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24 abril 2013

A CIÊNCIA E O CRIACIONISMO - SCIENCE AND CREATIONISM - 1ª PARTE


CREATIONISM

A ciência é uma história de grande sucesso da humanidade desde a Renascença. O método científico tem sido tão bem sucedido em sua própria esfera, que muitas pessoas inteligentes consideram-no a única expressão válida de conhecimento.

Nesta perspectiva, a crença Cristã aparece como uma relíquia da "ignorante" Idade Média, quando os homens ainda voltavam-se aos principados e potestades do ar. Chesterton diagnosticou a falha psicológica no triunfalismo científico, ou seja, as pessoas que não acreditam em Deus não acreditam em nada, assim elas acreditarão em qualquer coisa. Os dogmas da fé foram substituídos pelos dogmas do materialismo.

Modernos sistemas de crença, como marxismo e darwinismo, resumem-se a uma única, não-provada e improvável proposição de que todos os fenômenos, incluindo o homo sapiens, podem ser explicados inteiramente pela ciência natural.

Este tipo de materialismo é extremamente antiquado. Ele ignora praticamente tudo o que aprendemos sobre o Universo desde o século XIX, e que segue uma regra simples: a ciência, sendo uma descrição da natureza, não tem nada a dizer sobre o que está fora da natureza. Longe de serem intimidados pela ciência, os Cristãos devem alegrar-se pelo fato de que a ciência moderna aponta fortemente na direção de um Criador.

CREATIONISM

Devemos estar cientes de um simples fato histórico raramente abordado em livros didáticos, que sem o Cristianismo não haveria nenhuma ciência. A ciência é um empreendimento precário que não pode sair do chão, a menos que o primeiro passo seja dado com a "permissão" dos filósofos e teólogos. Essa permissão foi concedida uma vez na história pelos grandes pensadores Católicos da Idade Média. O Cristianismo e a escolástica medieval, em particular, pavimentaram o caminho para Newton e Einstein.

Em primeiro lugar, apresentaram a crença de que o Universo é racional. Foi criado através da Palavra, o Logos Divino, que é a própria racionalidade. Quando lemos histórias pagãs da origem do mundo não encontramos nada mais do que o caos. Na antiga história babilônica, o Universo, em vez de ser a deliberada ação de um Criador Onisciente, é o subproduto acidental de uma orgia de bêbados.

Em segundo, os filósofos Católicos da Idade Média formularam uma metafísica realista, sem a qual a ciência seria impossível. Os Católicos acreditam na realidade da matéria. O mundo físico não é simplesmente um véu de ilusões como nas religiões orientais, mas uma ordem no ser humano que tem a sua própria dignidade e leis internas. Uma ciência budista, por esta razão, é uma impossibilidade.

Por último, os Cristãos acreditam que a história é linear e não cíclica, como as religiões orientais ensinam. Apenas um Universo, com um começo meio e fim é hospitaleiro aos irreversíveis processos físicos, conforme a segunda lei da termodinâmica. O trabalho de Newton e Einstein não teria sido possível sem este simples pressuposto.

CRIACIONISMO

Existem fundamentalistas, sejam protestantes ou Católicos, que não entendem a simplicidade de que as Escrituras não ensinam ciência. O Gênesis foi escrito no arcaico idioma pré-científico da antiguidade. O autor de Gênesis não poderia ter-nos dito que o Universo tem doze bilhões de anos, porque os antigos hebreus não tinham uma palavra nem o entendimento para bilhão.

Se o Universo fosse de aproximadamente 6.000 anos de idade, como a leitura literal do Gênesis sugere, então não seríamos capaz de observar a Via Láctea, porque a sua luz ainda não teria atingido a Terra. Como Católicos devemos acreditar que as palavras das Escrituras foram inspiradas pelo Espírito Santo, mas Deus fez pleno uso dos hábitos mentais e da expressão dos escritores da antiguidade. É o velho mistério da Graça e da liberdade humana!

Uma vez que entendemos como compreender as Escrituras, o tema polêmico da evolução não deve representar um problema. A evolução, por si só, não é um paradoxo para os Católicos. E isto ficou claro durante a brilhante palestra de João Paulo II sobre a Criação, em 1986:

"A teoria da evolução natural, entendida no sentido de que não exclui a causalidade Divina, não é em princípio contrária à verdade sobre a Criação do mundo visível, tal como apresentada no livro do Gênesis. Deve-se, no entanto, acrescentar que esta hipótese propõe apenas uma probabilidade, não uma certeza científica, mas é possível que o corpo humano tenha evoluído de seres vivos que o antecederam", dissertou o Papa Paulo.

CRIACIONISMO

O Papa teve a visão correta. Não só o darwinismo ainda não foi provado, mas em quase todos os seus aspectos é atualmente objeto de um debate acalorado entre geneticistas e paleontólogos. O modelo da evolução gradual de Darwin não se enquadra nas descobertas dos antigos fósseis, que mostram espécies animais totalmente formadas que existiram durante um milhão de anos e então, de repente, desapareceram.

Não existem fósseis das formas de transição entre qualquer um dos principais grupos de animais. Até mesmo em "experimentos mentais", os intermediários entre répteis e aves são quase impossíveis de se elaborar. O darwinismo também não se enquadra na criação e clonagem experimental, pois os cães permanecem cães e moscas de frutas permanecem moscas de frutas.

Enquanto o DNA permite uma certa elasticidade em uma espécie para o ajuste ecológico, da mesma forma ele programa que as coisas vivas permaneçam teimosamente como o que são.

A essência do darwinismo é a extrapolação indevida das pequenas mudanças, que acontecem o tempo todo dentro de uma espécie, para os verdadeiros grandes saltos como o dos répteis para as aves. Qualquer estatístico irá afirmar que a extrapolação é um negócio perigoso, e no caso de Darwin, trabalha contra a evidência.




23 janeiro 2013

A SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA - THE BLESSED VIRGIN MARY


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O nascimento do Senhor Jesus Cristo de uma Virgem é testificado direta e deliberadamente por dois Evangelistas, Mateus e Lucas: "Que por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus, e encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria  e Se fez homem".

A Perene Virgindade da Mãe de Deus é testificada por suas próprias palavras levadas ao Evangelho, onde ela expressa a consciência da incomensurável majestade e elevação de sua escolha: "Minha alma engrandece o Senhor, pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque me fez grandes coisas o Poderoso, e Santo é o Seu nome".

A Santíssima Virgem Maria preservou em sua memória e em seu coração tanto o anúncio do Arcanjo Gabriel como as inspiradas palavras da justa Isabel, quando foi visitada por Maria: "Que venha visitar-me a Mãe do meu Senhor". Também é testificado na profecia do justo Simeão no encontro da criança Jesus no Templo, e na profecia da justa Ana no mesmo dia.

Vemos ainda conexão com o relato dos pastores de Belém a respeito das palavras e do canto dos anjos para eles. O Evangelista relatou a conversa da Divina Mãe com seu filho Jesus, de doze anos, depois da visita deles na festa da Páscoa, e termina seu relato com as palavras: "E Sua mãe guardava no seu coração todas essas coisas".

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O dogma do Filho de Deus tornar-se homem é intimamente ligado à denominação da Santíssima Virgem Maria como Mãe de Deus. O conceito atesta que Deus, o Verbo, tornou-se verdadeiramente homem e não meramente em aparência.

Acreditamos que na pessoa do Senhor Jesus Cristo, Deus juntou-se ao homem desde o primeiro instante da Sua concepção no ventre da Virgem Maria, e que Ele sendo perfeitamente homem é também perfeitamente Deus. O Apóstolo Paulo escreve: "Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher".

Aqui está expressa a verdade de que uma mulher deu a luz ao Filho de Deus: "Deus se manifestou na carne, e esta foi preparada para Deus pela Santíssima Virgem Maria". Após a Anunciação, no encontro da Virgem Maria com a justa Isabel, esta exclamou com grande voz e disse:

"Bendita tu entre as mulheres e bendito o fruto de teu ventre. Bem Aventurada a que acreditou, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas". Assim, Isabel estando iluminada com o Espírito Santo, chama Maria de Mãe do Senhor, nosso Deus do Céu. É precisamente o Deus do Céu que ela está chamando de "Senhor".

A respeito do nascimento de Deus de uma virgem, o Profeta Isaias profetiza: "Eis que em vossa viagem conceberá e dará à luz um Filho, e será o Seu nome Emanuel, (que significa Deus está conosco). Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu e o principado estará sobre Seus ombros. O seu nome será Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz".

Nos primeiros séculos da Igreja de Cristo, a verdade de que Deus  tornara-se homem e o Seu nascimento da Virgem Maria foram assim expressos: "Nosso Senhor Jesus estava no ventre da Virgem Maria, e Deus tomou sua carne".

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O dogma da Imaculada Conceição foi proclamado pelo Papa Pio IX em 1854. A definição desse dogma diz que a Santíssima Virgem Maria, no momento da concepção, estava limpa do pecado ancestral.

De acordo com o ensinamento Cristão, o peso do pecado do nosso primeiro ancestral consiste na remoção do dom sobrenatural da graça. Mas aí surge uma questão teológica.

Se a humanidade foi privada do dom da graça como se pode entender as palavras do Arcanjo Gabriel endereçadas a Maria: "Rejubila, tu que és cheia de graça, o Senhor está contigo. Bendita és tu entre as mulheres; que achastes a Graça com Deus".

Só se pode concluir que a Santíssima Virgem Maria teria sido isentada da lei geral de "privação da graça" e da culpa do pecado de Adão. Como a sua vida foi Santa desde o nascimento, consequentemente ela recebeu, na forma de exceção, um dom sobrenatural, uma graça de santidade, mesmo antes do nascimento de Jesus, isto é, na sua concepção.

Deve-se notar que a aceitação desse dogma no ocidente, foi por um longo período motivo de disputa teológica, que durou do século doze, quando esse ensinamento apareceu, até o século dezessete, quando ele foi espalhado pelos jesuítas no mundo Católico. Em 1950, no assim chamado Ano do Jubileu, o Papa Pio XII proclamou um segundo dogma, o Dogma da Assunção da Mãe de Deus.

Dogmaticamente, esse ensinamento foi deduzido da teologia do Dogma da Imaculada Conceição e é um desenvolvimento lógico decorrente do ensinamento sobre o pecado original. Na visão dos teólogos, se Nossa Senhora morresse,  ela teria aceitado a morte voluntariamente, assim como seu Filho, Jesus. Mas a morte não teria domínio sobre ela.

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Outros teólogos opinam que de acordo com o ensinamento das Sagradas Escrituras, através de Adão, toda a humanidade provou do fruto proibido. Só a partir do nascimento do Deus-homem, Jesus Cristo, começa a nova humanidade, libertada por Ele do pecado de Adão. Por isso, Ele é chamado de "o primogênito de muitos irmãos", isto é, "o primeiro da nova raça humana".

Estes teólogos afirmam que a Santíssima Virgem Maria nasceu sujeita ao pecado de Adão,  como toda a humanidade, e com ela partilhou da necessidade de redenção.

A pura e imaculada vida da Virgem Maria, até a Anunciação pelo Arcanjo, e a ausência de pecados pessoais, foram o fruto da união do seu trabalho espiritual sobre si própria com a abundância de graça sobre ela derramada. "Tu achaste a graça diante de Deus," disse o Arcanjo ao saudá-la. Achaste, significa: obtiveste, adquiriste, mereceste.

A Santíssima Virgem Maria foi escolhida da melhor parte da humanidade, como o mais digno e meritório ser humano, para acolher a descida de Deus à Terra. A graça do Espírito Santo santificou totalmente o ventre da Virgem Maria para a recepção do Deus-homem. De modo similar à veneração do "Sagrado Coração de Jesus", foi estabelecida pela Igreja a veneração ao "Imaculado Coração da Santíssima Virgem Maria", que recebeu aceitação universal.


JESUS CRISTO NÃO ERA JUDEU





08 janeiro 2013

A SANTÍSSIMA TRINDADE - THE HOLY TRINITY - 1ª PARTE


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As Três Pessoas da Santíssima Trindade têm a mesma Essência. Cada uma das hipóstases tem a totalidade da Divindade intacta e incomensurável, as Três hipóstases são iguais em honra e adoração.

O dogma da Santíssima Trindade inclui em si duas verdades fundamentais. Deus é uno em Essência, mas triplo em Pessoa. Em outras palavras, Deus é Tri-Único, Tri-Hipostático e Trindade Una em Essência. Deus é não gerado, o Filho é gerado pelo Pai e o Espírito Santo procede do Pai.

Acima de nós está Deus Pai, a eterna e fluente Fonte, a Fundação de todos os seres, o Pai misericordioso que nos ama e cuida de nós, Sua criação, pois nós somos Seus filhos por graça.

Conosco está Deus Filho, gerado pelo Pai, que pelo Seu Divino amor se manifestou para os homens como Homem, para que pudéssemos saber e ver com nossos próprios olhos que Deus está conosco muito intimamente, partilhando a carne e o sangue conosco do modo mais perfeito.

Em nós e em toda criação, por Seu poder e graça, está o Espírito Santo, que enche tudo, é o Doador da vida, o Confortador, Tesouro e Fonte de coisas boas. Tendo uma existência eterna e pré-eterna, as Três Pessoas Divinas foram manifestadas ao mundo com a Chegada e Encarnação do Filho de Deus.

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Deus em sua verdadeira Essência é totalmente consciência e pensamento. Cada uma das Três manifestações eternas de si mesmo pelo Deus Uno tem auto consciência, e por isso cada uma é uma Pessoa. Além disso, essas Pessoas não são simplesmente, estão contidas na própria Unidade da Essência de Deus.

Assim, quando na Doutrina Cristã nós falamos da Tri-Unidade de Deus, falamos da mística interior escondida nas profundezas da Divindade. A revelação ao mundo lê-se no Novo Testamento, na descida do Filho de Deus, e pela atividade do miraculoso, vivificante e salvador poder do Confortador, o Espírito Santo.

A verdade da Tri-Unidade de Deus só é expressa de maneira velada no Velho Testamento, e só meio revelada.

Os testemunhos do Velho Testamento da Trindade são revelados e explicados na Luz da Fé Cristã, como o Apóstolo Paulo escreveu a respeito dos judeus: "E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Mas quando se converterem ao Senhor, então o véu se retirará, será tirado em Cristo".

A Trindade das Pessoas em Deus foi revelada no Novo Testamento, na vinda do Filho de Deus e na descida do Espírito Santo.

O envio para a Terra, pelo Pai, do Deus Filho e do Espírito Santo, constitui o conteúdo de todos os escritos do Novo Testamento. Logicamente, esta manifestação para o mundo do Deus Tri-Único não é dada aqui em fórmula dogmática, mas como relato das manifestações e feitos das Pessoas da Santíssima Trindade.

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Porque o dogma da Santíssima Trindade é o mais importante dos dogmas Cristãos, ele é o mais difícil de ser compreendido pela limitada mente humana.

Por essa razão é que nenhuma batalha na história da Igreja Antiga foi tão intensa quanto a que existiu sobre esse dogma e as verdades que são imediatamente ligadas a ele.

A Igreja, no entanto, experimentou grandes perturbações e passou por uma grande batalha na defesa do dogma da Santíssima Trindade. O dogma das Três Pessoas indica a completude da mística vida interior em Deus, pois Deus é amor e o amor de Deus não pode ser meramente estendido para o mundo criado por Ele.

Na Santíssima Trindade esse amor é dirigido também para o interior da vida Divina.

O dogma das Três Pessoas nos indica ainda mais claramente a proximidade de Deus com o mundo. A manifestação de Deus na Trindade foi completada no Batismo do Senhor Jesus Cristo, razão pela qual esse Batismo é chamado de "Teofania" ou "manifestação de Deus". O Filho de Deus, tendo se tornado Homem, aceitou o Batismo por água.

O Pai testemunhou-O e o Espírito Santo confirmou a verdade falada pela voz de Deus, pela manifestação de uma pomba, como é expresso aqui: "Senhor, em Teu Batismo no Jordão foi revelada a adoração devida à Trindade, pois a voz de Deus Pai deu testemunho em Ti, chamando-Te Filho Bem-Amado, e o Espírito, sob a forma de uma pomba, confirmou esse testemunho inabalável. Ó Cristo, nosso Deus, que apareceste entre os homens e iluminaste o mundo, glória a Ti".

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No período antigo, o objetivo dogmático da Igreja foi achar palavras precisas que pudessem melhor proteger o dogma da Santíssima Trindade contra as reinterpretações dos heréticos.

Desejando trazer o mistério da Santíssima Trindade um pouco mais perto dos nossos conceitos terrenos, trazer o que está além da compreensão um pouco mais perto daquilo que é compreensível, os teólogos usaram comparações na natureza.

Mas eis que diz São Gregório, o Teólogo, a respeito dessas tentativas de comparação: "Eu examinei cuidadosamente essa questão em minha mente, e a olhei sob todos os pontos de vista, de modo a encontrar alguma semelhança com o mistério, mas fui incapaz de encontrar qualquer coisa na Terra que pudesse ser comparada à natureza da Divindade. Pois mesmo que eu percebesse alguma pequena parecença, esta me escapava em sua maior parte, e me derrubava junto com meu exemplo".

"Eu penso no sol, no raio e na luz. No entanto, aqui também houve um temor que no mínimo as pessoas viessem a ter idéia de composição na incomposta natureza, tal como se existe no sol e as coisas que estão no sol. E além disso, nós estaríamos dando Essência ao Pai e negando personalidade aos Outros, fazendo-os somente poderes de Deus, existindo Nele e não pessoalmente. Pois nem o raio nem a luz são outro sol, mas eles são só emanações do sol e qualidades de sua essência".

"E assim, finalmente, seguindo com a ilustração, nós estaríamos atribuindo a Deus tanto Ser quanto não Ser, o que é ainda mais monstruoso. Em uma palavra, não há nada que apresente um ponto firme nessas comparações no qual eu possa considerar o Objeto que estou tentando representar para mim, a menos que se possa indulgentemente aceitar um ponto na imagem enquanto se rejeita o resto".

"Finalmente, parece melhor para mim que eu deixe que se vá a imagem e também a sombra, por serem enganosas e muito distantes da verdade, e inclinando-me para a concepção mais reverente, e apoiando-me em algumas palavras, usando a orientação do Espírito Santo, mantendo até o fim como minha genuína camarada e companheira, a iluminação que eu recebi Dele, e passando por esse mundo a persuadir outros com o melhor do meu poder a adorar o Pai, o Filho e o Espírito Santo, a Divindade e Poder Uno", completa Gregório, o Teólogo.



13 dezembro 2012

A ERA DA TEOLOGIA - THE ERA OF THEOLOGY

theology

Em um breve período de menos de quinze anos aconteceram enormes mudanças no Cristianismo. O reino que antes não era "deste mundo" agora estava muito vinculado a um reino que de fato era deste mundo.

Como, em tão curto período de tempo, pôde se dar semelhante mudança de valores? Porque os líderes da Igreja não disseram nada a respeito? A razão é que os líderes tinham convencido a si mesmos que Deus estava mudando todas as regras.

Todas aquelas coisas que as Escrituras diziam a respeito da não-resistência, de amar os inimigos e de não fazer parte do mundo, se aplicavam a uma época diferente e a um paradigma diferente. Afinal de contas, a maioria dos Cristãos achava que Deus realmente estava abençoando a Igreja através de Constantino. Dava a impressão de que Deus era quem propiciava estas mudanças.

Os primeiros Cristãos tinham orado pelo fim da perseguição, e tudo isto parecia ser uma resposta às suas orações. Mas será que tudo isto era uma bênção de Deus ou era uma prova de Fé que Deus estava permitindo trazer para a Igreja? Como podiam saber os Cristãos do século IV?

Havia uma maneira bastante fácil pela qual a Igreja do século IV podia saber. Bastava continuar fazendo as coisas à maneira do Reino de Deus! Simplesmente não deviam se desviar, nem no menor ensinamento, de Cristo.

Como dito em Hebreus: "Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e eternamente". Assim, até que Ele volte, não haverá nenhuma mudança na forma de dirigir o Seu Reino, como também não haverá nenhuma mudança em Suas leis.

Se Constantino tivesse sido enviado por Deus como uma "bênção", a Igreja não teria necessitado fazer nenhuma concessão, muito menos teria tido que atenuar sua mensagem. Os Cristãos apenas deviam ter permanecido fiéis ao Reino de Deus e logo teriam visto se este imperador era uma bênção ou não.

teologia

Após o Concílio de Niceia, a Igreja primitiva considerou que a essência do Cristianismo seria a teologia. A Igreja primitiva acreditou que as pessoas podiam ser Cristãs simplesmente ao darem a aprovação mental a uma lista de doutrinas, sem uma mudança radical em suas vidas. E mais ainda! A Igreja primitiva já não estava satisfeita com a teologia elementar do Evangelho de Deus.

Ao contrário, agora estava se concentrando em pontos minuciosos da teologia que o Cristão comum provavelmente não chegaria a compreender. Desta maneira foi como Niceia deu origem a um tipo de Cristão totalmente novo: o teólogo ou pai da Igreja primitiva. E desde o aparecimento destes teólogos a Igreja não teve um único ano de paz, livre das polêmicas teológicas.

O bispo do século IV, Hilário de Poitiers, afirmou: "A semelhança parcial ou total do Pai e do Filho é um tema de discussão para estes tempos convulsos. A cada ano, ou, cada mês; inventamos novos credos para descrever mistérios invisíveis".

"Arrependemo-nos do que fizemos, defendemos os que se arrependem e anatematizamos aqueles a quem defendemos. Condenamos a doutrina dos outros em nós mesmos, ou a nossa própria na dos outros. E, rasgando-nos uns aos outros, de forma recíproca, temos sido a causa da ruína de todos".

O século IV foi testemunha de vários concílios da Igreja e as discussões entre os teólogos tornaram-se cada vez mais viciosas. Estes teólogos, sem exceção, não atribuíam a si mesmos outra coisa a não ser virtudes e motivos puros, mas não imputavam a seus adversários nada a não ser maldades e motivos ocultos.

Ninguém estava disposto a achar que os erros defendidos por seus adversários poderiam ser inocentes ou que sua Fé fosse ao menos sincera!

teologia

Ninguém era capaz de aproximar-se de seu irmão com amor numa tentativa de ajudá-lo a ver a verdade. Ao contrário, os teólogos só procuravam refutar e condenar seus adversários.

Não é de estranhar que um historiador secular romano desse tempo, Amiano Marcelino, dissesse que a inimizade que os Cristãos sentiam uns pelos outros ultrapassava a fúria das bestas selvagens contra os homens.

Um século após Niceia a Igreja já achava que o simples fato de estudar a Bíblia não era suficiente para dar a alguém um entendimento correto da Fé.

Assim, tornara-se necessário estudar os escritos destes novos "pais da Igreja" e seus decretos dos vários concílios. Só pelo fato de um homem ser devoto e bem familiarizado com as Escrituras não significava que estivesse capacitado para pregar na Igreja.

O que importava não era o conhecimento da pessoa sobre o que as Escrituras diziam, mas sim, o seu conhecimento do que a Igreja dizia!

Uma vez que o veneno deste "novo cristianismo" fez seu efeito até no mais profundo da Igreja, esta declarou que ninguém, não importava o quanto fosse piedoso, poderia pregar o Evangelho; seja dentro ou fora de uma Igreja, sem a autorização oficial da mesma: pregar sem uma licença tornou-se um delito punido com prisão e até com a morte.

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Esta nova lei não foi necessariamente criada porque a Igreja queria deliberadamente manter o povo nas trevas. Segundo ela, os pregadores sem licença poderiam acabar entendendo as Escrituras erroneamente e, desse modo, enganar o povo fazendo com que perdessem a vida eterna.

Mas novamente a Igreja estava fazendo uso dos meios humanos para resolver os problemas em vez de confiar nos métodos de Deus.

Em seu entusiasmo de adotar definições extrabíblicas e uma teologia complexa, a Igreja terminou convertendo a Bíblia num livro perigoso. A Igreja opinava que os Cristãos que lessem a Bíblia por conta própria não poderiam chegar à doutrina "verdadeira", pois tais Cristãos quase sempre cairiam em heresias.

Os primeiros Cristãos já não podiam "escutar" tudo aquilo que o próprio Jesus Cristo disse com palavras claras. Em vez disso, tinham que acreditar no que a Igreja lhes dizia. Com o tempo, a Igreja chegou ao ponto de achar que uma pessoa poderia acabar perdendo sua alma por ler e crer nas Escrituras.

Em consequência disto, em 1229, o sínodo de Toulouse aprovou uma lei canônica: "Não é permitido aos leigos possuir os livros do Antigo e do Novo Testamento, mas somente o Saltério, o Breviário ou o Pequeno Ofício da Virgem Bendita. E estes livros não devem estar na língua vernácula".

Assim, a Bíblia foi convertida num livro perigoso. De algum modo, as palavras de Jesus e dos apóstolos já não eram seguras para as pessoas incultas lerem.



12 dezembro 2012

CONSTANTINO, O GRANDE - CONSTANTINE, THE GREAT

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Flavius Valerius Constantinus, também conhecido como Constantino Magno ou Constantino, o Grande, foi um imperador romano nascido no ano 272 d.C., que governou o Império até a sua morte, em 337.

Somente por volta de 317 d.C. é que ele passou a adotar lemas e símbolos Cristãos, como o emblema, por ele criado, que combinava as duas primeiras letras gregas do nome de Cristo, "X" e "P" superpostos.

Um ano após o Concílio de Niceia, em 326, durante uma viagem solene a Roma para a comemoração dos seus vinte anos de reinado, Constantino mandou matar seu próprio filho, suspeito de intrigar para destroná-lo.

Pouco depois, estrangularia sua segunda mulher, Fausta, no banho. Mandou também estrangular o cunhado Licínio, que havia se rendido a ele em troca da vida, e chicoteou até a morte seu próprio sobrinho.

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Constantino queria melhorar a sociedade romana e proibir as coisas que eram ofensivas a Deus. No entanto, ele não era um Cristão nascido de novo. Ele era um homem "deste mundo".

Portanto, a única maneira que conhecia para conseguir seus objetivos era por meio dos métodos do mundo, os quais com frequência se tornaram cruéis e brutais. Por exemplo, Constantino fez com que o assédio sexual e a sedução se convertessem em delitos bem mais graves do que eram antes.

Mas as penas que impôs a estes delitos foram horríveis. Queimar viva a pessoa acusada, fazer com que feras selvagens a despedaçassem no anfiteatro ou derramar chumbo derretido em sua garganta.

Além disso, Constantino  e  seus  servidores  públicos  continuaram praticando  rotineiramente  as  torturas,  tal  como  seus  predecessores pagãos. Com o passar dos anos, Constantino se degenerou num governante cruel e autocrático que torrou os fundos públicos como um marinheiro embriagado.

Para pagar seus muitos gastos, ele sobrecarregou o povo com alguns dos impostos mais altos que o Império jamais havia experimentado. Constantino amava o poder  terrestre  e  foi  cruel  em seu desejo de protegê-lo.

Por exemplo, ele instituiu um sistema de espiões por todo o Império para que o mantivessem a par de qualquer crítica, qualquer possível adversário e qualquer  preparativo para uma rebelião.

Se os espiões acusassem alguém de traição, as autoridades prendiam o acusado e o levavam à força a Milão ou Constantinopla para responder às acusações. Caso não houvesse suficiente evidência contra o acusado, os carcereiros o torturavam até que confessasse seu "crime". O fato de o acusado ser um Cristão não mudava em nada sua sentença.

Discourse

Em 313 d.C., Constantino e seu cunhado Licínio proclamaram em conjunto o edito de Milão. Constantino governava o Império Romano Ocidental e Licínio governava o Oriental. Mas Constantino realmente não desejava um Império dividido.

Sua ambição era governar todo o Império Romano, e temia que Licínio pudesse ter a mesma ambição. Portanto, no ano 324, Constantino invadiu o território governado por Licínio. Ele justificou isto perante a Igreja alegando que Licínio havia novamente começado a perseguir os Cristãos.

Diferentemente de todas as guerras romanas anteriores, nesta guerra contra Licínio os soldados Cristãos participaram da matança. Constantino pediu aos bispos da Igreja primitiva que acompanhassem o seu exército e orassem por eles durante a batalha.

Também mandou  que  se construísse uma cruz enorme como um estandarte de guerra,  a qual seus soldados carregaram como um talismã que garantiria a vitória.

Segundo a lenda, na noite anterior à batalha, Constantino sonhou com uma cruz onde estava escrito em latim: "In hoc signo vinces", sob este símbolo vencerás. Finalmente, as tropas de Constantino foram vitoriosas e Licínio foi feito prisioneiro.

Agora ele era o único governante do Império Romano, e proclamou que Deus tinha feito ser assim!

Após sua vitória, Constantino fez uma promessa solene à sua irmã Constância, esposa de Licínio, prometendo-lhe que permitiria a Licínio passar o resto de sua vida em paz e tranquilidade. Ele inclusive confirmou esta promessa com um juramento.

No entanto, em menos de um mês, Constantino mandou executar Licínio. Ele não podia permitir que qualquer adversário em potencial permanecesse vivo.

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O fato de Constantino ter sido um imperador de legitimidade duvidosa influiu nas suas decisões religiosas e ideológicas. Enquanto esteve diretamente ligado a Maximiano, ele apresentava-se como o protegido de Hércules, deus que era o padroeiro de Maximiano na primeira tetrarquia.

Depois, Constantino passou a colocar-se sob a proteção da divindade padroeira dos imperadores-soldados do século anterior, o deus sol invicto.

Há dúvidas se ele realmente se tornou Cristão. Constantino favoreceu de modo igual ambas as religiões, o Cristianismo e o paganismo. Como sumo pontífice ele velou pela adoração pagã e protegeu seus direitos.

No dia anterior ao da sua morte Constantino fez um sacrifício a Zeus, e até o dia da sua morte não havia sido batizado!

Assim, Constantino não participou de qualquer ato litúrgico em sua vida, como a Missa ou a Eucaristia. Era uma prática comum na época retardar o batismo, que oferecia a absolvição a todos os pecados, para não "desperdiçar" a sua eficácia e efeito antes do fim da vida.

Constantino, por força do seu ofício de imperador, percebeu que suas oportunidades de pecar eram enormes e adiou seu batismo até o dia em que estivesse morrendo. Mas não deu tempo!

Foi sucedido por seus três filhos com Fausta, Constantino II, Constante e Constâncio II. Estes dividiram entre si a administração do império até que, após uma série de lutas, Constâncio II emergiu como imperador.

Triumph

Após a morte de Constâncio, um sobrinho de Constantino chamado Juliano tornou-se o novo imperador. Juliano foi um dos poucos membros de sua família que conseguiu escapar do massacre levado a cabo por Constâncio.

Ele tinha visto suficiente do "cristianismo" em ação e não queria ter nada a ver com ele.  De maneira que, embora tolerasse os primeiros Cristãos, Juliano procurou reviver o paganismo clássico no Império. Mas seus esforços fracassaram.

Um ano após a morte de Juliano, um Cristão "fiel' da Igreja chamado Valentiniano foi  proclamado como o novo imperador. Como Cristão católico, Valentiniano viveu uma vida casta e promoveu muitas leis louváveis.

Por exemplo, ele estabeleceu um médico público em cada um dos catorze distritos de Roma para que cuidasse dos pobres. Ele permitiu a liberdade de religião para os pagãos, os judeus e os primeiros Cristãos de todos os credos.

A vida sob o governo de Valentiniano deve ter  sido a era de ouro que os primeiros Cristãos estavam esperando. No entanto, não foi assim. Tal como os imperadores Cristãos que o precederam, Valentiniano nunca viveu um só dia sem o temor de que alguém lhe desse um golpe e lhe arrebatasse seu precioso trono.

Portanto, igual a Constantino, ele fez uso de espiões para tentar detectar qualquer deslealdade, particularmente daqueles que podiam se converter em adversários potenciais.

Valentiniano media a eficácia de seus governadores e magistrados de acordo com a quantidade de execuções  que  estes levassem a cabo em seus tribunais. Os espiões e os inimigos políticos com freqüência apresentavam acusações infundadas inclusive contra cidadãos respeitáveis.

As confissões obtidas por meio das torturas cruéis eram consideradas como evidência sólida contra os acusados. Muitas famílias ricas ficaram empobrecidas e centenas de senadores, chefes e filósofos padeceram de mortes vergonhosas em masmorras úmidas e câmaras de tortura.

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Cidadãos inocentes em todas as partes viviam atemorizados de que alguém, por qualquer razão, os acusasse de traição. Valentiniano adotou a posição de que a suspeita equivalia à prova quando se tratasse de traição ao seu governo.

A ofensa mais mínima ou imaginária poderia resultar na amputação da língua de um cidadão, ou em lançá-lo vivo na fogueira!

Um historiador fez a observação de que as palavras que Valentiniano mais usou foram: "Decapitem-no, queimem-no vivo e golpeiem-no com porretes até que morra".

Ele podia observar calmamente os cidadãos torturados se retorcerem em agonia e não sentir absolutamente nenhuma compaixão por eles. Também não achava que isto de alguma maneira violasse suas crenças "cristãs".

Finalmente, o próprio gênio descontrolado de Valentiniano veio a ser sua ruína. Um de seus servidores públicos havia convidado um rei bárbaro para um banquete, mas depois, de forma traiçoeira, o assassinou.

Em resposta a este ato, a tribo bárbara do rei assassinado adotou represálias contra os  romanos, saqueando várias províncias do Império. Em lugar de se desculpar pelo assassinato e procurar a reconciliação, Valentiniano dirigiu seus exércitos romanos contra os bárbaros e obteve uma vingança sangrenta.

Quando os embaixadores dos bárbaros vieram à tenda de campanha de Valentiniano para pedir clemência, ele se enfureceu tanto que seu rosto ficou quase da cor púrpura.

Valentiniano gritou com os mensageiros até não poder mais. No entanto, devido à sua fúria, um vaso sanguíneo de seu cérebro rompeu-se e ele morreu instantaneamente!



08 dezembro 2012

ALTERANDO A PALAVRA DE DEUS - CHANGING THE WORD OF GOD

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O ano 325 d.C. encontrou a Igreja primitiva enredada numa polêmica inflamada sobre a natureza do Filho de Deus e de Seu Pai. Os dois defensores principais nesta disputa eram Alexandre, bispo de Alexandria, e Ario, um ancião ou presbítero da mesma cidade.

Considerando-se como uma espécie de bispo universal, Constantino se encarregou de convocar um concílio mundial de bispos na cidade de Niceia a fim de resolver esta disputa. Ele inclusive dirigiu o mesmo concilio.

Vejamos antes do relato do caso, para uma maior compreensão da sua gravidade, alguns antecedentes sobre a natureza da heresia de Ario discutida no concílio. Abordaremos desta forma, a discussão antiga sobre a diferença entre "a natureza" e "a ordem".

Desde o primeiro século, a Igreja primitiva tinha mantido certas interpretações elementares a respeito do Pai e o Filho. Estas interpretações estavam bem fundadas nas Escrituras. Para compreender os ensinos históricos da Igreja sobre o Pai e o Filho, devemos entender a diferença entre "a natureza" e "a ordem".

Na Teologia, "natureza" ou "substância" refere-se à essência ou classe a qual pertence uma pessoa ou criatura. Todos os seres humanos são da mesma natureza ou substância. Nenhum homem ou mulher é menos humano do que qualquer outra pessoa.

No entanto, os seres humanos se diferenciam uns dos outros no que diz respeito à ordem ou às posições de autoridade. O presidente tem autoridade sobre o vice-presidente, por exemplo. Estas duas pessoas são iguais em natureza, mas se diferenciam em ordem. 

Pois bem, a Igreja primitiva sempre ensinou que o Pai e o Filho são da mesma natureza ou substância. O Filho não é algo alheio ao Pai. Ele não tem a natureza dos anjos, mas possui a mesma natureza que o Pai. Tanto o Pai como o Filho são igualmente Divinos. O Filho possui a verdadeira divindade, assim como o Pai.

No entanto, existe uma diferença de ordem ou autoridade entre o Pai e o Filho. A igualdade de natureza não significa igualdade de ordem. Assim como há uma hierarquia de ordem entre marido e esposa, também há uma hierarquia de ordem dentro da Trindade.

Paulo explicou isto ao dizer: "Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher, e Deus a cabeça de Cristo".

O Pai tem autoridade sobre o Filho. O Filho é enviado pelo Pai. O Filho faz a vontade do Pai. E o Filho assenta-se à direita do Pai. Esta hierarquia de ordem não pode ser invertida. Mas esta diferença na ordem de jeito nenhum diminui a divindade do Filho.

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Quando os Cristãos não entendem a diferença entre natureza e ordem, terminam com um entendimento confuso sobre a Trindade. E esse era o problema com o ancião do século IV, Ario. Ele confundiu a natureza e a ordem.

Devido à hierarquia de ordem que há na Trindade, Ario erroneamente achou que também há uma hierarquia de natureza ou substância. De modo que ele sustentava que o Filho não é da mesma natureza que o Pai. Ao contrário, dizia que o Filho estava em alguma posição entre os anjos e o Pai.

Constantino convocou um concílio mundial na cidade de Niceia. No entanto, desde a primeira assembléia chamada Concílio de Niceia, os partidários de Ario logo se deram conta de que iriam perder o debate, já que estavam superados numericamente.

Nesse momento, fizeram concessões importantes e pediram tolerância em vista da natureza incompreensível das questões em discussão. Eles inclusive acordaram em não empregar nenhuma linguagem ou expressões que não aparecessem nas Escrituras. 

No entanto, em vez de se aproximarem de Ario e seus partidários com amor, e com a intenção de acabar com esta divisão teológica na Igreja primitiva, os bispos ortodoxos receberam com desdém suas concessões e suas propostas de reconciliação.

Para melhor dizer, os bispos procuraram propositadamente uma resolução que tornasse irreconciliável o racha entre as duas partes. No entanto, nenhum bispo quis sugerir que o concílio fizesse o que anteriormente tinha sido inconcebível. Acrescentar algo às Escrituras.

De maneira que o concílio se encontrava num impasse. Nesse momento, Constantino interveio novamente para "ajudar" a Igreja!

Ele sugeriu que os bispos mudassem o simples credo que tinha servido à Igreja primitiva durante 300 anos e lhe acrescentassem a palavra homoousian (da mesma natureza), dizendo que o Pai e o Filho eram homoousian. Os bispos logo aceitaram a solução de Constantino e adotaram este novo credo.

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Niceia marca uma mudança decisiva na história Cristã, porém uma mudança para pior. Isso porque o credo niceno introduziu quatro novas corrupções na Igreja que a afastaram mais e mais do Reino de Deus e do Cristianismo primitivo original.

Após o Concilio de Niceia, a Igreja primitiva fez correto em excomungar Ario, responsável pela dissensão entre o clero e o ensino de falsas doutrinas.

Nos três primeiros séculos do Cristianismo primitivo, o assunto teria concluído aí. No entanto, Constantino foi além e desterrou Ario de sua cidade natal, de Alexandria, à província da Ilíria, do outro lado do Mar Mediterrâneo.

Constantino depois ordenou que queimassem todos os escritos de Ario e declarou que qualquer um que fosse surpreendido com seus escritos de seria executado.

Em vez de se oporem a estas medidas, os bispos aplaudiram-nas. Quatorze anos antes, os primeiros Cristãos eram os perseguidos. Agora eles eram os perseguidores. Constantino chegou a achar que a tarefa mais importante do magistrado civil era preservar e apoiar a fé "católica". 

Para Constantino, os hereges ou cismáticos que se opusessem às suas ordens não eram outra coisa senão criminosos rebeldes!

Com o tempo, ele começou a adotar quase palavra por palavra a linguagem dos decretos de Diocleciano, que tinha iniciado a última grande perseguição contra os primeiros Cristãos, e a aplicar essa linguagem aos vários decretos destinados a reprimir os hereges.

Este novo tipo de perseguição acabou sendo mais perniciosa em seus efeitos do que qualquer outra levada a cabo pela Roma pagã de anos atrás.

Esta nova perseguição, diferente da perseguição pagã, não escolheu como alvo todos os que acreditavam em Jesus como seu Senhor e Salvador, mas sim teve como alvo só aqueles a quem a Igreja institucional chamava de hereges.

Na verdade, os arianos eram hereges. Mas isso não justificava que os perseguissem. Além do mais, muitos dos que a Igreja perseguiu após isso não eram hereges, mais sim verdadeiros Cristãos do Reino de Deus.

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Com frequência, a perseguição não só escolhia como alvo os Cristãos inocentes do Reino, pois também manchava de sangue as mãos dos próprios perseguidores e os arrastava para a conduta depravada do mundo.

Os primeiros Cristãos começaram a imaginar que podiam empregar os instrumentos de satanás se o fizessem com um propósito "santo".

A perseguição tornou muito difícil a possibilidade de a Igreja algum dia ser reformada ou restaurada à sua pureza original, visto que qualquer reformador potencial logo era chamado de herege e depois silenciado.

Ao instituir a perseguição patrocinada pela Igreja primitiva, o Concílio de Niceia desfez qualquer bem que poderia ter resultado do Concílio. Em muitos sentidos, o impacto que o Concílio de Niceia teve sobre a teologia foi até mais grave que seu impacto sobre a perseguição.

Isso deveu-se ao fato de que o Credo Niceno fez com que a ortodoxia dependesse de uma palavra que nem sequer aparece nas Escrituras, "Homoousian".

No entanto, ao converter uma palavra que nunca se usa na Escritura na pedra de toque da ortodoxia, Niceia abriu uma caixa de Pandora pois, basicamente, o Concilio estava propondo que as Escrituras eram inadequadas!

O Concílio propunha que havia verdades essenciais, sem as quais não podemos ser salvos, que não estão expressas de maneira específica nas Escrituras.

Em vez de confiarem em Deus e crer que Suas Escrituras eram adequadas, os bispos do primeiro Concílio recorreram à solução humana para resolver a controvérsia. E o que se seguiu causou mais dano à Igreja primitiva do que qualquer prejuízo que Ario tivesse causado.

Já que os bispos tinham ido além das Escrituras, eles quase imediatamente viram a necessidade de declarar que a decisão do Concílio de Niceia tinha sido inspirada por Deus e que era de igual valor às Escrituras.

Para melhor dizer: "Estavam afirmando que as revelações especiais não haviam terminado com os apóstolos. Depois de um lapso de mais de duzentos anos, o Espírito Santo supostamente estava novamente dando uma revelação especial do mesmo nível das Escrituras".

Até nossos dias, a Igreja Católica Romana e a Igreja Ortodoxa Oriental declaram categoricamente que os pronunciamentos do Concílio de Niceia e dos outros chamados concílios ecumênicos têm a mesma autoridade que as Escrituras!


05 dezembro 2012

ENTRANDO NO REINO DE DEUS - ENTERING THE GOD'S KINGDOM

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Existem procedimentos ou passos que devem ser seguidos para que uma pessoa possa entrar no Reino de Deus. Para começar, as pessoas têm que ser libertas para que possam entrar. Isto se deve ao fato de que todo o gênero humano é escravo do pecado, de satanás e da morte. Jesus morreu para livrar-nos dessa escravidão.

Por intermédio da Sua morte, ele amarrou satanás e purificou todos os crentes por meio do Seu sangue. A pessoa se beneficia do sangue derramado por Jesus quando segue, por meio da fé, os passos estabelecidos nas Escrituras. Jesus instruiu seus apóstolos para que fossem capazes de ajudar as outras pessoas a entrarem no Reino de Deus.

Pouco depois de Jesus voltar para o Céu, os apóstolos tiveram a oportunidade de pôr em prática as instruções de Jesus. No dia de Pentecostes, o primeiro grupo de novos aspirantes entrou no Reino. Atos descreve como o fizeram: "E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos. Que faremos, meus irmãos?" E disse-lhes Pedro: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus Nosso Senhor chamar".

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Com muitas outras palavras testificava, e os exortava: "Salvai-vos desta geração perversa, de sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a Sua palavra", e naquele dia agregaram-se quase três mil almas.

Analisemos a seguir os passos mediante os quais os ouvintes de Pedro entraram no reino de Deus: Eles escutaram a mensagem de Jesus Cristo e Seu Reino, e acreditaram. Esta não foi uma convicção meramente superficial. Eles se compungiram em seu coração. Além disso, eles se arrependeram de sua vida anterior. O Novo Testamento define a palavra arrepender-se como pensar diferente ou reconsiderar. Portanto, os ouvintes de Pedro reconsideraram como desejavam viver.

Eles decidiram viver o resto de suas vidas como seguidores de Jesus Cristo e foram batizados em água e receberam o Espírito Santo. Após terem dado estes passos, eles entraram no Reino de Deus. Devemos observar que estas pessoas tiveram que se arrepender de seus pecados, mas não tiveram que expiá-los. Jesus faz a expiação por nós.

Nós não salvamos a nós mesmos. Jesus é quem nos salva. Os ouvintes de Pedro não tiveram que fazer nada para ganhar sua salvação ou para ganhar o Reino de Deus. Sua salvação e sua cidadania no Reino foram dons gratuitos. Eles foram salvos por meio da graça, e não por meio de sua própria justiça.

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O que aconteceu com a multidão que acreditou e nasceu de novo no dia de Pentecostes? Muitas coisas maravilhosas! Todos os seus pecados passados lhes foram perdoados e lavados com o sangue de Jesus. Experimentaram um novo começo de vida diante de Deus. Nasceram de novo como novas criaturas, experimentaram uma transformação espiritual sobrenatural e passaram a ser cidadãos do Reino de Deus. Estes novos cidadãos do Reino se converteram nos ramos da videira de Jesus. Se tivessem morrido naquele mesmo instante, teriam ido direto para o paraíso.

Segundo o evangelho "fácil" de hoje, aí terminaria o assunto. Neste evangelho popular todo pecado que uma pessoa tiver cometido assim como todo pecado que a pessoa cometerá no futuro lhe é perdoado quando ela "renasce". Este evangelho popular declara que a salvação consta de um único passo, de uma vez por todas. Uma vez que as pessoas nascem de novo, só se pode falar de sua salvação no tempo passado.

No entanto, Jesus nunca disse nada disso! O evangelho fácil não é o Evangelho do Reino de Deus. O Evangelho do Reino reconhece que há tanto um aspecto passado de nossa salvação como um aspecto futuro. Se a pessoa não compreender estas duas fases, não poderá compreender o Evangelho do Reino ou o ensino do Novo Testamento sobre a salvação. O Novo Testamento fala da salvação no tempo passado. Por exemplo, Romanos diz: "Porque em esperança fomos salvos".

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Portanto, quando nascemos de novo quer dizer que fomos tirados do mundo e, nesse exato momento, entramos no Reino de Deus e nossos nomes são inscritos no Livro da Vida. Ao escrever para os Filipenses, São Paulo falou de seus colaboradores como aqueles cujos nomes estão no Livro da Vida! Mas as Escrituras também se referem a um aspecto futuro da Salvação. Jesus disse: "E odiados de todos sereis por causa do meu nome, mas aquele que perseverar até ao fim será salvo".

Então, existe um aspecto futuro que devemos perseverar até o fim da nossa vida para que a Salvação seja definitiva. Jesus deixou isto bem claro na parábola da videira: "Eu sou a videira, vós os ramos, quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto, porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, e secará, e os colhem e lançam ao fogo, e ardem". Esta passagem mostra os dois aspectos da Salvação: passado e futuro.

Somente os que nasceram de novo, os que foram salvos, podem ser ramos nesta videira. Esse é o aspecto passado da Salvação. No entanto, o fato de sermos ramos na videira de Jesus não quer dizer que vamos permanecer na videira. Se não mantivermos nosso relacionamento de amor obediente, Deus nos tirará da videira. É por isso que também devemos falar do aspecto futuro da Salvação.

Por causa deste aspecto futuro da Salvação, Jesus disse aos Cristãos da Igreja primitiva em Sardes: "O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do Livro da Vida. E confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos Seus anjos". Então, só pelo fato de nosso nome ter sido inscrito no Livro da Vida no momento do novo nascimento, não podemos presumir que permanecerá ali. Na realidade, segundo as palavras de Jesus à Igreja em Sardes, parece que Ele iria apagar a maioria dos seus nomes.

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Notemos o que Ele diz: "Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes, e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso". Foi por causa deste aspecto futuro da Salvação que Jesus disse aos Cristãos em Tiatira: "Mas o que tendes, retende-o até que eu venha. E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações".

Sobre a Salvação, as Escrituras relatam: "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas, porque fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem. Se sofrermos, também com Ele reinaremos, se O negarmos, também Ele nos negará, porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do Santo Mandamento que lhes fora dado".

Jesus não está tão interessado no que dizemos, pois Ele está interessado no que fazemos! E isto Ele deixou bem claro numa de suas parábolas: "Um homem tinha dois filhos, e dirigindo-se ao primeiro, disse; filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. Ele, porém, respondeu; não quero! Mas depois, arrependendo-se foi trabalhar. O pai, dirigindo-se ao segundo filho, falou-lhe de igual modo, que respondeu; eu vou senhor, e não foi trabalhar. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-Lhe eles; o primeiro!"

Importa o que fazemos e não o que dizemos! Os ensinamentos de Jesus eram compreendidos pelas pessoas mais singelas, sem nenhuma formação acadêmica. Se uma pessoa tem que estudar durante anos para dominar a Teologia ou para que possa ensinar aos outros, algo está muito errado. Nem Jesus nem seus Apóstolos fundaram um seminário, porque nada disso é necessário para compreender o Evangelho do Reino de Deus.

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Os Cristãos do Reino raramente fundam seminários e, quando o fazem, sempre acabam perdendo o Evangelho do Reino. Ele é tão simples, tão livre de teologia complicada, que durante os primeiros trezentos anos do Cristianismo, a seguinte confissão de fé foi suficiente: "Creio em Deus Pai Todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra, e em Jesus Cristo, Seu único Filho, Nosso Senhor, que foi concebido do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao inferno, ao terceiro dia ressuscitou dentre os mortos, subiu ao Céu, e está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, e de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja, na Comunhão dos Santos, no perdão dos pecados, na Ressurreição do corpo e na Vida Eterna".

Esta singela confissão de Fé é conhecida como o Credo Apostólico. Na verdade, os primeiros Cristãos temiam ensinamentos e opiniões que iam além desta simples confissão de Fé. Mas esta era toda a teologia que um Cristão tinha que crer. Se alguns Cristãos quisessem se aprofundar mais, podiam fazê-lo, desde que não se envolvessem tanto em seus pensamentos a ponto de irem para além do que era tradicionalmente aceito.

Se o Credo Apostólico foi uma teologia adequada para os primeiros três séculos do Cristianismo, também deve ser para os séculos seguintes: ainda é uma teologia adequada para os nossos dias! A Igreja institucional não chegou a um melhor entendimento de Jesus Cristo depois que abandonou o Evangelho do Reino, ao contrário, afastou-se mais e mais dos verdadeiros Ensinamentos de Jesus.


JESUS CRISTO NÃO ERA JUDEU