A existência de Deus é muito mais provável do que a Sua inexistência, e a onipresença da religião nas populações e suas experiências de contato direto com o divino não resultam numa prova absoluta, pelo menos para aqueles que não acreditam ou não vivenciaram experiências sobrenaturais que fornecem uma razão para a crença na existência de Deus. Da mesma forma, considerações de ordem metafísica e cosmológica acrescentam um peso a mais ao argumento conceitual.
A explicação teleológica que relaciona um axioma à causa final é a prova empírica mais eficaz para a existência de Deus, e convence qualquer pessoa de mente aberta disposta a investir algum tempo pesquisando as fontes. O argumento baseia-se na observação de que pelo menos 26 das constantes universais fundamentais descobertas pelos cosmologistas e invariáveis no decorrer do processo físico, parecem ter sido 'afinadas' para produzir um Universo no qual as formas de vida complexas e inteligentes possam existir.
Uma variação muito pequena em qualquer constante cosmológica ou na gravitação universal, na força forte, no eletromagnetismo, na diferença de massa entre prótons e nêutrons, etc, ainda produziria um Universo inteligível, rico e interessante, mas destruiria qualquer possibilidade da existência de formas de vida complexas ou observadores inteligentes. Nosso Universo é realmente um milagre, indescritivelmente maravilhoso, infinitamente improvável e não poderia surgir por acaso. O design inteligente supera a tese do processo estocástico!
Mesmo os ateus dogmáticos são familiarizados com os fatos científicos e aceitam a interpretação do design inteligente. Porém, resolveram 'abraçar' como o único recurso para satisfazer sua teimosia, a interpretação dos múltiplos Universos da física quântica. Estes infinitos Universos seriam praticamente desinteressantes e impróprios para a vida, mas se tivessemos sorte e com todas as constantes perfeitamente ajustadas para a nossa existência, poderíamos sobreviver.
Mas devemos ser gratos pela sorte inacreditável de habitar nosso pequeno planeta azul numa parte remota do Universo, pois é mais provável ganhar centenas de loterias multimilionárias do que justificar nossa existência neste Universo incrível, porque nunca poderíamos sobreviver em nenhum dos multiversos teóricos da física quântica - semelhantes a bolhas de sabão flutuando num espaço infinito e interconectados através dos wormholes (buracos de minhoca).
As leis da probabilidade e a ciência indicam que a melhor explicação dos fatos é que o Universo foi criado por um 'designer' que deve ser considerado supremamente inteligente e criativo, com uma capacidade muito além do entendimento humano. E o resultado desta lógica coerente é que o Universo simplesmente 'não aconteceu'! Muitos físicos reconhecem e aceitam a necessidade do designer inteligente: de um Criador que forneceu os ingredientes que desencadearam as leis naturais e todo o processo evolutivo da Criação.
O tema mais polêmico é relacionado à teodiceia, ou seja: o conjunto de argumentos que, em face da presença do mal no mundo, procuram defender e justificar a crença na onipotência e suprema bondade do Deus criador, contra aqueles que, em vista de tal dificuldade, duvidam de Sua existência ou perfeição. Estes carregam os argumentos antirreligiosos decorrentes da existência da maldade para afirmar que a visão humana do mal é subjetiva. Mas lá fora, onde todo mal é aparentemente subjetivo, será que nenhum mal genuíno existe?
Quando optamos por não acreditar em Deus tornamo-nos capazes de crer em qualquer coisa e outorgar 'poderes' a qualquer autoridade física ou espiritual. Jesus ensinou que o Reino de Deus está ao nosso redor, e uma vez que despertamos para ele por meio do desprendimento de nossos egos humanos, desfrutamos da enorme riqueza da existência espiritual, de forma comunitária. Não mais viveremos no vale ilusório de lágrimas de anteriormente, mas sim na realidade imemorial a qual todas as tradições cristãs afirmaram ser real e única.
Ao analisarmos a lógica da dualidade de escolhas, Deus e homem, devemos considerar que o Cristianismo não deriva de mera filosofia especulativa pois transcende à experiência sensível. O verdadeiro cristão é suprassensível à realidade, e todo raciocínio e faculdade da lógica experimental deve ser compreendido no âmbito espiritual. Jesus Cristo referiu-se a 'certos indivíduos' afirmando que 'nada sabia a respeito deles'. Jesus referia-se ao fato de que alguns não participam da Sua aliança pois não estavam comprometidos com o Amor de Deus.
O ser humano acaba por acreditar em alguma coisa pois ninguém pode suportar o stress diário sem nenhuma crença. Algum tipo de fé é inevitável, mesmo que escolhamos acreditar no próprio ego. Sabemos que os ateus não podem comprovar a não existência de Deus e os panteístas que a natureza é divina. Os pragmáticos não podem contar com o determinismo futuro baseado no agora. Assim, podemos intuir que a pertinência daquilo que pensamos e a veracidade das escolhas decidirão o caminho a seguir e o destino da nossa alma imortal.
Vivemos uma insatisfação crônica, imersos na arrogância e obsessão material desmedida, na busca de poder e na cegueira espiritual. Fomos afetados terminalmente pelas doenças do ego, e se morrermos num holocausto nuclear, na pandemia, nas guerras ou exterminados pelas mãos robóticas das máquinas darwinianas que estamos criando, é provável que a civilização pereça num futuro não muito distante. E quando o fizermos não será por culpa de Deus, pois seremos responsáveis por não ouvi-Lo e respeitar Sua Palavra.
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