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16 agosto 2013

AS MULHERES, A FORÇA DO CRISTIANISMO - WOMEN, THE STRENGTH OF CHRISTIANITY - 2ª PARTE

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No entanto, todas as variantes do Cristianismo antigo que defendiam a legitimidade da liderança das mulheres foram consideradas heréticas, e as evidências desta liderança foram suprimidas da história. Os Evangelhos foram alterados, pois as mulheres não deveriam ser reconhecidas como apóstolos de Jesus. A palavra "apóstolo" significa ser um divulgador dos ensinamentos de Jesus, um missionário muito abnegado. Está claro que as várias pioneiras Cristãs mereciam esta denominação! Mas os editores, os tradutores e revisores bíblicos transformaram os personagens femininos em homens, e a História do Cristianismo foi reescrita.

No quarto século, teólogos Cristãos associaram o nome de Maria Madalena ao relato do texto do evangelista Lucas, onde uma pecadora desconhecida lava os pés de Jesus. Uma vez que esta falsa identificação foi oportunamente preservada, Maria Madalena passou a ser associada a cada mulher pecadora dos Evangelhos, como a adúltera descrita pelo evangelista João. Assim, transformaram Maria Madalena, um apóstolo, uma profetiza e professora Cristã na prostituta arrependida salva do apedrejamento.

Esta ficção foi criada no Evangelho para minar o conhecimento da presença feminina como uma autoridade apostólica, e excluir a pretensão das mulheres aos cargos de liderança futuros. Mas a eliminação formal do papel das mulheres na liderança Cristã não apagou sua participação histórica real e a grande contribuição para a Cristandade, embora tenha danificado seriamente o potencial das mulheres para contribuir na educação Cristã dos nossos dias. Impressionante foi que muitas evidências sobreviveram às tentativas sistemáticas de se apagar esta liderança na história Cristã!

Por outro lado, devido em grande parte à veneração ao celibato, nem todos os Cristãos da Igreja pré-constantiniana aceitaram a realidade da liderança feminina. O celibato era fruto do desdém grego para com as mulheres e do desejo do Cristianismo de se distanciar da promiscuidade dos pagãos. A morte dos apóstolos também encerrou o período da autoridade das primeiras e únicas testemunhas dos ensinamentos de Jesus. Assim, a cultura secular greco-romana começou a permear a Cristandade com um impacto crescente e implacável.

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Nos primeiros séculos da era Cristã, mulheres virgens compunham uma parte do clero, sendo muito respeitadas na época. Elas ocupavam lugares específicos nas Igrejas e não usavam o véu como as outras mulheres, como uma forma de reconhecimento por terem dedicado suas vidas a Deus. Tertuliano, um teólogo do século III, com seu profundo desprezo greco-romano para com as mulheres e contra qualquer manifestação de uma liderança feminina, insistiu que a estas virgens não deveria ser concedida qualquer honra e, consequentemente, deveriam usar seus véus na Igreja e perder seu direito ao espaço privado durante a celebração da Santa Missa.

Em 313 d.C., a auto-inclusão do imperador Constantino na fé Cristã e a consequente legalização da religião Cristã pelo Edito de Milão, catapultou o Cristianismo para a esfera governamental. Assim, a autoridade bíblica deu lugar à vontade do imperador, com suas ambições políticas e discernimento falho. Como consequência natural deste processo e da sociedade secular e greco-romana, foi consenso generalizado de que o papel das mulheres como líderes eclesiásticos era absolutamente inaceitável.

Assim, qualquer benefício concedido às mulheres nos primeiros séculos desapareceu por completo. As novas autoridades da Igreja, como Tertuliano, Orígenes, Crisóstomo, Jerônimo e Agostinho enfatizaram a inferioridade e subordinação das mulheres aos homens, influenciados pelas idéias misóginas e endêmicas das sociedades greco-romanas clássicas. As idéias destes novos teólogos foram acrescentadas ao Novo Testamento e, a partir daí, as mulheres começariam a sofrer de diversas maneiras. No entanto, a história demonstra que a campanha para expulsar as mulheres do ministério, que começou no terceiro século até a transição para a legislação eclesiástica no quarto século, não convenceu as mulheres a aceitarem facilmente este banimento.

Podemos constatar que, ao longo dos séculos, a Igreja teve que impor repetidamente suas legislações contra as pretensas mulheres líderes e castigá-las com as medidas disciplinares habituais de excomunhão por heresia. A persistência contínua das mulheres no cumprimento do seu dever Cristão de atender ao chamado de Deus continuou, e o ataque contra elas aumentou e ultrapassou os limites da moralidade.

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Agora o sexo feminino já não era meramente impróprio para exercer qualquer liderança, mas as próprias mulheres tornaram-se o pecado personificado. Teólogos argumentaram que se a mulher não tivesse sido criada, o homem não teria pecado. Desta forma, a Igreja determinou que se a mulher não tivesse pecado, o homem "irrepreensível" ainda estaria se "divertindo" no jardim do Éden em perfeita harmonia com Deus. Numa atitude desmesurada foi instituído que as mulheres menstruadas não poderiam mais aproximar-se do altar, pois o corpo da mulher tinha o poder de poluir. Mais uma vez os costumes judaicos e de uma sociedade arcaica impactaram a fundo o Cristianismo.

A mulher seria considerada impura por 33 dias após o nascimento do filho e teria que dobrar esse tempo após o nascimento de uma filha. A purificação seria necessária para que uma mulher adentrasse em uma Igreja Cristã. A menstruação foi usada para justificar a remoção das mulheres de qualquer posição de responsabilidade ou de liderança. Mitos pagãos, como o que o sangue menstrual tinha poder destrutivo, foram revividos. Temia-se que mulheres menstruadas poderiam até mesmo impedir o amadurecimento de um fruto e causar a morte de plantas, como pregou o bispo Isidoro de Sevilha.

Em face de tal espiral de desprezo não é nenhuma surpresa que a misoginia da época tenha culminado na caça às bruxas do século XII. Muitas vezes, a prova de que uma mulher seria bruxa era o fato de ser uma viúva pobre de meia-idade. A estas mulheres era atribuído desde a impotência, infertilidade, doença, morte, até a luxúria do sexo masculino. Elas eram torturadas até confessarem que "voavam durante a noite", matavam e comiam bebês, roubavam os pênis dos homens, foram impregnadas pelo diabo, etc. A bruxomania atingiu seu auge em 1492, quando a cidade européia de Langendorf declarou que apenas duas mulheres de toda aldeia não eram feiticeiras.

Estima-se que mais de um milhão de mulheres, acusadas de praticarem feitiços, foram queimadas vivas nas fogueiras por toda a Europa, e muitas vezes sofrendo atrocidades públicas, como a extirpação dos seios com facas. Convém esclarecer que as sentenças de morte eram promulgadas pelas autoridades laicas das inquisições europeias, e não tinham relação com a Inquisição espanhola ou o Vaticano, que qualificavam as acusadas de bruxaria como pessoas doentes ou loucas. A verdadeira raiz do problema foi, como sempre, a sexualidade feminina.

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Finalmente, a única opção que restou para as mulheres "participarem" do serviço eclesiástico formal foi no papel de freiras. Sempre destemidas, as mulheres ainda estavam decididas a seguir o chamado de Deus e se reuniram nos mosteiros e conventos, muitas vezes desafiando suas famílias. Infelizmente, tornar-se uma freira era exclusividade das mulheres ricas, devido ao dote substancial para o acesso às Ordens. A massa de mulheres das classes mais baixas teve de se contentar com uma vida dentro dos limites do casamento, o qual era uma instituição da Igreja denunciada na época como uma necessidade infeliz para indivíduos muito fracos e pecadores demais, que não conseguiriam abraçar a vocação maior da carreira eclesiástica.

Devemos sempre ter em vista o fato de que as primeiras mulheres Cristãs prestaram o mais valioso serviço para a Cristandade, divulgando os ensinamentos de Jesus com abnegação e estoicismo apesar de todas as adversidades. Devemos refletir sobre a sua coragem ao aceitar o martírio para serem as testemunhas de Deus por todos os Cristãos. Devemos recordar a sua luta para ministrar os ensinamentos de Jesus, atentando às necessidades alheias e sacrificando seus próprios valores materiais e vida familiar.

A responsabilidade de fazer parte do clero não é o objetivo final dos Cristãos, mas sim alcançar a Glória de Deus. Tanto as mulheres quanto os homens, sejam ordenados ou não, escravos ou livres, ricos ou pobres, de fato qualquer pessoa pode através da obediência aos ensinamentos de Jesus Cristo tornar-se um servo da bondade e do amor ao próximo. Por esta razão, uma carreira eclesiástica não é um requisito para a Salvação Eterna. Jesus deixou isso bem claro quando censurou as autoridades religiosas. Jesus afirmou: "Alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, alegrai-vos antes porque os vossos nomes poderão ser escritos nos Céus".

Jesus queria que eles entendessem que o fato de ser um autoridade religiosa não deve encantar suas almas pois não resulta no recebimento da Graça de Deus. Em vez disso, deveriam alegrar-se pela esperança de poder alcançar a Vida Eterna, através de uma vida de renúncia, humildade e respeito aos ensinamentos de Jesus. Este é o milagre do Cristianismo! Qualquer pessoa, em qualquer circunstância e mediante o amor sincero a Deus, está habilitada a compartilhar para sempre da Sua presença por toda a Eternidade.

Em honra à minha mãe.

1ª PARTE

JESUS CRISTO NÃO ERA JUDEU



AS MULHERES, A FORÇA DO CRISTIANISMO - WOMEN, THE STRENGTH OF CHRISTIANITY - 1ª PARTE

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Um dos maiores segredos na história do Cristianismo foi a extrema importância das mulheres na sua evolução. Segundo as Escrituras, Jesus teve uma atitude positiva em relação ao ministério das mulheres e advogava pela emancipação do confinamento imposto a elas pela cultura judaica. Mas anos após a morte dos últimos apóstolos, a Igreja Cristã rendeu-se à influência da cultura greco-romana abandonando o igualitarismo que havia sido estabelecido por Jesus. Assim, criou-se o cenário para a subjugação das mulheres que perdura até nossos dias.

Porém, novas descobertas arqueológicas e antigos textos apócrifos revelaram o papel predominante das primeiras Cristãs na história da Igreja e do Cristianismo. Em 1945, a descoberta de novos textos em Nag Hammadi, no Egito, provaram que o conceito de que Maria Madalena seria uma mulher adúltera e arrependida era totalmente falso. Na verdade, ela foi uma pessoa influente, um discípulo proeminente de Jesus e líder da Igreja primitiva Cristã.

Nos escritos de Lucas, Marcos e Paulo foram citadas as seguintes seguidoras de Jesus: Maria Madalena, Maria de Betânia, Joanna, Salomé, Perpétua, Thecla, Marta, Priscilla, Junia, Julia, Joana, Susana, Ammia, Philumene, Maximilla, Quintila, Áfia, Lídia de Tiatira, Ninfa de Laodicéia, Persis, Evódia, Síntique, as filhas de Felipe e as mulheres de Corinto. Vários nomes se perderam ou seriam futuramente obliterados da história Cristã. Jesus era um visitante frequente na casa de Maria Madalena, onde ensinava tanto para as mulheres como para os homens.

Quando Jesus foi detido, foram Suas fiéis seguidoras que mantiveram-se firmes junto a Ele, pois Seus discípulos homens fugiram. Foram as mulheres que acompanharam e assistiram Jesus até o Calvário, prantearam aos pés da Cruz e velaram Seu Corpo. Também foram as primeiras testemunhas da Ressurreição. Tudo isto reflete o importante papel histórico das mulheres como discípulos no ministério de Jesus. Após Sua morte, as mulheres continuaram a desempenhar um papel de destaque no Cristianismo. Os evangelistas do primeiro século testemunharam que várias mulheres estavam entre os primeiros seguidores de Jesus Cristo.

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Desde o início até o fim, as mulheres estiveram significativamente envolvidas em todos os aspectos da Sua vida. O anúncio do evento da Páscoa foi confiado às seguidoras de Jesus, que então "correram" para dar as boas novas aos homens. O testemunho deste fato pelas mulheres continua a ser uma parte integral do Novo Testamento para este dia de Glória. O evangelista Lucas também contou com o testemunho das seguidoras de Jesus para concluir seus escritos em Atos e em Lucas.

Através dos escritos de Mateus, Marcos e Lucas, aprendemos que um grupo significativo de mulheres tinha seguido Jesus em seu ministério na Galileia e também estiveram presentes durante Seus últimos dias na Terra. Todos os três evangelistas descreveram a presença de mulheres no enterro de Jesus. Marcos detalha o cuidado com que Maria Madalena e Maria vigiaram o sepulcro. O evangelista João também relata sobre a composição do grupo imediatamente aos pés da Santa Cruz, três mulheres e um homem.

As cartas de Paulo, do primeiro século, tornam conhecidas informações fascinantes e sólidas sobre as mulheres que se destacaram no movimento Cristão. Demonstram o papel importante que Maria Madalena desempenhava entre aqueles a quem Jesus ensinava: "Maria estava entre as sete mulheres e doze homens que se reuniram para ouvir Jesus depois da Ressurreição, quando Ele lhes disse; Eu vos dei autoridade sobre todas as coisas como filhos da Luz. Assim, estes discípulos saíram alegremente e ansiosos para pregar a Palavra de Deus", conclui Paulo.

Ele relata como Priscilla, Junia, Julia, a irmã de Nereu, trabalharam e viajaram com seus maridos e irmãos difundindo as palavras de Jesus. Ele nos diz que Priscilla e seu marido arriscaram suas vidas para salvá-lo. Ele elogia Junia como um apóstolo de destaque e relata como ela tinha sido presa durante seu trabalho de evangelização. Maria Madalena e Persis são elogiadas por seu trabalho exaustivo e persistente. Evódia e Síntique são chamadas por Paulo de "meus companheiros de trabalho". Esta é uma prova clara de que mulheres apóstolos trabalharam na pregação da Palavra de Deus.

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Em outro texto, lemos que Maria Madalena se destacava porque fazia mais perguntas a Jesus do que todo o resto dos discípulos. Jesus reconhece o fato e comenta: "Maria, seu coração está mais direcionado para o Reino dos Céus do que o dos seus irmãos". O próprio Senhor comenta que ela é abençoada por nunca perder a Fé. Quando todos os outros discípulos estão chorando, assustados pela ausência de Jesus, só ela permanece sóbria e firme em sua Fé pois compreendeu e se apropriou do significado da palavra Salvação ensinada por Jesus.

Maria encarnava o discípulo ideal! Ela assimilou o ensinamento de Jesus sobre a Salvação desde a Sua partida da Terra, e assim, pode confortar e instruir os outros discípulos. Pedro pediu que ela comentasse sobre as frases de Jesus que ele e os outros discípulos não conheciam. Maria Madalena concorda, e passa a dissertar sobre alguns ensinamentos de Jesus. O pedido de Pedro confirma que Maria era proeminente na estima de Jesus, e a própria colocação sugere que Jesus deu-lhe ensinamentos particulares.

Nos primeiros séculos, várias mulheres da elite romana tornaram-se Cristãs, enquanto seus maridos permaneceram pagãos para não perderem o status social vigente. Isso contribuiu para um aumento expressivo de mulheres Cristãs nas Igrejas primitivas. As cartas de Paulo também oferecem alguns vislumbres importantes sobre o funcionamento interno das antigas Igrejas Cristãs. Os primeiros Cristãos não se reuniam em prédios próprios da Igreja, mas sim nas residências de outros Cristãos. Isto era devido ao fato de que o Cristianismo era ilegal no mundo romano e à enorme despesa para manter tais congregações.

Muitas vezes reuniam-se nas casas de Cristãs da elite romana, assim conseguindo mais espaço e recursos. Desta forma, as donas de casa começaram a desempenhar seus papéis-chave na difusão dos ensinamentos de Jesus. Não é, pois, de se estranhar que as mulheres assumissem a liderança como ministras destas Igrejas domésticas. O evangelista Paulo cita que a função destas primeiras líderes Cristãs incluía a pregação, o ensino da oração e até mesmo ministrar os Sacramentos.

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As Cristãs também se destacaram na Fé pelo seu martírio. Sofreram torturas violentas, mortes horríveis por animais selvagens e gladiadores contratados. Thecla, uma Cristã da época, raspou o cabelo, vestiu roupas masculinas e assumiu as funções de apóstolo missionário. Foi presa, ameaçada de estupro, torturada e morreu perseverando sua Fé em Deus até o trágico fim. Perpétua também foi condenada à morte em Cartago, sob a acusação de ser uma Cristã. Em seu diário ela registra seu testemunho perante o governador romano local e o desafio ao seu velho pai para que ela se retratasse.

Porém, acima de tudo, ela registra que não estava apenas aceitando passivamente o destino, mas definindo o significado da sua própria morte. Perpétua entregou sua vida como um testemunho da Palavra de Deus. Ela abandonou, altivamente, sua função de mãe e dona de casa em favor da definição de uma identidade espiritual e Cristã. Assim, seu diário oferece um olhar intimista sobre a jornada espiritual de uma mulher Cristã da época.

Muitos estavam dispostos a morrer pela Fé e centenas de mulheres Cristãs foram torturadas e executadas. Nos primeiros anos do Cristianismo, o martírio geralmente levava à santidade. Santa Catarina foi torturada até a morte em uma roda. Santa Blandina foi chicoteada, queimada e finalmente morreu enrolada em uma rede ao ser chifrada por um touro. Santa Pelagia de Antioquia, virgem fiel, pulou de um telhado para não sofrer estupro. Os tempos de então eram muito primitivos e violentos.

Em suas peregrinações para divulgar os ensinamentos de Jesus os apóstolos viajavam a pé para terras estranhas, permanecendo longe de casa por vários anos. Suas vidas sempre estavam por um fio, não só pelos rigores da viagem, mas pela perseguição e ameaça constante de martírio pelas próprias pessoas a quem pregavam. Isto também significava que não tinham aonde obter refúgio ou proteção durante esta peregrinação. O alimento diário e um abrigo seguro eram, por vezes, impossíveis de se obter. As mulheres apóstolos desta epopeia ficaram conhecidas como "as irmãs".

Em honra à minha mãe.


 2ª PARTE

29 julho 2012

VÉU NA SANTA MISSA - THE VEIL IN THE HOLLY MASS


VÉU-SANTA-MISSA

O apóstolo São Paulo em sua primeira carta aos Coríntios,  determinava que a mulher ao orar deveria manter a cabeça coberta, sob pena de desrespeitar ao Senhor:

"Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta falta ao respeito ao seu senhor. E toda mulher que ora ou profetiza, não tendo coberta a cabeça, falta ao respeito ao seu senhor, porque é como se estivesse raspada. Se uma mulher não se cobre com um véu, então corte o cabelo. Ora, se é vergonhoso para a mulher ter os cabelos cortados ou a cabeça raspada, então que se cubra com um véu". 
 

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O véu era também um sinal do reconhecimento das diferentes funções do homem e da mulher. O véu é ainda sinal de modéstia e castidade. No tempo do antigo Testamento, descobrir a cabeça da mulher era visto como um jeito de humilhar ou punir adúlteras e mulheres que transgrediam a Lei.

A mulher hebraica não cogitaria em adentrar no Templo sem cobrir sua cabeça. Esta tradição permitiu que a imagem da Nossa Senhora  fosse representada com um longo véu, pois no tempo de Jesus era comum o uso de véu no cotidiano das mulheres da época.

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Durante centenas de anos o véu foi usado pelas mulheres na Igreja Romana, como nas Igrejas do Oriente, sem precisar ser obrigatório por meio de código canônico. Com a criação do Código de Direito Canônico em 1917, foi mencionado que toda mulher deveria usar o véu.

Está escrito no Código de Direito Canônico de 1917: Os homens, na Igreja ou fora dela, enquanto assistem aos ritos sagrados, devem trazer a cabeça descoberta, a não ser pelos costumes aprovados por um povo ou que circunstâncias peculiares determinem de outra maneira.

As mulheres no entanto, devem trazer a cabeça coberta e estarem vestidas de forma modesta, especialmente quando se aproximarem da mesa da comunhão. "Mulieres autem, capite cooperto et modest vestitae, maxime cum ad mesnam Domincam accedunt".

O Código de Direito Canônico de 1983 não contém esse preceito, e suprimiu as partes do Código de 1917,  que não foram intencionalmente incluídas na nova legislação.