A TERRA ESTÁ MAIS VERDE - THE EARTH IS GREENER

O planeta Terra está mais verde como resultado do aumento do dióxido de carbono na atmosfera contrariando a falácia atual, segundo Freeman John Dyson (1923-2020). Dyson foi um físico teórico e matemático nascido na Grã-Bretanha, conhecido por seus trabalhos na teoria quântica de campos, astrofísica, matrizes aleatórias, formulação matemática da mecânica quântica, física da matéria condensada e engenharia nuclear. Era professor emérito do Instituto de Estudos Avançados de Princeton e membro do conselho de patrocinadores do Boletim dos Cientistas.

Ele foi uma das figuras mais célebres da física do século XX. Em 2006, Dyson publicou 'The Scientist as Rebel', no qual questionou o papel da atividade humana no aquecimento global. Na entrevista de 2008 ao conceituado Physics World, ele afirmou que o dinheiro gasto na abordagem das alterações climáticas deveria, em vez disso, ser direcionado para outros problemas que são mais urgentes e mais importantes, como a pobreza mundial, as doenças infecciosas, a educação pública e a calamidade da saúde nas nações sem recursos.

John Dyson nos legou vários conceitos, como a 'Transformada de Dyson' que estabelece uma relação entre dois níveis de análise de uma estrutura operacional através do deslocamento de um elemento para uma posição distinta; uma técnica fundamental na teoria aditiva dos números que ele desenvolveu como parte da prova do Teorema de Mann. A 'Série Dyson', uma perspectiva onde cada termo é representado pelos diagramas de Feynman, e a 'Esfera de Dyson', um experimento mental que explica como uma civilização espacial atenderia às suas necessidades energéticas, complementa seu trabalho intelectual.

Dyson discordou do consenso científico sobre as alterações climáticas. Ele acreditava que alguns dos efeitos do aumento dos níveis de CO2 são favoráveis, e não levados em conta pelos cientistas climáticos, tais como o aumento do rendimento agrícola e os benefícios positivos do CO2 que provavelmente superam os efeitos negativos. Ele mostrou-se cético em relação aos modelos utilizados para prever as alterações climáticas, argumentando que elas desviam a atenção de outros problemas globais que deveriam ter prioridade.

De acordo com Dyson os modelos computacionais fazem um bom trabalho ao nos ajudar a compreender o clima, mas fazem um péssimo trabalho em sua previsão. Medido a partir do espaço, toda a Terra está a tornar-se mais verde como resultado do dióxido de carbono, por isso está a aumentar os rendimentos agrícolas e o reflorestamento mundial causando o crescimento exponencial no mundo biológico; e isso é mais importante e mais certo do que os efeitos sobre o clima, afirmou Dyson.

Ele disse que pensar nos potenciais benefícios das alterações climáticas 'não nos fará mal'. Em 2015, ele relatou à Stuart McNish, apresentador do 'Conversations that Matter': Há mudanças climática provocadas pelo homem, mas isso é uma questão de quanto é bom ou ruim. Em primeiro lugar não entendemos os detalhes, mas são muito melhores do que geralmente se afirma, e o mais importante é que existem enormes efeitos não climáticos do dióxido de carbono que são esmagadoramente favoráveis e que não são tidos em conta. Conforme medido pelos satélites, toda a Terra está a tornar-se mais verde como resultado do dióxido de carbono na atmosfera.

Dyson começou a estudar os efeitos do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera sobre a vegetação há 37 anos, ou seja, por volta de 1987. Ele explicou que o CO2 está a aumentar os rendimentos agrícolas, o crescimento das florestas e todos os tipos de crescimento no mundo biológico: E isso é mais importante e mais certo do que os efeitos sobre o clima, disse ele.

Quando começou a estudar os efeitos do CO2 nas plantas, ele pensou que o efeito poderia ser de cerca de 10%. Mas anos depois ele descobriu que era de 20%: O CO2 aumentou cerca de 40% e cerca de metade disso foi para o cultivo de vegetação, disse ele. É enormemente benéfico tanto para a produção de alimentos como também para a biodiversidade, preservação de espécies e tudo o mais que é bom. E isto vem de evidências observáveis, acrescentou.

Sobre a ideia de que os modelos são bons preditores, lembrou o que sempre disse e ainda diz, o especialista climático japonês Suki Manabe, que desenvolveu o primeiro modelo climático na década de 1960, ligando o aquecimento do clima da Terra ao aumento do dióxido de carbono: Estes modelos climáticos são ferramentas excelentes para compreender o clima, mas são ferramentas muito ruins para prever o clima.

A razão pela qual eles são ruins em prever o clima é simples, explicou Dyson: São modelos que contêm apenas alguns fatores que podem ser importantes, mas há muitas coisas que deixam de fora. O mundo real é muito mais complicado do que os modelos. Não creio que nenhum destes modelos possa realmente ser preditivo porque as alterações climáticas são demasiado complexas e há demasiados fatores envolvidos. Você simplesmente não pode modelar tudo pois muito está fora de vista, disse ele. Alguns cientistas climáticos afirmam que o Sol não tem efeito porque a temperatura do Sol não muda, disse Dyson, mas sua atividade muda.

Por atividade Dyson está se referindo às manchas solares e tempestades magnéticas: Eles mudam fortemente com o ciclo de 11 anos e vemos um efeito no clima, disse ele. Nir Shaviv estudou os efeitos da atividade do Sol, e ele encontrou um efeito muito direto deste ciclo solar, o ciclo de manchas solares no clima, disse Dyson.

Mínimo de Maunder

A evidência é clara de que esta atividade do Sol está tendo um efeito. Houve uma grande evidência adicional que foi a Pequena Idade do Gelo que aconteceu no século XVII, que também coincidiu com a época em que o Sol adormeceu durante cerca de 70 anos, afirma Dyson. Havia uma coisa chamada mínimo de maunder, quando as manchas solares simplesmente não aconteciam e, ao mesmo tempo, havia um clima muito frio na Europa. Portanto, essa é uma evidência bastante forte da correlação. Mas há agora muito mais evidências diretas provenientes das observações modernas.

O outro truque que os alarmistas climáticos fazem é tirar o vapor de água da equação. Mas o vapor de água constitui cerca de 90% da atmosfera. Portanto, você não pode retirar o vapor d'água da equação, disse Dyson. Está tudo bem desconsiderar o vapor de água se você quiser falar sobre Marte, disse Dyson rindo, porque não há vapor de água em Marte. O CO2 é tão benéfico de outras maneiras que seria uma loucura tentar reduzi-lo, conclui Dyson.

O fato é que o dióxido de carbono aumentará ao continuaremos a queimar petróleo e carvão, e provavelmente isso faz-nos bem e a Terra ficará mais verde como resultado. Dyson referiu-se a um livro intitulado 'Cool It: The Skeptical Environmentalist’s Guide to Global Warming', de Bjorn Lomborg.

É o melhor resumo geral que já vi, disse Dyson. Lomborg é um economista, não um cientista, mas acho que ele é muito sólido. E certamente é um argumento muito bom do ponto de vista econômico. As alterações climáticas provocadas pelo homem são certamente reais. Não há dúvida de que é real e é apenas uma questão de quanto será bom ou ruim. Essas são questões bastante distintas, disse ele. Eu diria que, de modo geral é bom e também não tem um efeito tão grande quanto a maioria das pessoas imagina.