Astrônomos descobriram misteriosos fluxos gigantescos de partículas carregadas provenientes do centro da nossa galáxia, que se estendem numa distância equivalente à metade da sua extensão.
Estes fluxos ou gêiser de gás cósmico, contêm uma extraordinária carga de energia mas não se direcionam ao Sistema Solar no plano galáctico.
Os fluxos cósmicos foram mapeados através do rádio-telescópio CSIRO 64 Parkes, na Austrália, e foram detectados por astrônomos da Austrália, Estados Unidos, Itália e Países Baixos.
Estes fluxos contêm uma imensa quantidade de energia, cerca de milhões de vezes a energia de uma estrela explodindo. A velocidade de escape de matéria dos fluxos é absurda, aproximadamente 1000 quilômetros por segundo.
Estamos a 30.000 anos-luz do Centro Galáctico, porém a energia emitida não estão vindo ainda em nossa direção, pois sobe e desce em relação plano galáctico.
Para cima e para baixo, os fluxos se estendem por 50.000 anos-luz além do plano galáctico. Isto equivale ao diâmetro de nossa Galáxia, ou seja 100.000 anos-luz. Se fosse possível vê-los da Terra, os fluxos se estenderiam infinitamente através do espaço sideral.
Eles correspondem à névoa de emissão de microondas previamente observada pelos telescópios espaciais WMAP e Planck, e às regiões de emissão de raios gama detectadas pelo telescópio espacial Fermi, da NASA, em 2010, as quais foram chamadas de "Bolhas de Fermi".
As observações do WMAP, Planck e Fermi não forneceram evidências suficientes para indicar definitivamente a fonte da radiação detectada, mas as recentes observações do telescópio Parkes o fizeram.
Poderia ser um fluxo do tipo emitido por quasares, mas proveniente do buraco negro do Centro Galáctico, ou proveniente das emissões de estrelas jovens explosivas.
A melhor hipótese é que os fluxos foram emitidos por muitas gerações de estrelas ao se formarem e explodirem no Centro Galáctico durante bilhões de anos.
Outra descoberta interessante foi a de uma misteriosa estrela que emite uma gigantesca radiação estroboscópica, que foi detectada pelos astrônomos usando os telescópios espaciais Spitzer e Hubble.
A estrela, denominada LRLL 54361, está oculta atrás de um disco denso de poeira cósmica e a cada 25 dias desencadeia uma super explosão de energia.
Observações semelhantes foram feitas em duas outras estrelas jovens, mas a descoberta da emissão energética recente revela-se como a mais poderosa e maior do que a ciência poderia prever.
A energia estroboscópica emitida pelo objeto é causada por interações periódicas entre duas estrelas recém formadas, que estão gravitacionalmente ligadas entre si.
A LRLL 54361 oferece insights sobre os estágios iniciais da formação estelar, quando lotes de gás e poeira cósmica são rapidamente acrescentados e reunidos para formar um novo sistema estrelar binário.
Os flashes são causados por material sendo despejado repentinamente sobre as estrelas em crescimento, conhecidas como proto-estrelas, e uma poderosa explosão de radiação é desencadeada cada vez que suas órbitas se cruzam.
Este fenômeno, chamado de "acréscimo de pulsos", tem sido observado em fases posteriores do nascimento de estrelas mas nunca em um sistema tão jovem e com tanta intensidade e regularidade.
Estas variações de brilho intenso em proto-estrelas, com um período exato de emissões energéticas, não tem uma explicação científica.
Dados do telescópio Spitzer revelaram que estas proto-estrelas não tem mais do que cem mil anos e situam-se dentro da região de formação estelar IC 348 situada a 950 anos-luz da Terra.
O telescópio espacial Hubble confirmou as observações do Spitzer e revelou a estrutura estelar detalhada da LRLL 54361. Foram observadas duas cavidades, que são visíveis pelo rastreamento da luz espalhada além de suas bordas, acima e abaixo de um disco de poeira cósmica.
Quando as duas estrelas se atraem, a poeira e o gás cósmico são arrastados da borda interna do disco circundante e o material finalmente cai em uma ou nas duas estrelas, que disparam um intenso flash de luz que ilumina a matéria circundante.
Este sistema estelar é raro, porque binárias próximas representam apenas uma pequena porcentagem na população estelar da nossa Galáxia. Provavelmente esta seria uma fase transitória e breve no nascimento de um sistema estelar múltiplo.
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