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01 novembro 2013

EM BUSCA DA ETERNIDADE - THE SEARCH FOR ETERNITY


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Em todo processo físico há uma sequência de estados. Um estado precedente é uma causa para outro estado que é seu efeito, e há sempre uma lei física que descreva esse processo. Mas o que existia antes do átomo primordial? Estas questões, sem respostas pela física, encontram um ponto final na religião, ou seja, encontram Deus.

A vida eterna é conquistada através do conhecimento de Deus e está contida em Seu Filho. Obtemos este privilégio simplesmente ao acreditar na Salvação que Deus ofereceu a todos através da Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.

Na teologia, um novo paradigma mostra que o processo de Salvação é a grande verdade da manifestação de Deus e que esta revelação é intrinsecamente dinâmica. Acreditava-se que os relatos dos "iluminados" do passado eram objetivos, isto é, independentes da pessoa que os experienciava e do processo de conhecimento adquirido.

Hoje percebe-se que a reflexão sobre os modos não-conceituais de conhecimento deve ser incluída explicitamente no discurso teológico, havendo uma concordância crescente de que o modo de conhecimento não-conceitual constitui parte integrante e essencial da teologia.

Jesus nos trouxe as implicações da percepção mística em termos do que esperar do Reino de Deus, isto é, o poder Salvador de Deus na história. Mas seus seguidores nos ensinam a história de Jesus, quando, na verdade, deveriam nos transmitir os ensinamentos de Jesus.

O poder Salvador de Deus é experimentado na experiência religiosa, a experiência de pertencer sem limites, que vivenciamos em nossos "momentos do Reino" e que nos liberta da insanidade do mundo em que vivemos.

A doutrina Católica reconhece que a natureza humana está profundamente doente e que merecemos, por isso, a necessidade da Salvação. Desde o princípio, alguma coisa está fora de ordem e errada com a nossa existência, tanto que as tradições religiosas partem do reconhecimento de que estamos perdidos e temos de encontrar o caminho de volta para "casa".

Por isso, estamos "desterrados neste vale de lágrimas", e todos cremos nesta condição, mas os homens não questionam pois a nossa sociedade é confusa e insana.

BUSCA-DA-ETERNIDADE

Na vida eterna vamos ter uma relação muito mais íntima com a natureza do que temos agora, vamos encontrar o segredo da vida que no presente nos encara como estranhos no paraíso. Tocaremos o segredo interno da beleza que vemos na natureza!


A eternidade é um conceito difícil de se entender, pois o tempo não significa para Deus a mesma coisa que representa para nós. Deus criou o tempo mas existe fora dele, e já existia antes do tempo, no passado eterno. Temos uma perspectiva muito estreita pois o nosso tempo na Terra é breve e os dias são como uma sombra que passa. No Céu teremos uma perspectiva muito mais ampla e nada parecida com a vida atual.


Mas como nasce da percepção da eternidade a religião que vemos ao nosso redor? Quando ocorre uma experiência que nos comove profundamente e que percebemos ter relação com a existência, forçosamente refletimos sobre ela. Assim surge a teologia, que é o esforço para compreender o significado da experiência e da sua implicação em face à religião.


Essa compreensão é que nos traz a experiência religiosa de pertencer àquilo de que pensávamos ser apenas parte. A raiz do termo religião é ligação, ou religação, e a de teologia, ou estudo sobre as coisas de Deus, é theos, Deus. Isso nos traz a referência do nosso pertencer, a única realidade à qual pertencemos e que pertence intimamente a nós.


Fomos colocados no jardim do Éden para o cultivar e guardar, e esta é a nossa responsabilidade. Somos responsáveis por esse jardim, portanto devemos administrá-lo e não dominá-lo e explorá-lo de modo destrutivo como temos feito. Os homens, para cultivá-lo, parecem estar do lado de fora do jardim, mas essa visão de separação equivale à Queda que afastou o jardineiro do jardim.


Antes da Queda, o jardineiro não sabia que estava nu! Essa ideia de nudez nada tem que ver com sexualidade, pois é a experiência da separação, a condição em que todos nos encontramos, alienados e sem percepção do cosmos.

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A vida eterna significa escapar do poder da morte, assim como Deus trouxe Jesus de volta à Vida. Da mesma forma, a morte não será o fim da história para nós. "Porque o salário do pecado é a morte mas a dádiva de Deus é a Vida Eterna em Cristo Jesus Nosso Senhor".


A vida eterna também se refere à qualidade de vida, pois Jesus disse: "Eu vim para que tenham Vida, e a tenham em abundância". Isto é, a vida eterna não é apenas algo que começa depois da morte, mas inicia-se e consagra-se desde a Terra até o Céu.


Na teologia acreditava-se que, para a compreensão da verdade inerente às revelações, deveria-lhe ser acrescentada a soma total dos dogmas. Hoje, a relação entre as partes e o todo está invertida. Muda-se de Deus como revelador da Verdade para a realidade como auto-revelação da divindade, ou seja, Deus revela-se em todos os aspectos do Universo.


Esta Revelação é um processo ininterrupto, não constituído de um bloco único como se presumia, e os dogmas focalizam as experiências pessoais inexprimíveis da manifestação de Deus entre os homens.


A Fé é um tipo de auto-entrega a Deus que se revela, e revela o verdadeiro eu, que é parte de Deus. Esta é a sequência lógica: experiência, revelação, resposta e Fé. Após, vem a reflexão sobre o experimentado, que resulta no entendimento teológico necessário para relembrar aquela experiência com a Verdade e poder comunicá-la aos demais.


Mas tal comunicação é dificultada por inúmeras razões, porque somente em parte ou por metáforas pode ser transmitida. Assim, esta revelação é a base da Fé Cristã. A teologia é o resultado da exploração intelectual daquilo que se entendeu acerca da experiência revelada.


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A Vida Eterna é a própria Vida de Deus vivendo em nós. É o tipo de vida que resulta da estreita relação amorosa com o nosso Pai celestial e Seu Filho Jesus Cristo. É beneficiadora da paz, alegria, segurança, conforto, força e esperança. É a vida interminável com Deus, a vida no Céu depois da morte, mas também é a vida abundante aqui na Terra.
 
É o tipo de vida que todos nós realmente queremos e que nunca poderíamos alcançar, mas que Deus nos dá de graça quando finalmente admitimos o quanto precisamos da Sua ajuda.

Esta dádiva se inicia no momento em que cremos nos Mistérios da Fé. Esta é a origem da vida eterna para o Cristão, a partir da presença de Deus conosco em todos os momentos, para nos guiar, orientar e ajudar-nos a viver de acordo com as novas normas e princípios encontrados em Sua Palavra.

Nossa insatisfação com o tempo, a propósito, é uma poderosa evidência de que somos feitos para a eternidade. Não há nada mais natural e onipresente neste mundo do que tempo. Não só os nossos corpos, mas também nossas almas, estão imersos no tempo.

Esta nova existência vai se estender além do tempo conceitual e seremos transformados em seres imortais e incorruptíveis. Maior do que isso será a expectativa de sermos parecidos, em espírito, com Jesus. Este é um conceito inimaginável e único, mas que nos é oferecido pela Palavra de Deus.

Agora somos filhos de Deus, e o que seremos ainda não se manifestou. Mas sabemos que, quando se manifestar, seremos semelhantes a Ele, pois O veremos como Ele é. Todo aquele que tem esta esperança purifica-se, assim como Ele é puro.

JESUS CRISTO NÃO ERA JUDEU





12 agosto 2013

PENSAMENTOS DE EINSTEIN - THOUGHTS OF EINSTEIN

PENSAMENTOS-EINSTEIN

- O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.

- Se a Teoria da Relatividade se mostrar correta, os alemães me chamarão de alemão, os suíços dirão que sou suíço e a França me rotulará de grande cientista. Se estiver errada, os franceses dirão que sou suíço, os suíços me chamarão de alemão e os alemães me acusarão de judeu.

- O único homem que está isento de erros, é aquele que não arrisca acertar.

- Faça as coisas o mais simples que você puder, porém não se restrinja às mais simples.

PENSAMENTOS-EINSTEIN

- O pensamento lógico pode levar você de A a B, mas a imaginação te leva a qualquer parte do Universo.

- O pensamento lógico puro não nos pode proporcionar nenhum conhecimento do mundo empírico, porque todo o conhecimento da realidade parte da experiência e termina nela.

- Só duas coisas são infinitas. O Universo e a estupidez humana. E só tenho dúvidas quanto ao Universo.

- Senso comum é uma coleção de preconceitos adquiridos aos 18 anos.

- Você realmente não entende algo se não consegue explicá-lo para sua avó.

THOUGHTS-EINSTEIN

- Não há nada que seja maior evidência de insanidade do que fazer a mesma coisa dia após dia e esperar resultados diferentes.

- Se, a princípio, a ideia não é absurda, então não há esperança para ela.

- O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.

- Não tentes ser bem sucedido, tenta antes ser um homem de valor.

- Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente somos um grupo muito desprezível.

THOUGHTS-EINSTEIN

- Detesto, de saída, quem é capaz de marchar em formação com prazer ao som de uma banda. Nasceu com um cérebro por engano, pois bastava-lhe a medula espinhal.

- Para me punir por meu desprezo pela autoridade, o destino fez de mim mesmo uma autoridade.

Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento.

- A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro.

- No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade. Se os fatos não se encaixam na teoria, modifique os fatos.

PENSAMENTOS-EINSTEIN

- Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito.

- A liberação da energia atômica mudou tudo, menos nossa maneira de pensar.

- Não sei como será a terceira guerra mundial, mas sei como será a quarta. Com pedras e paus.

- Falta de tempo é desculpa daqueles que perdem tempo por falta de métodos.

- Talvez algum dia a solidão venha a ser adequadamente reconhecida e apreciada como mestra da personalidade. O problema de morar sozinho é que sempre é a nossa vez de lavar a louça.

THOUGHTS-EINSTEIN

- Nunca penso no futuro, ele chega rápido demais.

- Temos o destino que merecemos. O nosso destino está de acordo com os nossos méritos.

- O mais incompreensível do mundo é que ele seja compreensível.

- A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.

- Os ideais que iluminaram o meu caminho são a bondade, a beleza e a verdade.

PENSAMENTOS-EINSTEIN

- A ciência sem a religião é paralítica e a religião sem a ciência é cega.

- Existem apenas duas maneiras de ver a vida. Uma é pensar que não existem milagres e a outra é acreditar que tudo é um milagre.

- Deus é a Lei e o Legislador do Universo.

- Eu quero saber como Deus criou este mundo. Não estou interessado neste ou naquele fenômeno, no espectro deste ou daquele elemento. Eu quero conhecer os pensamentos Dele, o resto são detalhes.



22 abril 2013

A INQUISIÇÃO - O MITO DA LENDA NEGRA - INQUISITION - THE BLACK LEGEND'S MYTH - 2ª PARTE


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Sisto IV era o Papa quando a Inquisição foi instalada em Sevilha, no ano de 1478. Ele foi contra, devido aos abusos perpetrados, porém foi forçado a concordar quando o Rei Fernando II de Aragão ameaçou negar apoio militar à Santa Sé. O Papa não desejava a Inquisição instalada na Espanha, porém Fernando insistiu.


Ele persuadiu a Rodrigo Bórgia, então bispo de Valência e que se tornaria mais tarde o Papa Alexandre VI, a exercer influência através de um grupo em Roma junto ao Papa Sisto IV. Assim, Bórgia teve êxito com a instalação da Inquisição em Castela. Mais tarde, Bórgia teve o apoio espanhol ao seu papado ao suceder Sisto IV.


Fernando obteve assim o que desejava, controlar sozinho a Inquisição espanhola. Fernando e Isabel começaram a investigar e punir os conversos, judeus e mouros pretensamente convertidos ao Catolicismo, mas que continuavam a praticar suas antigas religiões em segredo. Alguns judeus disfarçados tornaram-se padres e mesmo bispos.


Os detratores chamavam os judeus convertidos de marranos, uma expressão pejorativa que significa porcos. Entre os anos 1486 e 1492, 25 autos-de-fé ocorreram em Toledo. Um total de 464 autos-de-fé contra judeus foi instaurado entre 1481 e 1826.


A pena mais leve imposta aos marranos era o confisco dos seus bens. A mais comum era serem obrigados a desfilar pelas ruas vestidos apenas com um "sambenito", traje que definia sua condição de hereges, e flagelados à porta da Igreja. A etapa seguinte era a morte na fogueira após inomináveis torturas.


Os reis católicos, Isabel e Fernando, precisavam de fundos para o reino e a perseguição movida aos hereges por Torquemada era uma fonte de renda que interessava ao Estado. Isabel e Fernando auto intitulavam-se "protetores da Igreja e defensores da fé".


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A Inquisição, como uma corte religiosa, era operada por autoridades da Igreja. Porém se uma pessoa fosse considerada herege, a punição era entregue às autoridades seculares, pois a Igreja não derramava sangue. A tortura frequentemente era usada como modo de penitência.

A mais comum punição era a vergonha pública, obrigar o uso do sambenito: a roupa de penitente, ou usar máscaras de metal com formas de burro e mordaças. Ser queimado em praça pública destinava-se  aos crimes mais graves. A morte pelo garrote, ou estrangulamento, era usada para os arrependidos.

Essas punições eram feitas em cerimônias públicas, os autos-de-fé. Algumas pessoas acusavam outras por vingança ou para obter recompensas da Coroa. A própria Coroa Espanhola beneficiava-se ao desapropriar os bens dos conversos. O número de autos-de-fé durante o mandato de Torquemada como inquisidor é muito controverso, mas o número mais aceito é de 2.000 vítimas.

Torquemada, no afã de obter dos reis a expulsão definitiva de todos os judeus, promoveu em 1490 um "julgamento-espetáculo", onde as vítimas foram oito judeus acusados de praticar rituais satânicos de crucificação de crianças Cristãs.

Em 31 de março de 1492, pressionados pelo clima de crescente de intolerância, Fernando e Isabel publicaram seu Edito de Expulsão: "Decidimos ordenar a todos os ditos judeus, homens e mulheres, que deixem nossos reinos e jamais retornem a eles."

Foi concedido aos judeus que permanecessem na Espanha até julho, mas a partir daí os que fossem encontrados seriam mortos. Muitos fugiram para Portugal ou para o norte da África, onde enfrentaram mais perseguições. Outros, sem alternativa, permaneceram na Espanha como "judeus ocultos".

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A ação intolerante de Torquemada trouxe-lhe forte oposição. Reclamações chegaram ao Papa Alexandre VI, que nomeou quatro adjuntos com iguais poderes visando limitar sua ação.

Em 1484, o Papa redigiu uma instrução, um livreto, que propunha normas e procedimentos para os processos inquisitoriais, inspirando-se em medidas já usuais na Idade Média. Foi publicada uma atualização em 1490 e uma outra em 1498.

O mito da Inquisição, que os espanhóis chamam de "a lenda negra", não surgiu em 1480. Começou quase um século mais tarde e exatamente um ano depois que os países protestantes que integravam o Sacro Império Romano-Germânico, fossem derrotados na batalha de Mühlberg pelos Católicos liderados por Carlos V Rei da Espanha.

A Inquisição foi aplicada contra os primeiros focos do protestantismo, contra a disseminação das idéias de Erasmo de Roterdão, contra o Iluminismo e, no século XVIII, contra o enciclopedismo.

Em 1567, uma campanha de propaganda feroz começou com a publicação de um folheto protestante, escrito por uma suposta vítima da Inquisição chamada Montanus. Este protestante retratava os espanhóis como bárbaros que violavam mulheres e sodomizavam meninos jovens.

Os propagandistas logo criaram a alcunha "demônios de capuz", que torturavam suas vítimas em dispositivos horríveis, cheios de facas, o que nunca foi usado na Espanha.

Apesar das ações das outras inquisições europeias contra a bruxaria, as bruxas não eram o principal foco da Inquisição espanhola. As acusadas de bruxaria eram normalmente qualificadas como loucas.

Durante o governo de Napoleão Bonaparte a Inquisição foi suspensa na Espanha, porém foi reinstalada quando Fernando VII de Espanha subiu ao trono. O professor Cayetano Ripoli, garroteado em Valência em 1826, foi a última vítima da Inquisição espanhola, que em 1834 foi finalmente abolida.

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Os historiadores declararam como fraudulento um suposto documento sobre a Inquisição alegando o genocídio de milhões de hereges, e este mito foi desmascarado pelas provas existentes nos arquivos da Igreja. O que foi comprovado é que por volta de 4.000 pessoas morreram durante a Inquisição nos 350 anos de sua história.

As 3.000 a 5.000 execuções documentadas da Inquisição são pálidas se comparadas com as de 200.000 bruxas queimadas em outros lugares na Europa ao longo dos mesmos séculos, ou as 150 milhões de vítimas do comunismo séculos mais tarde.

A Inquisição espanhola, tida como a mais cruel e violenta, teve sua imagem distorcida por protestantes que queriam minar o poder da maior potência mundial na época, a Espanha.

Cada processo inquisitorial ocorrido foi registrado individualmente pela Igreja durante os 350 anos em que essa Inquisição esteve ativa, mas somente agora esses registros estão sendo reunidos e analisados adequadamente.

Apesar da reputação sangrenta da Inquisição espanhola, que existiu formalmente durante este período infeliz, talvez até 2000 pessoas tenham sido queimadas como hereges. Embora esse número seja apenas uma pequena fração do que a "lenda negra" (black legend) rotineiramente alega, no entanto é preocupante o suficiente.

Quase todos os executados eram conversos ou novos-Cristãos. Conversos significava "professos do judaísmo", ou aqueles que foram condenados por praticar secretamente sua religião anterior.

Deve-se ter em mente que a Inquisição, como um Tribunal da Igreja, não tinha nenhuma jurisdição sobre mouros e judeus como tal. Mas, ironicamente, uma vez que tais pessoas aceitassem o Batismo, tornavam-se sujeitas à heresia, no sentido técnico da palavra.

Assim, a selvageria do início da Inquisição espanhola contribuiu para mais um capítulo na triste história do anti-semitismo, motivada nesta ocasião mais por oportunismo político-religioso do que por ódio racial. De qualquer forma, foi um enorme e imperdoável erro de cálculo, um crime contra a humanidade e um pecado contra Deus.

A INQUISIÇÃO - O MITO DA LENDA NEGRA - INQUISITION - THE BLACK LEGEND'S MYTH - 1ª PARTE



Fernando II-Aragão-Isabel I-Castela

No século XV a Espanha não era um estado unificado mas sim uma confederação de monarquias, cada qual com seu administrador, como os Reinos de Aragão e Castela, governados pelos Reis Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela, respectivamente.


No Reino de Aragão, uma confederação composta por Aragão, Ilhas Baleares, Catalunha e Valência, havia uma Inquisição local desde a Idade Média, tal como em outros países da Europa.


Ainda não havia Inquisição no Reino de Castela e Leão. A maior parte da península Ibérica estava sob o governo dos mouros, e as regiões do sul, particularmente Granada, estavam bem povoadas por muçulmanos.


Até 1492, Granada ainda estava sob o controle mouro. As cidades mais importantes, como Sevilha, Valladolid e Barcelona, capital do Reino de Aragão, também tinham grandes populações de judeus em guetos.


Com o casamento de Fernando de Aragão com Isabel de Castela, sua prima em segundo-grau, os dois reinos uniram-se e a Espanha moderna começou a formar-se.


A Inquisição na Espanha atuou sob o controle dos reis da Espanha de 1478 até 1834. Esta Inquisição foi o resultado da reconquista da Espanha das mãos dos muçulmanos, e da política de conversão de judeus e muçulmanos espanhóis ao Catolicismo.


A Inquisição foi um importante instrumento na política chamada "limpeza de sangue", contra os descendentes de judeus e de muçulmanos convertidos. Decisões políticas tiveram que tratar dos mouros e da relativamente pequena mas influente comunidade judaica que havia florescido dentro de uma sociedade islâmica maior.


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Em 1478, ano em que foi criada a Inquisição, os Cristãos da península Ibérica estavam envolvidos em uma cruzada que perdurava há sete anos. A luta não era intermitente, mas desde o século VIII quando os árabes muçulmanos do norte da África invadiram-na através do Estreito de Gibraltar e com fogo e a espada subjugaram a península ao norte do rio Ebro, a resistência nativa à sua ocupação tinha sido constante.

Durante anos, com intervalos frequentes de inatividade, a resistência tinha gradualmente evoluído em contra-ataque, em uma crescente determinação para ganhar de volta o que havia sido perdido para os invasores muçulmanos.

Pouco a pouco este processo incessante de conquista e reconquista levou os descendentes desses invasores, os mouros, cada vez mais distantes para o sul até que, em 1478, restou para eles apenas um pequeno enclave em torno da cidade de Granada.

A reconquista prosseguiu até Granada, e o último vestígio do islã espanhol caiu sob os exércitos de Fernando e Isabel em 1492. A população conquistada, ligada por laços de raça e religião, muçulmanos que vieram dos principados do norte da África, distante 16 quilômetros do Estreito de Gibraltar, fazia parte de um vasto sistema imperial estabelecido pelos turcos muçulmanos, e era considerado um sistema poderoso e ameaçador para a Europa Ocidental.

Os Cristãos vencedores, temerosos com os simpatizantes muçulmanos em seu meio, ofereceram uma proposta na qual os mouros e judeus teriam de escolher entre o Batismo ou a expulsão do país, agora inteiramente Católico.

Mas, com receio de que as leis comandando o exílio ou a conversão dos judeus fossem frustradas por conversos, ou seja, "católicos de sinagogas", Fernando e Isabel encomendaram um inquérito, e a partir daí a Inquisição.

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Os reis começaram a Inquisição na esperança de que a unidade religiosa promovesse a unidade política, e outros chefes de estado anunciavam os trabalhos para o advento de uma Cristandade unificada na Espanha.

A Inquisição teve um caráter secular, embora o crime fosse a heresia. Inquisidores não precisavam ser clérigos, mas teriam de ser legisladores. Os inquéritos eram baseados em regras e cuidadosamente mantidos em arquivos. A organização da Inquisição espanhola diferia marcadamente do seu antecessor romano.

Com a sua ênfase na centralização e controle real, refletiu o surgimento do Estado-nação e a responsabilidade de que a monarquia deveria garantir a ortodoxia religiosa. Assim, o "Grande Inquisidor", Torquemada, foi nomeado pelo rei e era responsável perante ele, apenas com a aprovação nominal do Papa.

O inquisidor, por sua vez, nomeava cinco membros do conselho superior sobre o qual presidia. Este corpo, com seu enxame de consultores e empregados, exercia o poder supremo na competência da Inquisição.

Torquemada decidia tudo, e ouvia todos os apelos dos tribunais inquisitoriais inferiores que, em meados do século XVI eram dezenove, espalhados por toda a Espanha e outros territórios ocupados na Itália e na América. Sem a permissão do "Alto Conselho", nenhum sacerdote ou nobre poderia ser preso.

O "auto-de-fé" era a cerimônia religiosa que incluía a punição dos hereges condenados ou a reconciliação das pessoas que se retratavam, e não poderia ser realizada em qualquer lugar sem a sanção do "Conselho Superior". O controle também foi aprimorado com a exigência de que os tribunais inferiores apresentassem os relatórios gerais anualmente e os financeiros a cada mês.

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Quanto ao procedimento, a Inquisição espanhola praticamente seguiu o precedente estabelecido no século XIII e copiou os modelos fornecidos pelos tribunais seculares. A maquinaria jurídica era colocada em movimento por denúncia juramentada de um indivíduo ou, ocasionalmente, de uma determinada aldeia ou região.

Em última instância, antes do inquérito formal, era emitido um "período de graça" de trinta a quarenta dias, durante os quais os suspeitos poderiam retratar-se ou preparar sua defesa.

Uma vez que o acusado ou réu usasse os serviços de um defensor, ele não poderia ser julgado pelos oficiais do "Tribunal de Justiça" sem a presença de dois sacerdotes. A identidade das testemunhas do seu alegado crime, no entanto, não seria revelada ao réu, por isso ele não poderia confrontá-los.

Isso era uma grave desvantagem, porque os falsos acusadores eram muitos. Juízes, e não jurados, decidiam questões de fato e também segundo o direito em vigor.

A Inquisição espanhola combinava as funções de investigação, acusação e julgamento. Na verdade, alguém preso pela Inquisição era considerado culpado até ser provado inocente.

A tortura, comum em jurisdições seculares, havia sido proibida na Inquisição romana antiga, mas estava outra vez sendo posta em uso, com as reservas de ser aplicada apenas uma vez e de que não atentasse contra a vida ou integridade do réu.

Na Espanha estas regras foram adotadas, mas desde o início, o Papa Sisto IV, inundado com o clamor popular, protestou junto ao Governo espanhol que a Inquisição estava empregando a tortura livremente. Infelizmente os avisos do Papa caíram nos ouvidos moucos dos inquisidores.


A INQUISIÇÃO - O MITO DA LENDA NEGRA (BLACK LEGEND) - 2ª PARTE


25 março 2013

A PROFECIA DO SALMO 83:1 - CÂNTICO DE ASAFE - PROPHECY PSALM 83:1 - ASAFE'S SONG - 1ª PARTE

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A história dos instrumentos musicais pode ser rastreada por toda a Bíblia. O primeiro instrumento de música, a harpa ou kinnor, em hebraico, foi inventado por um homem chamado Jubal. Alguns foram feitos com uma parte de prata e outros da madeira do abeto.

O kinnor representa toda a classe de instrumentos de cordas e foi usado como acompanhamento das canções de alegria e como louvor a Deus. Outros instrumentos foram feitos mais tarde por David e Salomão. O uso de instrumentos musicais na adoração pode ser visto tanto no Antigo como no Novo Testamento.

O favorito de David, a harpa ou lira, é citado mais de cinquenta vezes na Bíblia e estava entre os principais instrumentos usados. Além deste, outro instrumento citado trinta vezes nas Escrituras era o saltério. Este tinha doze cordas e não era tocado com a mão mas sim com uma palheta. Parecia uma guitarra, mas de forma triangular, plano e amarrado de lado a lado. Outro instrumento semelhante era o alaúde, que tinha um grande corpo em forma de pera, pescoço comprido e trastes no braço com parafusos de cabeça para a afinação.

Entre os instrumentos de sopro usados no período bíblico temos a corneta, a gaita de foles, a flauta, o chifre de carneiro e trompete. Havia também trombetas de prata e oboé duplo. Entre os instrumentos de percussão eram usado os sinos, címbalos, sistrum, tamboril, tambores de mão e pandeiros.

O adufe ou pandeiro, era popular no uso com a dança para celebrar vitórias militares. A trombeta tinha múltiplos usos. Para proclamar dias de festa, reunir uma assembléia, soar um alarme para a batalha contra o inimigo e para anunciar a chegada de um novo rei.  A harpa e o oboé foram usados ​​durante as alegres festas seculares. O oboé também era tocado durante as cerimônias fúnebres.

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Ao longo dos séculos, os meninos pastores de Israel usaram suas flautas simples, feitas de junco, durante o pastoreio de seus rebanhos. Sem dúvida a experiência musical de David começou com este instrumento, enquanto cuidava do rebanho da família. Mas além de tocar a flauta, o jovem David tornou-se famoso por sua capacidade de usar o que a Bíblia chama de harpa.

O instrumento não era grande o suficiente para ser como o que hoje chamamos de harpa. Seria mais adequado chamá-lo de lira. Era realmente uma forma modificada de harpa, sendo portátil e com a caixa de som formando a base do mesmo. Quando os servos de Saul foram procurar alguém que soubesse usar este instrumento com habilidade, um de seus membros disse: "Eu vi um filho de Jessé, o belemita, que o domina muito bem".

Assim, David veio  tocar músicas para o rei Saul, para animá-lo quando teve um dos seus ataques de tristeza. Desde então, David tornou-se um inventor de instrumentos musicais e originador de vários deles. Nas Escrituras, Mateus relata: "Certa feita, Jesus entrou na casa onde a filha do governante tinha morrido, e Ele viu os menestréis".

Os menestréis eram os afamados tocadores de flauta. No Oriente, até hoje, flautistas profissionais são chamados para expressar, por meio destes instrumentos, a tristeza e o luto pela perda de um falecido.

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Segundo a Bíblia, Asafe, filho de Berequias, foi um proeminente músico na sua época e também um levita consagrado a este ministério. O ministério da música dos levitas foi instituído por David. Foi nesse dia que David deu pela primeira vez a Asafe e seus colegas levitas, a responsabilidade de cantarem louvores a Deus

Era um ministério permanente, e o rei David reponsabilizou-os como encarregados permanentes da adoração, que era feita no lugar onde a Arca da Aliança havia sido colocada. Eles deviam cumprir ali os seus deveres todos os dias. Asafe não era só um mero musicista, mas um dos principais levitas.

Cantor e compositor, Asafe era um músico instrumentista que servia a Deus junto com Jedutum e Hemã, seus companheiros de música. As Crônicas informam que ele também serviu a Deus como profeta no reinado de David. Na ocasião do episódio do transporte da Arca da casa de Obede-Edom para a tenda armada por David, a fidelidade de Asafe motivou o rei a promovê-lo a ministro da música.

Seus instrumentos preferidos eram a harpa, o alaúde e o címbalo. Junto com quatro mil levitas, Asafe louvava continuamente ao Senhor, agradecendo a bondade de Deus para com Israel. Liderou um grupo de 288 mestres da música, aos quais chamava seus filhos. Escreveu, junto com eles, doze dos 150 salmos contidos na Bíblia.


A PROFECIA DO SALMO 83:1 - 2ª PARTE

JESUS CRISTO NÃO ERA JUDEU


18 março 2013

PAPA SÃO PIO X - O PAPA, O SANTO, A SUA HISTÓRIA - POPE SAINT PIO X - THE POPE, THE HOLY, HIS STORY

SANTO-PAPA-PIO-X

Em nenhuma época na História da Igreja Católica existiu melhor exemplo do que São Pio X, um dos eleitos de Deus. Suas ações sempre refletiam virtudes como a piedade e caridade extrema, humildade e simplicidade profunda e um enorme zelo pastoral.

A inscrição no seu túmulo, na cripta da Basílica de São Pedro, mostra o testemunho eloquente de uma vida a serviço de Deus: "Nascido pobre e humilde de coração, destemido defensor da Fé Católica, zeloso para restaurar todas as coisas em Cristo e coroado em uma vida Santa e uma morte Sagrada".

Giuseppe Melchiorre Sarto, o Papa São Pio X (1903 a 1914), nasceu em 2 de junho de 1835 em uma pequena casa na aldeia de Riese, na província de Treviso, Itália, perto de Veneza. Seu pai, Giovanni Battista Sarto (1792–1852), um carteiro e sapateiro de profissão, morreu em 1852 quando Giuseppe era muito jovem.

Sua mãe, Margaritta Sanson Sarto (1813–1894), teve que cuidar da familia composta por quatro irmãos e seis irmãs, conseguindo suporte financeiro através dos seus talentos na costura. Giuseppe aprendeu sobre a Fé Cristã com a sua mãe, em uma idade precoce, e também nas aulas do padre Don Tito Fusaroni.

Embora pobres, seus pais valorizavam a educação, e Giuseppe caminhava seis quilômetros todo dia para chegar à escola. Ainda jovem, Giuseppe estudou latim com o padre da aldeia, e com o tempo, as sementes de uma vocação sacerdotal floresceram. Logo depois entrou no seminário de Pádua, na freguesia do Santo padroeiro da aldeia, Santo Antonio de Pádua, onde terminou com distinção seus estudos clássicos, filosóficos e teológicos.

Frequentando a escola paroquial, a inteligência e o caráter moral de Giuseppe logo despertaram a atenção do reitor, que arranjou uma bolsa para o rapaz no ensino médio, em Castelfranco Veneto, uma cidade maior a 2 km de Riese. Depois de concluir o curso de instrução em Castelfranco, Giuseppe deu a conhecer que sentia a chamada para o sacerdócio, mas tinha considerado que os meios para alcançar esse fim estavam fora do seu alcance, devido às dificuldades financeiras da sua família.

No entanto, seus pais viram que a vontade de Deus estava na vocação do seu filho, e fizeram tudo em seu poder para ajudá-lo. Então, o reitor veio novamente em seu auxílio conseguindo outra bolsa de estudos no seminário de Pádua.


Papa-Pio-X

Em novembro de 1850, o jovem Giuseppe chegou a Pádua e imediatamente foram retomados os estudos no seminário. As mesmas qualificações elevadas, de intelecto e espírito, despontariam adiante em seu trabalho como Bispo e futuramente no seu pontificado.


Em 18 de setembro de 1858, com 23 anos de idade, na época das aparições de Nossa Senhora em Lourdes, Sarto foi ordenado sacerdote e tornou-se capelão em Tombolo, recebendo o Sacramento da Ordem. Sua primeira missão pastoral em Tombolo foi iniciar uma escola noturna para todos os adultos, ensinando o catecismo.


Após sua aplicação exemplar neste empreendimento, seu Bispo o designou como Vigário paroquial em Salzano e, em seguida, enviou-o para a Diocese de Treviso, onde ele estudou direito canônico e as obras de São Tomás de Aquino, especificamente a "Summa Theologica". Desta forma, o padre Giuseppe Sarto, cristalizou definitivamente seu amor por Nosso Senhor Jesus Cristo e a sua luta pela salvação de almas. O padre Giuseppe trabalhou arduamente, e finalmente em 18 de setembro de 1858, foi ordenado Cardeal de Castelfranco.


Em 1867, foi nomeado Arcipreste de Salzano, onde restaurou a Igreja e ampliou o hospital, com fundos provenientes do seu próprio trabalho. Tornou-se popular com o povo quando trabalhava para ajudar os doentes durante a peste de cólera que varreu o norte da Itália no início dos anos 1870. Ele foi nomeado Cônego da Catedral e Chanceler da Diocese de Treviso e também manteve escritório como diretor espiritual, reitor do seminário de Treviso e examinador do clero.


Como Chanceler tornou possível que alunos das escolas públicas recebessem instrução religiosa. Muitas vezes ele lutou pela resolução dos problemas para conseguir trazer o ensino religioso para a juventude rural e urbana, que não tinha a oportunidade de frequentar escolas Católicas.


Em 1878, após a morte do Bispo Zanelli, foi nomeado Vigário da Diocese. Depois de 1880, Sarto ensinou Teologia Dogmática e Teologia moral no seminário de Treviso. Em 10 de novembro de 1884, o Papa Leão XIII elegeria Giuseppe Sarto como Monsenhor e Bispo de Mântua, em uma diocese em completo tumulto. Ele acalmou os espíritos da insurreição e da baixa moral, continuando o seu compromisso e prioridade para com os pobres e as crianças.



Papa-Pio-X

Rejeitou o luxo da mansão do Bispo e conduziu-se como um humilde pároco. Devido ao devoto e sincero cuidado com seus fiéis em Mântua e sua profunda espiritualidade, Leão XIII elevou-o a Cardeal Patriarca de Veneza em 1893. Durante um ano e meio o Cardeal Sarto teve que esperar a nomeação por causa da oposição do governo italiano, que exigia os mesmos privilégios exercidos pelo imperador da Áustria.


Apesar da crise política entre a Igreja e o governo, ele passou o tempo de espera em oração e preparação. Muitos acreditam que o Papa Leão XIII, que teve numerosas visões e recebeu mensagens celestiais, soube em seu coração e alma que Giuseppe eventualmente iria sucedê-lo como Papa. Dez anos mais tarde isso se tornaria uma realidade. Em 20 de julho de 1903, com a morte de Leão XIII, o colégio dos Cardeais foi convocado para eleger um novo Papa.


Para muitos Cardeais presentes, foi a primeira vez que um Papa não foi selecionado no primeiro escrutínio, pois os votos foram para o Cardeal Rampolla, mas o imperador da Áustria-Hungria, Franz Joseph ou Francisco José (1848–1916), vetou a sua nomeação. Veto este que, segundo uma tradição, poderia ser exercido pelo Império Sacro Romano. Havia na época o privilégio de certas nações Católicas poderem vetar a eleição de um Papa. Isto marcou a última vez que um veto seria exercido por um monarca Católico no processo do conclave.


Novamente foi convocado o conclave que, guiado pelo Espírito Santo, duas semanas mais tarde elegeu o Cardeal Giuseppe Sarto para o mais alto cargo da Santa Igreja Católica, em 4 de agosto de 1903. O Papa Pio X recebeu 55 de um total de 60 votos. Embora a todos agradasse sua nomeação, o Cardeal Giuseppe Sarto, num ato de verdadeira humildade, inicialmente recusou. Ele também estava profundamente triste com o abuso de poder do veto governamental, e pela união entre o governo e a Igreja, prática adotada na época do imperador e papa Constantino.



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Antes de se tornar o 257º Papa desde São Pedro, ele entrou em solidão e, depois de oração profunda e da insistência de seus companheiros Cardeais, percebeu que era a vontade de Deus. Aceitou o cargo entre lágrimas e pediu ao Cardeal Rafael Merry del Val que o ajudasse sempre no ofício, iniciando uma amizade muito frutuosa para toda a Igreja. E este simples pároco, Giuseppe Sarto, levou a Igreja de Cristo ao alvorecer do século XX.

Assim, em 9 de agosto de 1903, em sua coroação na Basílica de São Pedro, ele escolheu o nome "Pio", em homenagem ao Papa Pius IX, que havia inspirado sua vida sacerdotal. Logo após ser elevado à cadeira de Pedro, o Papa Pio X definiu a sua agenda, anunciando ao mundo, como seu ideal, o lema: "Restaurar todas as coisas em Cristo". O principal meio de alcançar esta restauração, segundo Pio X, seria através do Clero.

Durante seu reinado o Papa exortou os Bispos a reorganizarem os seminários e obter a melhor formação possível para estes homens, para poder incutir na população o conhecimento de Deus. O novo Pontífice publicou uma Encíclica, "Exortação para o clero Católico," na qual salientou que somente através de um clero treinado e disciplinado poderia ser realizado um programa de retorno a Cristo.

O ensino religioso dos jovens e idosos se tornou o segundo mais importante meio para a restauração Cristã, e em sua Encíclica "Acerbo Nimis", sobre o ensino da doutrina Cristã, o Papa Pio X firmemente declarou sua posição. Os males do mundo foram rastreáveis como um desconhecimento de Deus. Ele disse ser necessário que os sacerdotes disponibilizassem as verdades eternas para todos, em uma linguagem acessível.

Sempre um exemplo, ele próprio deu a instrução de domingo para a população, em um dos pátios do Vaticano. No entanto, nenhuma reforma de Pio X foi mais elogiada do que os decretos sobre a Sagrada Comunhão. São Pio X é frequentemente chamado de "Papa da Eucaristia". Apagou os últimos vestígios do jansenismo ao advogar a Comunhão frequente e até diária. Reformou a Liturgia, diligenciou a favor de homilias simples e claras, trouxe de volta o canto gregoriano para as cerimônias.

Revisou o Breviário e preparou o Catecismo. Estes decretos, emitidos a partir de 1905 até 1910, permitiram a recepção da primeira comunhão em uma idade mais adiantada do que tinha sido anteriormente exigido, incentivando a recepção frequente da Santa Eucaristia por todos os Católicos e "relaxando" o jejum para os doentes.

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A seu respeito, disse o Cardeal Merry del Val, seu secretário de Estado:

"Seria um grande erro crer que esta característica, a bondade tão atraente de Pio X, o retratasse plenamente ou resumisse seus dotes e qualidades, nada mais longe da verdade.

Ao lado dessa bondade e de seu modo feliz, combinada com a ternura de seu coração paternal, possuía uma indomável energia de caráter e uma grande força de vontade, que podiam atestar, sem vacilação, os que realmente o conheceram, embora em mais de uma ocasião surpreendesse e até causasse estranheza àqueles que somente haviam tido ocasião de experimentar sua delicadeza e reserva habituais.

Mantinha um absoluto controle de si e dominava os impulsos de seu ardente temperamento. Não vacilava em ceder em assuntos que não considerava essenciais e até se dispunha em considerar e aceitar a opinião alheia se isso não implicasse em risco para algum princípio. Mas não havia nele nenhuma debilidade.

Quando surgia alguma questão na qual se fazia necessário definir e manter os direitos e liberdade da Igreja, quando a pureza e integridade da verdade Católica requeriam afirmação e defesa ou era preciso sustentar a disciplina eclesiástica contra o relaxamento ou influência mundanas, Pio X revelava então toda a força e energia de seu caráter e o intrépido valor de um grande Pontífice, consciente da responsabilidade de seu sagrado ministério e dos deveres que julgava ter que cumprir a todo custo.

Era inútil, em tais ocasiões, que alguém tentasse dobrar sua constância. Toda tentativa de intimidá-lo com ameaças ou de afagá-lo com sedutores pretextos ou recursos meramente sentimentais estava condenada ao fracasso".

A grande batalha do Papa Pio X foi a luta contra o modernismo, que denunciou na sua magistral encíclica "Pascendi Dominici Gregis" como a síntese de todas as heresias: "Alerto os Católicos para as detestáveis e perniciosas doutrinas e os princípios subversivos do liberalismo, e de seus indignos filhos, o socialismo e a anarquia. A tirania invasora do socialismo conduzirá ao totalitarismo, e só à luz das doutrinas Cristãs podereis opor-vos eficazmente ao progresso do socialismo, que avançará ameaçador para destruir o edifício da sociedade, já abalado. A Igreja sempre sofreu perseguições, mas desta vez as armas mudaram. Eis uma nova fase da eterna guerra declarada contra Deus, não há aí nada de novo, somente as armas empregadas, ou seja, o laicismo, a máxima expressão do idealismo e do racionalismo".

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Profundamente entristecido pela falta de amor e desprezo pelos valores humanos em todo o mundo, São Pio X morreu menos de dois meses após a eclosão da I Guerra Mundial. Muitos acreditam que faleceu "de um coração partido". Foi velado na Basílica de São Pedro, em um esquife papal em 20 de agosto de 1914.

Os sinos ecoaram em luto em todo o mundo, e milhões prestaram seu respeito a este amado Pontífice de 79 anos, que tinha cumprido as bem-aventuranças. Sua última vontade e testamento foram lidos logo após sua morte, e suas palavras simbolizavam sucintamente tudo o que o Papa Pio X acreditava representar: "Eu nasci pobre, vivi na pobreza, quero morrer pobre". Ele verdadeiramente exemplificou tudo o que Cristo pediu nas bem-aventuranças de seu Vigário na Terra.

São Pio X foi amado por centenas de milhares de pessoas na Praça de São Pedro, juntamente com milhões em todo o mundo. Após ser enterrado no Vaticano, não demorou muito para o povo clamar por sua canonização. Mas somente em 1951 foi beatificado e posteriormente canonizado, em 3 de setembro de 1954, pelo Papa Pio XII.

Como a Santa Bernadette Soubirous, de Lourdes, que nasceu nove anos depois de São Pio X e faleceu antes dele, o corpo de São Pio X permanece incorrupto ainda hoje. É uma homenagem à sua Santidade e ao fato de que ele era verdadeiramente a "rocha" para a Igreja no início deste século, promovendo um profundo amor, respeito e anseio por Jesus no Santíssimo Sacramento.

Atribuem-se a São Pio X vários milagres ainda em vida e depois da sua morte. Relatam que pessoas doentes que tiveram contato com ele se curaram, e este fato ele mesmo explicava como sendo "o poder das chaves de São Pedro".

Assim, devemos intuir que podemos seguir o exemplo e obedecer a este Santo Pontífice, cujo corpo incorruptível demonstra a sua Santidade, e seus feitos na Terra uma inspiração Divina. Desta forma, todo Cristão deve rejeitar o que está sendo atualmente promovido pela Igreja, baseado no Concílio Vaticano II que, decididamente, não foi Católico, pois contrariou os ensinamentos de Jesus e as tradições da Igreja primitiva e dos primeiros Cristãos.

Estas verdades únicas foram reafirmadas pelo Papa São Pio X, um simples sacerdote, cujo amor sem fronteiras cumpriu o seu ideal de "restaurar todas as coisas em Cristo".


JESUS CRISTO NÃO ERA JUDEU








20 dezembro 2012

A ÉPOCA JUSTIFICA A IGREJA MEDIEVAL? - DOES THE PERIOD JUSTIFY THE MEDIEVAL CHURCH?

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Na atualidade, a Igreja Católica Romana reconheceria que os horrores indizíveis que a Igreja medieval impôs aos hereges foram injustos. No entanto, em geral os Católicos tentam justificar a conduta da Igreja dizendo que esta só agia dentro das normas da sociedade medieval.

A sociedade de nossos dias não admitiria que alguém fosse queimado na fogueira, mas a sociedade medieval sim, queria isso.  A Igreja simplesmente marchava ao som das normas sociais daquela época! Mas, será que isso justifica a Igreja? Não, absolutamente.

Os valores e os mandamentos que Jesus nos deu são permanentes, não mudam com a sociedade. Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente. Já que o Reino de Deus não é deste mundo, as normas sociais que violam as normas do Reino são irrelevantes.

Ninguém justificaria um Cristão que adorasse imagens pagãs só porque essa era a norma na sociedade em que ele vivia. Jesus não nos disse: "Amai a vossos inimigos, a não ser que o governo e a Igreja digam que os tortureis".

Agostinho costuma ser creditado como o criador da doutrina da "guerra justa". Mas, na realidade não foi. Os filósofos e os governantes  pagãos gregos foram os primeiros a formular uma doutrina da guerra justa. Agostinho só se apossou do que eles tinham ensinado centenas de anos antes.

A verdade é que Agostinho justificou a guerra, e apresentou várias justificativas para a guerra em suas obras. No entanto, o mesmo Agostinho nunca disse que tinham que se cumprir todos estes critérios ou aspectos para que uma guerra fosse justa. Mesmo assim, baseados nos escritos de Agostinho, os teólogos medievais sugeriram uma lista de condições que tornariam justa uma guerra.

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Segundo estes teólogos, seria correto e justo um cristão matar outro homem somente se:

-Amar o homem que ele está matando.
-Matar numa guerra que se iniciou como último recurso depois de toda outra solução possível ter fracassado.
-Matar numa guerra feita para restabelecer os direitos que verdadeiramente foram violados, ou para se defender de demandas injustas impostas à força.
-Matar numa guerra feita sob a autoridade de um governante.
-Matar numa guerra  em que seu lado tem uma possibilidade razoável de ganhar.
-Procurar distinguir entre soldados e civis, e nunca matar civis de propósito.
-Matar numa guerra onde  a  matança  é "proporcional" ao fim que se procura.
-Matar numa guerra em que o bem que se procura por meio de sua violência, superar o mal que a violência produz.
-Matar numa guerra em que o lado vencedor nunca exigirá a total humilhação do lado perdedor.


Os critérios da "guerra justa" são uma clara violação dos Ensinamentos de Jesus. Por exemplo, os critérios da "guerra justa" propõem que, para ser justa, uma guerra deve ser travada para restabelecer os direitos que verdadeiramente foram violados, ou para se defender  das demandas injustas impostas pela força.

No entanto, Jesus já tinha abordado esse mesmo assunto. Ele disse que não devemos resistir ao que é mau.

Se alguém quiser lhe tirar sua túnica, permita-lhe que leve também sua capa. Se alguém lhe obrigar a levar carga por uma milha, vá com ele duas. Os cristãos não fazem guerra para restabelecer os direitos, eles sofrem as perdas de boa vontade. Eles oferecem a outra face. Eles não se vingam nem contra-atacam. Também não acreditam que estas coisas, como a matança, possam ser feitas com amor.

Quem decide se uma guerra é justa? Suponhamos por uns momentos que se uma guerra reunisse todos os critérios mencionados anteriormente, realmente seria justa aos olhos de Deus? Nesse caso, a próxima pergunta seria quem decide se uma guerra reúne estes critérios? A Igreja, os cristãos ou o Estado?

Agostinho responde, que o Estado é quem determina  isto. Portanto, como sabem os indivíduos cristãos se a guerra em que estão participando é realmente justa ou não? A resposta é que não sabem!

Agostinho reconhecia isto ao dizer: "Não há poder senão de parte de Deus, que ordena e permite. Portanto, um homem piedoso pode servir sob o domínio de um rei ímpio. Contudo, ele pode cumprir com o dever inerente à sua posição no Estado ao lutar sob a ordem de seu soberano".

"Pois em alguns casos é claramente a vontade de Deus que ele deve lutar. Mas, em outros casos, pode não ser tão evidente, pois talvez seja uma ordem injusta da parte do rei. No entanto, o soldado é inocente, porque sua posição faz com que a obediência seja um dever".

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Enfim, até a doutrina da "guerra justa" é uma farsa. Espera-se que o cristão obedeça inclusive às ordens injustas de seu rei, e que seja inocente ao fazê-lo.

Tal como Agostinho reconhecia, uma pessoa não pode conceder lealdade total a dois reis, um rei terrestre e um Rei Celestial. Portanto, sua solução era que enquanto estivermos aqui na terra, o rei terrestre deve receber nossa lealdade absoluta.

As únicas exceções seriam se o rei nos ordenasse que adorássemos falsos deuses ou nos ordenasse que crêssemos em falsas doutrinas não aprovadas pela Igreja. No entanto, a solução de Agostinho  é  totalmente  inaceitável  para Cristo.

Ele não nos permite que ofereçamos uma lealdade superior a nenhuma outra pessoa ou poder. Já que por ela, se um rei terrestre nos der uma ordem que viola os ensinamentos de Jesus, é ao rei terrestre a quem temos que desobedecer, e não ao nosso Rei Celeste.

O "cristianismo híbrido constantiniano" procura eximir os cristãos de qualquer responsabilidade individual para com Jesus Cristo. O híbrido propõe que a Igreja decide o que devemos crer ou praticar e, enquanto obedecermos à Igreja, estamos livres de qualquer culpa na esfera espiritual.

De maneira semelhante, o híbrido diz que é o governante secular quem decide quando é correto matar, torturar, desterrar ou saquear os outros.

Enquanto estivermos obedecendo a nosso governo, seremos inocentes diante de Cristo na esfera secular. E desde então, milhares de cristãos têm matado o seu próximo, e até os seus irmãos em Cristo, sem sentir nenhuma responsabilidade moral por esse ato. Afinal, eles só estavam cumprindo ordens!