O princípio básico do Cristianismo é que devemos conduzir nossas vidas tomando como exemplo os Ensinamentos de Jesus. Sua essência divina provém do fato de que Jesus é o Filho perfeito e Único de Deus nascido no mundo para testemunhar o Amor do Seu Pai. O maior título de benemerência de Jesus é a Sua bondade.
Jesus Cristo proferiu declarações diretas expressando a austeridade das suas opiniões pertinentes à política nefasta de Roma. E o feito revelou para os primeiros cristãos, que consideravam Jesus como o predestinado à Glória de Deus, que Ele era também um Homem bem preparado para os desafios da sociedade da época.
Jesus evidenciou a sua Divindade ao revelar que Ele é o único caminho para adquirirmos a compreensão plena de que podemos alcançar um relacionamento com Deus, assim como nos ensinou o que fazer para iniciarmos o derradeiro ato final para obtermos o perdão dos pecados e alcançar a Salvação Eterna.
A etimologia revela que o nome Jesus Cristo consagra os encargos de Rei e Sacerdote, elegendo Jesus como o redentor prometido por Deus nas profecias do Antigo Testamento. E os títulos consignados a Jesus no Novo Testamento, o Messias dos cristãos, são de tal importância superior que somente poderiam ser consagrados a um Criador de Universos.
A população da Palestina na época de Jesus era composta em sua maioria por hebreus que seguiam as convicções religiosas do Antigo Testamento e acreditavam no Deus de Moisés. Eram monoteístas até o fundo da alma, mas no entanto reconheceram Jesus como o seu Deus Único encarnado na forma humana - o Verbo se fez carne!
No Evangelho de João conhecemos o confronto entre Jesus e os fariseus talmudistas, desencadeado pelo milagre de Jesus que recuperou a saúde de um aleijado num sábado, uma afronta para os fariseus que fanatizavam a guarda do sábado. Mas disse Jesus: "Meu Pai trabalha agora e eu trabalho também". E foi assim que Jesus confirmou que enquanto Deus executa a Sua obra Ele trabalha na Terra pelo Seu Pai.
Quando Jesus afirmou que Deus era Seu Pai de fato, os discípulos de Jesus não poderiam interpretar de outra forma que não fosse a mais pura verdade. Os fariseus até que aceitaram a implicação de que Jesus era o Filho de Deus, mas por trás da fala macia existia uma grande raiva contida e uma exacerbação do ódio, e a perseguição a Jesus aumentou exponencialmente pois agora conspiravam para matá-Lo!
Jesus reivindicou a igualdade com Deus e declarou que era Um com Seu Pai afirmando que era 'Um com Deus' em essência e natureza: "Se conheceres a mim conhecereis o meu Pai que a ninguém julga, mas que deu ao Filho todo o juízo para que todos honrem o Filho como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou".
Jesus era o Deus-Homem porque era totalmente homem como se nunca tivesse sido Deus, e era Deus como se não tivesse sido homem. Jesus não era apenas um homem finito uma vez que era também um Deus infinito que teve a infinita capacidade de carregar sobre si os pecados do mundo. Quando Jesus voltou para junto do Seu Pai após a Ressurreição Ele suprimiu a submissão humana ao pecado original 'derramando' o Amor Eterno de Deus sobre a humanidade.
Por meio de Jesus Cristo a humanidade estabeleceu um relacionamento com Deus Pai e fomos redimidos por toda a Eternidade. Nós podemos acreditar na Redenção Eterna independentemente do resultado final da nossa vida terrena, uma vez que a aceitação e a guarda do Amor de Deus é que nos redimirá na Vida após a morte.
Durante Sua passagem na Terra, Jesus ensinou como nos conectarmos com Deus e confiarmos no Seu poder e provisão. Mas os Ensinamentos de Jesus incomodavam o governo romano que controlava todos os aspectos da vida das populações da Palestina. Então os soldados vieram por Jesus Cristo e o Estado romano instigado pelos fariseus talmudistas torturou e crucificou Nosso Senhor.
Jesus Cristo nunca foi fraco e muito menos submisso, uma vez que combateu a corrupção evidenciando os abusos do Império Romano e as hipocrisias dos fariseus. Mesmo quando foi torturado Jesus rebelou-se de maneira poderosa, superior e inédita; perdoando aqueles que o açoitaram e crucificaram. Jesus disse: "Se alguém quiser ser meu seguidor deve abrir mão do seu próprio caminho tomar a sua cruz e seguir-me".
Carregar a própria cruz é a escolha correta que todos os cristãos devem eleger em qualquer situação na qual nos encontremos. Jesus Cristo afirmou que ninguém poderia servir a dois senhores, porém através dos séculos surgiram cristãos que tentaram demonstrar que Jesus estava equivocado e julgaram que na verdade poderíamos ter as 'coisas' dos dois mundos; aquelas deste mundo material e as outras do mundo espiritual.
Mas será que nós defendemos os inocentes e os perseguidos com toda a nossa força interior ou continuamos a ignorar a matança insana de seres humanos? Nós buscamos a influência, riqueza e o poder que o mundo nos traz ou optamos pela força, a presença e a redenção de Deus? Creio que não! Mas ao longo da História vários cristãos corajosos armaram-se com o espírito de Deus para defender os inocentes e desafiar as injustiças perpetradas pelos governos e tiranos.
Jesus Cristo defendeu os que foram injustamente acusados e perseguidos como também enfrentou os que estavam no poder e questionou sua integridade. Em Mateus pode-se ler que Jesus expulsou os vendilhões do Templo e virou as mesas dos cambistas e as bancas dos que vendiam pombas, dizendo-lhes: "A minha casa será chamada casa de oração, mas vós a tendes convertido em um covil de ladrões".
Os antigos cristãos dos primeiros séculos produziram uma revolução espiritual porque não temiam desafiar as atitudes e os valores do Império romano. Seu Cristianismo era muito mais abrangente do que um simples credo ou um conjunto de doutrinas, pois era uma maneira nova e diferente de viver, lutar e se afirmar no mundo; tão influente que até a força do Império romano não pôde segurar ou interromper a onda avassaladora cristã!
Naquela época, Jesus Cristo vivia numa sociedade cheia de conflitos políticos, sociais e morais, mas a Sua oposição à injustiça do governo romano é que regularmente marcava o contexto do Seu ministério. Jesus foi um radical não violento que defendeu a liberdade e a responsabilidade individual, denunciando a tortura e a humilhação dos inocentes. Tentar compreender os feitos e as intenções de Jesus sem considerar como o imperialismo romano determinou as condições da vida na Palestina seria um ato falho!
Jesus Cristo foi acusado pela liderança judaica e a autoridade que o sentenciou à morte foi o governador Pôncio Pilatos, o representante do Império Romano na Judeia. No entanto, a morte de Jesus não acabou com o Cristianismo ou interrompeu a marcha dos Seus seguidores, até mesmo quando todos foram considerados inimigos do Império e passaram a ser sistematicamente perseguidos e mortos.
Quando o Livro do Apocalipse foi escrito entre os anos 90 e 100 AD o imperador que reinava em Roma era 'Titus Flavius Domitianus', vulgarmente conhecido como Domiciano. Ele era um déspota que promovia a caça, tortura e a morte dos cristãos em espetáculos abertos ao público romano. A intensa perseguição aos cristãos que começou em Roma expandiu-se por todas as províncias do Império!
Ser cristão era um crime capital, punido com a morte, porque significava prestar honras a Jesus Cristo e não ao Imperador Romano. Quando um cristão era denunciado pelos romanos e levado diante de um 'tribunal', a denominação do estrado onde assentavam-se os juízes, a única forma de não ser condenado à morte era renegar a Fé em Jesus. Mas nenhum cristão renunciou a Fé em Jesus como seu Deus e Salvador apesar do genocídio dos cristãos!
Um autor romano no ano 130 AD descreveu os primeiros cristãos: "Vivem em diferentes cidades mas sempre como peregrinos, são carne mas não vivem segundo a carne. Passam seus dias no mundo mas são cidadãos do Céu, obedecem as leis mas suas vidas superam estas leis. Amam todos os povos mas são perseguidos por todos. Se levados à morte serão restaurados à vida, são pobres mas enriquecem a muitos".
A comprovação de que os cristãos levavam uma vida de aflições encontra-se nos depoimentos dos romanos da época: "Menosprezam os templos como se fossem casas dos mortos e caçoam dos nossos deuses e das coisas da idolatria. Ainda que pobres sentem compaixão por nossos sacerdotes. Não temem os tormentos mas temem os que virão no futuro, e mesmo não temendo a morte temem uma que pode vir depois da morte física".
O maior exemplo da Fé dos cristãos encontra-se na boa acolhida que deram à própria perseguição. Desde o tempo do imperador Trajano, por volta do ano 100 AD, até o edito de Milão proclamado em 313 AD, ser cristão era considerado um crime em todo o Império, um delito sujeito à tortura ou uma morte ritualística na Arena romana. Os oficiais normalmente não caçavam os cristãos e os ignoravam, a não ser que alguém os denunciasse perante a lei.
Porém, o equilíbrio entre a vida e a morte era precário, pois enquanto alguns cristãos sofriam uma perseguição esporádica e incerta dependendo do estado mental e social do acusador outros na mesma cidade sofriam torturas desumanas, enquanto que em outra cidade todos viviam seguros. Mas ninguém conseguia viver de forma tranquila porque todos conviviam com a sentença de morte pairando sobre as cabeças!
Os primeiros cristãos estavam dispostos a sofrer horrores indizíveis e morrer antes de negar a Deus. Assim, este fato somado à profunda união dos cristãos e suas vidas exemplares serviram como uma ferramenta eficaz na evangelização das populações ao redor do mundo. Os romanos nunca se dispuseram a oferecer a vida por seus deuses, mas quando os cristãos morriam pela Fé em Deus era um depoimento de valor e força.
Ainda que muitos cristãos fugissem da perseguição local, eles nunca tentaram afastar-se da jurisdição do Império romano. Eles eram almas inocentes que acreditavam no próximo e sabiam que a Igreja de Jesus que se edificaria sobre uma rocha os protegeria, e afirmavam que as portas do Hades não prevaleceriam sobre ela. Mesmo sabendo que milhares deles sofreriam mortes terríveis e injustas nas Arenas romanas eles não se importavam!
Podiam padecer das torturas terríveis e 'apodrecer' nas prisões romanas mas sempre sentiam-se plenamente convencidos de que seu Pai nunca permitiria que a Igreja fosse aniquilada de alguma forma, e isto confirmou-se conforme foi anunciado por Jesus Cristo. Os cristãos apresentavam-se diante dos julgadores romanos e diziam que não fariam uso de meios humanos para preservar a Igreja de Cristo.
Confiavam em Deus e só Nele como seu protetor. Acreditavam no que Orígenes de Alexandria disse aos romanos: "Quando Deus permite que o tentador nos persiga, padecemos da perseguição. E quando Deus deseja livrar-nos da perseguição desfrutamos de uma paz maravilhosa, ainda que nos rodeie um mundo que não deixa de odiar-nos. Confiamos na proteção Daquele que disse, confiai eu venci o mundo".
Jesus Cristo venceu o mundo e só triunfaremos se aceitarmos que prevaleça entre nós o poder que recebemos de Deus para também vencer o mundo. Desta vitória de Jesus podemos espelhar nosso ânimo e persistência. Mesmo se Jesus pedisse que sofrêssemos ou combatêssemos pela nossa Fé, o que Ele nunca faria, sempre pensariamos no íntimo: "Tudo posso em Cristo Jesus porque Nosso Senhor nos fortalece".
Para os primeiros cristãos ter Fé em Deus significava bem mais do que dar um depoimento comovente sobre 'o momento em que entreguei a minha Fé ao Senhor'. A Fé dos primeiros cristãos significava que acreditavam que Deus era digno de confiança, mesmo sabendo que acreditar Nele os envolveria em grande sofrimento e nas tribulações inimagináveis.
Os cristãos de hoje ainda não se convenceram com os testemunhos dos 'Verdadeiros Cristãos' do passado e muito menos com as lições por eles deixadas na História. A Igreja Católica Apostólica Romana atual ainda se compraz do seu 'casamento com o mundo' e seus fiéis ainda acreditam que podem melhorar o Cristianismo por meio dos métodos humanos.
Mas no âmago do seu sentido verdadeiro a essência do Cristianismo não melhorará até que volte à Santidade prática, o amor não fingido e a abnegação verdadeira dos primeiros cristãos, os Pais das Igrejas Cristãs primitivas. Há muito tempo deveríamos ter nos divorciado do mundo mundano, um divórcio que inequivocamente teria a bênção indubitável de Deus.
"Onde encontra-se a antiga Cruz da abnegação, desprendimento, altruísmo e sofrimento? E o estandarte da Fé e do Amor a Deus que levantaram e carregaram os Primeiros Cristãos? Estão atirados e foram esquecidos numa viela de Niceia! Mas não é demasiado tarde para resgatá-los, porque a Igreja Cristã pode voltar, recolhê-los, levantá-los e elevá-los outra vez em nome do Deus Único, Jesus Cristo".
1 comentários:
Relato fantástico com um final procedente.
Postar um comentário