Existem procedimentos ou passos que devem ser seguidos para que uma pessoa possa entrar no Reino de Deus. Para começar, as pessoas têm que ser libertas para que possam entrar. Isto se deve ao fato de que todo o gênero humano é escravo do pecado, de satanás e da morte. Jesus morreu para livrar-nos dessa escravidão.
Por intermédio da Sua morte, ele amarrou satanás e purificou todos os crentes por meio do Seu sangue. A pessoa se beneficia do sangue derramado por Jesus quando segue, por meio da fé, os passos estabelecidos nas Escrituras. Jesus instruiu seus apóstolos para que fossem capazes de ajudar as outras pessoas a entrarem no Reino de Deus.
Pouco depois de Jesus voltar para o Céu, os apóstolos tiveram a oportunidade de pôr em prática as instruções de Jesus. No dia de Pentecostes, o primeiro grupo de novos aspirantes entrou no Reino. Atos descreve como o fizeram: "E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos. Que faremos, meus irmãos?" E disse-lhes Pedro: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus Nosso Senhor chamar".
Com muitas outras palavras testificava, e os exortava: "Salvai-vos desta geração perversa, de sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a Sua palavra", e naquele dia agregaram-se quase três mil almas.
Analisemos a seguir os passos mediante os quais os ouvintes de Pedro entraram no reino de Deus: Eles escutaram a mensagem de Jesus Cristo e Seu Reino, e acreditaram. Esta não foi uma convicção meramente superficial. Eles se compungiram em seu coração. Além disso, eles se arrependeram de sua vida anterior. O Novo Testamento define a palavra arrepender-se como pensar diferente ou reconsiderar. Portanto, os ouvintes de Pedro reconsideraram como desejavam viver.
Eles decidiram viver o resto de suas vidas como seguidores de Jesus Cristo e foram batizados em água e receberam o Espírito Santo. Após terem dado estes passos, eles entraram no Reino de Deus. Devemos observar que estas pessoas tiveram que se arrepender de seus pecados, mas não tiveram que expiá-los. Jesus faz a expiação por nós.
Nós não salvamos a nós mesmos. Jesus é quem nos salva. Os ouvintes de Pedro não tiveram que fazer nada para ganhar sua salvação ou para ganhar o Reino de Deus. Sua salvação e sua cidadania no Reino foram dons gratuitos. Eles foram salvos por meio da graça, e não por meio de sua própria justiça.
O que aconteceu com a multidão que acreditou e nasceu de novo no dia de Pentecostes? Muitas coisas maravilhosas! Todos os seus pecados passados lhes foram perdoados e lavados com o sangue de Jesus. Experimentaram um novo começo de vida diante de Deus. Nasceram de novo como novas criaturas, experimentaram uma transformação espiritual sobrenatural e passaram a ser cidadãos do Reino de Deus. Estes novos cidadãos do Reino se converteram nos ramos da videira de Jesus. Se tivessem morrido naquele mesmo instante, teriam ido direto para o paraíso.
Segundo o evangelho "fácil" de hoje, aí terminaria o assunto. Neste evangelho popular todo pecado que uma pessoa tiver cometido assim como todo pecado que a pessoa cometerá no futuro lhe é perdoado quando ela "renasce". Este evangelho popular declara que a salvação consta de um único passo, de uma vez por todas. Uma vez que as pessoas nascem de novo, só se pode falar de sua salvação no tempo passado.
No entanto, Jesus nunca disse nada disso! O evangelho fácil não é o Evangelho do Reino de Deus. O Evangelho do Reino reconhece que há tanto um aspecto passado de nossa salvação como um aspecto futuro. Se a pessoa não compreender estas duas fases, não poderá compreender o Evangelho do Reino ou o ensino do Novo Testamento sobre a salvação. O Novo Testamento fala da salvação no tempo passado. Por exemplo, Romanos diz: "Porque em esperança fomos salvos".
Portanto, quando nascemos de novo quer dizer que fomos tirados do mundo e, nesse exato momento, entramos no Reino de Deus e nossos nomes são inscritos no Livro da Vida. Ao escrever para os Filipenses, São Paulo falou de seus colaboradores como aqueles cujos nomes estão no Livro da Vida! Mas as Escrituras também se referem a um aspecto futuro da Salvação. Jesus disse: "E odiados de todos sereis por causa do meu nome, mas aquele que perseverar até ao fim será salvo".
Então, existe um aspecto futuro que devemos perseverar até o fim da nossa vida para que a Salvação seja definitiva. Jesus deixou isto bem claro na parábola da videira: "Eu sou a videira, vós os ramos, quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto, porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, e secará, e os colhem e lançam ao fogo, e ardem". Esta passagem mostra os dois aspectos da Salvação: passado e futuro.
Somente os que nasceram de novo, os que foram salvos, podem ser ramos nesta videira. Esse é o aspecto passado da Salvação. No entanto, o fato de sermos ramos na videira de Jesus não quer dizer que vamos permanecer na videira. Se não mantivermos nosso relacionamento de amor obediente, Deus nos tirará da videira. É por isso que também devemos falar do aspecto futuro da Salvação.
Por causa deste aspecto futuro da Salvação, Jesus disse aos Cristãos da Igreja primitiva em Sardes: "O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do Livro da Vida. E confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos Seus anjos". Então, só pelo fato de nosso nome ter sido inscrito no Livro da Vida no momento do novo nascimento, não podemos presumir que permanecerá ali. Na realidade, segundo as palavras de Jesus à Igreja em Sardes, parece que Ele iria apagar a maioria dos seus nomes.
Notemos o que Ele diz: "Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes, e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso". Foi por causa deste aspecto futuro da Salvação que Jesus disse aos Cristãos em Tiatira: "Mas o que tendes, retende-o até que eu venha. E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações".
Sobre a Salvação, as Escrituras relatam: "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas, porque fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem. Se sofrermos, também com Ele reinaremos, se O negarmos, também Ele nos negará, porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do Santo Mandamento que lhes fora dado".
Jesus não está tão interessado no que dizemos, pois Ele está interessado no que fazemos! E isto Ele deixou bem claro numa de suas parábolas: "Um homem tinha dois filhos, e dirigindo-se ao primeiro, disse; filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. Ele, porém, respondeu; não quero! Mas depois, arrependendo-se foi trabalhar. O pai, dirigindo-se ao segundo filho, falou-lhe de igual modo, que respondeu; eu vou senhor, e não foi trabalhar. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-Lhe eles; o primeiro!"
Importa o que fazemos e não o que dizemos! Os ensinamentos de Jesus eram compreendidos pelas pessoas mais singelas, sem nenhuma formação acadêmica. Se uma pessoa tem que estudar durante anos para dominar a Teologia ou para que possa ensinar aos outros, algo está muito errado. Nem Jesus nem seus Apóstolos fundaram um seminário, porque nada disso é necessário para compreender o Evangelho do Reino de Deus.
Os Cristãos do Reino raramente fundam seminários e, quando o fazem, sempre acabam perdendo o Evangelho do Reino. Ele é tão simples, tão livre de teologia complicada, que durante os primeiros trezentos anos do Cristianismo, a seguinte confissão de fé foi suficiente: "Creio em Deus Pai Todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra, e em Jesus Cristo, Seu único Filho, Nosso Senhor, que foi concebido do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao inferno, ao terceiro dia ressuscitou dentre os mortos, subiu ao Céu, e está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, e de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja, na Comunhão dos Santos, no perdão dos pecados, na Ressurreição do corpo e na Vida Eterna".
Esta singela confissão de Fé é conhecida como o Credo Apostólico. Na verdade, os primeiros Cristãos temiam ensinamentos e opiniões que iam além desta simples confissão de Fé. Mas esta era toda a teologia que um Cristão tinha que crer. Se alguns Cristãos quisessem se aprofundar mais, podiam fazê-lo, desde que não se envolvessem tanto em seus pensamentos a ponto de irem para além do que era tradicionalmente aceito.
Se o Credo Apostólico foi uma teologia adequada para os primeiros três séculos do Cristianismo, também deve ser para os séculos seguintes: ainda é uma teologia adequada para os nossos dias! A Igreja institucional não chegou a um melhor entendimento de Jesus Cristo depois que abandonou o Evangelho do Reino, ao contrário, afastou-se mais e mais dos verdadeiros Ensinamentos de Jesus.
JESUS CRISTO NÃO ERA JUDEU
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