A consciência era considerada como um dom divino concedido apenas ao ser humano, visto que os filósofos ocidentais consideravam os animais como simples autômatos insensíveis e sem entendimento. Os cientistas especulavam que a evolução da consciência humana teve início algum tempo depois de nos separarmos da linhagem genealógica dos chimpanzés e bonobos.
O conceito de que a evolução da consciência era algo recente mudou depois que mais cientistas começaram a estudar sistematicamente os comportamentos e o sistema nervoso central das criaturas da Terra. A cada ano as novas descobertas e os artigos de pesquisa confirmam que todos os animais são criaturas conscientes.
Atualmente coexiste com o nosso mundo humano todo um universo formado pelas experiências extraordinárias dos animais. Mas devemos fazer o certo e cuidar das bilhões de vidas indefesas carregando mentes conscientes com as quais compartilhamos a superfície da Terra. Este é um problema filosófico que pode ser adaptado à qualquer circunstância, e como a maioria dos problemas filosóficos continuará conosco por muito tempo.
Provavelmente há mais de meio bilhão de anos aconteceu alguma 'corrida armamentista' e batalhas no fundo do mar entre predadores e presas que resultaram no primeiro animal consciente do planeta. Naquele momento histórico, quando a primeira mente consciente apareceu, foi um evento único que ampliou as possibilidades não contidas anteriormente na natureza.
De uma forma geral, acreditamos que só os mamíferos são conscientes porque carregam um cérebro relativamente grande e o córtex cerebral, o local aonde nossos feitos mais complexos de cognição parecem ocorrer. Mas é difícil determinar se um animal é consciente somente com base na sua neuroanatomia.
Seria sugestivo quando o cérebro animal fôsse parecido com o nosso, como no caso dos primatas, os primeiros animais a serem condecorados com a consciência por algo que se aproxima de um consenso científico, uma vez que ninguém pode aferir a complexidade computacional da atividade cerebral.
Os pássaros não têm córtex cerebral, mas nos 300 milhões de anos que se passaram desde a sua separação da linhagem genética humana, seus cérebros desenvolveram complexas estruturas que são conectadas de maneira semelhante ao córtex, uma prova de que a natureza pode elaborar um cérebro consciente com qualquer forma de estruturas.
Os cientistas encontraram evidências da consciência em criaturas que evoluíram distantes da denominada 'árvore da vida'. Agora o mistério não é mais sobre quais animais são conscientes, mas sim quais não são. Então todos são conscientes, e caso não sejam, a consciência humana evoluiu para incluir realidades virtuais nas quais os animais são apenas personagens.
Os humanos sempre se consideraram como seres muito diferentes que carregam um intelecto superior composto pela mente analítica, a autoconsciência e a consciência expandida; marcando uma linha divisória entre nós e os animais. Mas devemos repensar a cognição dos animais à medida que mais e mais comportamentos evolucionários emergem à nossa volta!
Os primatas são conhecidos como os nossos primos mais próximos, e embora os consideramos inteligentes, a nossa compreensão de como eles vivenciam o mundo nunca incluiu a noção de que eles podem ser tão conscientes quanto nós. E pode ter certeza de que eles lutarão por suas terras quando forem ameaçados pela destruição total.
Na verdade muitas histórias confirmam que iniciou-se a 'revolta dos animais' e novos comportamentos notáveis foram documentados. Assim, por caridade e compaixão, devemos suprimir todas as formas de comportamento que resultem em ofensa, dano ou a morte de qualquer ser vivo da Terra, sob o risco de decairmos das graças do Criador!
Os cientistas documentaram os macacos capuchinhos da Serra da Capivara, Brasil, elaborando utensílios de pedra semelhantes aos criados pelos primeiros humanos. Suas ferramentas têm uma semelhança impressionante com as pedras lascadas do homem primitivo, e são usadas pelos capuchinhos para cavar, cortar carne e abrir nozes.
Os chimpanzés em Bakoun, na Guiné, surpreenderam os cientistas quando foram vistos usando galhos longos como varas de pesca, arrastando-as na água para recolher algas e peixes que poderiam comer. Esta é a constatação de que os seres humanos não são as únicas criaturas inteligentes com a capacidade de fazer descobertas e inventar novas técnicas conscientemente.
Desde então, vimos primatas nos noticiários usando uma escada roubada para escapar de um recinto no zoológico. Os corvos são particularmente interessantes nestes aspectos de inteligência e rebelião, pois estão entre as mais sofisticadas e tecnólogicas aves do planeta. Eles são conhecidos por moldar varas com ganchos, e ferramentas com três partes distintas semelhantes às varas de pesca.
No Japão, uma população de corvos descobriu como usar o fluxo de veículos no trânsito para quebrar as nozes que colheram. Os corvos colocam as nozes na frente dos carros nos cruzamentos enquanto o sinal está vermelho, para depois que a 'carreata' passar poder recolher a semente da noz agora exposta.
Os corvos, são famosos pela astúcia e inteligência, além de reconhecer os rostos humanos individuais. Eles são conhecidos por enviar grasnados 'ofensivos' para as pessoas que não simpatizam, mas para os humanos favorecidos eles às vezes deixam presentes, como botões ou cacos de vidro brilhantes, num local aonde a pessoa com certeza notará a oferta.
Os polvos também exibem habilidades incríveis, como o mimetismo e a memória de curto e longo prazo. Eles também são conhecidos por se esgueirar a bordo dos navios de pesca e abrir os caranguejos capturados sem necessidade de ferramentas. E são artistas do escape, pois se espremem e esgueiram-se por aberturas não maiores do que seus olhos.
As abelhas de laboratório podem reconhecer conceitos abstratos, incluindo semelhante a, diferente de, zero, etc, e também aprendem umas com as outras. Se alguma adotar uma nova técnica de extração do néctar, outras abelhas imitarão o comportamento fazendo com que ele se espalhe pela colônia e mesmo através das gerações.
O cérebro da abelha contém apenas 1 milhão de neurônios contra os 85 bilhões do cérebro humano, mas as tarefas complexas podem ser executadas por circuitos neuronais relativamente simples. As moscas-das-frutas têm apenas 250.000 neurônios e exibem comportamentos complexos.
Todos animais compartilham uma história evolutiva com a humanidade. Os 95% dos genes do camundongo encontra-se nos humanos de forma semelhante, e até as moscas da fruta compartilham quase 60% dos seus genes conosco. As pesquisas com animais apresentam um dilema ético para os cientistas, divididos entre os benefícios potenciais para os humanos e os danos aos animais.
Mas as experiências nos animais de laboratório não são nada comparadas às perdas de bilhões de animais que os humanos arrancam sem cerimônia dos oceanos, rios e lagos. Alguns ainda estarão vivos horas depois, quando finalmente serão congelados nos contêiners frigoríficos para suprir a cadeia global de abastecimento.
Os estudos revelaram que os peixes sentem dor, um dos estados de consciência mais intensos e destrutivos do reino animal. Mas a dor dos peixes é diferente da dor humana. Na consciência humana a dor assume dimensões existenciais pois logo pensamos na morte. Porém, uma perspectiva metafísica como a crença em Deus pode tornar a dor fácil de suportar. A dor é algo além da mera detecção de danos!
A garoupa, um peixe muito comum no Sudeste do Brasil e no Mediterrâneo, se une às enguias para assustar suas presas nos recifes, e os dois coordenam suas ações com sofisticados sinais da cabeça. Este comportamento sugere que os peixes talvez possuam uma aptidão mental ou a capacidade de entender os objetivos dos seus congêneres.
Mesmo as bactérias tem sensores nas suas membranas externas, e quando eles detectam traços de substâncias químicas perigosas, elas respondem com um reflexo de salto programado. Mas, já que as bactérias não carregam um sistema nervoso central, como é que esses sinais de alerta são integrados em uma experiência tridimensional no ambiente químico? É um mistério!
Nenhum aspecto do nosso mundo é tão misterioso quanto a consciência, ou seja: O estado de alerta apresentado pelo indivíduo de posse de suas faculdades, e a vida espiritual humana, passível de conhecer a si mesma de modo imediato e integral, estabelecendo dessa maneira uma evidência irrefutável de sua própria existência, tudo isso filtrado por nossos pensamentos e imbuídos de emoção.
A consciência pode ser descrita como a última fronteira da ciência e uma espécie de onda energética imaterial muito além de qualquer devaneio científico, que tanto pode ser uma característica fundamental universal, como uma interação com o espaço-tempo e sua energia, ou pode estar ligada ao funcionamento da vida espiritual humana.
A consciência precisa ser suscetível de experimentar boas e más sensações ou de ser objeto de certas ações de conhecer a si mesma de modo imediato e integral, estabelecendo uma evidência irrefutável da sua própria existência e, por extensão, da realidade do mundo exterior e indeterminado do mundo quântico, ou mesmo ligada a algo não físico.
Esses relatos metafísicos estão em pauta porque os cientistas ainda precisam fornecer qualquer explicação satisfatória da consciência. Sabemos que os sistemas sensoriais do corpo emitem informações sobre o mundo externo para o nosso cérebro, aonde são processadas sequencialmente por camadas neurais cada vez mais sofisticadas.
Mas não sabemos como esses sinais são integrados em uma imagem suave e contínua do mundo, ou se a consciência evoluiu algumas vezes, pelo menos, ao longo do curso da história evolutiva; ou mesmo se evoluiu definitivamente antes dos pássaros e mamíferos seguirem suas jornadas evolutivas separadas e individuais.
Todos os cenários nos dariam motivos para acreditar que a natureza pode tecer novas estruturas nas mentes despertas com mais facilidade do que se imaginava. Isso significaria que, em todo o planeta, animais grandes e pequenos estão constantemente gerando experiências vívidas e conscientes que têm alguma relação com as nossas existências.
Os neurocientistas sugerem que os primeiros cérebros dos animais resolviam problemas gerando um modelo interno do mundo carregando um avatar do corpo em seu centro, e que a consciência era apenas uma visão multissensorial inerente que emanava de dentro desse modelo. O processo da sincronização física ficava ausente nesta concepção!
Os humanos consideram-se os seres mais inteligentes da Terra, mas evidências científicas revelam que mesmo com algum DNA humano compartilhado, os animais estão se aproximando e até ultrapassando a inteligência humana evolutivamente estagnada. Mas existe uma forma de vida mais inteligente e desconhecida que pode modificar todo o planeta, da qual só conhecemos seus indícios!
As novas perspectivas filosóficas e morais sugerem que o egocentrismo antropomórfico está desatualizado, uma vez que todas as criaturas da Terra têm uma mente consciente que é capaz de evoluir para os níveis mais elevados da consciência. Afinal, o ser humano compartilha um quarto do seu DNA com um único grão de arroz!
A ciência afirma que são apenas os refinamentos mais sutis na arquitetura do cérebro humano que nos permite ser 'mais inteligentes' do que a maioria dos outros animais e mamíferos. Enquanto os mamíferos não conseguem compor uma música, os pássaros o fazem todos os dias, e isto demanda inteligência, uma alta capacidade cognitiva, um pensamento claro e comportamento organizado.
Talvez a composição dos pássaros, como o pintassilgo, rouxinol, tentilhão, canário, etc, não seja tão complexa como um concerto para violino de Vivaldi ou Paganini, mas mesmo um compositor mais iluminado e dotado de inteligência lança um olhar profundo para a natureza em busca da inspiração musical, senão de um exemplo da inteligência intocada criada por Deus.
Se a consciência é verdadeiramente primordial e todas as coisas são apenas mentalizações em um mundo mental, isso explica alguns dos comportamentos mais fascinantes dos animais. A transmissão do conhecimento e da consciência não requer habilidades cognitivas sofisticadas que supostamente apenas os humanos possuem!
As imagens dos animais aprendendo a usar ferramentas e repassando sabedoria fornecem evidências da mudança cognitiva acontecendo com todos no planeta Terra, mas não apenas à raça humana, porque há indicações de que muitos animais podem ter mais inteligência do que acreditávamos e ainda estão evoluindo. E todos parecem estar despertando juntos nesta biocenose terrestre!
1 comentários:
A natureza é a maravilhosa dádiva de Deus.
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