Mateus nos diz: "Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos. Não perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos ao Senhor. Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis, nem pelo Céu, porque é o trono de Deus, nem pela Terra, porque é o escabelo de seus pés. Nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei, nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto". Este mesmo Ensinamento sobre os juramentos é repetido em Tiago: "Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo Céu, nem pela Terra, nem façais qualquer outro juramento".
Portanto, Jesus disse a seus súditos, sem deixar lugar de dúvida, que não devem jurar nem prestar juramentos. Os juramentos nos tornam propensos à possibilidade de tomarmos o nome de Deus em vão. E isso é um pecado grave. No entanto, há bem mais neste mandamento de Jesus do que uma simples precaução contra o perigo de se tomar o nome de Deus em vão.
Jesus estava estabelecendo para seus discípulos um padrão revolucionário de honestidade. Jurar ou prestar juramentos era um traço distintivo da sociedade antiga, tanto judia como gentílica. O povo usava os juramentos com regularidade, principalmente em assuntos de comércio, religião e governo. Porque os usavam com tanta frequência? Porque não podiam confiar uns nos outros.
Na vida quotidiana no mundo antigo pouquíssimas pessoas eram de confiança. E naquele tempo não havia nenhum Ministério da Justiça, nem agências do governo que pudessem regulamentar o comércio e punir quem fizesse afirmações falsas. Assim, a sociedade recorria aos juramentos, já que a maioria das pessoas temia prestar falsos juramentos. Até os pagãos veneravam os juramentos, visto que temiam o castigo dos deuses se jurassem falsamente.
Em consequência, os juramentos se tornaram um costume arraigado no comércio, nos assuntos legais, nos negócios e no governo. Eles tornavam possível o funcionamento da sociedade. No entanto, por sua própria existência, o sistema de juramentos reconhecia que havia dois padrões de honestidade. Havia um padrão que as pessoas usavam nas conversas normais e outro padrão quando estavam sob juramento. Entretanto, em Seu Reino, Jesus não tem nenhum padrão duplo de honestidade.
Ao proibir os juramentos, Jesus quis apresentar um padrão de honestidade completamente novo: Que vosso sim seja "Sim" e vosso não seja "Não". A palavra de um Cristão verdadeiro é tão válida quanto um juramento. Mas a honestidade e a verdade não se limitam ao comércio, à lei e ao governo. Jesus disse a Pilatos: "Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da Verdade. Todo aquele que é da Verdade ouve a minha voz".
Jesus só permite em seu Reino os que forem "da verdade". O amor à verdade tem que penetrar cada fibra de nossas almas. E assim será, se realmente formos nascidos do Espírito Santo e continuarmos andando no Espírito. Pois Jesus se refere ao Espírito Santo como o "O Espírito da Verdade". No entanto, quantos Cristãos conhecemos que se enquadram no padrão de honestidade do Reino? Quantos Cristãos conhecemos cujo sim é "Sim e cujo não é "Não"? Quando um irmão Cristão diz uma coisa, sabemos que podemos confiar completamente na veracidade de suas palavras?
Sabemos com certeza que não se trata de uma mentira, de um exagero ou de um simples boato? Quando um Cristão nos diz que fará algo, podemos contar com ele absolutamente ou será que seu sim significa talvez? Quando Jesus nos dá leis, Ele não tem obrigação de nos explicar o porquê. No entanto, num de seus debates sobre o divórcio, Jesus nos dá uma explicação de seu ensino rigoroso sobre este assunto: "Não tendes lido o que Aquele que os fez no princípio macho e fêmea disse? Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá à sua mulher e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem".
É o Cristianismo primitivo histórico e a maneira como os primeiros Cristãos compreendiam os Ensinamentos de Jesus. É como praticamente todos os Cristãos compreendiam os Mandamentos de Jesus até à época da Reforma.
Atualmente o divórcio deixou de acarretar consigo um estigma social e, quando os mundanos mudaram, a Igreja institucional mudou também. Isto é, se o César diz que o divórcio é incorreto e o proíbe, então é incorreto. Mas se Jesus diz que o divórcio é incorreto e o proíbe, bem, nesse caso, talvez não seja tão mau na realidade. As Igrejas têm demonstrado bem claro quem de fato é o 'senhor' delas, e não é Jesus Cristo!
JESUS CRISTO NÃO ERA JUDEU
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