O sofrimento na Terra faz com que muitas pessoas se afastem de Deus. Desde a época das Guerras Mundiais, nas quais milhões de pessoas inocentes perderam suas vidas, assim como além dos tempos imemoriais, as pessoas sempre questionaram: 'Por que Deus permitiu tanto sofrimento na Terra?' Esta questão é denominada teodiceia, uma palavra derivada do grego antigo, ou seja: O conjunto de argumentos sobre a presença do mal no mundo entre aqueles que procuram defender a crença na onipotência e suprema bondade do Deus criador, contra aqueles que em vista de tais dificuldades duvidam da Sua existência e perfeição.
A questão da teodiceia aparece no antigo Livro de Jó, quando as mudanças na sua vida acontecem após satanás acusá-lo de servir ao Senhor devido às riquezas e felicidade que Ele concedeu ao ser humano. Então, satanás pede a Deus uma permissão para testar a verdadeira Fé de Jó, e Sua autorização é concedida. E surge a convicção de que a doença e o sofrimento são um castigo por se afastar de Deus, visto que os justos recebem as bênçãos, felicidade e riqueza. É verdade que uma vida de acordo com os mandamentos de Deus pode resultar numa vida boa e feliz, mas é errado interpretar o infortúnio como uma punição de Deus.
A questão do sofrimento não se resolveu no livro de Jó, mas sim pela presença do Deus compassivo que está entre nós no meio do drama da existência humana. O Senhor disse: 'Eu vi a aflição de meu povo e ouvi os seus clamores por causa dos opressores e conheço seus sofrimentos'. Esta Fé é também proclamada na Epístola de Tiago: 'Vós sabeis que felicitamos os que suportam os sofrimentos de Jó'. E através de Jesus Cristo podemos saber com certeza, pois Deus não enviou Seu Filho ao mundo para condená-lo, mas sim para que o mundo fosse salvo por Ele. E quem crê não é condenado porque acredita no Filho de Deus!
Jesus Cristo sofrendo na cruz é a única imagem que pode acalentar o sofrimento de um inocente no mundo, pois é de fato o lugar aonde a perfeita compaixão de Deus por nós se torna visível. Até mesmo Jesus diante do Seu sofrimento ficou aflito. Antes de adentrar nos suplícios da terrível morte pela crucificação, verteu lágrimas de sangue e dirigiu ao Pai perguntas aparentemente sem respostas. E Deus não resguardou o Caminho da Cruz, e Jesus não aliviou Seu sofrimento para o qual Ele não tinha um 'porquê' e muito menos um 'para que'. Porém, naquela hora não existia qualquer resposta, pois Jesus era a solução!
O Pai Eterno nos enviou um Salvador, Jesus Cristo, Seu Filho Único e nosso Redentor, que aceitou todos os sacrifícios e a paradoxal morte na cruz para suportar e assumir a culpa pelos pecados e sofrimentos do mundo, provocados pelo próprio ser humano. Assim, através do Seu Perfeito Amor, Ele reconduziu a humanidade de volta à Deus. Mas isso significou que a Fé cristã se baseia em dois pressupostos: 'Deus é cem por cento bom e nunca seria o autor de algo mau. E que Deus não existiria se, como creem alguns exotéricos, fosse bom e mal ao mesmo tempo. Mas seria impossível preexistir um Deus do amor desta forma.
Deus não deseja que o ser humano sofra nem morra, e o sangue e lágrimas da humanidade provém de causas humanas ou desastres naturais fortuitos. Não são somente os tiranos monstruosos, 'os donos da guerra que matam milhões de pessoas de fome', como também nós, 'os pequenos e astutos covardes', é que são a causa do sofrimento e miséria no mundo, criados diariamente. Às vezes isto se revela quando um salafrário já não serve ao patrão e se torna maldoso, ou quando torna-se um ato normal deixarmos que alguém morra de fome com a mão estendida, ou através dos milhões de pequeninos assassinados nos abortos!
Por termos o livre arbítrio carregamos a triste possibilidade de nos destruirmos. De maneira invisível, a mancha negra do pecado cobriu e infiltrou-se em tudo o que existe atualmente. Até mesmo os desastres naturais, tsunamis, terremotos, pandemias e guerras são, em sua forma de monstruosidades, uma profunda resposta ao mal que as pessoas fizeram umas com as outras como se não fosse nada; e ainda se perguntam em desafio: O que fizemos para que o bem e o belo da Criação esteja manchado e destruído? Assim, podemos intuir que nosso Deus já não reconhece mais Sua perfeita criação... Mas Ele continua sofrendo por nós!
A ideia original para o ser humano era viver num Paraíso envolto na promessa da Vida Eterna e a Paz entre Deus e o homem naquele seu ambiente primordial, aonde o homem e a mulher foram criados. Mas, porquê perdemos o paraíso? Bem, Deus não nos criou como fantoches representando algum papel, e fez-nos seres dotados de virtudes, oferecendo o que só o homem poderia receber: 'A liberdade quase ilimitada'. Mas que risco! Com a liberdade qualquer um poderia se transformar num assassino ou satanista. Mas existia outra possibilidade, nesta liberdade poderíamos escolher Deus e amá-lo acima de tudo, fazendo o bem e evitando o mal.
Se o mundo é um experimento fracassado de Deus não seria lógico que Ele enviasse outro Grande Dilúvio no qual a humanidade corrompida fosse afundada para sempre junto com a Terra agora martirizada? Porém Deus não é assim, Ele é amor puro, e a Fé cristã se assenta nesta definição, embora a experiência da dor e da maldade no mundo faça com que muitos duvidem de que Deus seja realmente amoroso. Deus faz algo incompreensível com a humanidade e a vida animal no planreta: 'Observar sem se envolver'. Assim, Ele permite que tragédia humana chegue ao Seu coração cheio da misericórdia divina, um paliativo para a humanidade.
Assim, Deus nos envia o que tem de mais valioso, Seu Filho Jesus Cristo, para morrer por nós e para dizer-nos que: 'Aonde os homens sofrem Deus sofre'. Às vezes dizemos que alguém sofre como um animal, mas não, esse alguém sofre como Deus, e mais ainda, Deus não sofre como o ser humano. Ele se fez humano para que saibamos como é o Eterno no mais íntimo do seu Ser. Sofreu para demonstrar como é um amor perfeito, um amor sem limites, um amor capaz de dar Sua vida, a vida do Seu Filho pelo seu próximo, o ser humano. E sofreu para que ninguém possa dizer que: 'Conheço um lugar onde Deus não estava na minha dor'.
Em sua compaixão universal, o Criador do mundo construiu para os humanos um caminho de retorno ao paraíso, uma ponte sobre os abismos da morte. Os cristãos e todos que professam outras crenças creem firmemente, e os descrentes deduzem e concluiem por intuição, que Jesus Cristo é o único caminho e a única esperança para a Vida Eterna. Não existe Salvação em nenhum outro lugar, pois debaixo do Céu não existe qualquer nome dado aos homens pelo qual possamos ser salvos. Jesus Cristo, a fonte da vida, carregou tudo em seus ombros, e teríamos que pagar e repagar por nossa estupidez de assassinar nosso Salvador!
Teríamos que pagar e pagar também pelos nossos fracassos porém, Jesus pagou todas as nossas 'contas atrasadas'. Teríamos que sofrer e sofrer com as consequências do que provocamos, mas Jesus Cristo justificou os pecados do mundo inteiro. Nós é que deveríamos morrer como castigo, mas Ele morreu por nós para que voltassemos ao paraíso, e sofreu a morte mais terrível que o mundo antigo elaborou para os criminosos: 'A morte pela tortura na cruz'. Mas aconteceu o milagre! Jesus, que assumiu e suportou toda a miséria e pecado do mundo, e todo o sofrimento por nós, não permaneceu na morte física.
Seu Pai o retirou do reino da morte e Jesus Cristo vivia, caminhando junto às testemunhas da Sua Ressurreição como uma pessoa alegre e tangível. A Ressurreição de Jesus é o nosso 'seguro de vida'. É a ponte que nos tira da provisoriedade e da inutilidade dos nossos dias: 'Agora que a morte já não é mais o fim de tudo, veio ao mundo a alegria e a esperança. E, em meio ao sofrimento, os cristãos tem a certeza de que por trás de toda a dor levanta-se o Sol da Eternidade'.
Sei que é difícil entender porque Deus escolhe prolongar algumas vidas enquanto parece abreviar outras. A única resposta que tenho para isso é dizer que temos que encontrar uma maneira de colocar as coisas em perspectiva. Para intuir sobre os fatos e não às nossas próprias opiniões crivadas de pesar, mas sim das lentes da realidade em que existimos, precisamos nos concentrar nas verdades que conhecemos: Deus é onisciente e conhece o quadro geral, e nós somos seres finitos que não sabem o que a próxima hora da nossa vida nos trará!
Mas Deus existia antes do tempo começar, Ele criou o tempo e nos trouxe à existência, Ele sabe como cada um dos fios de nossa vida se entrelaça para criar uma tapeçaria maravilhosa. Nada pode nos separar do amor de Jesus Cristo; mas isso não significa que Ele nos amaria mais se tivermos problemas ou sofrermos com calamidades, ou mesmo formos perseguidos e estarmos famintos, destituídos, ou em perigo e ameaçados de morte. Apesar de todas essas coisas, a vitória esmagadora é nossa, por meio de Jesus Cristo que nos ama com ternura.
Estou convencido de que nada jamais poderá nos separar do amor de Deus. Nem a morte nem a vida, nem os anjos nem demônios, nem nossos medos de hoje nem nossas preocupações com o amanhã, e nem mesmo os podres poderes dos satanistas de plantão poderiam nos separar do amor de Deus. Nenhum poder no Céu acima ou na Terra abaixo, e na verdade, nada em toda a Criação, será capaz de nos separar do amor de Deus que é revelado em Jesus Cristo, Nosso Senhor querido.
Sei que pode ser extremamente difícil levar com dignidade a vida atual, mas como só Deus sabe dos fatos sobre a linha do tempo, dos quais não temos nenhuma pista, e uma vez que sabemos sem sombra de dúvida que Ele nos ama, temos que confiar que Deus sabe o que está fazendo e tem nossos melhores interesses em mente, mesmo quando nossa vida sofrida dói além do possível. Ficar triste com a morte de um ente querido significa que minha Fé é fraca?
Não, não é errado chorar, lamentar, gritar, implorar, beber até cair, maldizer e sofrer; pois a realidade da certeza de que Deus está no controle e tudo vai dar certo a longo prazo não diminui a dor que sentimos aqui e além. Deus entende como pode ser terrível e doloroso lidar com a morte de uma pessoa única - dias atrás perdi minha querida esposa depois de cinquenta anos de vida compartilhada!
Jesus poderia ter curado Lázaro antes de morrer, mas sabia que estaria ressuscitando Lázaro dos mortos. No entanto, quando Jesus estava em frente ao túmulo do Seu amigo; Ele chorou. Jesus chorou por causa da dor e do sofrimento que a morte estava causando às pessoas com quem Ele se importava. Embora Jesus soubesse que a morte não era o fim, Ele não queria vê-los sofrendo e simpatizava com a tristeza que sentiam, então, naquele momento, Jesus chorou.
Deus não gosta de ver seu povo lutando. Ele não gosta de ver Sua Criação decair e morrer. Mas a morte é um resultado direto do livre arbítrio. E o livre-arbítrio é necessário se quisermos ter algum tipo de relacionamento real e valioso com Deus. Isso ocorre porque você não pode forçar alguém a amá-lo; pois eles precisam ter a capacidade de escolher o amor por conta própria.
Se Jesus pode chorar no túmulo de Lázaro, então é claro que podemos lamentar nossas próprias perdas. Deus constantemente se refere à vida como sendo difícil, no entanto Ele nos fez a promessa de estar ao nosso lado e nos ajudar na hora da dor: 'E o Deus de toda a Graça que os chamou para sua Glória eterna em Cristo, depois de terem sofrido um pouco, ele mesmo os restaurará e os tornará fortes, firmes e inabaláveis'.
Deus também promete que a morte não é o fim, mas apenas um começo. E as pessoas que aceitaram Jesus Cristo como seu Salvador podem esperar uma vida após a morte: 'Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim viverá, ainda que morra; e quem vive acreditando em mim nunca morrerá. Ele enxugará dos olhos deles toda lágrima. Não haverá mais morte, nem luto, nem choro, nem dor, pois a velha ordem de coisas já passou'.
Perder pessoas para a morte é a maior luta que a vida nos lança. Lamentar a perda e sentir a dor é saudável e normal, e até Jesus se permitiu chorar pela morte. Mas a morte não descarta a existência de Deus, pois apenas reforça nossa necessidade Dele. Devemos nos apoiar em Deus em tempos difíceis porque Ele quer nos ajudar a passar por eles. Afastar-se e enfrentar a dor sozinho só tornará as coisas mais difíceis. E no final, lembrem-se, você verá seus entes queridos novamente. Creio que verei minha esposa novamente, e o tempo sem eles nesta vida parecerá um pequeno ponto em comparação à Vida Eterna que está por vir do outro lado da morte.
Nossas tribulações leves e momentâneas revelam para nós uma glória eterna que supera em muito todas estas preocupações terrenas. Ainda fixamos nossos pensamentos no que não se vê, pois o que vemos agora é temporário, mas o que não se vê é eterno. Se vivemos, temos que viver para o Senhor; e se morrermos, morreremos em nome da Deus. Portanto, quer vivamos quer morramos, pertencemos ao Senhor Jesus. No entanto, o que sofremos agora não é nada comparado à Glória que Ele nos revelará mais tarde.
A morte não existe em um mundo sem espaço-tempo e, por outro lado, a imortalidade significa a existência perpétua fora desta dimensão. Desde o advento da física quântica pode-se afirmar que o passado e o futuro, assim como a multiplicidade das dimensões e universos entrelaçados, formam o novo paradigma para avaliar todos os eventos relacionados à imortalidade.
Nosso destino final após a morte física, seja uma extinção definitiva ou a continuidade eterna, será resultado do colapso das ondas quânticas dos nossos pensamentos, crenças e escolhas que fizemos enquanto vivos. É desta forma que decidiremos fazer parte ou não da realidade subjacente. É uma escolha no nível quântico! Só a crença na imortalidade da alma, mesmo sem mesmo ter certeza do fato, resultaria numa paz de espírito no nosso momento final, e além.
1 comentários:
Os mistérios da Fé são de difícil compreensão. Só quando descartarmos nosso invólucro humano, nosso corpo, é que saberemos mais sobre a realidade eterna que nos aguarda
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