O JULGAMENTO FINAL - THE FINAL JUDGMENT

Existem numerosos testemunhos de Jesus Cristo e dos Apóstolos sobre a realidade e indisputabilidade do Julgamento Universal, extensivo a todos os humanos vivos ou mortos, que será determinado pelo juízo de Deus. O destino final de cada setenciado deve perdurar por muito tempo e o resultado será a Vida Eterna para os justos e o tormento eterno para os malignos e perversos.

Descrevendo da maneira clara as características da Vida Eterna depois do Julgamento Final, Jesus Cristo revelou a dinâmica da recompensa e tormento dos homens bons e maus. Jesus relatou que as almas dos justos sobreviverão no paraíso e a dos perversos nas trevas exteriores, ambos aguardando o dia em que todas as coisas finalmente serão restauradas numa estrutura sinóptica.

O Novo Testamento utiliza o termo gehenna para designar o inferno. A palavra gehenna deriva do hebraico 'Ge-Ben-Hinom' que significa Vale do filho de Hinom. Era um local na Palestina para descartar e queimar os cadáveres humanos, restos de animais e toda espécie de imundícies. Gehenna também significa o  altar na forma da estátua em chamas do deus amorita Moloch cuja oferenda ritualística era lançar crianças ao fogo, prática executada pelos edomitas exilados na Babilônia.

O sacrifício de crianças a Moloch cultuado na Babilônia foi perpetuado no Vale do Hinom durante o século 6 AC. Na época de Jesus, o gehenna foi transformado num centro de queima perpétua de lixo para desencorajar a reintrodução dos sacrifícios a Moloch pelos fariseus talmudistas, ou  edomitas babilônicos, que agora ocupavam a Palestina. Os fariseus é que introduziram as tradições talmúdicas e cabalistas na região da Judéia.

Considerado como um local abominável o Vale de Hinom foi estigmatizado como morada dos condenados. Jesus Cristo utilizou o termo gehenna para designar o inferno, e no Apocalipse de São João o lugar do tormento eterno foi denominado lago de fogo. A ideia simbólica do fogo que nunca apaga indica a severidade dos tormentos e pondera sobre as realidades assustadoras que estão além de nossa compreensão.

A palavra latina 'infernus' traduz-se como 'nas regiões subterrâneas'. Na mitologia grega, Hades é o deus dos mortos que reina no mundo inferior. Na mitologia nórdica, Hel é uma deusa desfavorecida que habita um submundo que é local de punição dos criminosos. Do termo nórdico 'hel', utilizado nos países do Norte da Europa, deriva a palavra anglo-saxônica 'hell' traduzido como inferno na língua portuguesa.

Muitos sentem-se aterrorizados sobre a possibilidade de queimar no inferno, mas a privação da Glória de Deus é um tormento muito maior do que isto. A privação do Amor de Deus causaria tal nível de tormento mental, envolvendo a tristeza e opressão na alma humana, que nenhuma punição seria mais poderosa do que a Sua ausência. Mas para aqueles que rejeitaram Deus só resta uma vida nas trevas eternas.

O Novo Testamento descreve o inferno como um abismo sem fim para o qual os ímpios descenderão, indicando que pode estar localizado nas profundezas interiores do nosso planeta: "No inferno os condenados estão completamente afastados de Deus e da Sua Luz, presos nos abismos tenebrosos da Terra". De certa forma isto faz muito sentido já que sofrimentos físicos exigem cenários materiais!

A recompensa para os puros de coração será conhecer Deus Pai no Reino do Céu. A Igreja Católica baseando-se nas palavras de Deus, reconhece os tormentos no inferno como sendo eternos, e esta foi a razão do porquê condenou o falso ensinamento dos origenistas, sectários de Orígenes, que afirmavam que os demônios e os ímpios sofreriam no inferno somente por um período de tempo predefinido.

A ideia de interpretar os tormentos do inferno num sentido relativo e a eternidade como um período temporal que comporta um final, foi proposta na antiguidade e mantém-se até os dias atuais. Mas esta concepção carece de fundamentos e ignora um dogma secular, trazendo ao escrutínio concepções como a desarmonia entre os tormentos sofridos e a bondade de Deus.

Porém, definir limites entre a inexprimível misericórdia de Deus e Sua justiça ou afirmar que Deus condena as pessoas ao inferno é uma opinião equivocada. O que podemos afirmar, é que Nosso Senhor deseja que todos as almas participem ao Seu lado do conhecimento da Verdade Única. O ser humano é livre para decidir se rejeita ou aceita o chamado de Deus para alcançar a Salvação!

Jesus ensinou sobre o Reino de Deus e acrescentou que foi preparado para a humanidade desde a criação do mundo, mas quando comentou sobre o fogo do inferno destacou que foi reservado para satanás e os anjos caídos: "Pois eu prepararei para vós o Reino Eterno, e o fogo eterno para satanás e seus anjos. Mas, uma vez que vós jogastes-vos ao fogo, então acuseis a vós mesmos por isso".

Mas não devemos interpretar as palavras de Jesus Cristo condicionalmente como uma ameaça ou um artifício pedagógico, porque se interpretarmos desta forma incorreremos no erro, uma vez que o Senhor não pretende instilar entre nós nenhum sentimento de punição ou recompensa. Deus não rejubila e não se orgulha, nem espera a gratidão daqueles que Ele salva e ajuda, uma vez que Ele ignora Seu próprio valor.

Deus só concede, e a Sua linguagem é o Amor infinito. Quando permanecermos do lado do bem assemelhamo-nos a Deus e sempre estaremos com Ele, mas quando nos tornarmos malignos, não assemelhados a Deus, tornamo-nos seus inimigos. Mesmo assim, Ele não ficará sentido de maneira arbitrária, pois somente os pecados imperdoáveis contra o Espírito Santo é que impedirão que Deus brilhe dentro de nós.

Os justos seguirão para a Vida Eterna e os satanizados para os tormentos eternos pela sua conformidade com o mal absoluto. Satã conheceu o poder de Deus mas ainda é um ser incorrigível, e mesmo mofando no inferno ainda é vingativo. Como não há mais esperança para ele também não haverá para os satanizados pelos seus atos. Isto pode significar que existe um inferno real aonde os tormentos serão eternos!

"O corpo crepita no calor das chamas e convulsiona com dores excruciantes. É terrível o fedor da podridão, e as chamas circulam pelo corpo. Há o ranger dos dentes dos milhões que cumprem pena. Quando a dor excruciante vai acabar? Mas nunca vai cessar. Algo rasteja nas trevas eternas, e o terror insano apaga qualquer vestígio de sanidade enquanto um verme sem rosto emerge do corpo dilacerado e vivo".

As Escrituras são bastante explícitas quanto ao fogo do inferno ser eterno e inextinguível, e sobre o fato de que os tormentos dos condenados serão eternos, assim como serão as alegrias no Reino de Deus. Devemos prestar atenção ao testemunho dos primeiros mártires cristãos que muitas vezes se declaravam contentes em sofrer dores terríveis de curta duração em vez dos tormentos eternos no inferno ou na escuridão.

O fim da vida é o termo da provação na Terra, e não haverá mais lugar para qualquer mudança essencial na conduta da alma humana. Assim, a partir do estado anterior da união com o corpo, a alma dos justos se liberta e transfere-se para outra dimensão. Não sabemos se os condenados ao inferno terão uma forma incorpórea mais sensitiva ou se as suas almas ficarão presas ao corpo degradado pelos tormentos.

Embora não conheçamos o tempo de 'estadia' no inferno, Jesus afirmou que a quantidade do sofrimento será proporcional à dureza do coração do indivíduo, e isto significa que o tormento não será eterno. Seria pura especulação quantificar a duração da pena, mas podemos ter a certeza de que o sofrimento e a angústia dos condenados, longe dos entes queridos, situa-se além da capacidade descritiva.

Só os podres de espírito e desalmados, assassinos cruéis, satanistas, molestadores, depravados, comunistas e torturadores que odeiam Deus, conhecerão o sofrimento eterno. E talvez a pena nem seja o fogo eterno, mas sim uma existência na escuridão eterna. É difícil imaginar como seria passar a eternidade sem estímulos, sem luz e sem Deus, vagando consciente num estado semicomatoso. Simplesmente Terrível!

Na vinda de Jesus será cumprida a ressurreição dos mortos com sua aparência transfigurada. A ressurreição será universal e simultânea, compreendendo tanto os justos quanto os pecadores: "Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação".

No entanto, não há qualquer duvida de que a aparência da essência da alma dos ressuscitados justos será diferente dos ressuscitados pecadores, pois ensinou Jesus: "Então os justos resplandecerão como o sol no reino de Deus Pai". Estas palavras foram proferidas em favor daqueles em estado de graça perante Deus, e como os bons transfiguram-se em luz, os maus serão moldados pelas trevas.

Jesus Cristo ensinou: "As almas manterão essencialmente a mesma aparência dos corpos da vida terrena porque convém que o corruptível se recubra da incorruptibilidade e o mortal da imortalidade. Se o corruptível se recobrir da incorruptibilidade e o mortal da imortalidade se cumprirá a Palavra, que tragada foi a morte pela Vitória do Amor de Deus".

Ao mesmo tempo que serão transfigurados, os corpos dos justos se tornarão incorruptos e imortais, como está claramente evidenciado nos Ensinamentos de Jesus Cristo. Os participantes da Glória de Deus estarão completamente livres das fraquezas ou enfermidades da vida passada na Terra e serão seres espirituais, celestiais, que prescindirão das necessidades terrenas. E isso é apenas o início da Graça concedida por Deus!

A vida depois da ressurreição será como a vida dos espíritos sem carne, os anjos, de acordo com a palavra do Senhor Jesus. Foi reservado para os pecadores que seus corpos também se ergueriam numa nova forma recebendo a natureza incorrupta e espiritual, mas ao mesmo tempo sua aparência será a expressão da condição nefasta na qual a alma reside. Infelizmente o dano será permanente!

A alma é a forma extranatural do ser humano que migra para outra dimensão após a extinção do corpo físico. A alma preserva a memória, valores e a consciência do ser humano original. Habitando a nova dimensão do Universo que denominamos de paraíso, as almas manterão as mesmas relações familiares e sociais que estabeleceram na Terra, além de estarem imersas no esplendor e na Glória de Deus.

A ressurreição universal e os acontecimentos correlatos são abstrações difíceis de relatar e interpretar através do pensamento humano, porque nunca os experimentamos ou avistamos a alma na sua autêntica forma. Não podemos compreender estes fatos através do pensamento racional e nem resolver as numerosas questões pendentes a respeito deste tema, pois só temos a imaginação para desvendar esta realidade.

Convém observar que a imagem de Deus deve ser vista só na alma e não no corpo. De acordo com a Sua natureza Deus é o mais puro Espírito, assim a imagem de Deus só pode referir-se à alma imaterial. O ser humano carrega a imagem de Deus nas mais elevadas qualidades da alma; a imortalidade, o livre arbítrio, a razão e a capacidade de amar. A imagem de Deus na natureza da alma foi recebida no início da nossa existência, mas a semelhança deve ser adquirida pelos nossos esforços.

As realidades metafísicas, como a presença de Deus, a existência da alma e as realidades que transcendem a experiência sensível são reais e qualificáveis, pois todo ser humano já passou por experiências suprassensíveis que podem ser compreendidas como uma interação com o Reino de Deus. Um pedido realizado através da oração, uma súplica atentida por Jesus para salvar um ente querido, um pedido dirigido a Deus antes de dormir que restaura nossa saúde e a percepção de uma alma amorosa cuidando de nós, são fatos já consagrados.

Além disso, dispomos da literatura religiosa composta pelo Antigo e o Novo Testamento, os escritos dos Apóstolos que dignificam a História de Jesus, as obras religiosas destituídas da autoridade canônica, os depoimentos dos mártires cristãos e protestantes, as confissões dos algozes arrependidos enaltecendo nosso Deus, os escritos e depoimentos dos Santos comentando sobre os milagres e a literatura científica atestando sua veracidade. No mais, temos o Amor de Deus nos protegendo e a Fé Cristã capaz de mover montanhas.