22 agosto 2020

A MATANÇA DE CRISTÃOS - THE KILLING OF CHRISTIANS

MATANÇA-CRISTAOS

Na época do Império Romano os cristãos suportaram ciclos regulares de perseguição, como na época do incêndio de Roma, em 64 AD, quando o imperador Nero culpou-os pela tragédia. Porém o autor do incêndio foi o próprio imperador, pretendendo contornar os poderes decisórios do Senado para reconstruir uma 'Nova Roma' a seu bel-prazer.

Em 250 AD, durante o reinado dos imperadores Décio e Valeriano, os cristãos viram-se obrigados a sacrificar e ofertar aos deuses pagãos, correndo o risco de enfrentarem a pena de morte na Arena caso recusassem a heresia. "Os cristãos aos leões!", era a máxima romana para a cristandade desta época.

Em 305 AD, o imperador Diocleciano e seus associados na tetrarquia por ele formada: Maximiano, Galério e Constâncio Cloro, emitiram uma série de éditos que revogavam os direitos legais dos cristãos e exigiam que estes cumprissem as práticas religiosas romanas de adoração aos deuses.

Diocleciano também ordenou e comandou a destruição das Igrejas substituindo-as pelos templos romanos consagrado pelos áugures (adivinhos), assim como o confisco dos escritos, a exoneração dos cristãos do exército e a prisão do incipiente clero. O escritor Eusébio de Cesareia, o autor da 'História Eclesiástica', relatou que todas as cidades cristãs foram arrasadas na Ásia Menor.

A 'Grande Perseguição de Diocleciano' foi a mais sangrenta durante o Império Romano! Aqueles que professavam o Cristianismo foram torturados e queimados vivos; o sofrimento, a violência e o terror tornaram-se partes integrantes da experiência cristã.

Alguns manuscritos do Novo Testamento foram compilados por cristãos encarcerados nas masmorras romanas, e depois adcionados aos outros escritos sobre a passagem de Jesus Cristo na Terra. A perseguição aos cristãos recrudesceu até a época do imperador Constantino Magno (306-312 AD), filho de Constâncio Cloro, que adotou o Cristianismo como a religião oficial do Império Romano. 

MATANÇA-CRISTAOS

As perseguições e os assassinatos sempre foram um elemento comum na vida cristã do Império, e todos que ofereceram suas vidas e sofrimento por amor a Jesus Cristo detiveram uma alta estima entre a população romana - que reconhecia seus valores morais e comoviam-se com a cristandade destes mártires.

Finalmente a liberdade de professar o Cristianismo foi alcançada e o fim oficial das perseguições foi consignado pelo Édito de Milão em 313 AD. A verdade é que Constantino encontrou no Cristianismo uma forma de dar estabilidade ao seu Império, pois obter lucros com o apoio dos cristãos era mais vantajoso do que guerrear contra eles! 

Em 326 AD, durante uma viagem solene a Roma para a comemoração dos seus vinte anos de reinado, Constantino ordenou a morte do seu filho, suspeito de intrigar para destroná-lo, e estrangulou pessoalmente sua esposa Fausta durante o banho.

Também esgoelou seu cunhado Licínio que já havia se rendido em troca da vida, e não satisfeito chicoteou até a morte um sobrinho. Constantino carregava uma legitimidade duvidosa e sua amizade com Maximiano influenciava as decisões ideológicas, pois apregoava sua fidelidade ao semideus filho de Júpiter, Hércules.

Constantino colocou-se sob a proteção da divindade padroeira dos imperadores-soldados do século anterior, o 'Deus Sol Invicto'. Há dúvidas se realmente tornou-se cristão, pois favorecia de modo ambíguo o Cristianismo e o paganismo. Como sumo pontífice, incentivou a adoração pagã e protegeu seus direitos.

No dia anterior à morte Constantino sacrificou aos deuses pagãos e ainda não recebera o Batismo cristão. Era uma prática comum retardar o Batismo para não 'desperdiçar' a sua eficácia (perdão dos pecados) antes do fim da vida. Constantino sabia que suas oportunidades de pecar eram enormes e adiou o sacramento até o final, mas não teve tempo hábil para ser batizado!

MATANÇA-CRISTAOS

O século V marcou o início da Idade Média e o declínio do Império Romano do Ocidente, desde que as tribos bárbaras varreram a Eurásia em direção ao oeste oriundas dos campos e desertos da Ásia Central. Os bárbaros enterraram qualquer vestígio final do Império Romano dizimando populações e arrasando a cidade das sete colinas, restando aos sobreviventes refugiarem-se nas montanhas.

Mas a Igreja motivou-se para este novo desafio e enviou seus missionários Columba de Iona (521-597), monge irlandês que introduziu o Cristianismo entre os pictos na Escócia, e Bonifácio de Mogúncia (672-754), apóstolo da Frísia e Germânia, para catequizar os bárbaros.

Os missionários que atreveram-se a levar o Evangelho às tribos bárbaras: germanos, hunos, vândalos, visigodos, ostrogodos, francos, lombardos e anglo-saxões, encontraram a morte como seu destino final. Naquela época a Igreja também enfrentou outro inimigo mais devastador, poderoso e ameaçador: o islã.

Enquanto as hordas de bárbaros foram superadas com muita morte e sofrimento até o triunfo da evangelização dos infiéis, o conflito com as tribos islâmicas foi radicalmente diferente. Dentro de poucos anos a Igreja seria derrotada e destituída de seus poderes no Norte da África e Oriente Médio.

A evangelização dos pagãos era um trabalho difícil desde que conviver com a violência fazia parte do cotidiano. Cada nova rebelião dos convertidos era acompanhada pelo ressurgimento do paganismo e o martírio dos missionários lançava uma luz fúnebre sobre o processo.

Enquanto o sofrimento era o preço a pagar, a morte dos missionários determinava a sobrevivência da Igreja, agora sob total domínio islâmico. Dentro de cem anos desde a morte de Maomé o islã levaria sua crença até o coração da cristandade, dominando Jerusalém e a Cesareia em 640 AD  e finalmente Cartago trinta anos depois.

MATANÇA-CRISTAOS

Por volta de 715 AD, a maior parte da Península Ibérica havia caído perante a fúria dos muçulmanos que atravessaram o estreito de Gibraltar sob o comando de Tarikh e ocuparam o território espanhol. Em seguida, atravessaram os Pirineus e penetraram na França, aonde foram finalmente derrotados pelo exército cristão comandado por Carlos Martel na batalha de Tours.

Este conflito na cidade de Poitiers foi considerado a ação que salvou a Europa do expansionismo islâmico que já ocupava a Ibéria. A Reconquista só teve sucesso em 1492, no início da Idade Moderna, quando os muçulmanos foram definitivamente expulsos pelos reis católicos Fernando e Isabel.

As consequências da conquista muçulmana foram treze séculos de dominação religiosa que situaram os cristãos na condição de cidadãos de segunda classe e a implementação da perseguição institucionalizada. Ser um cristão e viver sob domínio islâmico significava ter que pagar uma taxa per capita e aceitar que seus filhos fossem escravizados por qualquer emir muçulmano.

A ocupação islâmica teve profundas repercussões, pois a Igreja Bizantina foi seriamente enfraquecida quando perdeu suas regiões mais prósperas. Assim, a Igreja Ocidental voltou-se mais para o norte da Europa o que resultou no acelerado processo de separação das Igrejas grega e latina.

Outro problema para os cristãos foi a mudança de postura em relação à guerra e o uso da força. Desde a época de Jesus os cristãos tinham acolhido a prática do amor e da tolerância no relacionamento com seu próximo, mas no atual mundo hostil à Fé cristã eles abandonaram seus antigos valores e passaram a elaborar justificativas para legitimar a violência.

Esse processo iniciara-se desde época de Constantino, com a aproximação entre a Igreja e Estado, intensificando-se nos séculos seguintes. Primeiro, legitimando o uso da força contra os cristãos heréticos, para depois articular uma versão própria da 'Guerra Santa' a ser dirigida principalmente contra os muçulmanos.

MATANÇA-CRISTAOS

O cristianismo-constantiniano eximiu qualquer responsabilidade individual dos cristãos quando a Igreja decidiu qual prática eles devem adotar e conquanto obedecessem à Igreja estariam livres de qualquer culpa na esfera espiritual.

De maneira semelhante todos os governantes seculares decidem quando (e se) é correto matar, torturar, desterrar ou saquear outros povos e que, enquanto estivermos obedecendo ao governo seremos inocentes diante de Cristo nesta mesma 'esfera secular'.

Desde então milhares de cristãos têm matado seu próximo sem sentir nenhuma responsabilidade moral por esse ato. Afinal, eles só estão cumprindo ordens!

O trabalho do cristianismo missionário já alcançara os limites da Europa quando algo novo começou a agitar a calmaria que havia estabilizado a Igreja Católica institucionalizada com sede em Roma.

Inesperadamente, vários cristãos insatisfeitos com a religião oficialmente estabelecida começaram a almejar uma nova religiosidade, o que acabaria levando à futura Reforma - o movimento protestante que pretendia devolver ao cristianismo a sua forma primitiva.

A fim de implementar este novo conjunto de doutrinas religiosas e denominações cristãs, os reformistas desencadearam uma onda de perseguições e guerras nascidas dentro da própria Igreja que durariam mais de cinco séculos. 

No início do século XVI, Martinho Lutero (1483-1546) iniciou uma revolução espiritual que tornaria novamente a perseguição e martírio partes comuns deste novo 'ideário cristão'.

Quarenta anos após a carta de Lutero para Alberto de Brandeburgo, o arcebispo de Mainz, dando início à ruptura com a Igreja que mudou profundamente a Europa, o escritor John Foxe publicou o 'Livro dos Mártires', uma publicação influente na Inglaterra ao longo de três séculos. Foxe documentou a saga dos perseguidos e mortos pela Fé naqueles tempos tumultuados e contestáveis.

MATANÇA-CRISTAOS

Na Europa continental os anabatistas sofreram 25 anos de amarga perseguição. O anabatismo foi uma seita protestante do século XVI que desaprovava o batismo da criança antes do uso da razão e preconizava a reiteração do batismo na idade adulta, no caso dos que já foram batizados.

No século XVII, os cristãos puritanos ingleses tiveram de deixar seu país em busca da liberdade religiosa nas colônias norte-americanas. Os puritanos enfatizavam que não queriam destruir a Igreja nem separar-se dela, pois afirmavam que seu único objetivo era restaurar a pureza original do Cristianismo primitivo. Por outro lado, uma minoria radical dentro do movimento puritano, os separatistas, pregava o afastamento definitivo da Igreja inglesa.

Os primeiros puritanos que colonizaram a América acreditavam que não se poderia semear as verdadeiras sementes de Fé antes que o empedernido coração cristão fosse profundamente atingido. Somente deste modo suas orações alcançariam a alma dos fiéis revelando o arrependimento sincero nas congregações, o que resultaria em cristãos mais conscientes da palavra de Deus.

O puritanismo formou-se no descontentamento com a Igreja da Inglaterra que transformara-se num produto das lutas políticas internas e das doutrinas elaboradas pelos homens. Os puritanos eram o ramo dissidente da Igreja protestante inglesa que consideravam que ela distorcera os ideais de Lutero.

Em 1572, milhares de huguenotes, protestantes de orientação calvinista, foram massacrados na 'Noite de São Bartolomeu' pelo rei francês Charles IX, sob a influência da mãe Catarina de Médici. Os huguenotes e os valdenses, estes membros de uma seita fundamentada na pobreza (valdismo), continuariam a ser perseguidos na França através dos anos.

Jean Crespin registrou em seu livro 'The Martyrologe' a realidade enfrentada pelos protestantes assim como a condenação de centenas de cristãos às galés. Durante mais de 300 anos de guerra religiosa interna, os cristãos reformados e os católicos nos países protestantes sofreram com as perseguições e matanças mútuas.

JESUS-CRISTO

Finalmente uma nova tolerância enraizou-se na Inglaterra e na Europa no final do século XVII, e os cristãos cansados das guerras encerraram suas perseguições na Europa e na América do Norte.

A América foi uma nação estabelecida por imigrantes de maioria cristã, fundada nos princípios da Lei Natural do Novo Testamento e inspirada na filosofia da Europa ocidental: contemplando a liberdade pessoal e justiça igualitária. Em 4 de Julho de 1776, foi declarada a independência das 13 colônias britânicas no continente americano, protegendo a liberdade de expressão, religiosa e de congregação.

No século XIX, os impérios cristãos europeus já encontravam-se espalhados pelo mundo sob o manto protetor dos poderes coloniais, desde que a 'Grande Missão da Igreja' já havia estabelecido sua posição nas nações colonizadas.

A Igreja ainda acreditava que podia alcançar o mundo antes do início do século XX, pois na atual perseguição esporádica os únicos que sofriam eram nativos convertidos.

Agora, era apenas uma questão de tempo para que os muçulmanos fossem alcançados pela Fé cristã. Mas, de forma descabida e bizarra a Igreja esqueceu que a perseguição e matança de cristãos continuava ativa.

Os anos de paz acabaram nos primórdios do século XX, quando dois eventos determinaram outra Grande Perseguição que destruiu a civilização ocidental e transformou nossas vidas de maneira negativa e irreversível.

O primeiro evento foi marcado pelo nascimento da pérfida doutrina ateísta conhecida como comunismo. Na Revolução Bolchevique de São Petersburgo em 1917, inicitada pelos comunistas do Partido Operário, a Igreja foi perseguida aonde os socialistas fincassem pé.

A rapidez das suas conquistas e o grau de opressão aos cristãos tornou a violência comunista comparável à dos exércitos muçulmanos do século VII.

MATANÇA-CRISTAOS

O segundo evento foi o 'novo nacionalismo' do fim da Segunda Guerra Mundial, quando as nações libertaram-se da opressão colonial colocando uma nova ênfase nas doutrinas sociopolíticas de cunho revolucionário. As nações recém-libertas voltaram-se para o marxismo como modelo econômico, o que provou ser um terrível erro de avaliação.

O fracasso do socialismo em dar-lhes o crescimento econômico e a independência de que precisavam foi o campo propício para o surgimento do extremismo religioso. O Cristianismo foi visto como uma importação do  Ocidente e as Igrejas fundadas pelos missionários consideradas uma herança indesejável do colonialismo.

Quando o comunismo russo arrefeceu os antigos desafios da Igreja foram reconquistados e os objetivos alcançados, mas o maior desafio ainda restava: o islã. Atualmente, o islamismo é a religião que mais cresce no mundo, inclusive nos EUA.

Assim, a maior tragédia do século XXI agora desenrola-se na frente dos cristãos, pois as Igrejas da Coreia, Vietnã, Cuba, China e nas nações islâmicas, começam a experimentar uma nova onda de extermínio de cristãos nestas nações. Porém as nações do Ocidente permanecem estranhamente silenciosas.

Ainda que a destruição das Igrejas Cristãs pelos muçulmanos e comunistas tenha sido admitida ou reconhecida, ninguém levantou a voz pelos milhares de cristãos que se sacrificam em defesa da Fé nestes países-alvo!

Durante séculos o cristianismo ocidental levou uma existência protegida e livre da perseguição, mas no bloco oriental e nas nações subdesenvolvidas aonde continua a matança de cristãos, os indiferentes ocidentais agora são 'espectadores interessados'.

Atualmente as nações estão lidando com a multirreligiosidade e com o conceito de tolerância que tem sido valorizado, mas seu significado sutilmente alterado, pois a nova tolerância nega ao indivíduo o direito de manter sua Fé absoluta.

Os cristãos já não podem desfrutar dos privilégios da liberdade religiosa e os próximos anos serão um desafio, porque vivemos numa época na qual a cultura que garante a liberdade individual tem sido continuamente atacada!

ANJO-CRISTAOS

A liberdade dos cristãos foi obliterada, tornando-os vulneráveis às hostilidades nas diferentes esferas da vida. Mais de 500 milhões de cristãos enfrentam algum tipo de oposição como resultado da sua identificação com Jesus Cristo!

Nas áreas dominadas pelos muçulmanos, estes podem cometer atos de violência nas comunidades mesmo se a nação em que residem seja de maioria cristã. A dignidade e os direitos humanos são exclusivos do Cristianismo desde a época de Jesus, e como tal foram valorizados pelos filósofos ocidentais. Este fato faz com que as instituições socialistas odeiem a nossa literatura!

A afirmação de que todas as religiões são iguais é uma farsa, pois o islamismo e o judaísmo surgiram do tribalismo baseado no genocídio e na pilhagem dos povos. 

O que distingue o Cristianismo das religiões tribais é seu apelo à caridade, ao bom senso e justiça, assim como a preocupação com o sofrimento humano e as vítimas da opressão; enquanto que as tribais procuram a conquista e a opressão do indivíduo.

No passado distante o Cristianismo era a religião dos humildes e pobres porque prometia a Graça de Deus e o sentimento de bondade em relação aos semelhantes, a compaixão em relação aos desfavorecidos e a humanidade da qual careciam.

Fomos colocados neste Jardim do Éden para aprender a amar nosso próximo e nos dedicar em mantê-lo, e estas são algumas das nossas dívidas para com Deus. Devemos administrar a Terra e respeitar seus habitantes, e não dominá-la de modo destrutivo como fazemos há séculos. 

Na profundidade do inverno eu finalmente aprendi que dentro de mim há um verão invencível. Que o zelo os tornem ávidos da Glória e da Honra de Jesus Cristo. Combatam filhos da luz, porque chegou o tempo de todos os tempos e o fim de todos os fins. Enquanto isso a Nossa Revolução Silenciosa avança implacavelmente!









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