No princípio Deus criou os Céus e a Terra, e viu tudo quanto tinha feito e eis que era muito bom. Tudo que está na Terra foi criado dos elementos da Terra e foi trazido pela água e pela terra ao comando de Deus, exceto a alma do homem, que carrega em si mesma a imagem e a semelhança de Deus.
O mundo foi criado por Deus para que outros seres glorificando-O, possam ser participantes em Sua bondade. Deus criou o mundo perfeito!
No entanto, o Apocalipse não diz que o mundo presente era perfeito em tal extensão que não teria necessidade de um aperfeiçoamento, fosse nos dias de sua Criação ou nas suas condições mais tardias e presentes.
A Revelação Divina nos ensina que a presente condição do mundo será substituída em algum momento por uma melhor e mais perfeita, quando existirão "novos Céus e nova Terra", e a própria Criação será libertada da servidão da corrupção.
Por meio de seu relato da Criação, Moisés pretendeu instilar em seu povo e em toda a humanidade, as verdades fundamentais de Deus, do mundo e do homem. A Glória, Graças e Oração, somente são possíveis sobre as bases que foram dadas no relato de Moisés sobre a Criação do mundo.
Sem o conhecimento de um Deus Pessoal nós não poderíamos nos voltar para Ele. Na hierarquia da Criação terrena o homem é colocado no degrau mais alto, e ocupa a posição reinante em relação a todos os seres terrestres. Mesmo sendo terreno, devido aos seus dons, ele se aproxima dos seres celestes pois é "pouco menor que os anjos".
Moisés descreve a origem do homem desse modo: "Todas as criaturas da Terra foram criadas e Deus disse, façamos o homem à Nossa imagem, conforme Nossa semelhança, e que ele tenha domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos Céus e sobre toda a Terra, e criou Deus o homem à Sua imagem. Formou o Senhor Deus o homem do pó da Terra, e soprou em seus narizes o fôlego da Vida, e o homem foi feito alma vivente".
De acordo com a descrição do Gênesis, Deus criou o corpo do homem de elementos terrestres já existentes. Ele o criou de um modo muito especial, não somente por Seu comando ou palavra, como foi feito na Criação de outras criaturas, mas por Sua ação direta. Isso mostra que o homem é um ser que ultrapassa todas as outras criaturas desde o começo de sua existência.
Além disso, é dito que Deus soprou em sua face o sopro da Vida e que o homem tornou-se alma vivente. Alguém que recebeu o "sopro da Vida", nessa expressão figurativa, "da boca do próprio Deus", é então uma união viva e orgânica do terreno com o celeste, do material com o espiritual.
O corpo deve servir como organismo e também como companheiro da alma. A alma tanto pode rebaixar-se até se transformar numa escrava do corpo ou, sendo guiada por um espírito iluminado, tornar o corpo seu obediente executor.
Dependendo da alma, o corpo pode ser um vaso de impureza pecaminosa e loucura ou transformar-se num templo de Deus, participando com a alma da Sua Glória. Mesmo com a morte do corpo, a ligação com a alma não é cortada para sempre.
Virá o tempo quando os corpos dos homens se levantarão numa forma renovada e serão unidos de novo com suas almas, agora para sempre, para tomar parte na eterna benção ou tormento, correspondendo às boas ou más obras realizadas pelos homens no curso da vida terrena.
Uma visão ainda mais completa com respeito à natureza da alma, é ensinada pela palavra de Deus. Na Criação da alma Deus não tomou nada da Terra, mas concedeu-a ao homem somente pelo Seu próprio sopro criativo.
Isso mostra claramente que, na concepção da palavra de Deus, a alma humana é uma essência completamente separada do corpo e de toda a matéria, tendo uma natureza celeste.
A elevada proeminência da alma do homem, comparada com tudo que é terreno foi expressa pelo Senhor Jesus Cristo nas palavras: "Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Que dará o homem em recompensa da sua alma?" O Senhor instrui Seus discípulos: "E não temais os que matam o corpo, pois não podem matar a alma".
O posicionamento correto de que a alma é de origem celeste não significa que ela é divina em essência. "Ele soprou o fôlego da vida" é uma expressão antropomórfica, e não significa que Deus deu alguma coisa da Sua substância Divina.
A alma não é incondicionalmente sujeita aos impulsos do corpo, porque ela é capaz de entrar em guerra com o corpo, como se fosse alguma coisa estranha e hostil a ela. A alma é capaz de obter domínio sobre o corpo, mostrando assim que não é a mesma coisa que ele, mas uma essência invisível, de natureza diferente, superando toda natureza corpórea.
A observação mostra que a Fé na imortalidade da alma é intrinsecamente ligada na Fé em Deus, em tal extensão que o grau da primeira é determinado pelo grau da última. Mais viva a Fé em Deus, mais firme e sem dúvidas é a Fé na imortalidade da alma. E ao contrário, quanto mais fraca a Fé em Deus, maiores são as ondas de dúvidas que se levantam contra a imortalidade da alma.
Alguém que perdeu ou abafou completamente a Fé em Deus, usualmente cessa de acreditar na imortalidade da alma ou na vida futura. Isso é facilmente compreendido, porque homem recebe o poder da Fé da própria Fonte da Vida. Se ele corta sua ligação com essa fonte ele perde esse fluxo de Poder Vivo, e nenhuma prova racional ou persuasão será capaz de fazê-lo retornar ao poder da Fé.
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