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18 setembro 2020

JESUS, A PÁSCOA E O ESTADO - JESUS, EASTER AND THE STATE

JESUS-PASCOA-ESTADO

Por que a corrupção no governo sempre nos surpreende e esperamos alguma coisa a mais em vez disso? O governo é uma força organizada que toma a nossa riqueza e fabrica as guerras, e mesmo assim ainda supomos que homens honestos serviriam para esse tipo de trabalho.

14 setembro 2020

DEUS E A ETERNIDADE - GOD AND ETERNITY

DEUS-ETERNIDADE

Deus em Sua essência é incompreensível e habita na luz inacessível, a qual nenhum homem viu nem pode ver. Nós não explicamos Deus e confessamos não ter um conhecimento exato a respeito Dele. No entanto, até certo ponto nós identificamos Deus, pois Ele revelou-se para a humanidade na forma humana do Seu Filho Jesus Cristo.

Mas devemos fazer a distinção entre a compreensão de Deus, o que essencialmente é impossível, e o conhecimento sobre Ele pois, ainda que seja incompleto, um pouco nos foi revelado através do conhecimento das Leis Universais, das maravilhas naturais e de nós mesmos, já que espelhamos o ato da criação primordial.

Os segredos de Deus desde a criação do mundo, o Seu eterno Ser e a Sua Divindade, entendemos claramente através das coisas que nos foram criadas. Desta forma, o que é invisível Nele torna-se visível através da observação da Criação como um todo, pois o Universo e a Terra são o reino do pensamento Divino materializado.

Deus revelou-se através da encarnação do Seu Filho unigênito, que O fez conhecido por nós ao ensinar os conhecimentos do Seu Pai. Jesus Cristo ensinou: "Todas as coisas Me foram entregues por Meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho O quiser revelar".

Até a queda do Império Romano do Ocidente, os hebreus heréticos introduziam a ideia de que Deus seria totalmente incompreensível e inacessível ao entendimento humano. Eles construíram suas afirmações sobre a suposição de que Deus seria constituido por uma essência simples, sem conteúdo interior ou qualidades.

Assim, começaram a criar denominações e atributos que julgavam ser pertinentes a Deus: Theos, 'Aquele que vê'; Jeová, 'Aquele que é', ou indicar alguma característica singular, como: 'A sua não-origem', etc. Isto é, de uma maneira acintosa e ofensiva os edomitas-talmúdicos dispuseram-se a inventar termos fictícios a respeito de Deus. Outros heréticos, como os marcionitas, também afirmaram que Deus é completamente desconhecido e inacessível à nossa compreensão.

DEUS-ETERNIDADE

Os gnósticos também raciocinavam desta forma, como Valentino, o teólogo gnóstico do período do cristianismo primitivo, e os anomoenses no IV século. O gnosticismo era um movimento religioso, de caráter sincrético e esotérico, desenvolvido nos primeiros séculos de nossa era à margem do Cristianismo institucionalizado, combinando misticismo e especulação filosófica.

Entretanto, para os cristãos existem diferentes níveis de intelectualização (discurso lógico) visando o conhecimento de Deus, o que é útil e necessário para nós. Se a essência de Deus fosse incompreensível, não falaríamos a respeito Dele! Se eu não consigo beber um rio inteiro, posso tomar a água com moderação para meu benefício.

Se meus olhos não podem enxergar tudo o que o sol ilumina, posso contemplar aquilo que é possível e necessário para continuar vivendo. Quando vou a um grande pomar e não consigo comer todas as frutas, não vou embora do pomar completamente faminto.

Se desejas falar sobre Deus renuncie a teu próprio corpo, a teus sentidos corporais e abandone a Terra. Faça com que o ar esteja abaixo de ti e passe sobre as estações do ano; coloca-te acima do éter e atravesse as estrelas - seu esplendor, grandeza e benefícios que elas fornecem, sua boa ordem, brilho, movimento e o vínculo entre elas.

Tendo passado através de tudo isso em tua mente, vá para o Céu. Postando-se acima Dele só com o teu pensamento, e observe as majestades que lá estão - os Chefes Arcanjos, a Glória dos Domínios, a Presidência dos Tronos, os Poderes, Principados e Autoridades.

Se quiser falar com Deus, eleve a tua mente acima dos limites dela e apresente-se à essência de Deus; imutável, simples, complexa, indivisível, poder inexplicável, magnitude infinita, glória resplandecente, infindável bondade, beleza incomensurável que golpeia poderosamente nossa alma mas que não pode ser validamente descrita em palavras.

DEUS-ETERNIDADE

Tal exaltação de espírito é demandada a alguém que quer falar com Deus. No entanto, nessa condição, os pensamentos humanos são capazes somente de permanecer nos atributos da Divindade e não na verdadeira essência da Divindade. Assim, pode-se falar somente dos atributos de Deus, mas não da Sua verdadeira essência.

A existência de Deus é atemporal, pois o tempo é somente uma forma para seres limitados e mutáveis. Para Deus não há passado nem futuro, só há o presente.

A Santidade consiste não só na ausência da malignidade ou pecado, mas na presença de valores espirituais mais elevados, juntos com a pureza em relação ao pecado. Santidade é como a luz, e a Santidade de Deus é como a mais pura das luzes. Ele é a fonte da Santidade para anjos e homens.

Os homens podem atingir a Santidade somente em Deus, não por natureza, mas por participação, por luta e oração. A Santidade e a Justiça de Deus estão intimamente ligadas. Deus chama cada um para a vida eterna Nele, no Seu Reino, e isso significa em Sua Santidade.

No Reino de Deus nada impuro pode entrar. O Senhor nos limpa por intermédio das provações, assim como por Seus atos providenciais, pois nós devemos passar pelo julgamento da justiça. Este julgamento para nós é terrível, por causa da nossa consciência dos valores cristãos, morais e espirituais. Como poderemos entrar no Reino da Santidade e Luz se nos sentirmos impuros, sem nenhuma semente de Santidade! 

DEUS-ETERNIDADE

Deus oferece ao ser humano tantas coisas boas que cada um pode receber estas dádivas de acordo com a sua natureza e condição, que corresponde estar em harmonia geral com o Universo. Mas só para o homem é que Deus revela uma bondade particular.

Ele nos ama mais do que um pai, uma mãe, um amigo ou qualquer outro que nos possa amar. Ama-nos mais do que nós podemos amar a nós mesmos, porque Ele está preocupado mais com a nossa Salvação do que com a Sua própria Glória. Um testemunho disso é que Ele enviou ao mundo Seu Filho Único, Jesus Cristo, para sofrer e morrer somente para nos revelar o caminho da Salvação e da Vida Eterna.

Se o ser humano não entende o poder completo da bondade de Deus, isso ocorre porque concentra seus pensamentos e desejos demasiadamente no seu bem-estar terreno. A Providência de Deus costuma dar-nos coisas terrenas e temporais junto com o chamado para adquirirmos as 'coisas boas eternas' para a nossa alma.

Por conseguinte, nós acreditamos em um só Deus, um princípio sem começo, incriado, indestrutível e imortal, eterno, ilimitado, incircunscritível, irrestrito, infinito em poder, incorporal, imutável, desapaixonado, constante, invisível, fonte de bondade e justiça, luz intelectual e inacessível. O Poder que não está sujeito a qualquer medida, mas que é medido somente por Sua própria Vontade, pois Ele faz todas as coisas que O agradam.





22 agosto 2020

A MATANÇA DE CRISTÃOS - THE KILLING OF CHRISTIANS

MATANÇA-CRISTAOS

Na época do Império Romano os cristãos suportaram ciclos regulares de perseguição, como na época do incêndio de Roma, em 64 AD, quando o imperador Nero culpou-os pela tragédia. Porém o autor do incêndio foi o próprio imperador, pretendendo contornar os poderes decisórios do Senado para reconstruir uma 'Nova Roma' a seu bel-prazer.

09 agosto 2019

ECOS DO PASSADO CRISTÃO - ECHOES OF CHRISTIAN PAST

ECHOES-OF-CHRISTIAN-PAST

Atualmente conhecemos os fatos históricos e as verdades únicas que os primeiros cristãos testemunharam, mas isto não significa que devemos adotar os procedimentos próprios de um passado distante. Porém precisamos aceitar a possibilidade de que algumas das atuais doutrinas não estão corretas, ainda que as tenhamos adotado com todo o nosso espírito. Também devemos evitar o uso indiscriminado da teologia para a solução dos problemas.

Não precisamos mudar nossas crenças e atitudes com base no depoimento daqueles cristãos, pois eles interpretaram as Escrituras de maneira diferente da nossa. O Novo Testamento é a única autoridade e referência para os atuais cristãos, uma literatura cuja amplitude e força do seu significado estendeu-se através dos séculos, mas os que creem nas Escrituras compiladas pelos discípulos de Jesus, agora estão divididos entre diferentes denominações.

Esta variedade de linhas ou igrejas que compõem o Cristianismo contemporâneo não subsistem, pois cada uma altera o sentido dos Ensinamentos de Jesus para atrair mais fiéis. Assim, os cristãos sentem-se obrigados a fixar outra base de autoridade teológica, depositando demasiada confiança nos impressos religiosos emitidos pelos pastores e biblicistas, seguindo os novos credos que compõem e infestam este cristianismo falseado.

Mas quanta autoridade e valor carregam na realidade tais fontes cristãs? Nenhuma! Devemos nos apegar aos relatos dos primeiros cristãos, os escritores da Igreja primitiva, que equipararam seus ensinamentos ao mesmo nível dos escritos contidos no Novo Testamento. Desvendamos o que acreditavam estes antigos cristãos do final da época apostólica, e isto nos forneceu um ponto de referência mais valioso do que qualquer outro disponível.

Os escritos daquela época carregavam em seu núcleo as crenças e práticas recebidas dos apóstolos de Jesus, mas existiam concepções únicas que os apóstolos não relataram ou explicaram claramente aos cristãos do primeiro século. Havia uma enorme diversidade intelectual e social entre estes cristãos primitivos, mas ainda assim eles não se dividiram entre diferentes seitas, denominações ou linhas de pensamento como as que encontramos na atualidade.

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Flávio Justino (100-165) foi um filósofo romano que sacrificou-se em defesa da religião cristã. Sua convicção nos Ensinamentos de Jesus era tão completa que foi martirizado por decapitação. O ponto central da apologética de Justino demonstrava que Jesus é o Logos, o primogênito de Deus, do qual deriva toda a sapiência da humanidade. O espírito aprazível de Justino transparecia nas suas concepções filosóficas e ele escreveu duas apologias em defesa dos cristãos.

Justino ensinou estudantes em Éfeso e Roma, marcando uma posição nítida em defesa da Fé cristã, pelo Deus dos cristãos contra os falsos deuses dos pagãos, o que lhe custou a vida. Era típico dos primeiros cristãos o espírito pouco contencioso e livre de preconceitos, não permitindo que a diversidade destruísse seu espírito aprazível e a Fé profunda. Ainda que intransigentes em sua obediência a Cristo, eram flexíveis nos pontos que os apóstolos não tinham fixado.

Uma cópia nunca reproduz exatamente seu original, e os fundamentos do cristianismo primitivo foram repassados de uma geração para outra, produzindo mudanças profundas na sua forma e conteúdo. Durante as duas primeiras gerações a maioria das mudanças foi suave, quase imperceptível, mas o efeito cumulativo dessas mudanças através de muitos séculos redundou em transformações verdadeiramente significativas para a concepção da religiosidade cristã.

De uma geração a outra qualquer idioma muda levemente, uma mudança tão lenta que mal nos damos conta. No entanto, através dos séculos, o efeito cumulativo de tantas mudanças leves produzirá uma linguagem muito diferente da original. Sabemos que o Cristianismo do segundo século já não era uma cópia exata do Cristianismo apostólico, mesmo estando os cristãos da época na geração subsequente à dos apóstolos. 

Porém, aquela época histórica não seria a única vantagem dos cristãos antigos, pois podiam ler o Novo Testamento no grego original. Em contraste, a maioria dos atuais cristãos sabe muito pouco a respeito da cultura e do ambiente histórico daquela época. Mesmo os eruditos que dedicaram uma vida inteira ao estudo da cultura e do ambiente histórico do período compreendido entre a Ressurreição e a edição do Novo Testamento, jamais poderão apreendê-lo como o entenderam aqueles que viveram nos tempos gloriosos após a Ressurreição de Jesus Cristo. 

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Certamente aqueles cristãos levaram uma vantagem importante e imprescindível quanto à compreensão oral e escrita do Novo Testamento. A primeira geração de fiéis teve a oportunidade de aprender pessoalmente com os apóstolos e também fazer-lhes perguntas pertinentes sobre a Vida de Jesus. Assistir aos apóstolos explicarem seus escritos não era um luxo, mas sim uma necessidade. Pedro ensinava aos cristãos em grego e eles entendiam perfeitamente os escritos gregos e a cultura em que viviam. 

Os cristãos antigos não tentaram viver suas vidas piedosas sem a ajuda de Deus, pois sabiam que não tinham o poder necessário para tal feito - eles tinham a plena convicção de que precisavam do Seu poder para continuar a seguir na íntegra os Ensinamentos de Jesus. Os que servem a Deus não excluem a Sua ajuda na própria vida, no entanto, o que sucede atualmente é que a princípio dependemos do poder de Deus, mas com o tempo começamos a afastar-nos Dele.

Geralmente este processo começa de forma gradual no interior do ser humano, na sua alma, e aparentemente continuamos a proceder em relação à vida da mesma forma sem nos dar conta da grave situação na qual incorremos. Mas o que de fato acontece é que as nossas orações tornaram-se formais ou obrigatórias e cumprimos automaticamente os Ensinamentos de Jesus, sempre com a mente focada em outras coisas, pessoas ou lugares, para no fim acharmos que dependemos só de Deus e não precisamos mais "perder tempo" em buscá-Lo!

Esta doutrina, a lógica dialética, teve a sua origem com Martinho Lutero (1483-1546), reformador alemão que pregou que somos incapazes de fazer o bem e que nosso desejo de amar a Deus dependia unicamente Dele. Este ensinamento foi a pedra fundamental do luteranismo, que produziu uma nação de cristãos alemães desobedientes e impiedosos. A nação alemã na época de Lutero era uma "sentina" de grosseria, imoralidade e violência, pois o esperar passivo para que Deus assumisse suas vidas não produziu uma Igreja nem uma nação piedosa.

Porém, os primeiros cristãos seguiram um outro caminho. Nunca disseram que o homem seria incapaz de fazer o bem ou de vencer o pecado em suas vidas, nem que alguém pudesse vencer todas as suas debilidades e seguir obedecendo a Deus, dia após dia, só com seu próprio juízo. Estes cristãos sabiam que lhes faltava o poder de Deus mas não esperavam passivamente que Ele fizesse toda a obra, pois acreditavam que o "estar com Deus" era uma interação entre homens e seu Criador.

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Um cristão tem que estar disposto a empenhar toda a sua força espiritual e a alma imortal no intuito de amar e bem servir a Deus, mas continuamos a precisar e depender de Deus sempre. Orígenes (184–253), escritor cristão, assim explicou: "Deus revela-se àqueles que, depois de dar tudo o que possam para encontrá-Lo confessam a necessidade da Sua ajuda". Os cristãos dos primeiros séculos acreditavam na procura premente da ajuda de Deus e que não deviam pedir só uma vez, mas sim persistir em pedir Sua ajuda diariamente.

Clemente (150-215), escritor e cristão grego ensinou aos seus discípulos: "Um homem que trabalha sozinho para libertar-se dos desejos pecaminosos nada consegue, mas quando manifesta um grande zelo e um real propósito neste apelo sente o poder de Deus, que colabora com os que almejam pela Sua ajuda. Mas para os que perdem este anseio o Espírito de Deus também se restringe, pois o ato de salvar os que não têm vontade é um ato de obrigação e para aqueles que têm empenho é um ato da Graça Divina".

Assim, vemos que a justiça Divina resulta da obra mútua entre o ser humano e Deus. Há um poder sem limites por parte de Deus, e a busca da Graça Divina significa como utilizaremos este Poder que nos é ofertado sem restrições. O anseio pela ajuda de Deus tem que nascer do cristão. Ensinou Orígenes: "Não somos objetos de madeira que Deus move a seu capricho, mas sim humanos capazes de almejar a Deus e de responder-Lhe. A mortificação dos nossos pecados não será fácil se não estivermos dispostos a sofrer no coração".

Antes de tentarmos avaliar as lições históricas herdadas dos primeiros cristãos, temos que apresentar uma boa explicação para seus poderes únicos, a Fé irrestrita e a obstinação implacável, pois não podemos negar o fato de que tinham um poder extraordinário. Mesmo os romanos pagãos tiveram que admitir este fato surpreendente, como relatou Lactâncio (240-317), o conselheiro de Constantino Magno ou Grande (272-337), o primeiro imperador romano "cristão" que governava na época:

"Quando vemos os homens lacerados por várias classes de torturas, parecendo indomados ainda que seus verdugos se fatiguem, devemos acreditar que o acordo entre estas pessoas e sua Fé invencível tem um verdadeiro significado. Vemos que a perseverança humana por si só não poderia resistir a tais torturas sem a ajuda de Deus. Vencem seus verdugos com o silêncio e nem sequer o fogo os faz gemer o mínimo. Facilmente poderiam evitar os castigos se assim o desejassem, ao negar Jesus Cristo, mas suportam de boa vontade porque confiam Nele".

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A Igreja atual e seus fiéis cristãos poderiam aprender lições valiosas daqueles primeiros cristãos, desde que suas concepções teológicas os situassem em condições de viver como cidadãos de outro Reino, ao lado de Deus, como indivíduos de outra cultura ou "espécie". A Igreja Católica primitiva apoiava seus cristãos até o fim e a mensagem da Cruz de Jesus era seguida à risca, como também a crença de que o ser humano precisava colaborar com Deus para conseguir um alto grau de excelência cristã nesta vida terrena.

Durante o século IV, ao findar a época do reinado de Flavius Valerius Constantinus (Constantino, o Grande), a Igreja Católica havia-se convertido num agrupamento de fiéis que reuniam-se a cada domingo, nas horas vespertinas, e que somente sabiam decorar certos credos e outras fórmulas doutrinais impostas pelo governo de Constantino. Somente por volta de 317 d.C. é que a Igreja passou a adotar símbolos que combinavam as duas primeiras letras gregas do nome de Cristo, o "X" e "P" superpostos.

Assim, a maioria destes "novos cristãos constantinianos" não exercia qualquer contato pessoal com Deus, e a Igreja Católica sofria de intensa anemia espiritual. Opondo-se a esta negligência, o monge ascético Pelágio da Bretanha (350-423) começou a pregar vigorosas mensagens sobre o arrependimento e a santidade. Mas, para destacar a responsabilidade de cada pessoa perante o Criador, divulgou que os homens poderiam praticamente viver toda a vida sem pecado e que, desta forma, poderiam salvar-se sem a necessidade de depender da Graça Divina.

Agostinho de Hipona (354-430), o teólogo e filósofo Santo Agostinho cujas obras auxiliaram o desenvolvimento da Igreja, respondeu aos ensinamentos de Pelágio utilizando sua "famosa" abordagem teológica, indo a outro extremo e desenvolvendo "certas doutrinas": 

"Como resultado do pecado de Adão, os homens são totalmente depravados e totalmente incapazes de fazer o bem, de salvar-se ou de acreditar em Deus. A decisão de salvar uma pessoa e condenar a outra, de dar fé a uma pessoa e não a dar a outra, é totalmente arbitrária. Isto é, depende só de Deus e não de nós. Antes da criação do mundo, Deus arbitrariamente predestinou quem seria salvo e quem seria condenado, e aqueles que são predestinados para a condenação não podem ser salvos jamais. Não obstante, nem todos os que recebem o dom da Fé são predestinados para a Salvação, pois o dom de perseverar é um dom independente da Fé. A Salvação depende exclusivamente da Graça de Deus. A Fé, a obediência e a perseverança são dons de Deus".

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O monge Pelágio não pode combater os argumentos poderosos de Agostinho e suas pregações não tiveram qualquer repercussão. Mas a situação agravou-se quando Agostinho, reagindo à já extinta polêmica de Pelágio, negou completamente os escritos dos primeiros cristãos quanto ao livre arbítrio do homem e a sua responsabilidade de responder à graça de Deus para receber a Salvação. Assim, em seu lugar, Agostinho criou a doutrina fria e inflexível da predestinação arbitrária.

Mais uma vez a controvérsia entre Pelágio e Agostinho, agora com outros atores, retornou ao palco da Europa no século XVI, e novamente o tema central era a Salvação. Através dos séculos, a Igreja Católica Romana havia-se apartado da posição de Agostinho sobre a predestinação facultativa e ensinava que as boas obras também tinham um certo prestígio para alcançar a Salvação. Assim, a doutrina da Igreja agora parecia com a dos primeiros cristãos mas, para eles, as boas obras não eram nada mais do que a obediência aos mandamentos de Deus.

Porém, a situação agravou-se ainda mais quando os cristãos da Idade Média estenderam o significado da Salvação incluindo certas práticas cerimoniais, como as peregrinações a lugares santos, adoração de relíquias sagradas e a compra de indulgências. Na teologia católica a indulgência é a remissão total ou parcial das penas temporais cabíveis para pecados cometidos, que a Igreja concede após terem sido perdoados. Este fato desencadeou a reforma de Martinho Lutero (1483-1546), o protestantismo, como resposta ao abuso destas práticas. 

O Papa mantinha o poder de conceder indulgências tanto às pessoas vivas como também aos falecidos que estavam no purgatório - um local de sofrimento para purificação de crimes ou faltas cometidas - com a condição de que doações à Igreja ou a alguma obra de caridade fossem realizadas. Em 1517, o Papa Leão X autorizou que Johann Tetzel angariasse fundos na Alemanha através da venda das indulgências e doações em dinheiro para terminar a construção da Basílica de São Pedro, em Roma.

Johann Tetzel (1465-1519) foi um alemão católico e frade dominicano, além de inquisidor na Polônia e comissário para indulgências na Alemanha. Tetzel era um orador entusiástico que emitia vários comunicados e afirmações fantásticas a respeito do poder das indulgências. Ele manejava com destreza as preocupações dos cristãos com a própria alma imortal assim como com a dos parentes falecidos, cinicamente afirmando: "Tão logo tintilar a moeda no cofre, tão cedo a alma do seu ente querido saltará do purgatório!"

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Certa vez, um jovem de uma aldeia remota questionou Tetzel se a compra da indulgência lhe asseguraria o perdão eterno por qualquer tipo de pecado: "Claro que sim!" respondeu Tetzel, inflado de satisfação e concupiscência. Mas insistiu o jovem pecador: "Mesmo que o pecado seja só uma ideia imoral ainda não cometida eu seria perdoado?" Entusiasmado com a ingenuidade excessiva do rapaz Tetzel afirmou: "Não importa, pois não há nenhum pecado demasiado grande ou grave!" Com isso, o jovem sorriu e comprou a sua indulgência precoce.

Muitos dias depois, ao terminar de recolher os frutos do seu lucrativo negócio naquele distante e humilde povoado, Tetzel continuou sua peregrinação social em direção ao próximo vilarejo. Mas, inoportunamente no meio caminho, ele deparou-se com uma dupla de saqueadores que levaram todo o dinheiro que tinha ganho com as indulgências e aplicaram-lhe uma boa surra. Depauperado, abriu um olho e reparou que o ladrão sorridente da dupla era o mesmo jovem que tinha comprado a indulgência precoce, resguardando-se do pecado que iria cometer!

Mas as afirmações de Tetzel também não ficaram sem respostas, pois foram desafiadas pelo monge Martinho Lutero que, ardendo com indignação desmedida, confrontou Tetzel e refutou todas as suas afirmações ridículas e ministrou-lhe uma nova surra. Como a Igreja nada fazia para conter e calar Tetzel, Lutero redigiu e fincou 95 proposições contra as indulgências no portal da Igreja em Wittenburg, na Alemanha, propondo a realização de um debate público sobre a validade da bula das indulgências.

O fogo que começou a arder em Wittenburg teria se extinguido caso não existisse uma recente invenção daquela época: a tipografia. Sem que Lutero autorizasse, suas proposições foram impressas e distribuídas por toda a Europa, e assim desencadeou-se o confronto final entre Tetzel e Lutero. Para apoiar sua posição contra Tetzel, Lutero voltou-se para um outro extremo, e ao fazer isso não teve que inventar nenhuma teologia inexistente porque, como monge agostiniano, nada fez além de ressuscitar a antiga e esquecida retórica de Agostinho.

Seguindo as ideias de Agostinho, Lutero propôs que a Salvação dependia exclusivamente da predestinação e que o ser humano não produzia nada de bom ou mesmo teria a capacidade de acreditar em Deus. Lutero sustentou que Deus concede o dom da Fé e das boas obras a quem Ele quer: "Deus concede aos predestinados segundo Sua vontade desde antes da criação do mundo, e aos demais Ele os elege arbitrariamente para a condenação eterna". Lutero afirmou que ninguém poderia ser salvo se não acreditasse na doutrina da predestinação absoluta.

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Martinho Lutero também tomou emprestado outras doutrinas de Agostinho, inclusive a da guerra santa. Quando o povo pobre da Alemanha se sublevou contra o tratamento desumano da nobreza, Lutero exortou os nobres a suprimirem a rebelião "com força viva", incitando-os com as seguintes palavras: "Esta não é hora de estar dormindo, agora não há lugar para a paciência nem para a misericórdia. Esta é a hora da espada e não da graça. Qualquer camponês que morra se perderá de corpo e alma: será do diabo por toda a eternidade".

Continuou o ensandecido Lutero: "Portanto, os castigaremos e mataremos até que deixe de bater o coração. Por isso digo, quem morrer na batalha como aliado da autoridade poderá ser um mártir verdadeiro aos olhos de Deus. Hora rara esta, quando o príncipe pode ganhar um lugar no céu com o derramamento de sangue, melhor do que poderia outro com a oração. Apunhalai a todos, matem-nos! Se morreres na batalha, bom para ti, uma morte mais bendita não há".

Sem vacilar, os nobres seguiram as palavras de Lutero massacrando os camponeses selvagemente, e na breve guerra que se seguiu cometeram atrocidades indizíveis. Os camponeses que não morreram no combate foram torturados horrivelmente e executados. Durante os 1.100 anos entre Agostinho e Lutero, o Cristianismo caminhou de um lado a outro, de um extremo ao outro, mas acabou por voltar ao IV século da Era Cristã. A Reforma de Lutero fracassou, porque não foi um retorno ao espírito dos primeiros cristãos, nem aos Ensinamentos de Jesus. 

Os cristãos dos primeiros séculos produziram uma revolução espiritual no mundo pois não temeram desafiar as atitudes, a vida e os valores do mundo antigo. Seu Cristianismo era bem mais do que um credo, um conjunto de doutrinas. Era uma maneira diferente e nova de viver. No entanto ainda hoje os Cristãos não se convenceram com as lições da História. A Igreja atual não converteu o mundo, e sim o mundo converteu a Igreja!

Ainda acreditamos poder melhorar o Cristianismo por meio dos métodos humanos, mas no sentido verdadeiro o Cristianismo não melhorará até que volte à santidade prática, ao amor não fingido e à abnegação verdadeira dos primeiros cristãos. Ensinou Jesus: "Se não faço as obras de meu Pai, não acreditais em mim. Mas se as faço, mesmo que não acreditais em mim, crede nas obras, para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e Eu estou no Pai".






14 março 2019

A ERA DOS KHAZARES - THE ERA OF KHAZARS

KHAZARS

No mundo pré-cristão mediterrânico, o oligárquico império da Babilônia estendia-se desde o Golfo Pérsico a leste até o Mar Vermelho ao Sul. A "prostituta da Babilônia" citada no Apocalipse de São João não era uma construção metafísica, mas sim uma abordagem realista e crítica da mais proeminente oligarquia familiar da Mesopotâmia.

Outro centro oligárquico poderoso encontrava-se na Fenícia, outrora situada no litoral da atual Síria. Sua população de mediterrâneos de origem semita canaanita descendia do contingente populacional que habitava Canaã em 2800 a.C. No mundo grego, o centro do saber oligárquico era cidade de Delfos, sede do principal templo dedicado ao deus Apolo, onde filosofavam seus principais pensadores: Licurgo de Esparta  e  depois, Aristóteles.

Segundo Aristóteles, a sujeição a uma autoridade despótica é uma faceta inerente à natureza humana, pois nascemos para servir e para tal função pré-existimos. O formalismo de Aristóteles — a doutrina segundo a qual as verdades científicas são puramente formais e repousam nas convenções — reduziu a questão do conhecimento humano à uma crua percepção dos fatos existentes, contemplando a criatividade humana com o infame conceito da época: "Os plebeus são apenas animais irracionais".

Mas as Eras sucederam-se umas às outras, e o longo e tortuoso caminho da humanidade através da História agora transportou-nos ao quinto século da Era Cristã, para as estepes russas e ao litoral Mediterrâneo, duas regiões pertencentes ao reino dos khazares. Esta será a história da saga destes beligerantes guerreiros caucasianos que dominaram grande parte do Hemisfério Norte.

KHAZARS

Atualmente, por ambições étnicas, os khazares tornaram-se as entidades dominantes dos debates políticos pertinentes ao avanço do sionismo internacional. Porém, fortes evidências históricas desvendaram a verdadeira etnologia deste povo misterioso — sem nenhuma ascendência semita canaanita — e sua conexão com a História.

Estudos genéticos sobre os judeus não encontraram evidências de uma origem entre os khazares, ao contrário: "Inúmeras evidências apontaram para uma herança genética misturada originária no Oriente Próximo, entre os povos do Crescente Fértil". O estudo do DNA mitocondrial foi realizado por uma equipe liderada por Martin B. Richards, Universidade de Huddersfield, que não encontrou linhagens maternas e paternas atribuíveis à região do Cáucaso.

Richards resumiu seus resultados: "Nenhum DNA mitocondrial provém do norte do Cáucaso, localizado ao longo da fronteira entre a Europa e a Ásia, entre os mares Negro e Cáspio. Todos os nossos estudos atualmente disponíveis, incluindo o meu, devem desbancar completamente uma dos mais questionáveis, mas ainda tenaz, hipótese de que a maioria dos judeus pode traçar suas raízes para o misterioso Reino da Khazaria, que floresceu durante o século IX na região do Império Bizantino e o Império Persa".

No quinto século, a Khazaria era a maior nação da Terra em extensão territorial, ocupando uma área equivalente à metade da atual Rússia: estendendo-se desde o oeste da Hungria até o leste do Mar Aural, limitada ao norte pelo Rio Volga e ao sul pelas montanhas do Cáucaso. O império dos khazares abrigava uma uma imensa população composta por pagãos eslavos, notáveis por sua ferocidade e crueldade para com seus inimigos.

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Os khazares mantinham um exército permanente com centenas de milhares de guerreiros, que guardavam vastos territórios entre o Cáucaso e o Mar de Aral, desde os Montes Urais até as estepes ucranianas. Eles descendiam dos povos indo-europeus que habitaram a Europa central e oriental há mais de sete mil anos!

Em 632 d.C., após a morte de Maomé, os exércitos árabes iniciaram a "guerra-santa" visando conquistar as terras setentrionais, aniquilando populações e arrasando vilarejos até serem detidos pela barreira do Cáucaso, a região montanhosa entre o mar Negro e o Cáspio que inclui sua grande cordilheira e as planícies adjacentes.

Sem este intransponível impedimento geológico a História da Europa e do Mundo Cristão teria sido vastamente diferente do que é hoje, pois foi no Cáucaso que os árabes enfrentaram os khazares e sofreram várias derrotas humilhantes — uma guerra que durou mais de um século e efetivamente impediu que a Europa adotasse o islamismo como religião oficial.

Estas vitórias dos khazares moldaram os séculos vindouros da Plena Idade Média e os desdobramentos sociopolíticos que acabaram por definir a Europa, a Ásia e o Oriente Médio. Há muita evidência histórica apontando para esta raça de guerreiros tão violentos que eram temidos pelos povos da época. O cronista árabe, Ibn-Said al-Maghribi descreve os khazares:

"Eles vivem ao norte, onde a terra é fria e úmida, tendo sobre suas cabeças a constelação do Plough (Ursa Maior). Sua tez é branca e seus olhos azuis, seu cabelo é avermelhado e seus corpos grandes, com aspecto selvagem e destemido. Quando um chefe militar envia suas tropas eles não recuam em nenhuma circunstância, pois quando derrotados, cada um que retornasse seria morto e esquartejado pelo "bek" (chefe khazar) e seus soldados, que cortavam o guerreiro em dois e penduravam o resto pelo pescoço, assim a derrota não era uma opção viável e todos lutavam até a morte". 

KHAZARS

Os rituais dos khazares eram primitivos e sua estrutura religiosa era centrada no xamanismo, incorporando o culto aos espíritos (deus "Tengri") e a zoolatria. Esta era a religião da maioria dos khazares desde que o cristianismo ortodoxo era professado apenas pela elite e a realeza, já convertidos pela influência do Império Bizantino e cristãos armênios locais.

Historiadores confirmaram que os khazares não descendem da etnia de Judah, uma atual reivindicação sionista devido à personalidade de base e alta linhagem daquela Família. Os atuais descendentes dos khazares são: os russos, bielo-russos, ucranianos, búlgaros, sérvios, croatas, macedônios, eslovenos, tchecos, eslovacos, poloneses e os lusácios (leste da Alemanha), entre outros.

O reino da Khazaria atingiu seu auge de poder e influência em 750 d.C., e sua sentença de morte deveu-se à chegada dos vikings, os sagazes invasores e conquistadores bárbaros. Nos séculos VIII a XI, Anno Domini, este povo escandinavo de navegadores, guerreiros e mercadores já percorria a costa européia, alcançando a Groenlândia, o Canadá, a América e as principais vias náuticas do Hemisfério Norte.

Assim, a ferocidade lendária dos khazares foi suplantada pelos experientes e incansáveis vikings, que não se dignavam a negociar uma trégua e nem se abatiam até que não fôsse mais possível aniquilar seu inimigo — os vikings preferiam o ouro manchado de sangue ao lucro certo de qualquer atividade mercantil.

KHAZARS

O enfraquecimento da influência militar dos khazares na Ásia e no Mediterrâneo foi fortemente determinante na dissolução do Império Bizantino. No final da Era dos Khazares, estes já não possuiam suas guarnições poderosas postadas nas fronteiras orientais, nem para evitar um ataque viking ou uma invasão suicida dos terríveis mongóis. Assim, acabaram por permitir que seu território fôsse invadido e saqueado. O antigo reino dos Khazares era uma sombra do passado e, enfraquecido pelas guerras constantes, foi dizimado!

Estes fatos, aliados às facções dissidentes dentro da própria Khazaria, resultaram na dispersão dos khazares por toda a região da atual Rússia e através da Europa Oriental, causando novamente uma nova reformulação da História da Humanidade.

O fim do reino dos Khazares não foi precipitado pelas batalhas decisivas perdidas ou sucumbindo às forças invasoras superiores durante um longo período, pois tudo ocorreu gradualmente. Mesmo assim, mantiveram suas defesas de prontidão até a metade do século XII, quando uma devastadora invasão perpetrada pelo imperador mongol Gengis Khan (1162-1227), capitaneando um exército de 250.000 indivíduos, selou o destino final daquele povo guerreiro.

Porém, mesmo depois desta última derrocada arrasadora, os khazares continuaram a enviar um imenso contingente populacional, centenas de grupos de migrantes, objetivando a ocupação gradativa dos territórios não subjugados pelos inimigos. Assim, o soerguimento destes novos assentamentos na Europa e na Ásia ainda mantiveram uma esperança no renascimento da "Nova Era dos Khazares", mas era tarde demais para os verdadeiros "pais" dos eslavos do Hemisfério Norte.



27 março 2017

A IGREJA DA SUÉCIA - THE CHURCH OF SWEDEN

SWEDEN-CHURCH

A atual Igreja da Suécia não é a outrora forte e austera Igreja Luterana. No passado, o povo sueco criou-se nela e, até a década de 50, ninguém imaginava abandoná-la por qualquer motivo. Porém, atualmente, ela é uma instituição que nada tem a ver com o Cristianismo ou Nosso Senhor Jesus Cristo. Segundo o "World Values Survey" — projeto de pesquisa global que explora os valores e crenças da sociedade — a Suécia é uma das nações mais seculares do mundo.

Assim, todos os anos um expressivo contingente de fiéis suecos desiste da sua Igreja, enquanto que no passado somente os ateus a abandonavam por diferentes razões. Agora os Cristãos luteranos e devotos abandonam suas crenças devido ao relacionamento cada vez mais questionável entre a Igreja da Suécia e a Fé Cristã.

Em 2013, Antje Jackelén, atual arquiepiscopisa primaz luterana da Igreja, participava de um programa de perguntas quando foi questionada se "Jesus Cristo transmitia uma imagem mais verdadeira de Deus do que Maomé?" Surpreendentemente, a futura arquiepiscopisa não disse que sim e nem respondeu a questão, limitando-se a iniciar um entediante monólogo sobre as várias possibilidades para se alcançar a fé e Deus. 

Evidentemente este fato aborreceu muitos paroquianos como também a sacerdotisa e professora Eva Hamberg, que renunciou ao cargo em sinal de protesto e largou seus deveres na congregação. "Isso fez com que eu saísse mais rápido. Se a futura arquiepiscopisa não consegue defender o Credo dos Apóstolos e sim racionalizá-lo, vemos que a secularização foi longe demais", relatou Hamberg ao jornal cristão "Dagen".

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Eva Hamberg conduz pesquisas sobre o processo de secularização da Suécia e confirma que aquele acelera-se cada vez mais rápido, principalmente no seio da Igreja — tomando como exemplo o fato de que Antje Jackelén não acredita na Imaculada Conceição que considera uma simples metáfora. Hamberg também salientou a falta de reverência à Santíssima Trindade e alertou que sacerdotes evitam citar a palavra Jesus durante a celebração da Eucaristia para não "ofender" outras religiões.

"Há uma enorme intolerância na base da Igreja e todos os candidatos aos cargos eclesiásticos só estão interessados ​​em discursar sobre a necessidade do diálogo, mas são apenas frases vazias. Na realidade os líderes da Igreja perseguem os dissidentes, e caso alguém não concorde com a ordenação das mulheres também não será ordenado. O espaço de manobra é incrivelmente baixo!", acrescentou Hamberg.

Assim que Antje Jackelén conquistou o cargo de primeira arquiepiscopisa sueca, logo veio o primeiro choque: como seu lema escolheu "Deus é Grande" (Allahu Akbar em árabe). Mas Jackelén insistiu que referia-se à passagem de 1-João 3:19-21, que relata: "E nisto conhecemos que somos da verdade, e diante Dele asseguraremos nosso coração; sabendo que se ele nos condena, maior é Deus do que ele, pois conhece todas as coisas".

No entanto, todos acreditaram que a escolha do lema foi um flerte descarado com os muçulmanos da Suécia. No islã, "Allahu Akbar" são as primeiras palavras da chamada à oração, ouvida em cada minarete espalhado pelo mundo. Mas também é o grito que ouvimos repetidas vezes em conexão aos atentados suicidas ou nas decapitações dos infiéis, os não-muçulmanos, assim como é bradado antes dos ataques covardes perpetrados pelos terroristas islâmicos.

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A escolha do lema da arquiepiscopisa não foi uma exceção à regra, mas um contundente sinal de que a Igreja da Suécia empenha-se na criação de uma pseudo-religião, uma mistura cristã e islâmica que pode ser denominada como "crislão". Os sacerdotes suecos agora contemplam o fervor dos muçulmanos e já participam com entusiasmo dos vários projetos inter-religiosos. Em 2016, a episcopisa Eva Brunne sugeriu a remoção da antológica Cruz da Igreja dos Marinheiros, premiando os muçulmanos e seus rituais.

Esta nova religião sueca, o crislão, foi adotada de forma extrema no subúrbio de Fisksätra, Estocolmo, onde predomina uma população de quase 10.000 imigrantes expressando-se em dezenas de idiomas diversos. Naquele subúrbio a Igreja da Suécia iniciou a arrecadação de fundos para a construção de uma imensa mesquita, adjacente à Igreja Cristã pré-existente no local há séculos, oficializando uma iniciativa multicultural denominada "Casa de Deus". 

O projeto é descrito no site oficial: "Casa de Deus representa o desejo de paz e o verdadeiro trabalho em prol deste espírito. Estamos construindo a mesquita adjacente à Igreja em Fisksätra. Entre elas, haverá uma praça interior comum com livre acesso, cercada por painéis de vidro. A Casa de Deus será única, um exemplo de cooperação e diálogo religioso, tão importantes em nosso tempo. Junte-se a nós!"

Desde que a Igreja da Suécia tornou-se uma das primeiras denominações a aprovar o casamento gay em 2005, mais sacerdotes suecos assumiram sua homossexualidade. Em 2009 Eva Brunne foi nomeada episcopisa, e começaram as maledicências de que a Igreja seria comandada pela "liga das lésbicas", devido à sua dúbia sexualidade. Atualmente, a Igreja sueca participa dos festivais e paradas do orgulho gay, e váras denominações já receberam a certificação da comunidade LGBT.

SWEDEN-CHURCH

Mas o preço a pagar é que a Igreja da Suécia será forçada a cortar passagens bíblicas! Ulrika Westerlund, presidente da RFSL (Federação Sueca dos Direitos das Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Diferentes) alertou: "Existem elementos nas Escrituras que serão usados ​​contra os partidários da RFSL, e temos que acertar se a Igreja realmente quer a certificação LGBT, pois não admitiremos certos textos das Escrituras".

Enquanto a Igreja está muito ocupada desenvolvendo seus novos ritos e textos para atender à nova religião, o crislamismo (?), não sobra tempo, ou melhor, nunca se interessaram pelo fato de que os Cristãos do Oriente Médio estão sendo chacinados há anos e efetivamente serão erradicados da face da Terra. Em 2015, Eli Göndör, um estudioso sueco das religiões internacionais, relatou ao periódico "Dagens Samhälle":

"A preocupação da Igreja da Suécia com os Cristãos palestinos foi substituído pela indiferença à limpeza étnica dos Cristãos sírios e iraquianos, desde que a Igreja só concentra-se nas mudanças climáticas e questões ambientais. Para ser justo, em fevereiro de 2016 a Igreja fez alguma coisa pelos Cristãos do Oriente — incentivou que congregações ou indivíduos orassem por eles, mas a responsabilidade dos islâmicos na barbárie não foi sequer mencionada!"







21 fevereiro 2017

O PAPA E A GUERRA SANTA - THE POPE AND THE HOLY WAR

PAPA-GUERRA-SANTA

O Ocidente que os jihadistas agora aterrorizam deixou-se enfraquecer. Uma combinação de correção política, medo de ofender, combater e relutância em perturbar a estabilidade ilusória, levou a uma incrível série de oportunidades para a jihad islâmica.

21 setembro 2016

PENSAMENTOS CRISTÃOS - CHRISTIAN THOUGHTS

CHRISTIAN-THOUGHTS

Jesus perguntou aos apóstolos: "E vós, quem dizeis que eu sou? " Simão Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". E Jesus respondeu: "Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não te revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos Céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela".

Porém, a afirmação de Jesus: "Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja", baseava-se na resposta de Pedro: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo", e não na pessoa de Pedro. Jesus não criou um trocadilho com os termos pedra e Pedro — palavras gráfica e sonoramente diferentes no grego original do Novo Testamento. A revelação de Deus ao apóstolo Pedro, o seu reconhecimento da Divindade de Jesus, é que fundamentaria a futura Igreja, da qual Jesus Cristo seria a rocha, a pedra angular, pois sem Ele não existiria o Cristianismo.

Desde que creditaram ao apóstolo Pedro o status de primaz na religião Católica, a hierarquia papal perpetuou-se até nossos dias. Mas São Pedro não ajustar-se-ia ao padrão dos papas da era moderna, pois nunca permitiu que fiéis se curvassem em sua presença nem exaltou o título de "Pai" (páppa, em grego). São Pedro não legou sua liderança na primitiva Igreja Católica, pois seria impossível que qualquer sucessor fosse uma testemunha viva do Cristo ressuscitado.

CHRISTIAN-THOUGHTS

Durante o primeiro século da Era Cristã, os princípios e dogmas da recente Igreja Católica foram protegidos com fervor pelos Primeiros Cristãos, os únicos mantenedores dos Ensinamentos de Jesus. No século II, a presunção dos novos cristãos romanos permitiu a interpretação pessoal e seletiva dos Ensinamentos e do Novo Testamento, quando o consequente desvirtuamento atingiu níveis inimagináveis. No século III, o imperador romano Constantino incorporou o Cristianismo à sua sede de poder e a alteração da Palavra de Deus alcançou proporções irreais.

Constantino atribuiu ao Deus Cristão a vitória sobre o imperador tetrarca Magêncio durante a Batalha da Ponte Mílvio (312 d.C.), alegando que no dia anterior sonhara com uma cruz que trazia os dizeres "in hoc signo vinces" (por este sinal vencerás), levando-o a gravar o símbolo da cruz nos escudos dos soldados das suas tropas. Entusiasmado com a ajuda divina, Constantino incrementou sua cruzada pelo poder até destronar a tetrarquia romana em 324 d.C., quando alçou-se à posição de imperador único do Império Romano.

PENSAMENTOS-CRISTAOS

Quando pensamos sobre a existência do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e como a união destas três divindades distintas formam um só Deus — Mistério da Santíssima Trindade —, podemos compreende-la melhor se fizermos uma analogia com a dinâmica do Espaço-Tempo de Friedmann, o intervalo decorrido desde o Big-Bang a partir do qual os eventos cosmológicos sucederam. Quando analisamos a divisão do tempo em passado, presente e futuro, vemos que mesmo servindo a propósitos diferentes as partes formam um todo, unindo-se na mesma dimensão temporal.

Os apóstolos perpetuaram os Ensinamentos de Jesus, agora a única filosofia necessária para nortear a humanidade. A riqueza dos fatos que estes biógrafos de Jesus Cristo nos legaram está ao alcance de qualquer ser humano, e não precisamos de intermediários para conhecê-los, pois o único mediador entre a humanidade e Deus Pai é Seu Filho, Jesus Cristo: "Peçam e lhes será dado, busquem e encontrarão, batam e a porta lhes será aberta; pois todo o que pede, recebe, o que busca, encontra, e àquele que bate, a porta será aberta."

Na hierarquia da verdadeira Igreja de Deus primeiro estabeleceram-se os apóstolos, em seguida, os profetas, depois, os mestres e os que realizavam milagres através inspiração divina — aqueles que têm o dom da cura e prestam ajuda aos necessitados, como os nossos Santos Pio de Pietrelcina e Pio X, entre outros guardiões da Fé Cristã. São Pedro não tinha mais autoridade do que os outros apóstolos, pois todos carregavam o poder de ligar e desligar na Terra e nos Céus, mas sempre guiados pelo Espírito Santo. A fraseologia "ligar e desligar" significa declarar permitido ou proibido segundo a Palavra de Deus.

PENSAMENTOS-CRISTAOS

Os discípulos de Jesus precisavam dar continuidade ao Seu trabalho entre a humanidade, e divulgar Seus Ensinamentos era a prioridade máxima. Eles possuíam a autoridade cedida por Deus para efetuar milagres e permitir que outros discípulos também realizassem estes acontecimentos inexplicáveis pelas leis naturais, beneficiando aqueles que mereciam esta dádiva de Deus. Os milagres de Jesus sobre a natureza eram o prenúncio da vinda do Reino de Deus entre os homens, anunciando que o poder Divino de Jesus Cristo estender-se-ia muito além da existência humana.

Após a morte, só acessaremos o local onde beneficiam-se os recompensados pela presença de Deus se formos merecedores. Nossos destinos são fixados na hora da morte e qualquer ação posterior não pode alterá-lo, pois cada ser humano será contemplado pelo que fez e nada poderá ser alterado por outrem. Pode-se orar por outro cristão, mas isto não comutará sua pena pela recompensa. Somente Deus pode perdoar e todos podem orar para que Jesus Cristo perdoe nossos pecados. O pecado é um ato contrário à Lei Eterna, uma ofensa a Deus que atenta contra a solidariedade e a natureza humana.

PENSAMENTOS-CRISTAOS

No fim do sábado, quando despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram visitar o sepulcro onde Jesus Cristo jazia. Repentinamente houve um terremoto, quando um anjo do Senhor desceu do Céu. Ele suavemente removeu a pedra que guardava o sepulcro, e assentou-se sobre ela. O aspecto deste anjo era sublime, como o de um relâmpago, e suas vestes eram brancas como a neve. Os soldados romanos que mantinham a guarda ficaram amedrontados e assombrados, até quedarem-se como mortos.

O anjo dirigiu-se às duas mulheres, dizendo: "Não tenhais medo, pois sei que buscais Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas Ele não está mais aqui porque ressuscitou como havia predito. Venham, e vejam o local onde Nosso Senhor Jesus jazia. Sigam pois, imediatamente, e digam aos Seus discípulos que Seu Mestre já ressuscitou dentre os mortos. Ele vai adiante de vós, para a Galileia, sigam o caminho, que lá o encontrarão".

Os apóstolos também partiram para a Galileia, em direção ao monte que Jesus designara dias atrás. Ao chegarem, Jesus aproximou-se e disse: "Foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra. Portanto ide, fazei discípulos em todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado, e eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos, Amém".