mundo religioso dos Cristãos, que passaram a depender menos das Escrituras e cada vez mais da palavra e autoridade da Igreja.

À medida que a economia romana se deteriorava rapidamente, sobrecarregada por uma grave inflação ocasionada por seu governo gastador e déspota, o autoritarismo aumentou para combater a apatia reinante. O labor deixou de ser realizado de forma voluntária ou passional, e o trabalho do povo submeteu-se à total autoridade do Estado. Finalmente, todas as liberdades foram perdidas.

Roma caiu em desgraça por causa dos resultados da apatia geral e do controle opressivo do governo, e não por causa de forças invasoras externas, como os bárbaros, que só completaram a sua ruína final. Em suas incursões periódicas no século IV, os vândalos, visigodos e outras tribos germânicas, assolaram as cidades romanas deixando as aldeias em chamas e massacrando seus habitantes.

QUEDA-MULTICULTURALISMO

Quando os invasores bárbaros e as tribos germânicas saquearam o Império Romano, eles assimilaram e introduziram nas próprias populações os benefícios da cultura Cristã, sob a forma de arte, literatura e religião, que se alastraram na cultura destes povos e criaram o que hoje conhecemos como "civilização". Através da simples resistência passiva, o Cristianismo perpetuou-se após a queda do Império Romano.

A ideologia do Cristianismo construiu as bases duradouras da sociedade e da cultura ocidental, tanto ao tornar-se a religião predominante como ao preservar os valores da cultura greco-romana. Graças aos monges e religiosos extremados, as Escrituras foram preservadas juntamente com os clássicos gregos e latinos, e mesmo a música antiga e cerimonial foi mantida viva através da repetição e execução constantes.

Quando Roma desmoronou perante as tribos invasoras a cultura do Império Romano do Oriente, ou Império Bizantino, foi separada do Império Romano Ocidental. Esta primeira grande linha divisória na história é considerada o fim da Era Antiga e o início da Era Medieval, datada durante a queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C.

QUEDA-MULTICULTURALISMO

Juntamente com o colapso da ordem romana adveio um momento de turbulência, com guerras frequentes e uma descontinuidade intelectual. No entanto, o Cristianismo floresceu e estendeu uma enorme influência civilizadora sobre as tribos do norte da Europa, através da extensa arte Cristã, da exaltação da virtude do trabalho honesto e da arquitetura impressiva de uma imensa rede de Igrejas, hospitais e instituições de caridade.

O Sacro Império Romano tornou-se popular e ficou conhecido pelas tribos pagãs do norte da Europa e da Ásia como "Cristandade". As portentosas Instituições Cristãs Medievais foram criadas neste período e a Europa foi considerada como o Reino de Cristo. Porém, o Sacramento do Batismo tornou-se social e politicamente significativo, uma vez que permitia a entrada na sociedade recém convertida ao Cristianismo. Desta forma, a Igreja Medieval começou a rumar para longe dos ideais estabelecidos pelos Apóstolos e pelos primeiros Cristãos.

O Sacro Império Romano Medieval era uma amálgama cultural grega, romana e germânica, mas que pautava-se pelas virtudes Cristãs. O resultado foi uma estrutura de governo e sociedade que se assemelhava mais à cosmovisão pagã do passado do que à origem pura do Cristianismo, pois elementos da cultura grega, como a arte, a filosofia e o modelo de governo não foram descartados na época Medieval e tornaram-se absolutos.

FALL-MULTICULTURALISM

A cosmovisão e a filosofia Cristã ensinam que a Palavra de Deus e a vida espiritual no Reino de Cristo permeiam e fornecem uma ordem mais harmoniosa na sociedade. Mas novas liberdades estão surgindo na Era Moderna, e outras culturas estão se tornando tão importantes para o Ocidente como foi a influência greco-romana séculos atrás. Porém essas novas culturas elevam-se sem nenhuma influência Cristã.

Na antiga União Soviética escritores socialistas dissidentes reconheceram que o Cristianismo tinha as respostas para a reconstrução do seu socialismo doentio. A admissão do maior país comunista da época, de que a filosofia ateísta era falha e sem recursos para perpetuar-se, é exemplar. Atualmente constatamos que metade do continente africano converteu-se ao Cristianismo nos últimos 50 anos, assim como 30% da população comunista da Ásia. Apesar da predominância dos regimes comunistas na América do Sul, podemos observar uma "reforma" Cristã própria e singular "formando" milhões de novos Cristãos.

A ideia de que o Cristianismo deve ser relegado somente ao "reino da religião", portanto irrelevante para a busca do conhecimento científico e afirmação cultural, não mais ecoa, pois agora a sua ideologia alinha-se com o progresso da civilização ocidental. Este fato óbvio está sendo confrontado e admitido até mesmo pelos maiores pensadores ateus da atualidade. Quando a visão do mundo materialista for abertamente admitida como sendo incorreta e retrógrada, teremos uma revolução intelectual em toda a sociedade.

FALL-MULTICULTURALISM

Estamos vivenciando um momento muito importante na história mundial, pois entramos agora no período denominado de Era Pós-Moderna. Atualmente, a mudança de direção em grande parte do mundo ocidental envolve a rejeição da ideologia marxista, assim como a da dupla visão do mundo, ou seja, o humanismo materialista. Muitos países pós-marxistas já estão se movendo em direção a um movimento de reforma com base nos conceitos da ideologia Cristã. Em breve veremos a queda final do multiculturalismo.

Esta mudança será marcada pelo renascimento do interesse nos Ensinamentos de Jesus Cristo. Certamente todo o conceito de progresso mecanicista é uma ideia arrogante e fadada ao fracasso, a menos que a filosofia de Jesus Cristo fosse a fonte de todas as inexistentes benesses deste tipo de progresso, o que será sempre impossível. A próxima era da humanidade deverá ser corretamente denominada de Era Cristã, quando os Ensinamentos e Filosofias de Jesus Cristo reinarão nos corações e mentes dos indivíduos e serão parte integral do pensamento global.






12 outubro 2013

BRASIL, O NEOCAPITALISTA EXTRATIVISTA - BRAZIL, THE EXTRATIVIST NEO-CAPITALIST


AMAZON-DEVASTATED

O Brasil foi o palco do maior retrocesso econômico da história mundial ao passar da dinâmica de uma industrialização ascendente para uma economia exportadora primária. A partir de 2002 começou a aprofundar-se o grande retrocesso e o Brasil acabou por tornar-se um exportador primário de commodities. As privatizações foram apoiadas e aprofundadas no governo Lula que abraçou as políticas monetárias restritivas e acordos subservientes com o Fundo Monetário Internacional.

As políticas neoliberais implementadas abriram as portas para a dominação das multinacionais dos agronegócios, capitaneadas pelas indústrias extrativistas e corporações financeiras guarnecidas por capital volátil. Os regimes Lula e Rousseff viabilizaram o "salto para trás" da economia brasileira ao permitirem que o capital estrangeiro e o extrativismo intenso fossem as forças condutoras e produtoras da economia do Brasil.

A dependência do Brasil das exportações de commodities iniciou-se com a entrada maciça no país das corporações multinacionais e pela infusão desmedida do capital especulativo, que tornaram-se a força para o crescimento do extrativismo intensivo que redundou na morte das indústrias de base do país. O setor exportador do Brasil beneficiou-se enormemente com a ascensão dos preços das commodities e o principal beneficiário foram as mega-indústrias agrícolas e as de mineração extensiva.

As exportações agro-minerais proporcionaram grandes receitas para o estado mas extraíram grandes subsídios, benefícios fiscais e lucros enormes para as multinacionais, em detrimento às necessidades fundamentais do povo brasileiro. A extrema dependência de um número limitado de commodities levou a um declínio agudo das forças produtivas e dos investimentos em inovações tecnológicas, especialmente aquelas que beneficiariam as indústrias de base.

AMAZONIA-DEVASTADA

Além disso, o Brasil tornou-se mais dependente do que nunca das exportações para a China. As importações chinesas de soja, a maior exportação agrícola do Brasil, e do minério de ferro, representam 50% das exportações do Brasil dos setores. A economia do Brasil tornou-se monocultural e dependente de um mercado muito limitado. O ferro é o minério de maior relevância neste comércio unilateral, representando 80% do total das exportações, o que revela uma crescente centralização do capital voltado para a economia extrativa.

Apesar da retórica nacionalista em favor da família agricultora brasileira, os governos Lula e Rousseff tornaram-se os maiores promotores do agronegócio de capital multinacional de toda a história política brasileira. A maior fatia de recursos do estado foi concedida à agricultura extrativa, aos financiamentos das mega-fazendas e para os grandes proprietários rurais. Menos de 2% dos recursos disponibilizados por esses governos foram destinados à agricultura familiar e ao incentivo às soluções agroecológicas.

As empresas multinacionais que capitalizaram-se com as políticas neoliberais de subsídios dos regimes Lula e Rousseff acabaram por dominar o setor do agrocombustível, o etanol, controlando cerca de 50% das indústrias do Cerrado e rapidamente invadindo e tomando conta da Floresta Amazônica. Atualmente 75% das terras do Cerrado são de propriedade das corporações multinacionais e a grande maioria das indústrias extrativistas estão concentradas nesta região.

Desde 2002  a vegetação da região do Cerrado, uma das regiões de savana mais ricas do mundo em diversidade biológica foi reduzida em 50%, ou seja, mais de 35 milhões de hectares devastados. O Brasil também perdeu 500 mil quilômetros quadrados de área florestal na Amazônica devido a concentração na região dos grandes latifúndios, assim como de empreendimentos multinacionais visando a criação de gado, a cultura da soja e a extração de madeira para a exportação.

AMAZON-DEFORESTATION

A criação de gado é a principal causa do desmatamento na Amazônia  e o governo o responsável pelo fato, ao capitalizar e subsidiar as corporações multinacionais de criadores de gado e processamento de carne para a exportação. A agricultura comercial intensiva, especialmente o plantio da soja, tornou-se o segundo maior contribuidor para o desmatamento da Amazônia depois da abertura das pastagens para a criação do gado de corte.

O principal investimento em infraestrutura na região foi a abertura de estradas para facilitar o acesso e escoamento dos produtos das indústrias, muitas vezes camufladas como cooperativas de criadores de gado, em áreas de mata virgem. Este crime ambiental épico e devastador foi perpetrado com o apoio dos multibilionários investimentos do governo, fornecido através de incentivos fiscais e subsídios para as multinacionais extrativistas.

Sob a égide do neocapitalismo dos governos socialistas do Lula e Rousseff, a serviço das indústrias multinacionais extrativistas, o desmatamento da Floresta Amazônica pode ser considerado como a maior catástrofe ambiental da história da humanidade.

Em 2012, a Comissão Pastoral da Terra divulgou que a violência comandada pelos dirigentes dos latifúndios atingiu seu nível mais alto. As corporações de criadores de gado e plantadores de soja exploraram mais de 50 mil brasileiros, geralmente índios despojados das suas terras e agricultores sem trabalho ou propriedade, sob condições análogas a escravidão. As principais ONGs internacionais afirmaram que na realidade o número é dez vezes maior, ou seja, 500.000 brasileiros são escravizados nos dias de hoje.

O setor de mineração é dominado pelo capital intensivo, isto é, gera poucos empregos e acrescenta pouco valor às divisas do Brasil através das exportações. A mineração extensiva no Brasil tem degradado os recursos minerais e extinguido aquíferos preciosos, inviabilizando a terra para a agricultura, poluindo e degradando o meio-ambiente, afetando inclementemente as comunidades locais, aniquilando comunidades indígenas e criando uma economia de excluídos e párias sociais.

BELOMONTE-DAM

O neocapitalismo floresceu e dominou durante os regimes Lula e Rousseff, obtendo lucros recordes no setor extrativista. Se estes governos ficaram "embevecidos" com o crescimento da mineradora multinacional "Vale Corporation", a maior destruidora dos recursos naturais do Brasil, outros não ficaram. Em 2002, o grupo de direitos humanos e ambientais "Public Eye" concedeu à Vale o título de pior corporação mundial.

A Vale Corporation é a indústria que representa o que há de pior no que diz respeito a degradação ambiental resultante do extrativismo em larga escala. Estudos técnicos revelaram que a construção da represa de Belo Monte, iniciada pela Vale e pelo governo brasileiro na região do afluente Xingu, causará devastação total de  áreas com biodiversidades únicas, extinguindo os animais da floresta e deslocando as tribos indígenas das suas terras.

Quando a economia agro-mineradora entra em estagnação, como agora acontece, e a carteira de investimentos declina, o capital multinacional intensifica sua pressão dentro da Amazônia com um terrível preço a ser pago pela população indígena e colocando em risco a sobrevivência da floresta tropical. Como solução, as comunidades indígenas começam a ser esmagadas e o chamado "genocídio silencioso" é posto em prática a fim de intensificar o crescimento e os lucros das indústrias extrativistas.

O ano de 2012 foi um dos piores para os povos indígenas segundo o "Conselho Indigenista Missionário". O número de incidentes violentos aumentaram 300% e mais de 60 territórios indígenas foram tomados por latifúndios, mineradoras e madeireiras, uma área 70% maior do que em 2011. O governo Rousseff "premiou" os índios com menos títulos de legalização de terra  do que qualquer outro governo no Brasil. A esta taxa levará um século para alcançar a titularidade  requisitada pelas comunidades indígenas.

ÍNDIOS-AMEAÇADOS

O investimento e apoio do governo a elite do agronegócio foi dez vezes maior do que o oferecido para a agricultura familiar, que representa aproximadamente 90% da força de trabalho rural e proporcionava no passado a maior parte dos alimentos para o consumo local. Os subsídios às multinacionais extrativistas foram quinze vezes maiores do que os fundos concedidos ao programa de redução da pobreza, o "Bolsa Família". A corrupção profunda conduziu a um vasto fosso entre os apregoados feitos do regime e a visível deterioração da experiência diária da grande maioria do povo brasileiro.

O mesmo fosso existe em relação às despesas para se preservar a Floresta Amazônica, as terras indígenas e para financiar os programas antipobreza. A ortodoxia econômica e a demagogia populista dos governos Lula e Rousseff não traduziram-se em mudanças estruturais substantivas nem implementaram uma reforma agrária ampla que beneficiasse os 10 milhões de trabalhadores rurais sem terra. Mas o crescimento geométrico dos lucros dos monopólios dos setores extrativistas claramente encheram os bolsos dos governos!

As conquistas políticas dos regimes Lula e Rousseff foram construídas sobre os frágeis fundamentos do modelo econômico extrativista financiado por subsídios e pelo capital externo, mas falharam em reconhecer os limites deste modelo e formular uma estratégia alternativa. Uma colcha de retalhos de propostas ineficientes e retórica anticorrupção não resolveram o problema básico de desafiar a concentração da riqueza, a corrupção e poder das elites das agro-indústrias, assim como dos feitores do sistema financeiro.

Em contraste com a riqueza da elite, a população sofreu um absoluto e agudo declínio nos serviços públicos e nas próprias experiências essenciais da vida cotidiana. A pequena ascensão do salário mínimo não compensa as 12 horas perdidas nas apinhadas salas de emergência dos hospitais públicos, nem os transtornos dos transportes irregulares e superlotados ou as ameaças contra a vida e insegurança, expressas nos 100 mil homicídios/ano. A alta de quase 50% no custo de vida, facilmente identificável, não reflete a inflação anunciada de 6% ao ano.

HOSPITAL-PÚBLICO-BRASIL

O número de camas para pacientes dos hospitais públicos declinou de 3,5 por 1000 brasileiros para 1,5 em dez anos, o segundo índice mais baixo do mundo segundo a "Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico", ou OCDE. As contratações de médicos nos hospitais financiados pelo setor público diminuíram, e as consequentes filas de espera para as internações e atendimentos somados a baixa qualidade do serviço prestado tornaram-se endêmicos, um pesadelo para qualquer ser humano.

Desde 2005, R$ 100 bilhões deixaram de ser investidos em obras e equipamentos hospitalares. Criticado pelas entidades de classe desde que anunciou o lançamento do Programa Mais Médicos, o governo atual não consegue usar com eficiência e conter o desvio do dinheiro disponível no orçamento destinado para a construção e melhoria dos hospitais e a compra equipamentos, justamente na área com os serviços mais deficitários para os brasileiros que estão sendo atendidos no chão e representam apenas estatísticas no caos instaurado na saúde pública.

A maior indignidade para aqueles que recebem a esmola de subsistência foi escutar que nesta atual sociedade eles são a "nova classe média" e que faziam parte da imensa transformação social que retirou 40 milhões da pobreza. É duro ouvir isto e ter que encarar horas de tráfego em trens e ônibus superlotados e, no dia seguinte, retornar para empregos cujo salário mensal não paga uma partida de tênis no clube de campo da elite. Os empobrecidos pais desta "nova classe média" enviam seus filhos para escolas decadentes, em ruínas, onde os professores mal pagos não conseguem trabalhar eficientemente.

Os responsáveis pelo orçamento dos governos Lula e Rousseff aprovaram sem questionamento verbas orçamentais bilionárias,  aparentemente destinadas a projetos sociais e de infraestrutura, mas apenas uma fração do total foi investido pois o restante foi desviado pelos corruptos do governos vigentes. Segundo a ONG "Contas Abertas" ao longo de um período de dez anos o Brasil gastou quase R$200 bilhões a fundo perdido, ou seja, em obras públicas que não foram concluídas ou que nunca deixaram uma prancheta de projetos e que tiveram as verbas desviadas.

RIOTS-BRAZIL

O governo atual comprometido com investimentos não produtivos de muitos bilhões de dólares tem poucas opções. O partido que domina o poder perdeu há muito a sua vanguarda de oposição ao sistema, pois agora é o próprio sistema que combateu no passado, porém imerso no maior descalabro da história política. Seus políticos são ligados e financiados por banqueiros além-mar e pelas elites das indústrias multinacionais extrativistas. Os líderes sindicais não querem mais visibilidade e escondem-se nas sombras protegendo seus feudos, suas deduções mensais automáticas e seus salários extravagantes se comparados ao de um trabalhador médio no Brasil.

O governo seguiu uma agenda elitista e conservadora, amortecida por uma política clientelista e paternalista que neutralizou a oposição durante um período de tempo extenso até que os protestos em escala nacional desmascararam a falsa fachada "progressista" do regime vigente. Os movimentos em massa nas cidades, construídos pela verdadeira classe média e seus irmãos mais pobres dos guetos, agora terão de encontrar novos instrumentos políticos para conseguirem ser ouvidos e atendidos.

Mas ao tomarem o caminho da "ação direta e firme" contra a corrupção, estes verdadeiros brasileiros deram o primeiro grande passo para recuperar a honra perdida e resgatar os direitos e bens que foram espoliados da população brasileira. Neste momento o gigante adormecido está apenas cochilando, mas mantém um olho bem aberto e atento aos saqueadores do dinheiro público.