04 fevereiro 2022

A VIDA ETERNA E O INFERNO - ETERNAL LIFE AND THE HELL

VIDA ETERNA E O INFERNO

Você acredita que o Inferno é na Terra? Algumas pessoas pensam que sim, mas não creio que um Deus amoroso torturaria a alma dos Seus filhos num lago de fogo por toda a eternidade. Isto nunca fez sentido, e mesmo que o Inferno signifique ser consumido pelo fogo, não será uma tortura eterna, mas sim um evento único. Portanto, poderia haver um lugar real para este evento, mas esta também não é a resposta correta.

Existem bilhões de cristãos no mundo e a maioria acredita no Céu e no Inferno. Quando você morre, a sua alma vai encontrar a felicidade ou o tormento eterno. E a grande maioria dessas pessoas naturalmente assume o fato de que isso é um Ensinamento de Jesus, mas não é verdade! Nem Jesus Cristo ou o Novo Testamento endossam a visão de que as almas que partiram encontrarão o sofrimento e a dor eterna.

Você ficaria surpreso em saber que o apóstolo Paulo, que escreveu a maioria dos livros do Novo Testamento, nunca mencionou um lugar chamado Inferno em nenhuma das suas epístolas. Mas, existe um versículo que menciona o Tártaro, o inferno grego, e discorre sobre uma cova aonde os anjos caídos aguardam seu julgamento final, o que significa que também não é eterno e muito menos para os seres humanos.

VIDA ETERNA E O INFERNO

Para que todos acreditassem no Inferno, deveria haver pelo menos um versículo que indicasse que ele existiu desde o início, ou que Deus o criou mais tarde para algum propósito específico. Porém, tal versículo não existe em nenhum lugar da Bíblia. E isso é inequivocamente verdadeiro, pois a Bíblia é absolutamente silenciosa sobre a preexistência ou a criação do Inferno, seja no Antigo ou Novo Testamento.

Se você ler a Bíblia do início ao fim, você nunca ouvirá Deus ou qualquer profeta hebreu, Jesus Cristo ou qualquer um dos Apóstolos dizer uma palavra sobre a preexistência ou a criação do Inferno, visto que não é um fato bíblico! A língua hebraica nem mesmo tem uma palavra que signifique Inferno, uma omissão inexplicável, pois Moisés e os profetas hebreus falavam diretamente com seu Deus onisciente.

O termo 'inferno' foi uma tradução incorreta de alguns versículos da Bíblia. Duas palavras e locais bíblicos diferentes foram traduzidos como o inferno: o Sheol hebraico e o Hades grego, o lugar dos mortos quando morriam. Ele tinha um lado bom chamado Paraíso e um lado ruim denominado Hades, um lugar de tormento para os ímpios. Jesus Cristo fala sobre esses dois lados em sua parábola do Homem Rico e Lázaro.

VIDA ETERNA E O INFERNO

Também vale ressaltar que o Hades na Bíblia nunca significa um mundo inferior dividido em duas alas: uma para os justos e outras para os ímpios. O mesmo princípio também serve para o hebraico Seol. Esta dualidade de pensamento teve origem na mitologia grega, onde havia o conceito do Tartáro e dos Campos Elíseos.

Para os gregos, o Tártaro era um lugar inferior no mundo dos mortos. Ele servia como habitação final para os perversos, o Tártaro era o lugar onde os piores homens eram mantidos em eterno tormento. Na mitologia grega o Tártaro era o oposto dos Elísios. Neste último, segundo a cultura grega, as pessoas bondosas repousavam após a morte.

Em Mateus e Lucas o termo Hades é utilizado no sentido figurado para estabelecer um contraste com o Céu. Jesus disse que as portas do inferno, portas do Hades, não prevalecerão contra Sua Igreja. Neste passagem, Jesus está dizendo que a própria morte não sobrepujará sobre o seu povo, uma vez que seu povo é que triunfará sobre a morte; e por isto as portas do Hades não prevalecerão.

VIDA ETERNA E O INFERNO

Em Atos, o apóstolo Pedro citando o rei David, disse que a alma de Jesus não foi deixada no Hades, e nem sua carne viu a corrupção. Assim, Pedro estava dizendo que Jesus não permaneceu no estado de existência reencarnada. Ele estava apontando para o fato de que o corpo de Jesus Cristo não viu a corrupção da sepultura, ao contrário do corpo do rei David de Israel.

Refletir sobre o Novo Céu e a Nova Terra, e até mesmo a ideia do Céu atual é algo maravilhoso, pois encontraremos nossos entes queridos que partiram. E isto pode nos dar coragem e a alegria de viver, não importa quão terrível seja a vida na Terra; porque nosso tempo aqui é minúsculo em comparação com a Eternidade que nos espera, aonde o Novo Céu e a Nova Terra será nosso lar.

A maioria das pessoas pensa no Inferno como uma tortura eterna, mas de certa forma a inexistência é muito pior do que você pensa. Podemos não entender este fato agora porque não temos plena consciência do nosso estado de existência, mas perder a alma ou a existência é terrível, especialmente quando se tem conhecimento disso. Seria como viver num estado latente e não ser capaz de fazer nada sobre isso.

ETERNAL LIFE AND THE HELL

Estamos neste planeta para tomar uma decisão sobre o que queremos no futuro, e a decisão cabe exclusivamente a nós; porém já nos decidimos! Como a eternidade não está limitada pelo tempo, ela engloba o passado e o futuro simultaneamente. Jesus disse que somos predestinados, e o que percebemos como futuro já aconteceu, pois é a dimensionalidade onde o tempo não existe. A Eternidade é uma dimensão que existe fora do tempo e espaço.

Jesus Cristo ocasionalmente parecia referir-se ao Inferno em Suas advertências no Sermão da Montanha, mas essas passagens não se referiam aos tormentos. A palavra que Jesus usava é Gehenna (Vale do Hinom), um vale notório fora das muralhas de Jerusalém que é considerado pelos hebreus como o lugar mais profano da Terra. Era o local onde os edomitas praticavam o sacrifício de crianças ao deus amonita, Moloque.

No mundo antigo, a pior punição que uma pessoa poderia sofrer após sua morte era não ter um enterro decente. Assim, Jesus desenvolveu essa visão num cenário de alerta para os descrentes dizendo que os cadáveres dos excluídos do Reino seriam largados na lixeira profana, a Gehenna. Jesus não disse que as almas seriam torturadas no local, e sim que elas simplesmente não existiriam mais.

ETERNAL LIFE AND THE HELL

A palavra Gehenna é utilizada como um aviso de prudência doze vezes no Novo Testamento. Em todas as ocorrências do termo nos Livros do Novo Testamento, Gehenna sempre significa Inferno. Ainda com base nestes escritos, fica claro que o Gehenna designa o local onde os ímpios são condenados, e que neste local tanto seus corpos quanto suas almas serão castigados.

A maneira de entender a diferença é saber que, quando o lugar do tormento é chamado de Hades, ele refere-se ao lugar de punição num estado intermediário, antes do dia do juízo final. Quando esse lugar é chamado de Gehenna, a referência é ao lugar de punição do corpo e da alma do ímpio após o dia do juízo, ou seja: o inferno em seu estado final.

A ênfase de Jesus na aniquilação dos pecadores aparece nos Seus Ensinamentos. A certa altura ele diz que há dois 'portões' pelos quais as pessoas passam para a Eternidade. Um é estreito e requer um caminho difícil que leva à Vida, por isso poucos o seguem. O outro é amplo, fácil e mais comumente aceito, mas leva à destruição; esta é a palavra-chave, pois o caminho errado não leva à tortura da alma.

ETERNAL LIFE AND THE HELL

Jesus fez uma analogia entre o Reino futuro e um pescador que puxa uma grande rede, e que depois de separar os peixes ele fica com os bons e joga os outros fora, mas não os mata. É como uma pessoa que colhe as plantas que cresceram em seu campo, ela guarda o trigo bom mas queima o joio ruim. Estes não queimam para sempre, são logo consumidos e não existem mais!

Mas quando Jesus resume o Ensinamento Ele explica que os destinos contrastantes são vida eterna e punição eterna. Não são prazer eterno e dor eterna. O oposto da vida é a morte e não a tortura; portanto, a punição é a aniquilação. E porquê o castigo é chamado de eterno? É porque as pessoas serão aniquiladas para sempre. Não é agradável pensar nisso, mas Jesus disse que não vai doer nem deixar lembrança!

Os Ensinamentos de Jesus sobre recompensa-aniquilação se assemelham às noções gregas. Sócrates expressou a ideia de maneira memorável quando foi julgado por um júri ateniense. Sua apologia pode ser lida ainda hoje, e foi eternizada por Platão. Sócrates declarou que não vê razão para temer uma sentença de morte, pelo contrário; ele ficaria bastante entusiasmado com a ideia de passar desta vida para sempre.

ETERNAL LIFE AND THE HELL

Para Sócrates, a morte seria uma destas duas opções. Acarretar um sono mais longo, tranquilo e profundo do que se possa imaginar, ou pode envolver uma existência consciente, que seria ainda melhor; e continuar com a vida e todos prazeres sem nenhuma dor. Sócrates dizia que a vida após a morte não apresentava escolhas ruins, e sim as boas. E que a morte não era uma fonte de terror ou pavor!

Atualmente, séculos depois, e com todos os nossos avanços na compreensão do mundo e da vida humana, certamente podemos dizer que tanto Jesus Cristo quanto Sócrates tinham ideias corretas e muita sabedoria. Jesus ensinou que nesta curta vida que temos, devemos nos dedicar ao bem-estar dos outros; ajudar os pobres e necessitados, cuidar dos enfermos e oprimidos, receber os rejeitados e estranhos. E precisamos seguir Seus Ensinamentos!

Mas Sócrates, certamente estaria correto. Nenhum de nós sabe o que acontecerá quando sairmos deste mundo de transitoriedade. Mas as duas opções acima ainda são as mais viáveis, e até podemos perder nossa consciência sem mais nenhuma preocupação com este mundo ignóbil. Jesus viu o final dos injustos como uma aniquilação permanente, sem lembranças; e Sócrates como um sono profundo, sem consciência.




1 comentários:

Anônimo disse...

Explicação correta que, de certa forma, nos alivia da idéia do tormento eterno. Obrigado...Henry!