A Páscoa é a celebração da Ressurreição de Jesus após a crucificação e o cumprimento da Palavra de Deus avisando que Seu Filho Jesus sofreria e morreria para resgatar a humanidade da desgraça. Homenagear a Ressurreição de Jesus Cristo é uma forma de renovar diariamente a certeza da vitória do bem sobre o mal, e a Páscoa é o evento mais significativo da religião cristã!
A Páscoa acontece após os quarenta dias subsequentes à Quarta-feira de Cinzas, o momento em que os católicos e as outras comunidades cristãs dedicam-se à observância e preparação para a data da Ressurreição de Jesus. Nesta época, muitos cristãos manifestam uma intensa alegria pelo resgate do gênero humano por Nosso Senhor Jesus Cristo.
A semana que antecede a Páscoa é denominada de Semana Santa, uma vez que inclui o Domingo de Ramos: o dia em que Jesus entrou em Jerusalém, a Quinta-feira Santa: a Última Ceia onde Jesus se encontrou com Seus discípulos, e a Sexta-feira Santa: quando Jesus foi crucificado. O padrão de quarenta dias que marca a cronologia da Páscoa refere-se ao número de dias que Jesus passou orando no deserto.
A Páscoa é uma data importante para o Cristianismo, uma vez que fundamenta toda a Fé Cristã. Jesus Cristo, o Filho Único de Deus, cumpriu a Palavra do Pai, e por meio da Sua morte legou o dom da Vida Eterna para aqueles que crêem em Deus. Os primeiros cristãos celebravam a Páscoa no primeiro dia após à Ressurreição de Jesus, especialmente na parte ocidental do Império Romano.
O Imperador Constantino estabeleceu que o Cristianismo devia se afastar do judaísmo e que a Páscoa cristã não seria celebrada na data do pessach judaico: a festa que comemora a fuga dos judeus-edomitas do Egito. Desta forma, o Concílio de Nicéia presidido por ele decidiu que a festa cristã celebrando a Ressurreição fosse comemorada na primeira lua cheia após o equinócio da primavera.
Os primeiros cristãos respeitavam o jejum durante a época da Quaresma, e os ovos das aves eram os únicos alimentos permitidos, como ainda acontece na tradição ortodoxa oriental. Os ovos pintados de vermelho, às vezes com uma insígnia da cruz, que serviam para presentear os amigos e familiares, são uma das tradições ortodoxas e cristãs orientais. Eles eram abençoados pelo sacerdote no final da Vigília Pascal e distribuídos aos fiéis.
No século IV, no Oriente, os ovos manchados de vermelho representando o sangue de Cristo eram abençoados na época da Páscoa. O Benedictio Ovorum, ou bênção dos ovos, chegou ao Ocidente no século XII, talvez trazido do Oriente pelos Cruzados. Esta tradição que atravessou o Atlântico criou suas raízes no futuro, visto que as crianças comem doces e chocolates com formatos de ovos na Páscoa!
Na época medieval era costume presentear os empregados com ovos de galinha pintados durante a Páscoa. Em 1290, o rei Eduardo I da Inglaterra mantinha 500 ovos cobertos com folha de ouro para oferecer aos membros da casa real e seu staff no dia da Páscoa. Mais tarde, as famosas ourivesarias de Fabergé tornaram-se conhecidas por criar lindos ovos de Páscoa, ricamente adornados com pedras preciosas, para a Corte Imperial Russa.
No norte da Europa o costume de pintar os ovos com cores vivas, abençoá-los e oferecê-los de presente durante a Páscoa remonta há muitos séculos. O antigo Rito Romano aborda a existência de uma antiga bênção especial para os ovos da páscoa. Na Polônia, Lituânia, Ucrânia e na República Tcheca, os ovos são decorados com magníficos entalhes intrincados que são verdadeiras obras de arte.
Na Polônia e na Ucrânia, a elaboração da 'swieconka', a cesta pascal, envolve a bênção destes cestos com ovos e outros alimentos durante a vigília pascal. Depois, eles são presenteados aos parentes e amigos, e cada ovo apresenta um desenho único para combinar com o caráter da pessoa que recebe a dádiva. Ao voltar para casa após a vigília, a família quebra o jejum da Quaresma alimentando-se de ovos e outras iguarias.
Na Alemanha, centenas de ovos vazios eram pintados com cores vivas e pendurados nos galhos das árvores que eram denominadas como 'as árvores com ovos de páscoa', criando um visual muito festivo e decorativo nesta celebração rural. Os ovos também eram usados para adornar os vasos de flores e cestos cobertos com ramos verdes, geralmente servindo como decoração no centro da mesa.
Em algumas tradições européias, os ovos da páscoa são oferecidos aos mortos. Depois de um serviço fúnebre, as pessoas retornam ao cemitério entre um até três dias após a Páscoa, trazendo seus ovos abençoados e decorados para depositá-los sobre os túmulos dos parentes, enquanto entoam uma tradicional música pascal denominada 'Cristo ressuscitou' em homenagem aos falecidos.
As tradições do cordeiro da páscoa também são muito antigas. Eles eram representados por uma cruz e o brasão da vitória, simbolizando a Ressurreição de Jesus Cristo. As Igrejas primitivas adotaram o cordeiro como um símbolo cristão. O Cordeiro de Deus, ou Agnus Dei em latim, é uma expressão utilizada no Cristianismo para se referir a Jesus Cristo.
A oração mais antiga referente à bênção do Cordeiro de Deus, encontra-se no sacramentário do século VII situado no mosteiro beneditino de Bobbio, na Itália. Roma adotou o tema duzentos anos depois e, por muitos séculos, um cordeiro foi servido no jantar durante a páscoa papal. Em tempos mais recentes, as figuras do cordeiro elaboradas na forma de bolos ou confeitos de chocolate tornaram-se populares na Europa durante a Páscoa.
Existem muitas tradições pagãs originárias dos períodos da Quaresma, Semana Santa e do Domingo de Páscoa. Entre estas tradições, as mais conhecidas incluem o coelho da Páscoa, os ovos coloridos e as cestas de presentes adornadas com flores e comestíveis. Mas o motivo que levou o coelho a ser associado à Páscoa cristã, encontra-se nas celebrações e crenças pagãs.
É conhecida a taxa de fertilidade do coelho, e esta fama traduziu-se na sua inclusão nos festejos pagãos. Na Alemanha, as crianças faziam ninhos para os filhotes de coelho usando chapéus velhos ou cestos de vime como suporte, e quando terminavam a feitura os colocavam em um lugar de destaque. Os ninhos também eram enfeitados com ovos coloridos, o que provavelmente espalhou o costume do 'ovo da páscoa'.
Os coelhos sempre foram vistos como o 'simbolo da fertilidade' e foram associados à Páscoa pelos pagãos europeus. A Alemanha deu origem à lenda de que o coelhinho trazia os ovos e os escondia no jardim, e os doces de confeitaria no formato de coelhos tornaram-se populares no início do século. Porém, não há qualquer base bíblica ou histórica para a existência do coelho da páscoa!
Porém, uma vez que o costume pagão foi aceito, novas tradições começaram a crescer em torno dele. Os ovos foram tingidos de vermelho pela alegria e em memória ao sangue de Cristo. As competições de laminação de ovos tiveram sua origem na Inglaterra e foram exportadas para a América, possivelmente como uma forma de lembrar a lápide que cobria o túmulo do Senhor sendo removida.
E a conhecida caça ao ovo de Páscoa? Esta prática surgiu a partir da tradição das crianças alemãs correndo em busca de pretzels escondidos durante a época pascal. Desde que as crianças também escondiam seus cestos para que o 'coelhinho da páscoa' os enchesse de ovos durante a caça de pretzels, foi apenas um pequeno salto para começarem a esconder os ovos para caçá-los em seguida.
Há muito tempo que as novas roupas são associadas à ideia de novidade ou de um recomeço. O costume familiar de vestir roupas novas para a Páscoa, provavelmente começou com os primeiros cristãos usando novas vestes brancas para o Batismo durante os serviços da Vigília Pascal. Mais tarde, o costume se expandiu para todos, e o uso de roupas novas como celebração à uma nova vida em Cristo foi adotado.
O lírio da páscoa foi outra novidade nas celebrações. Ao longo dos anos, os pintores usaram o lírio branco na representação artística de Nossa Senhora para simbolizar a pureza e inocência. Mas os floricultores não conseguiam fazer a flor desabrochar na Páscoa. Em 1880, a importação de bulbos de lírios para a Filadélfia resolveu o problema, pois estes floresciam a tempo para a Páscoa. Assim, a fama do lírio da páscoa espalhou-se pelo mundo.
Jesus Cristo poderia simplesmente ter ignorado o terrível evento da crucificação que adviria, do qual pré-conhecia todos os detalhes, e caminhado para a liberdade. Porém, Ele sacrificou Sua Vida para que pudéssemos conhecer a Verdade da Ressurreição, e ensinou que durante a vida terrena podemos libertar nossa alma da escravidão do pecado, utilizando o livre arbítrio para livrar-nos da opressão do mal.
A Ressurreição de Jesus é o manifesto da imortalidade da alma humana e o ponto crucial da vida espiritual. Compensa viver sob a perspectiva de que a essência humana subsistirá após a morte do corpo, não importando o custo dos sofrimentos envolvidos neste caminho para a Eternidade. Sem esta esperança oferecida por Jesus a vida dos cristãos não teria muito sentido, mesmo com todos os triunfos e alegrias que compartilhamos.
Jesus Cristo é a personificação da hipóstase, a união da natureza divina e humana na mesma pessoa, verdadeira e plenamente um Deus e simultanea e verdadeiramente um Homem. Quando os romanos e os edomitas-talmúdicos torturaram e assassinaram Jesus Cristo, eles sabiam que matavam o Deus dos cristãos. E quando Jesus ressuscitou, foi o Deus Único que ressuscitou para oferecer a nossa Salvação. Atualmente, a Páscoa representa para os cristãos uma época de esperança e amor para a humanidade!
Que Deus os abençoe nesta Páscoa, e para sempre!
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