22 abril 2021

O PERIGO DOS PESTICIDAS - THE DANGER OF PESTICIDES

PERIGO-PESTICIDAS

A maioria dos agricultores no Brasil ainda utiliza pesadamente inúmeros agrotóxicos proibidos há anos no mundo, e com a 'ajuda' da nova regulamentação que estabelece o risco de morte como o único critério para determinar a toxidade do agrotóxico, somada à proliferação da monocultura em larga escala e a aprovação do uso de 300 novos pesticidas nas lavouras, a situação tornou-se muito mais grave.

O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos, e os decorrentes casos de intoxicação por pesticidas e químicos resultaram numa crise galopante no país. Em 2018, segundo a 'Rede Europeia de Cientistas pela Responsabilidade Social e Ambiental', foram registrados no Brasil mais de 7.000 casos de intoxicação e dezenas de mortes relacionadas ao uso de agrotóxicos, e para cada caso 50 não foram notificados.

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As isenções fiscais beneficiam a indústria agroquímica no Brasil em US$ 2 bilhões/ano segundo os pesquisadores, enquanto os grupos de pressão trabalhando para as indústrias argumentam que os agrotóxicos são absolutamente necessários. Por outro lado, os defensores do meio ambiente afirmam que o povo é que sofre o impacto da contaminação enquanto as empresas internacionais obtém lucros absurdos.

Somos dominados pelas seis grandes multinacionais agroquímicas: Syngenta, Bayer-Monsanto, Arysta, Corteva, Alzchem e DuPont, que mantêm o controle de 80% do setor de pesticidas e químicos industriais. Este oligopólio formado por empresas americanas e europeias na sua maioria, continua lucrando com a venda de produtos proibidos no mundo há dezenas de anos, assim como nos seus próprios países!

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O poderoso lobby do agronegócio tem trabalhado diligentemente para influenciar e convencer os políticos, para que suspendam as últimas restrições e liberem vários pesticidas no mercado brasileiro. Agora, com os novos critérios de toxicidade cuja a morte do ser humano é o único padrão para determinar o perigo do produto utilizado, eliminando as doenças correlatas à intoxicação, os casos de morte aumentarão descontroladamente.

Em 2018, durante a análise dos relatórios dos fabricantes de agrotóxicos, os pesquisadores concluiram que a Europa exportou 100.000 toneladas de pesticidas proibidos para 70 países, e o Brasil foi o maior comprador. Os agrotóxicos mais perigosos são o glifosatoparaquat, cianamida, trifluralina, acetocloro, atrazina e dicloropropeno. O Reino Unido encabeçou a lista de vendedores com 80% das exportações para os países em desenvolvimento.

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O Roundup da Monsanto, foi classificado pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer e a Organização Mundial da Saúde como um carcinógeno humano perigoso. Um estudo publicado no 'Environmental Health News' relatou que a exposição crônica às baixas doses do glifosato do produto levou a efeitos adversos no fígado e nos rins dos seres humanos, e que sua toxicidade é uma preocupação crescente.

A utilização do Roundup também prejudica a capacidade das plantas capturarem o carbono do ar. Seu princípio ativo é o glifosato que afeta negativamente o microbioma do solo e destrói sua capacidade de voltar a ser um meio nutritivo para a produção de safras futuras. A agricultura orgânica ou biológica regenerativa seria a solução para o setor agrícola sustentável, pois assegura a qualidade do solo e dos aquíferos.

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O pesticida mais vendido da Syngenta, o Paraquat, é tão perigoso que apenas uma gota pode ser letal. O paraquat foi banido pela ANVISA em 2017 e teve um prazo de três anos para ser retirado do mercado, mas no ano seguinte, cerca de 14.000 toneladas do Paraquat foram vendidas no Brasil. Dados do Ministério da Saúde revelaram que é o agrotóxico que mais tirou a vida de brasileiros na última década.

A ANVISA também manteve o glifosato no mercado e reduziu a classificação toxicológica de 93 produtos usando o seu nível de toxidade como parâmetro. Todos pesticidas que eram considerados como extremamente tóxicos foram reclassificados para: produto improvável de causar danos agudos. Isso significa que agrotóxicos contendo glifosato, por exemplo, não precisam mais carregar o alerta de risco de vida na embalagem.

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Um dos grupos mais vulneráveis ​​no que diz respeito ao uso dos defensivos agrícolas são os agricultores que ingressaram nesta dinâmica mortal por meio da família ou conhecidos. Normalmente, eles carecem de qualquer treinamento formal e quase não têm acesso ao equipamento de proteção adequado ao lidar com esses pesticidas. Além disso, eles não recebem assistência do governo quando ocorrem acidentes.

Em muitos casos, os sintomas iniciais de intoxicação passam despercebidos e acabam não sendo associados ao envenenamento por agrotóxicos. Os profissionais médicos também não são adequadamente treinados para diagnosticar envenenamento por pesticidas, especialmente em áreas rurais remotas. Os testes de laboratório para estudos de exposição são limitados ou inexistentes.

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Um estudo sobre as águas subterrâneas e hidrovias que alimentam o abastecimento público de água potável no Brasil, encontrou um nível de contaminação por pesticidas na ordem de 80% em todas as fontes de água doce e reservatórios dos Estados. Todos continham altos níveis de pesticidas e dos produtos degradados: os elementos resultantes da transformação abiótica dos pesticidas em outros compostos tóxicos.

As práticas orgânicas no manejo do solo, especialmente na agricultura sustentável, são uma solução para a contaminação dos cursos de água e lençóis freáticos. Estas práticas são amplamente adotadas no mundo civilizado, uma vez que resultam em enormes efeitos salutares sobre a saúde humana, dos ecossistemas e seus habitantes naturais, evitando o extermínio das populações dos artrópodes polinizadores e pássaros.

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A monocultura e os pesticidas tóxicos ameaçam as abelhas nativas no Brasil, e os produtores continuam a desafiar a proteção ambiental através do uso desmedido de agrotóxicos. O Brasil abriga mais de 300 espécies de abelhas nativas, a maioria da espécie mansa e sem ferrão, as quais ajudam na polinização das valiosas safras agrícolas e mantém o ecossistema primário saudável e funcional.

No entanto, o uso intensivo de químicos na agricultura e a devoção à monocultura ainda representam uma séria ameaça para as abelhas e outros insetos polinizadores. A eliminação dos pesticidas seria fundamental para proteger estes polinizadores críticos e únicos que garantem o suprimento de alimentos para a população, pois sem eles a agricultura itinerante típica das regiões tropicais seria impossível de se realizar.

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É provável que os apelos em relação aos direitos humanos e ambientais sejam ignorados no Brasil, pois este desamparo já nos custou 5.000 km2 de perda da cobertura florestal na Amazônia para o plantio da soja e a agropecuária. Enquanto a Amazônia queima sem descanso os ativistas pedem ajuda ao mundo, enquanto os grupos locais de mineração travam uma luta mortal com as tribos indígenas pela posse da terra.

A floresta amazônica é o maior sumidouro de carbono terrestre do planeta, um santuário que abriga a mais rica biodiversidade da Terra. É o lar de aproximadamente 400 tribos indígenas. A biodiversidade dos animais polinizadores nas terras administradas pelos indígenas é muito superior às das áreas consideradas protegidas pelos 'parasitas humanos'. Assim, a diversidade das espécies depende das terras indígenas.

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Um novo relatório descobriu que a medida que os pássaros e polinizadores continuam a diminuir e as doenças crônicas dos humanos aumentar, a indústria agroquímica global continua arrecadando bilhões de dólares com a venda dos seus pesticidas perigosos que contribuem para estas crises disfuncionais. As maiores vendas dos pesticidas das empresas agroquímicas são dos produtos mais tóxicos e perigosos.

As organizações agroquímicas, junto com a indústria do agronegócio, estão lucrando muito às custas da vida das populações, além de contribuir para a contaminação das águas, a degradação ambiental e a perda da biodiversidade da natureza. E o Brasil, o 'patinho' preferido das indústrias químicas, permite o uso de pesticidas altamente perigosos que há muito foram banidos devido ao alto risco inerente à estes produtos carregando venenos mortais.

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No total, nossos alimentos são bombardeados atualmente por 3.000 produtos tóxicos comercializados por todo o Brasil. A inércia dos governantes que desencadeou esta onda catastrófica de pesticidas e químicos perigosos, também foi responsável pelo desmatamento da Amazônia e a mineração extensiva que envenena os cursos fluviais, o que afetará o meio ambiente. Agora, precisamos direcionar o Brasil para o construtivo caminho do desenvolvimento sustentável.

A agricultura orgânica demonstra que podemos migrar sem prejuízos os sistemas agrícolas tradicionais para os que promovem a biodiversidade e fornecem alimentos mais nutritivos e isentos de agrotóxicos; contribuindo para o crescimento econômico e a saúde da população. Se você está ciente dos riscos do uso de pesticidas nos alimentos, considere adotar uma alimentação baseada em produtos orgânicos, ou mais distinta, para a sua família.



1 comentários:

Anônimo disse...

O problema é que a questão nunca será resolvida porque a população perdeu a capacidade de se indignar e fazer valer seus direitos.