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24 fevereiro 2021

O JULGAMENTO FINAL - THE FINAL JUDGMENT

JULGAMENTO-FINAL

Existem numerosos testemunhos de Jesus Cristo e dos Apóstolos sobre a realidade e indisputabilidade do Julgamento Universal, extensivo a todos os humanos vivos ou mortos, que será determinado pelo juízo de Deus. O destino final de cada setenciado deve perdurar por muito tempo e o resultado será a Vida Eterna para os justos e o tormento eterno para os malignos e perversos.

17 outubro 2020

A VIDA ETERNA - ETERNAL LIFE

VIDA-ETERNA

A Eternidade da alma humana é determinada quando aceitamos a Salvação - a felicidade eterna obtida após a morte - oferecida por Deus e corporificada desde a Ressurreição de Jesus Cristo. Na teologia, um novo paradigma comprova que o 'processo da salvação' é a grande síntese da manifestação de Deus e que esta revelação é intrinsicamente dinâmica.

22 setembro 2020

A EXISTÊNCIA DE DEUS E O UNIVERSO - THE EXISTENCE OF GOD AND THE UNIVERSE

DEUS-UNIVERSO

A existência de Deus é muito mais provável do que a Sua inexistência, e a onipresença da religião nas populações e suas experiências de contato direto com o divino não resultam numa prova absoluta, pelo menos para aqueles que não acreditam ou não vivenciaram experiências sobrenaturais que fornecem uma razão para a crença na existência de Deus. Da mesma forma, considerações de ordem metafísica e cosmológica acrescentam um peso a mais ao argumento conceitual.

18 setembro 2020

JESUS, A PÁSCOA E O ESTADO - JESUS, EASTER AND THE STATE

JESUS-PASCOA-ESTADO

Por que a corrupção no governo sempre nos surpreende e esperamos alguma coisa a mais em vez disso? O governo é uma força organizada que toma a nossa riqueza e fabrica as guerras, e mesmo assim ainda supomos que homens honestos serviriam para esse tipo de trabalho.

14 setembro 2020

DEUS E A ETERNIDADE - GOD AND ETERNITY

DEUS-ETERNIDADE

Deus em Sua essência é incompreensível e habita na luz inacessível, a qual nenhum homem viu nem pode ver. Nós não explicamos Deus e confessamos não ter um conhecimento exato a respeito Dele. No entanto, até certo ponto nós identificamos Deus, pois Ele revelou-se para a humanidade na forma humana do Seu Filho Jesus Cristo.

Mas devemos fazer a distinção entre a compreensão de Deus, o que essencialmente é impossível, e o conhecimento sobre Ele pois, ainda que seja incompleto, um pouco nos foi revelado através do conhecimento das Leis Universais, das maravilhas naturais e de nós mesmos, já que espelhamos o ato da criação primordial.

Os segredos de Deus desde a criação do mundo, o Seu eterno Ser e a Sua Divindade, entendemos claramente através das coisas que nos foram criadas. Desta forma, o que é invisível Nele torna-se visível através da observação da Criação como um todo, pois o Universo e a Terra são o reino do pensamento Divino materializado.

Deus revelou-se através da encarnação do Seu Filho unigênito, que O fez conhecido por nós ao ensinar os conhecimentos do Seu Pai. Jesus Cristo ensinou: "Todas as coisas Me foram entregues por Meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho O quiser revelar".

Até a queda do Império Romano do Ocidente, os hebreus heréticos introduziam a ideia de que Deus seria totalmente incompreensível e inacessível ao entendimento humano. Eles construíram suas afirmações sobre a suposição de que Deus seria constituido por uma essência simples, sem conteúdo interior ou qualidades.

Assim, começaram a criar denominações e atributos que julgavam ser pertinentes a Deus: Theos, 'Aquele que vê'; Jeová, 'Aquele que é', ou indicar alguma característica singular, como: 'A sua não-origem', etc. Isto é, de uma maneira acintosa e ofensiva os edomitas-talmúdicos dispuseram-se a inventar termos fictícios a respeito de Deus. Outros heréticos, como os marcionitas, também afirmaram que Deus é completamente desconhecido e inacessível à nossa compreensão.

DEUS-ETERNIDADE

Os gnósticos também raciocinavam desta forma, como Valentino, o teólogo gnóstico do período do cristianismo primitivo, e os anomoenses no IV século. O gnosticismo era um movimento religioso, de caráter sincrético e esotérico, desenvolvido nos primeiros séculos de nossa era à margem do Cristianismo institucionalizado, combinando misticismo e especulação filosófica.

Entretanto, para os cristãos existem diferentes níveis de intelectualização (discurso lógico) visando o conhecimento de Deus, o que é útil e necessário para nós. Se a essência de Deus fosse incompreensível, não falaríamos a respeito Dele! Se eu não consigo beber um rio inteiro, posso tomar a água com moderação para meu benefício.

Se meus olhos não podem enxergar tudo o que o sol ilumina, posso contemplar aquilo que é possível e necessário para continuar vivendo. Quando vou a um grande pomar e não consigo comer todas as frutas, não vou embora do pomar completamente faminto.

Se desejas falar sobre Deus renuncie a teu próprio corpo, a teus sentidos corporais e abandone a Terra. Faça com que o ar esteja abaixo de ti e passe sobre as estações do ano; coloca-te acima do éter e atravesse as estrelas - seu esplendor, grandeza e benefícios que elas fornecem, sua boa ordem, brilho, movimento e o vínculo entre elas.

Tendo passado através de tudo isso em tua mente, vá para o Céu. Postando-se acima Dele só com o teu pensamento, e observe as majestades que lá estão - os Chefes Arcanjos, a Glória dos Domínios, a Presidência dos Tronos, os Poderes, Principados e Autoridades.

Se quiser falar com Deus, eleve a tua mente acima dos limites dela e apresente-se à essência de Deus; imutável, simples, complexa, indivisível, poder inexplicável, magnitude infinita, glória resplandecente, infindável bondade, beleza incomensurável que golpeia poderosamente nossa alma mas que não pode ser validamente descrita em palavras.

DEUS-ETERNIDADE

Tal exaltação de espírito é demandada a alguém que quer falar com Deus. No entanto, nessa condição, os pensamentos humanos são capazes somente de permanecer nos atributos da Divindade e não na verdadeira essência da Divindade. Assim, pode-se falar somente dos atributos de Deus, mas não da Sua verdadeira essência.

A existência de Deus é atemporal, pois o tempo é somente uma forma para seres limitados e mutáveis. Para Deus não há passado nem futuro, só há o presente.

A Santidade consiste não só na ausência da malignidade ou pecado, mas na presença de valores espirituais mais elevados, juntos com a pureza em relação ao pecado. Santidade é como a luz, e a Santidade de Deus é como a mais pura das luzes. Ele é a fonte da Santidade para anjos e homens.

Os homens podem atingir a Santidade somente em Deus, não por natureza, mas por participação, por luta e oração. A Santidade e a Justiça de Deus estão intimamente ligadas. Deus chama cada um para a vida eterna Nele, no Seu Reino, e isso significa em Sua Santidade.

No Reino de Deus nada impuro pode entrar. O Senhor nos limpa por intermédio das provações, assim como por Seus atos providenciais, pois nós devemos passar pelo julgamento da justiça. Este julgamento para nós é terrível, por causa da nossa consciência dos valores cristãos, morais e espirituais. Como poderemos entrar no Reino da Santidade e Luz se nos sentirmos impuros, sem nenhuma semente de Santidade! 

DEUS-ETERNIDADE

Deus oferece ao ser humano tantas coisas boas que cada um pode receber estas dádivas de acordo com a sua natureza e condição, que corresponde estar em harmonia geral com o Universo. Mas só para o homem é que Deus revela uma bondade particular.

Ele nos ama mais do que um pai, uma mãe, um amigo ou qualquer outro que nos possa amar. Ama-nos mais do que nós podemos amar a nós mesmos, porque Ele está preocupado mais com a nossa Salvação do que com a Sua própria Glória. Um testemunho disso é que Ele enviou ao mundo Seu Filho Único, Jesus Cristo, para sofrer e morrer somente para nos revelar o caminho da Salvação e da Vida Eterna.

Se o ser humano não entende o poder completo da bondade de Deus, isso ocorre porque concentra seus pensamentos e desejos demasiadamente no seu bem-estar terreno. A Providência de Deus costuma dar-nos coisas terrenas e temporais junto com o chamado para adquirirmos as 'coisas boas eternas' para a nossa alma.

Por conseguinte, nós acreditamos em um só Deus, um princípio sem começo, incriado, indestrutível e imortal, eterno, ilimitado, incircunscritível, irrestrito, infinito em poder, incorporal, imutável, desapaixonado, constante, invisível, fonte de bondade e justiça, luz intelectual e inacessível. O Poder que não está sujeito a qualquer medida, mas que é medido somente por Sua própria Vontade, pois Ele faz todas as coisas que O agradam.





17 abril 2020

A VIDA DO SANTO PAPA PIO X - THE LIFE OF HOLY POPE PIO X

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A sedia avançou, carregando o Papa Pio X. Ele usava um manto vermelho e a alta mitra dourada. Seu rosto era doce e triste, sua alma, longe de todo esse espetáculo e esplendor, parecia perdida na contemplação da distância que separa as coisas da Terra das coisas do Céu, enquanto sua mão movia-se de um lado para o outro abençoando os fiéis. Profundamente gravado no seu rosto pensativo, no qual nenhum sorriso poderia aliviá-lo, ele realmente carregava nos ombros o peso da dor do mundo. De repente, um movimento na multidão interrompeu a procissão, e o sereno rosto do Papa ergueu-se como se despertasse da sua contemplação. Ele inclinou-se para a frente, e um sorriso de doçura e bondade infinita, como um raio de sol num céu invernal, iluminou por um momento suas feições tristes, enquanto ouvia-se dois italianos murmurando: "Ó Pai, querido! Querido e velho Pai!"

Giuseppe foi o segundo filho, entre dez irmãos, de uma família rural da província de Treviso, na região do Vêneto, Itália.  Ordenou-se sacerdote em 1858, aprofundando-se no estudo do direito canônico e da obra de São Tomás de Aquino. Em 10 de Novembro de 1884 foi elevado ao status de Bispo de Mântua, em seguida tornou-se Patriarca de Veneza em 1896. Foi eleito Papa em 04 de Agosto de 1903, com 55 votos dos 60 possíveis durante o Conclave. Escolheu como seu lema, Renovar todas as coisas em Jesus Cristo, sabiamente expresso na sua Encíclica "Supremi Apostolatus". O Papa Pio X destacou-se como um defensor intransigente da ortodoxia doutrinária e governou a Igreja Católica com uma mão firme, numa época na qual o laicismo era intenso e hostil à influência da Igreja. Pio X condenou as diversas tendências do modernismo como a síntese de todas as heresias! 

O Papa foi realizou grandes reformas na liturgia e codificou a Doutrina da Igreja Católica, no sentido tradicional, facilitando a participação popular no Sacramento da Eucaristia. Foi um Papa pastoral, encorajando estilos de vida que refletissem os valores cristãos. Permitiu a prática da Comunhão Eucarística frequente e incentivou o acesso das crianças à Eucaristia, quando chegada a chamada idade da razão. Promoveu ainda o estudo do canto gregoriano e do catecismo. Ele foi o autor de um catecismo que, mais tarde, tornou-se conhecido como "Catecismo de São Pio X". Criou a Pontifícia Comissão Bíblica e consolidou o Código de Direito Canônico, promulgado em 1917 após a sua morte. O Santo Papa Pio X escreveu e publicou 16 encíclicas durante o exercício da sua missão na Terra.

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Em 1873, Giuseppe Melchiorre Sarto era um jovem pároco de Salzano, vilarejo italiano na região do Vêneto, província de Veneza, durante a epidemia de cólera que cobrou 150.000 vidas na Itália. Nesta época, o futuro Papa foi um amparo e o porto seguro para a população, consolando os aflitos, cuidando dos enfermos e enterrando corpos, ignorando a própria segurança pois só preocupava-se pelos paroquianos sofredores. Sua compaixão por todo tipo de dor ou tristeza foi uma das suas características ao longo da vida. Não foi sem razão que recebeu a fama de "carregar o maior coração e suportar toda a dor da humanidade". A visão do sofrimento alheio o levava às lágrimas, e não havia qualquer problema do corpo ou da alma humana que não despertasse a sua empatia e compaixão. 

Em 1895, Giuseppe Sarto já ocupava o cargo de Patriarca de Veneza quando, durante sua caminhada diária pelos bairros pobres da cidade, ouviu gritos penetrantes de criança, aparentemente sendo surrada pela mãe, vindos de uma casa no final de um beco. Logo, o Cardeal Giuseppe caminhou célere pela rua e tocou a campainha da casa vigorosamente, e uma janela abriu-se e apareceu o rosto de uma mulher enfurecida. "Pare de bater nessa criança de uma vez!", foi a ordem do indignado Cardeal. A mãe, branca de espanto ao ver o Patriarca na sua porta fechou a janela, confusa, mas as surras cessaram para sempre.

Qualquer fato relacionado com a tirania despertava a indignação de Pio X. Quando diversos relatos chegaram a ele, fortes demais para serem ignorados, sobre a condição das tribos indígenas no Brasil e o tratamento atroz ao qual eram submetidas, os bispos daquele país foram exortados a fazer o possível para pôr um fim ao que era nada menos do que uma escravidão cruel. Estes casos eram os tipos de tristezas que torciam o coração do Santo Homem, que só preocupava-se com os cristãos do mundo. Todas as calamidades despertavam sua atenção e os sofredores eram consolados com palavras de Fé e farta ajuda material.

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Até a imprensa laica, menos favorável ​​à Igreja e seus atos, ressaltou o interesse paternal e pessoal do Papa pelas alegrias e tristezas da sua congregação mundial de cristãos. Em 1908, seu apelo à caridade e ajuda dos católicos europeus por ocasião do terremoto da Calábria, que em momentos destruiu as cidades de Messina, Reggio e as aldeias vizinhas, soterrando milhares de pessoas, teve uma resposta magnífica. O auxílio financeiro de milhões de francos foi generosamente oferecido para suprir as necessidades imediatas dos sobreviventes e desabrigados, e no dia seguinte ao desastre, Pio X enviou especialistas para resgatar as vítimas e trazê-las para o amparo dos hospitais na cidade de Roma.

O grande número de pessoas afetadas pelo terremoto que chegava diariamente em Roma, era logo transportado para o Hospital de Santa Marta, entre outras instalações na região da grande metrópole. A compaixão cristã do Papa e sua grande iniciativa, além da magistral estratégia organizacional para lidar com o resgate, renderam uma explosão de elogios até mesmo do afamado 'sindicato anticlerical', enquanto um periódico esquerdista expressava sua admiração: "Este Papa, que diziam ter como sua política o Evangelho e como diplomacia os Ensinamentos de Jesus Cristo, inflamou a imaginação da população mundial por sua coragem apostólica, simplicidade e uma Fé obstinada".

Escreveu o Monsenhor Benson: "Talvez tenha sido seu desejo ardente de ajudar e confortar qualquer tipo de sofrimento da humanidade, unido à santidade pessoal, oração fervorosa e ao amor incondicional, que transformaram o toque da sua mão e sua bênção tão eficazes na cura dos doentes e na realização dos milagres em nome de Deus". As maravilhosas graças obtidas através das orações e o toque divino do Papa Pio X dominavam as conversas em Roma, pois várias pessoas testemunharam estes fatos inexplicáveis pelas leis naturais.

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As notícias sobre os milagres do Papa espalharam-se pelo mundo, e uma jovem da Inglaterra lendo os Atos dos Apóstolos, o Livro de autoria do apóstolo Lucas, sentiu que devia encontrar o Papa pois sofria de ulcerações na cabeça e no pescoço que nunca curavam, dizendo: "Se a benção de São Pedro sobre os doentes os havia curado, a mão do seu sucessor me curaria". Assim, ela e a mãe viajaram para Roma. Durante uma audiência pública, Pio X caminhava entre os fiéis conversando aqui e ali enquanto avançava, até que acenou suavemente para uma jovem ajoelhada, e aproximando-se abençoou a menina. Neste exato momento ela sentiu que estava curada, e na volta ao albergue ela e a mãe removeram as ataduras e viram que as feridas estavam completamente cicatrizadas!

Mais notável ainda, foi o caso das freiras florentinas sofrendo de paralisia progressiva. Elas viajaram com grande dificuldade para Roma e numa audiência privada pediram que o Papa as curasse. "Por que você quer ser curada?" perguntou Pio X a uma das freiras. "Para que possamos trabalhar para a Glória de Deus", respondeu a irmã. Então, o Papa colocou a mão sobre suas cabeças e abençoou-as. "Tenham Fé, vocês estão bem e farão muito trabalho pela Glória de Deus". Neste momento elas foram restauradas à saúde! Mas Pio X pediu que elas ficassem em silêncio sobre o milagre. Na chegada, elas mal tinham forças para se arrastar, mas na volta caminhavam como mulheres saudáveis; tanto que o taxista que as esperava recusou-se a levá-las para o albergue porque não eram as 'mesmas pessoas que ele tinha transportado'.

Desta vez, numa audiência pública no Vaticano, apresentou-se um homem que carregava seu filho pequeno, paralisado desde o nascimento e incapaz de locomover-se. "Dê-o para mim" pediu Pio X, e levando a criança colocou-a sentada sobre seus joelhos, e continuou a palestrar com um grupo de peregrinos. Instantes depois, a criança escorregou do joelho do Papa e começou a brincar e correr pelo salão das audiências! Assim, podemos confirmar que o toque de um Homem Santo, seus objetos pessoais e principalmente sua interação com os enfermos, carregam um enorme potencial de cura em nome de Deus - o que foi plenamente confirmado através dos milagres de Jesus Cristo e Seus apóstolos.

Jesus confirmou literalmente que a Fé em Deus e o Seu Amor é que tornavam possíveis a realização dos Seus milagres, e o Santo Papa Pio X também afirmava: "Este é o poder das Chaves de São Pedro". Acontecimentos ainda mais maravilhosos do que as graças obtidas pelo toque pessoal do Papa, foram os milagres ocorridos a grande distância através das bênçãos e orações, além das suas visões proféticas sobre os acontecimentos que futuramente marcariam a História da humanidade.

Archduke-Charles

No verão de 1911, a princesa Zita de Bourbon-Parma, noiva do arquiduque Charles da Áustria, teve uma audiência com o Papa Pio X. Charles era o segundo da linhagem sucessória ao trono imperial austríaco. Pio X felicitou a princesa por seu próximo casamento e referiu-se ao futuro marido como o herdeiro do trono. A princesa observou respeitosamente que seu marido não seria o herdeiro pois o primeiro sucessor era Franz Ferdinand. O Papa ficou sério e insistiu que Charles é que seria o sucessor! Mas ela garantiu a ele que Franz Ferdinand era saudável e certamente não abdicaria, e o Papa preocupado comentou com a voz grave: "Se é uma abdicação eu não sei".

Claramente o Papa profetizara o futuro de Franz Ferdinand e sua esposa Sophie, a duquesa de Hohenberg, que em 28 de junho de 1914 foram assassinados em Sarajevo. O assassinato do arquiduque é considerado a causa principal da Primeira Guerra Mundial, e a imediata declaração de guerra do Império Austro-Húngaro à Sérvia confirma o fato. Charles I da Áustria, o marido da princesa Zita de Bourbon-Parma, foi entronizado e reinou até 11 de novembro de 1918 como o último Imperador da Áustria. Acabou sendo deposto e foi exilado para a Ilha portuguesa da Madeira, onde morreu de insuficiência respiratória em 01 de abril de 1922.

No convento do Sagrado Coração de Jesus na Irlanda, uma serviçal da comunidade religiosa padecia de osteoartrose do quadril e não aguentava manter-se em pé. Em outubro de 1912, a madre superiora soube das curas do Papa Pio X e decidiu recorrer ao seu auxílio. Pediu que a filha de seis anos da enferma escrevesse ao Papa pedindo-lhe que abençoasse a sua mãe. Na noite de 29 de outubro, esta percebeu que a dor havia sumido, e na manhã seguinte levantou-se e caminhou até a Igreja para uma oração de graças. Só mais tarde é que soube do envio da carta ao Papa, e comentou: "Eu não entendia o que tinha acontecido, tudo o que sabia era que a dor desaparecera e eu podia andar".

SANTO-PAPA-PIO-X

Um trabalhador e sua esposa criavam um filho de dois anos que sofria de meningite meningocócica, a inflamação na membrana que envolve o cérebro. O médico já havia perdido a esperança e pediu ao pároco local que repassasse a triste notícia aos pais do menino. Então, após ouvirem o prognóstico médico, os pais lembraram do passado distante e disseram: "Vamos escrever ao Papa, pois já confessamos com ele quando éramos crianças na época em que costumava ouvir confissões durante seu bispado em Mântua". Assim, a carta foi escrita e enviada para Pio X que, respondeu e pediu que o casal orasse pelo filho. No dia seguinte a criança estava curada!

Outro caso envolveu Marie-Françoise Deperras, uma freira que sofria de câncer ósseo e curou-se durante uma novena, quando colocou uma relíquia do Santo Papa em seu peito. Outro milagre beneficiou a freira Benedetta De Maria que também sofria de câncer. Após uma novena Benedetta tocou uma imagem de Pio X e foi curada. O cardeal Ernesto Ruffini, arcebispo de Palermo, recorreu ao Papa depois que recebeu o diagnóstico médico de tuberculose. Pio X encontrou-se com Ruffini e abençoou o amigo, depois simplesmente pediu que ele voltasse para casa pois já estava curado. 

Francesco Belsami, advogado de Nápoles, foi diagnosticado com um abscesso pulmonar sem remissão, foi curado ao colocar uma foto do papa Pio X em seu peito. Outro milagre envolveu a irmã Maria Ludovica Scorcia, contaminada por um grave vírus neurotóxico. Assim, depois de uma novena para obtenção da graça do Papa ela ficou curada. A remissão da doença de uma freira redentorista passando pelos estágios agudos de um câncer, serviu-se da aplicação de um material (tecido) usado pelo Papa Pio X, fato testemunhado pelo Cardeal Vives y Tuto.

SANTO-PAPA-PIO-X

Para o súbito retorno à vida da esposa de Don Rafael Merry del Mal, quando sua morte foi oficialmente declarada, foi utilizada a oração intercessória para a benção do Santo Papa Pio X. Outro caso envolveu Clem Lane, que sofrera um ataque cardíaco e permanecia na "tenda de oxigenação" esperando a morte, desde que até recebera a extrema-unção. Mas, quando uma relíquia do Papa foi colocada sobre ele sua recuperação imediata causou grande surpresa para os médicos. Uma irmã católica da Webster University no Missouri confirmou que seu irmão sacerdote foi curado através de uma oração intercessória para o Papa Pio X.

Oração intercessória é a ação de orar por outras pessoas. Jesus Cristo foi considerado o intercessor supremo, e por Sua causa todas as orações cristãs tornam-se uma intercessão pois são oferecidas a Deus por intermédio de Jesus, que aproximou-nos de Deus ao sacrificar-se pelos nossos pecados. Jesus é o mais importante mediador e intercessor da História, e por causa Dele podemos interceder através da oração em benefício das outras pessoas. O Papa Pio X, com humildade, fazia todo o possível para abafar as notícias sobre seus milagres, e respondia feliz: "Não tenho nada a ver com estes fatos, pois o responsável é o poder das Chaves de São Pedro".

O Papa Pio X mantinha um conceito preciso sobre a música sacra, pois a considerava como uma importante parte da liturgia da Missa. A essência desta reforma de São Pio X está contida no "Motu Proprio Tra le sollecitudini", qualificado pelo Papa João Paulo II como o verdadeiro código jurídico da música litúrgica. Pio X ensinou: "A música contribui para ampliar a solenidade das sagradas cerimônias e sua atribuição principal é adornar de adequadas melodias o texto litúrgico proposto à consideração dos fiéis, o seu objetivo final é acrescentar mais eficácia ao texto. Uma composição religiosa será um tanto mais sacra e litúrgica quanto mais aproximar-se da melodia gregoriana".

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Pio X oportunamente estabeleceu as ligações entre o liberalismo e as doutrinas socialistas: "Alerto os cristãos para as perniciosas doutrinas e princípios subversivos do liberalismo e das suas crias: o socialismo e a anarquia. A tirania invasora do socialismo sempre conduzirá ao totalitarismo, e só defrontando estes fatos à luz das doutrinas cristãs podereis opor-vos eficazmente ao progresso do socialismo, que avançará ameaçador para destruir a sociedade já abalada. A Igreja sempre sofreu perseguições, mas desta vez as armas modificaram-se. Agora inicia-se uma nova fase da eterna guerra declarada contra Deus, mas não há nada de novo a não ser as armas empregadas: o laicismo, a expressão maior do idealismo e do racionalismo".

Ensina o Papa Pio X: "A dignidade humana mal compreendida pelos liberais e modernistas é, ao contrário do que pensam, fundada sobre a autonomia do indivíduo. Segundo os liberais, o homem só será verdadeiramente homem no dia em que tiver adquirido uma consciência esclarecida e independente capaz de dispensar seu mestre obedecendo somente a si mesmo. Porém, a dignidade dos mártires é que foi o apogeu da excelência humana, devido aos seus valores, a rigidez dos princípios morais e a resignação diante do sofrimento, que fizeram deles a antítese do que pretendem os liberais".

Mas, furtivamente, uma nuvem negra, física e ideologicamente ameaçadora avançou sobre as nações da Terra, quando o espectro do comunismo iniciou sua caminhada perniciosa e avassaladora; destruindo instituições, aniquilando populações, excluindo religiões, deturpando a moral humana e depravando as leis estabelecidas na tentativa de trocar o certo pelo errado, o belo pelo feio, amor pelo ódio e paz pela guerra. O comunismo! A ideologia genitora do caos em que vivemos nos tempos atuais. Então, a Era da Desolação teve seu início marcado pela morte de milhões e a destruição desmedida.

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A revolução portuguesa em 1911 foi um enorme padecimento para Pio X, pois a Nova República era amargamente anticatólica e anticlerical. A primeira ação dos revoltosos foi dissolver as ordens religiosas e confiscar seus prédios e pertences, e isto foi feito da maneira mais brutal possível, pois as freiras foram encarceradas depois que seus conventos foram saqueados e os habitantes das aldeias vizinhas executados. Milhares morriam das privações sofridas, enquanto outros testemunhavam na carne a desumanidade dos carcereiros ensandecidos. Qualquer instrução religiosa foi proibida nas 'novas escolas do governo' e os padres foram presos. O Bispo do Porto foi expulso da sua diocese e do país!

A lei da separação entre a Igreja e o Estado abateu-se mais fortemente em Portugal do que na França comunista, pois o objetivo dos socialistas portugueses era a eliminação total do Cristianismo da sociedade portuguesa. Todos estes fatos pesaram no coração do 'Pai da Cristandade' que agora padecia pelos seus filhos sofredores e desterrados. Ele protestou contra a injustiça e os crimes perpetrados pelos comunistas na Encíclica "Jamdudum in Lusitania", de 24 de maio de 1912, na qual expôs e condenou as agressões e as medidas opressivas da nova república. Uma emocionante carta enviada para Pio X expressou a gratidão do clero português pelo protesto corajoso do Papa.

Na primavera de 1913 a saúde do Papa causava apreensão, pois uma forte gripe o enfraquecera bastante, logo seguida por uma recaída diagnosticada erroneamente como pneumonia, devido ao aparecimento sintomas pulmonares que acabaram por revelar apenas uma bronquite aguda. Assim, chegavam de todas as partes do mundo orações de apoio e votos de uma rápida recuperação para Pio X, enquanto que na cidade de Roma a ansiedade intensa sentida pela população vergava-se como um peso imenso sobre a cidade!

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O Papa recuperou-se bem, porém ele não era um bom paciente, pois seus médicos tinham muita dificuldade em mantê-lo quieto no leito. O médico pessoal do Papa, Dr. Amici, relatou que na sua ausência o Papa desobedecia as ordens médicas e recebia convidados ou acertava acordos políticos urgentes que precisavam da sua presença. "Apenas pense na nossa responsabilidade diante do mundo" disse o Dr. Amici ao Papa Pio X, seu paciente mais recalcitrante. "E você pense na minha responsabilidade diante de Deus se eu não cuidar da Sua Igreja!", respondeu o Papa, feliz.

Durante o inverno anterior, Rosa Sarto, a irmã mais velha do Papa faleceu. Ela estivera ao lado do irmão a vida toda, pois ainda jovem foi cuidar da casa quando Giuseppe era apenas um curador em Tombolo, província da Pádua. Rosa também o acompanhou a Salzano, região do Veneto, e durante os anos em que viveu em Treviso e Mântua, ela também cuidava da mãe idosa até sua morte. Logo após veio para Roma com as duas irmãs mais novas e uma sobrinha para auxiliar o irmão, o então Cardeal Sarto, durante sua caminhada até o papado. Esta unida, eficiente e amorosa família Sarto levava uma vida tranquila fazendo caridade e executando suas boas obras!

Aqueles que foram orar na última morada da facelida Rosa Sarto, ficaram igualmente impressionados com a simplicidade do ambiente aonde residira e a intensa sensação de paz que prevalecia no local. No pequeno quarto, repousada numa cama de ferro comum, jazia uma senhora com um rosto doce e quase transparente emoldurado por um boné branco e liso. Adornando o quarto, viam-se pétalas de violetas e rosas espalhadas sobre a cama e junto ao corpo sereno, emoldurando a beleza única e pura desta cena final.

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O funeral ocorreu na "Basilica Papale di San Lorenzo fuori le Mura" e todos os Cardeais de Roma estavam presentes, juntamente com uma grande multidão ansiosa por honrar alguém que foi tão próximo do Santo Padre, que infelizmente não estava presente por problemas de saúde. Mas, seguindo em espírito a última jornada da querida irmã, Pio X ajoelhou-se em seu oratório e rezou pela alma imaculada de Rosa Sarto. Telegramas e mensagens chegavam de todo o mundo demonstrando empatia pela perda do Papa, que sempre carregou consigo toda a tristeza do mundo. Pio X estava abatido, mas a demonstração de amor e interesse de tantas pessoas foi um imenso consolo para a dor que sentia, um ato que o comoveu profundamente!

Mas um novo golpe estava reservado para o Santo Padre, pois as notícias reveladas pela imprensa mostravam que a revolução socialista espalhara seu ódio até a nação mexicana, onde os sofrimentos dos seus filhos novamente abalaram a saúde do Papa Pio X. José Venustiano Carranza liderava uma revolução contra Victoriano Huerta, o presidente do México, mas o bandido Pancho Villa, o principal correligionário de Carranza, logo voltou-se contra ele e iniciou uma contra-revolução seguida por uma perseguição sistemática aos religiosos e cristãos no país.

Muitos padres foram forçados a fugir e vários outros cruzaram a fronteira dos Estados Unidos para evitar um truque favorito dos insurgentes: 'eles prendiam os religiosos e contando com a importância do pastor para seus fiéis, exigiam um resgate exorbitante, mas no final matavam a vítima'. Ultrajes horríveis se seguiram! Padres foram baleados, mortos a pauladas e esquartejados; enforcados ou jogados nas masmorras. Igrejas foram convertidas em quartéis e os cálices sagrados da Santa Missa foram usados como taças de bebidas alcoólicas. Novamente a sombra insidiosa do comunismo arrasava outra nação, invertendo seus valores e aniquilando milhares de vidas. 

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O arcebispo de Durango, a cidade mais cristã do México, foi obrigado a varrer as ruas, e religiosos foram baleados por  recusarem-se a denunciar os esconderijos dos seus irmãos de Fé. O destino das freiras e religiosas mexicanas não deve nem pode ser descrito aqui neste relato, mesmo que o governo revolucionário tenha criado uma agência de imprensa nos Estados Unidos para negar os 'fatos impensáveis', inundando os correios com calúnias contra a Igreja e o clero. Mas a verdade tornou-se gradualmente conhecida pelo Papa Pio X, não em sua totalidade, mas o suficiente para trazer ao corajoso coração velho do Santo uma nova pontada de angústia.

Na noite de 28 de junho de 1914, o Papa sentia-se apreensivo e solicitou a presença do Cardeal Merry del Val, que atemorizou-se com a aparência frágil do Santo Padre, pois o medo e a preocupação dominavam suas feições. A mão que São Pio X estendeu tremia, quando sussurrou: "Il Guerone (A Grande Guerra) está por vir, e não vamos terminar este ano em paz". Uma batida na porta interrompeu a conversa, e uma missiva foi entregue ao Papa que, com a mão  trêmula, deixou-a cair. Merry del Val pegou o papel e leu que o Imperador da Áustria, Franz Ferdinand e sua esposa Sophie, a duquesa de Hohenberg, foram assassinados em Sarajevo.

Ainda não entendendo as graves implicações do fato, o Cardeal Merry del Val tentou atenuar a aflição do Papa argumentando que um evento como este não desencadearia uma Guerra Mundial. Mas Pio X, sentindo-se extremamente cansado, apenas exclamou: "Meu Senhor!", e dirigindo-se à capela do Vaticano caiu de joelhos e rezou diante do sacrário. Claramente Pio X compreendera a situação precária das alianças europeias, que não seriam capazes de ignorar um evento político tão dramático como o assassinato do imperador austríaco Franz Ferdinand.

SANTO-PAPA-PIO-X

Assim, o Papa Pio X mal dormia, entretanto sua saúde parecia estável. Em 19 de agosto, depois de conceder uma última audiência na Festa da Assunção, Pio X acamou-se com uma febre leve, mas permaneceu completamente prostrado. Então, percebendo a gravidade da sua situação, o Papa voltou-se ao seu secretário e disse: "Que a vontade de Deus seja feita, pois acho que é o fim. Talvez Deus, em Sua infinita bondade, deseje poupar-me dos horrores que irão abater-se sobre a Europa". Naquela tarde, o Cardeal Merry del Val soube que o Papa Pio X sofria de pneumonia aguda sem esperanças de recuperação, e relatou: "Ele desgastou-se muito no último ano para resistir a uma doença grave".

De acordo com o médico, Dr. Machiafva, estas foram as palavras usadas por Giuseppe Melchior Sarto, o Santo Papa da Eucaristia, quando despediu-se deste mundo: "Ofereço minha vida como um sacrifício para prevenir o massacre de tantos dos meus filhos na guerra". Assim, nas primeiras horas de 20 de agosto de 1914, os sinos tocaram por toda a cidade de Roma indicando a hora final do Papa Pio X. No seu semblante tranquilo, um intenso amor transluziu na sua face quando professou suas últimas palavras no dialeto veneziano: "Gesu, Giuseppe e Maria, vi dono il cuore de l’anima mia!" (Jesus, José e Maria, eu entrego a vós o coração da minha alma!). O Católico, o Camponês, o Pontífice e Salvador de tantas almas humanas era agora um só, no momento da perfeita e total auto-rendição.

Em 19 de maio de 1944, o corpo do Papa Pio X foi exumado e levado para a Capela do Santo Crucifixo na Basílica de São Pedro, para dar prosseguimento ao processo de canonização. Ao descobrirem o corpo do Santo Papa Pio X, os oficiais relataram que ele estava notavelmente preservado e incorrupto, apesar de ter sido sepultado há 30 anos, sem embalsamamento a pedido do próprio Papa. Segundo o médico Jerome Dai-Gal, o corpo do Papa não sofrera qualquer modificação. Assim, no término do processo apostólico de santificação, o Papa Pio X recebeu a homenagem honrosa de ser "O Venerável Servo de Deus".



26 janeiro 2020

A NOSSA FÉ CRISTÃ - OUR CHRISTIAN FAITH

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Jesus Cristo ensinou que devemos manter um comportamento vigilante a fim de evitar as inconveniências e perigos que assolarão nosso planeta. Assim, devemos manter-nos alertas e seguir as  considerações de Jesus sobre as adversidades futuras e deduzir quais são as implicações atuais deste conhecimento que nos foi repassado há séculos.

27 março 2017

A IGREJA DA SUÉCIA - THE CHURCH OF SWEDEN

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A atual Igreja da Suécia não é a outrora forte e austera Igreja Luterana. No passado, o povo sueco criou-se nela e, até a década de 50, ninguém imaginava abandoná-la por qualquer motivo. Porém, atualmente, ela é uma instituição que nada tem a ver com o Cristianismo ou Nosso Senhor Jesus Cristo. Segundo o "World Values Survey" — projeto de pesquisa global que explora os valores e crenças da sociedade — a Suécia é uma das nações mais seculares do mundo.

Assim, todos os anos um expressivo contingente de fiéis suecos desiste da sua Igreja, enquanto que no passado somente os ateus a abandonavam por diferentes razões. Agora os Cristãos luteranos e devotos abandonam suas crenças devido ao relacionamento cada vez mais questionável entre a Igreja da Suécia e a Fé Cristã.

Em 2013, Antje Jackelén, atual arquiepiscopisa primaz luterana da Igreja, participava de um programa de perguntas quando foi questionada se "Jesus Cristo transmitia uma imagem mais verdadeira de Deus do que Maomé?" Surpreendentemente, a futura arquiepiscopisa não disse que sim e nem respondeu a questão, limitando-se a iniciar um entediante monólogo sobre as várias possibilidades para se alcançar a fé e Deus. 

Evidentemente este fato aborreceu muitos paroquianos como também a sacerdotisa e professora Eva Hamberg, que renunciou ao cargo em sinal de protesto e largou seus deveres na congregação. "Isso fez com que eu saísse mais rápido. Se a futura arquiepiscopisa não consegue defender o Credo dos Apóstolos e sim racionalizá-lo, vemos que a secularização foi longe demais", relatou Hamberg ao jornal cristão "Dagen".

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Eva Hamberg conduz pesquisas sobre o processo de secularização da Suécia e confirma que aquele acelera-se cada vez mais rápido, principalmente no seio da Igreja — tomando como exemplo o fato de que Antje Jackelén não acredita na Imaculada Conceição que considera uma simples metáfora. Hamberg também salientou a falta de reverência à Santíssima Trindade e alertou que sacerdotes evitam citar a palavra Jesus durante a celebração da Eucaristia para não "ofender" outras religiões.

"Há uma enorme intolerância na base da Igreja e todos os candidatos aos cargos eclesiásticos só estão interessados ​​em discursar sobre a necessidade do diálogo, mas são apenas frases vazias. Na realidade os líderes da Igreja perseguem os dissidentes, e caso alguém não concorde com a ordenação das mulheres também não será ordenado. O espaço de manobra é incrivelmente baixo!", acrescentou Hamberg.

Assim que Antje Jackelén conquistou o cargo de primeira arquiepiscopisa sueca, logo veio o primeiro choque: como seu lema escolheu "Deus é Grande" (Allahu Akbar em árabe). Mas Jackelén insistiu que referia-se à passagem de 1-João 3:19-21, que relata: "E nisto conhecemos que somos da verdade, e diante Dele asseguraremos nosso coração; sabendo que se ele nos condena, maior é Deus do que ele, pois conhece todas as coisas".

No entanto, todos acreditaram que a escolha do lema foi um flerte descarado com os muçulmanos da Suécia. No islã, "Allahu Akbar" são as primeiras palavras da chamada à oração, ouvida em cada minarete espalhado pelo mundo. Mas também é o grito que ouvimos repetidas vezes em conexão aos atentados suicidas ou nas decapitações dos infiéis, os não-muçulmanos, assim como é bradado antes dos ataques covardes perpetrados pelos terroristas islâmicos.

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A escolha do lema da arquiepiscopisa não foi uma exceção à regra, mas um contundente sinal de que a Igreja da Suécia empenha-se na criação de uma pseudo-religião, uma mistura cristã e islâmica que pode ser denominada como "crislão". Os sacerdotes suecos agora contemplam o fervor dos muçulmanos e já participam com entusiasmo dos vários projetos inter-religiosos. Em 2016, a episcopisa Eva Brunne sugeriu a remoção da antológica Cruz da Igreja dos Marinheiros, premiando os muçulmanos e seus rituais.

Esta nova religião sueca, o crislão, foi adotada de forma extrema no subúrbio de Fisksätra, Estocolmo, onde predomina uma população de quase 10.000 imigrantes expressando-se em dezenas de idiomas diversos. Naquele subúrbio a Igreja da Suécia iniciou a arrecadação de fundos para a construção de uma imensa mesquita, adjacente à Igreja Cristã pré-existente no local há séculos, oficializando uma iniciativa multicultural denominada "Casa de Deus". 

O projeto é descrito no site oficial: "Casa de Deus representa o desejo de paz e o verdadeiro trabalho em prol deste espírito. Estamos construindo a mesquita adjacente à Igreja em Fisksätra. Entre elas, haverá uma praça interior comum com livre acesso, cercada por painéis de vidro. A Casa de Deus será única, um exemplo de cooperação e diálogo religioso, tão importantes em nosso tempo. Junte-se a nós!"

Desde que a Igreja da Suécia tornou-se uma das primeiras denominações a aprovar o casamento gay em 2005, mais sacerdotes suecos assumiram sua homossexualidade. Em 2009 Eva Brunne foi nomeada episcopisa, e começaram as maledicências de que a Igreja seria comandada pela "liga das lésbicas", devido à sua dúbia sexualidade. Atualmente, a Igreja sueca participa dos festivais e paradas do orgulho gay, e váras denominações já receberam a certificação da comunidade LGBT.

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Mas o preço a pagar é que a Igreja da Suécia será forçada a cortar passagens bíblicas! Ulrika Westerlund, presidente da RFSL (Federação Sueca dos Direitos das Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Diferentes) alertou: "Existem elementos nas Escrituras que serão usados ​​contra os partidários da RFSL, e temos que acertar se a Igreja realmente quer a certificação LGBT, pois não admitiremos certos textos das Escrituras".

Enquanto a Igreja está muito ocupada desenvolvendo seus novos ritos e textos para atender à nova religião, o crislamismo (?), não sobra tempo, ou melhor, nunca se interessaram pelo fato de que os Cristãos do Oriente Médio estão sendo chacinados há anos e efetivamente serão erradicados da face da Terra. Em 2015, Eli Göndör, um estudioso sueco das religiões internacionais, relatou ao periódico "Dagens Samhälle":

"A preocupação da Igreja da Suécia com os Cristãos palestinos foi substituído pela indiferença à limpeza étnica dos Cristãos sírios e iraquianos, desde que a Igreja só concentra-se nas mudanças climáticas e questões ambientais. Para ser justo, em fevereiro de 2016 a Igreja fez alguma coisa pelos Cristãos do Oriente — incentivou que congregações ou indivíduos orassem por eles, mas a responsabilidade dos islâmicos na barbárie não foi sequer mencionada!"







30 agosto 2016

O INÍCIO DA IGREJA CATÓLICA - THE BEGINNING OF THE CATHOLIC CHURCH

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A Igreja Católica é a mais antiga instituição religiosa no mundo desde que, perseguidos pelo Sinédrio, denominação da suprema corte judaica em Jerusalém, os primeiros Cristãos desvincularam-se das sinagogas e fundaram a Igreja Primitiva e, em seguida, nomearam-na como Católica (Universal) — a origem é a palavra grega Katholikos latinizada para Catholicus. A Igreja Católica invocou o princípio da universalidade desde o início, pois aceitava todos em suas congregações, sem distinção de credo ou raça. No meado do primeiro século, os fiéis foram isentos de obedecer à antiga Lei mosaica, conforme resolução do Concílio de Jerusalém (50 d.C.), o primeiro concílio da Igreja Católica.

O Cristianismo floresceu na atmosfera político-cultural do Império Romano, onde o paganismo e a apocrifia eram parte das normas sociais e morais. Assim, durante os três primeiros séculos, os Cristãos foram perseguidos por professarem o Cristianismo, religião contrária à veneração do imperador e seus deuses. Isto foi considerado uma afronta ao poder do Estado e as perseguições aos Cristãos tiveram início. As mais cruéis foram as elaboradas por Nero César, em 100 d.C., Trajano Décio, em 249 d.C., Públio Valeriano, em 260 d.C. e Valério Diocleciano, em 305 d.C., considerada a mais sangrenta da história, porque seu objetivo era o extermínio total dos Cristãos e o fim da Igreja Católica.

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O início do século IV foi um período de paz graças ao Édito de Milão, quando o imperador Constantino vetou oficialmente toda a perseguição aos Cristãos e à Igreja Católica. No decurso deste século, o Cristianismo passou a ser tolerado pelo império romano e a doutrina cristã professada com liberdade, acabando por tornar-se a religião oficial do império romano. Finalmente, no final do século, o Imperador Flávio Teodósio convocou as assembleias dos bispos e instaurou vários concílios, permitindo à Igreja organizar seu conjunto de inter-relações sociais.

Em 381 d.C., o Primeiro Concílio de Constantinopla foi convocado por Teodósio I, para debater as heresias do arianismo, ideologia do padre Ário de Alexandria, Egito, e atestar a natureza, a humanidade e divindade de Jesus Cristo, confirmando o dogma da Trindade Divina. Em 431 d.C.Teodósio II realizou o Concílio de Éfeso. Este foi conduzido em uma atmosfera de confronto e recriminações, onde o nestorianismo e o sabelianismo foram declarados heresias.

Nestório, patriarca de Constantinopla, defendia que Cristo não seria uma pessoa única, pois Nele haveria uma natureza humana e outra divina, distintas. Também negava o ensinamento tradicional que a Virgem Maria pudesse ser a "Mãe de Deus" (Theotokos), portanto ela seria somente a "Mãe de Cristo" (Cristokos), para restringir o seu papel como mãe apenas da natureza humana de Cristo e não da sua natureza Divina.

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O Catecismo de São Pio X disserta sobre a doutrina católica e confirma sua profunda relação com os Ensinamentos de Jesus, e como estes nos orientam sobre o caminho da Salvação e do Reino de Deus. As partes mais importantes e necessárias da doutrina são: o Credo, o Pai Nosso, os Dez Mandamentos e os sete Sacramentos. Jesus Cristo é o personagem central do Cristianismo, e veio anunciar a Salvação da humanidade pela Vontade de Deus. Ele é o Filho Unigênito de Deus e a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. É o Único e Verdadeiro Mediador entre Deus e a humanidade.

Os dogmas do Cristianismo professam que a Salvação da humanidade originou-se da Graça Divina e da Paixão de Jesus Cristo. Este supremo sacrifício foi um ato de submissão à Vontade e ao Infinito Amor de Deus, objetivando a Salvação da humanidade. É fundamental que a adesão à Fé Cristã, a crença em Jesus Cristo e Seus Ensinamentos, ocorra de forma espontânea, porque a liberdade humana, um dom divino, é autônoma perante o Criador. A Fé Cristã transmuda-se na caridade e no amor ao próximo, e para que isso suceda, devemos levar uma vida espiritual elevada.

INICIO-IGREJA-CATOLICA

Jesus Cristo ensinou que a suprema felicidade só é alcançável pelos Santos e justos no Reino de Deus, e que temos nascer novamente para fazer parte Dele. Ele também ensinou que a Graça e a Misericórdia Divina eram superiores ao pecado e ao mal absoluto, e que o arrependimento sincero dos pecados e a Fé em Deus podem salvar nossas almas. Instruiu como um Cristão pode fazer parte do Reino de Deus, Um Reino que está entre vós, disse Jesus. Ele viveu de acordo com os princípios que ensinava e legou exemplos claros de como alcançar a Glória de Deus.

Mas, o que Jesus quis dizer quando afirmou que o Reino de Deus está entre vós? Tertuliano, um escritor da Igreja primitiva, respondeu: "Entre vós significa em vossas mãos ou em vosso poder. Se cumprir os Mandamentos e fizer o bem, qualquer pessoa pode entrar no Reino de Deus, mas só se assumir o compromisso exigido".


Jesus estava divulgando algo maravilhosamente novo e revolucionário. Não era somente um novo reino, como todos que existiram na Terra e desapareceram, mas um Reino com outra natureza que não era deste mundo. Um Reino totalmente diferente, que ninguém jamais tinha ouvido falar. Um Reino que está entre vós...Jesus estava descrevendo um Reino de Verdade, o Reino de Deus.


JESUS CRISTO NÃO ERA JUDEU


26 agosto 2016

A RESSUREIÇÃO DE JESUS CRISTO SEGUNDO PÔNCIO PILATOS - THE RESURRECTION OF JESUS CHRIST ACCORDING TO PONTIUS PILATE


Jesus-risen

Nobre soberano Tibério César Augusto, devo oficialmente relatar os eventos singulares que abalaram a província da Judeia. O desenlace da situação apresentou uma forma tão extraordinária que será preciso enumerar todos os detalhes na íntegra, exatamente na ordem em que ocorreram. Mas não fique desconcertado se no decorrer da história tais eventos alterem o destino da nossa nação pois os desígnios dos deuses não são mais favoráveis, e desde então o desconforto e a angústia constante regem a minha existência.

Quando tomei posse do Pretório na cidade de Jerusalém, organizei uma esplêndida festa para a qual convidei o tetrarca da Galileia Herodes Antipas e seus associados, mas minha honraria foi em vão, porque na hora marcada nenhum convidado dignou-se a comparecer. Este insulto abalou a minha dignidade e foi considerado um desrespeito ao governo que represento. Enfim, quando Herodes resolveu me honrar, notei que  sua conduta era simulada nos agrados, fingindo que a religião o impedira de confraternizar com os romanos, mas seu semblante traiu sua hipocrisia.

Herodes-Antipas

Considerei estratégico aceitar sua falsidade pois me convencera de que o conquistado era inimigo do conquistador. Devo alertar aos romanos sobre as autoridades judaicas, porque trairiam a própria raça para manter o status e a presunção. Jerusalém será difícil de governar, pois tão turbulenta é a população que temo uma insurreição espontânea. Não tenho tropas suficientes, apenas uma centúria ao meu comando. Solicitei reforço ao governador da Síria, Públio Quirino, mas fui informado que não consegue manter sua própria província. 

Entre os vários rumores, um em particular atraiu a minha atenção. Foi relatado que um galileu divulgava uma nova lei do Deus que o tinha enviado. No princípio temi que seu desígnio fosse a incitação das massas, mas os temores se dissiparam, pois ele falava mais como um amigo do que um insurgente. Certo dia, passando pelo poço de Siloé, observei no meio da multidão um jovem que proferia sábias palavras. Foi-me dito que era Jesus, o Nazareno, e notável era a diferença física entre ele e a multidão que o cercava.

Jesus-Cristo

Jesus parecia ter uns trinta anos, e seus cabelos dourados e a barba no estilo dos nazarenos davam-lhe um aspecto celestial. Nunca havia visto um semblante mais sereno, e que contraste entre seu povo, com sua barba escura e pele castanha. Continuei o passeio por Siloé mas pedi a meu secretário Manlius que juntasse ao grupo para ouvi-lo. Manlius conhecia a região da Palestina e era familiarizado com a língua semítica, o aramaico. Mais tarde ele relatou que os ensinamentos de Jesus carregavam uma nova e surpreendente filosofia nunca explorada pelos grandes filósofos. 

Foi por causa desta sabedoria que concedi-lhe a liberdade irrestrita de agir e dirigir-se ao povo, pois estaria ao meu alcance prendê-lo ou exilá-lo para Pontus. O Nazareno não era sedicioso nem rebelde e assim estendi-lhe a minha proteção. Em outra ocasião, Jesus indignou-se com as esmolas dos ricos e orgulhosos, dizendo-lhes que a migalha dos pobres era mais preciosa aos olhos do seu Deus. Esta liberdade ilimitada irritou os judeus, mas não o pobre, e sim os ricos, os escribas do Templo e os fariseus.

As queixas dos anciãos do Templo contra a pretensa insolência do Nazareno eram constantemente reportadas aos oficiais do Pretório. Fui informado pelo meu secretário que Jesus poderia sofrer algum tipo de retaliação vinda da parte dos anciãos, porque não seria a primeira vez que apedrejariam um dos seus, caso fosse considerado como um profeta pela população. Assim, nobre Tibério, peço que considere o meu apelo para o envio de novas centúrias que, se aprovado no Senado, fornecerá um reforço no contingente da segurança pública em Jerusalém.

Poncio-Pilatos

Enviei um memorando a Jesus solicitando uma entrevista no Pretório, e finalmente ele veio. Você sabe que em minhas veias corre uma mistura de sangue romano e espanhol, pois sou incapaz de sentir medo mas sinto-me emocionalmente fraco. Quando Jesus entrou na Basílica meus pés pareciam presos por uma mão de ferro no pavimento de mármore, e tremi em cada membro como um réu culpado. Ele parou, e por um sinal pareceu dizer-me: Estou aqui! Por algum tempo contemplei este ser extraordinário, o tipo de homem desconhecido dos nossos pintores que deram forma aos deuses e heróis. Não havia nada em seu caráter que fosse rejeitável, mas fiquei impressionado ao aproximar-me dele. Jesus, disse eu, e na hora minha língua falhou. Jesus de Nazaré, repeti com voz firme:

Nos últimos três anos tenho lhe concedido ampla liberdade de expressão sem me arrepender. Suas palavras são as de um sábio, e não sei se você leu Sócrates ou Platão, mas sei que não há nada desabonador nos seus ensinamentos, nada além do que uma inteligência única e a simplicidade majestosa que te elevam muito acima desses filósofos.

O Imperador foi informado dos fatos, e sou seu representante humilde nesta província. Estou contente por ter permitido a liberdade da qual você digno. No entanto, não devo esconder que seus discursos despertaram potentes e inveterados inimigos. E isto não é surpreendente, pois Sócrates teve inimigos e caiu vítima do ódio. Os escribas e anciãos do Templo estão duplamente indignados contra vós, por causa dos seus discursos, que são graves, mas também contra mim por causa da liberdade que lhe proporcionei.

Eles me acusam de estar coligado a você com o objetivo de privar os hebreus do pequeno poder civil que Roma os legou. O meu pedido, não digo a minha vontade, é que no futuro você seja mais prudente e moderado em seus discursos, mais atencioso com eles, para que não desperte o orgulho dos seus inimigos, senão eles sublevarão contra ti a população estúpida e me obrigarão a empregar todos os instrumentos do direito de justiça.

Jesus-Cristo

Então, Jesus respondeu calmamente:

Príncipe da Terra, suas palavras não procedem da verdadeira sabedoria. Diga à torrente que pare no meio do desfiladeiro da montanha pois ela poderá arrancar as árvores do vale, mas ela irá responder-lhe que obedece às leis da natureza e do Criador. E só Deus sabe para onde fluirão as águas da torrente. Em verdade vos digo, que antes que vejamos flores na Planície de Saron, o sangue dos justos será derramado.

Seu sangue não será derramado!, disse eu com profunda emoção. Você é mais precioso por causa da sua sabedoria do que todos os fariseus turbulentos e orgulhosos que abusam da liberdade que lhes foi concedida pelos romanos. Eles conspiram contra César, incitando os ignorantes de que ele é um tirano que procura a sua ruína, desgraçados insolentes! Eles não estão cientes de que o lobo do Tibre (Roma) às vezes veste-se com a pele das ovelhas para realizar seus desígnios. Vou protegê-lo contra eles! Meu Pretório será seu asilo sagrado, dia e noite.

Jesus descuidadamente sacudiu a cabeça e disse com um grave e divino sorriso: Quando os dias terminarem não haverá asilos para o Filho do Homem, nem na Terra e nem debaixo da terra. O asilo dos justos está lá, apontando para os Céus. O que está escrito nos livros dos profetas deve ser realizado. Respondi suavemente: Ó homem novo, você vai obrigar-me a converter meu pedido em uma ordem, pois a segurança da província foi-me confidenciada e assim o exige. Você deve observar a moderação em seus discursos pois sabe as consequências. Agora Jesus, foi uma felicidade poder atendê-lo.

Respondeu Jesus: Príncipe da Terra, não vim para trazer a guerra ao mundo, mas a paz, o amor e a caridade. Eu nasci no mesmo dia em que Augusto trouxe a paz ao mundo romano. As perseguições não procedem de mim e espero que os outros encontrem a paz e o amor ao próximo em obediência à vontade do meu Pai, que me mostrou este caminho. Restrinja, portanto, sua prudência mundana. Não está em seu poder prender a vítima ao pé da tenda da expiação. Assim dizendo, Jesus desapareceu como uma sombra brilhante por trás da cortina da Basílica, para meu grande alívio, pois sentia um pesado fardo sobre mim, do qual não pudera me aliviar durante a sua presença.

Traidores-de-Jesus

Herodes e os inimigos de Jesus já começavam a perpetrar sua sede de vingança contra o Nazareno. Se Herodes pudesse seguir suas próprias convicções, teria condenado Jesus imediatamente à morte mas, orgulhoso da sua dignidade real, hesitou em cometer um ato que poderia diminuir sua influência no Senado de Roma e, principalmente, porque tinha respeito e muito medo do poder sobrenatural de Jesus de Nazaré. Herodes veio ao Pretório e depois de alguma conversa insignificante perguntou qual era a minha opinião sobre o Nazareno.

Disse que Jesus é um daqueles grandes filósofos que as nações por vezes produzem, e que suas doutrinas não eram ofensivas. Confirmei minha intenção de deixá-lo em paz para que a liberdade de expressão fosse justificada pelas suas sóbrias ações. Herodes sorriu maliciosamente, e saudando-me com um respeito irônico, partiu. A grande festa dos judeus estava próxima e sua intenção era aproveitar a exultação popular que se manifestava nas solenidades da Páscoa. A cidade estava em grande agitação e a população tumultuada já clamava pela morte de Jesus.

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Fui informado que o tesouro do Templo foi utilizado para comprar a vontade do povo, para que se voltassem contra Jesus. O perigo era eminente e a situação estava fora de controle, os centuriões já estavam sofrendo insultos. Novamente enviei uma mensagem ao governador da Síria solicitando uma centúria da infantaria e três da cavalaria, mas novamente recusou-se a ajudar. Eu me vi sozinho, cercado por um punhado de soldados veteranos no meio de uma cidade rebelde e, sem efetivos para suprimir o levante, tive que aceitar a situação imposta.

A ralé sediciosa já condenara Jesus e não tinha nada a temer do governo romano. A turba seguia os líderes vociferando em contínua sedição: Crucifiquem Jesus! Crucifica-o! Duas facções poderosas conspiravam contra o Nazareno, os herodianos e os saduceus, cuja conduta sediciosa procedera de duplas motivações: o ódio a Jesus e a imposição do jugo romano. Eles nunca me perdoaram por ter entrado em Jerusalém portando a efigie do imperador. Outra acusação que impregnava o meio era que teria me apropriado dos tesouros do Templo para financiar um aqueduto.

Os fariseus eram inimigos declarados de Jesus, mas para estes o governo não importava. Tímidos e covardes demais para agir por conta própria, abraçaram as reivindicações dos herodianos e saduceus. Além destas três partes revoltosas, tive que combater uma população imprudente e analfabeta, pronta para participar de qualquer sedição e lucrar com a desordem ou confusão reinantes. E tudo começou quando enviei uma guarnição ao Monte da Oliveiras para prender Jesus a pedido do sumo sacerdote Caifás que, antecipadamente, o condenara a morte.

Caiaphas

Mas o covarde Caifás, em um ato de discrepante submissão, exigiu que eu confirmasse a condenação e garantisse a execução. Respondi que Jesus era galileu e o caso estava sob a jurisdição de Herodes, e aconselhei-o a procurá-lo. Mas o astuto, com fingida humildade, confirmou sua deferência ao enviado de César e colocou o destino do homem-justo nas minhas mãos. Logo meu palácio assumiu o aspecto de uma fortaleza sitiada e a cada momento aumentava o número de descontentes. Jerusalém foi envolta por multidões oriundas das montanhas de Nazaré e mais além. Parecia que toda a Judeia estava se deslocando para a cidade!

Minha mulher Cláudia Prócula, nascida na Galileia, atirou-se aos meus pés, chorando e pedindo: Não te envolvas neste caso porque sofri hoje em sonhos. Cuidado, não toque neste homem porque ele é santo. Eu o vi em uma visão onde estava andando sobre as águas e voando nas asas do vento. Ele falou com a tempestade e os peixes lhe eram obedientes. Vi na torrente do Monte Kedron fluxos de sangue, e as estátuas de César sendo preenchidas com argila.  Vi o sol velado em luto como uma vestal no túmulo. Ah! Pilatos, o mal te espera. Se não queres ouvir os votos da tua mulher, teme a maldição do Senado romano e as carrancas de César.

Enquanto isto, a escadaria de pedra do Pretório parecia gemer sob o peso da multidão. Jesus foi trazido à minha presença, mas continuei caminhando para os salões da ala da justiça seguido pela minha guarda pessoal. Indaguei à multidão em um tom grave: O que vocês querem! A morte do Nazareno foi a resposta. Por qual crime, perguntei: Blasfemou, profetizou a ruína do Templo, e proclama ser o Filho de Deus, o Messias, Rei dos Judeus, vociferaram as vozes ensandecidas. Disse eu: A justiça romana não pune tais crimes com morte, mesmo assim urravam os fariseus implacáveis: Crucifica-o! Crucifica-o!. Os vociferações da turba enfurecida 'sacudiam o palácio na bases'.

Jesus-e-Pilatos

Havia apenas uma pessoa que mantinha a calma no meio da multidão, Jesus de Nazaré. Depois de muitas tentativas infrutíferas para protegê-lo da fúria dos perseguidores alucinados, adotei uma medida que, no momento, pareceu-me ser a única que poderia salvar sua vida. Conforme o costume judaico o povo poderia escolher entre dois prisioneiros, quem seria executado ou libertado. Assim, ofereci à morte o criminoso Barrabás para ser o bode expiatório como assim chamavam! Mas a multidão vociferava que Jesus deveria ser crucificado.

Então discursei sobre a inconsistência do curso da condenação e como era incompatível com as leis judaicas, demonstrando que nenhum juiz condenaria um réu que não respeitasse o período de jejum por um dia inteiro, e que a sentença deveria ter a aprovação do Sinédrio, a assembleia judaica de anciãos, com a assinatura do presidente deste tribunal. Demonstrei que nenhum réu poderia ser executado no mesmo dia em que fosse sentenciado, e que no dia da execução o Sinédrio era obrigado a rever todo o processo.

Confirmei que de acordo com a lei judaica uma testemunha precisaria apregoar o nome do réu e qual o seu crime, e apresentar os nomes de três testemunhas da acusação, também se alguém estaria disposto a testemunhar a favor do réu. Além disso, remarquei o direito do prisioneiro que, a caminho da execução, poderia retornar três vezes para pleitear quaisquer novas provas que auxiliassem o seu caso. Informei que todos estes fundamentos estavam escritos na lei judaica, esperando que os escribas pudessem cumpri-los em sujeição, mas o povo ainda uivava: Crucifica-o! Crucifica-o!.

Jesus-Cristo

Então ordenei que Jesus fosse açoitado, esperando que o fato saciaria a sede de sangue da população implacável, numa tentativa de aplacar a ira da turba enraivecida. Mas isso só serviu para aumentar a fúria desmedida. Sem mais expedientes, pedi uma bacia d'água e, simbolicamente, lavei as mãos na presença da multidão clamorosa, atestando meu juízo de que Jesus de Nazaré era inocente e que não merecia ser condenado à crucificação. Foi em vão, pois extinguir a vida de Jesus é que esses miseráveis tinham sede, e não de justiça.

Durante as comoções civis do Império nada poderia ser comparado ao que testemunhei na ocasião, o ódio furioso de uma multidão ensandecida. Parecia, verdadeiramente, que todos os espectros das regiões infernais estavam reunidos em Jerusalém neste momento: A multidão não caminhava, mas aglomerava-se e girava como um vórtice, rolando em ondas vivas a partir dos portais do Pretório até ao Monte Sião, uivando, vociferando, lamuriando, como algo que nunca se viu ou ouviu nas sedições de Pannonia ou nos tumultos do Fórum.

Pouco a pouco o dia escureceu, como no crepúsculo de inverno durante a morte do grande Júlio César, nos idos de março. Eu estava encostado entre as colunatas da Basílica, contemplando exausto a escuridão sombria que envolvia estes demônios do tártaro, que se arrastavam e empurravam para assistir a execução do inocente Nazareno. Tudo ao meu redor ficou deserto. Jerusalém tinha vomitado sua luz pelos portais que levavam à Gehenna, o inferno judeu. Um ar de desolação e tristeza me envolveu.

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Minha guarda pessoal tinham aderido à cavalaria. Um centurião, numa última exibição de poder, açoitava a multidão tentando manter a ordem. Fui deixado sozinho, e meu coração alquebrado advertiu que aquele momento pertencia mais à saga dos deuses do que à história da humanidade. Um clamor alto foi ouvido, indescritível, proveniente do Gólgota, como se mil vozes lamentassem um sofrimento. Estes sons espalharam-se como um vento, e prenunciavam uma intensa agonia sobrenatural nunca sentida pelos ouvidos dos mortais.

Nuvens escuras cobriram o pináculo do Templo, e Jerusalém imergiu num espesso véu. Tão terríveis eram os sinais nos Céus e na Terra que Dionísio, o Areopagita, assim exclamou: O Autor da natureza está sofrendo ou o Universo está caindo aos pedaços! Enquanto os prodígios se manifestavam, a multidão ensandecida uivava e contorcia-se em resposta ao seu crime indescritível. Terríveis terremotos sacudiram o baixo Egito, a península do Sinai e toda a Judeia, trazendo terror e medo para os supersticiosos judeus, os verdadeiros assassinos que seriam afligidos por toda a eternidade.

Baltasar, um hebreu idoso de Antioquia e amigo íntimo de Jesus foi encontrado morto pela dor do sofrimento. Perto da primeira hora da noite coloquei um manto e caminhei para dentro da cidade em direção aos portões do Gólgota. O sacrifício já estava consumado. A multidão voltava, ainda agitada, é verdade, mas sombria, taciturna e desesperada. Aos que tinham testemunhado, acometia-os o terror e o remorso. Vi os judeus murmurando palavras estranhas, feitiços, que não entendia. Pessoas relatavam milagres, e outras paravam, imóveis, olhando para trás em direção ao Monte Calvário, na expectativa de presenciar algum novo prodígio.

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Voltei ao Pretório, triste e pensativo. Ao subir as escadas marcadas pelo sangue de Jesus percebi um homem idoso numa postura suplicante, e logo atrás várias pessoas em lágrimas. Ele segurou meus pés e chorou amargamente. É doloroso ver um homem de idade chorar e, com meu coração sobrecarregado pela dor, e embora fossemos estranhos, choramos juntos. Mas as lágrimas foram superficiais naquele dia, pois nos muitos que eu observara dentre a multidão, testemunhei uma repulsa extrema de sentimentos. Aqueles que traíram Jesus não choravam, saíram de mansinho como cães covardes para lavar seus dentes com vinagre.

Eu sabia que Jesus pregara sobre a Ressurreição, e tenho certeza de que alguma coisa profunda manifestara-se entre aqueles que o apoiaram. Voltei-me ao ancião que chorava e, depois controlar meus sentimentos, perguntei: Pai, quem é você e qual o seu pedido? Ele respondeu: Sou José de Arimateia e vim pedir de joelhos a permissão para enterrar Jesus Cristo. Disse eu: Sua oração é concedida. Pedi que Manlius levasse alguns soldados para supervisionar o enterro e cuidar para que não fosse profanado. Mas no domingo o sepulcro foi encontrado vazio!

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Os discípulos de Jesus proclamaram que Jesus Cristo ressuscitara dos mortos como Ele havia predito, e o fato criou mais comoção do que a Crucificação. Quanto à sua veracidade não posso afirmar com certeza, mas depois de uma investigação sobre o ocorrido, repasso a vós, meu nobre soberano, todos os fatos para que possas examinar e dizer se estou em falta, como o covarde do Herodes afirmou. Digo com certeza que José e os seguidores de Jesus ajudaram a encerrar o Nazareno na Sua mortalha, e que meus soldados testemunharam o ato do fechamento do túmulo.

Agora, se os discípulos que contemplavam Sua ressurreição calcularam outra coisa não posso confirmar. No dia seguinte, isto é, no sábado, um escriba adentrou bruscamente no Pretório exigindo minha presença, afirmando que os anciãos do Templo estavam apreensivos porque os discípulos tinham a intenção de roubar o corpo de Jesus e escondê-lo, para depois parecer que Ele havia ressuscitado dos mortos, um fato que seus discípulos estavam completamente convencidos. Ignorei as acusações do ancião conspirador e expulsei-o do Pretório, pois estava cansado dos problemas por eles criados.

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Anteriormente a este episódio, já havia ordenado que meu capitão Malcus enviasse uma guarnição para montar guarda ao redor do sepulcro de Jesus, antecipando que os escribas e anciãos poderiam culpar os romanos por qualquer acontecimento diferente. Quando a notícia sobre o sepulcro vazio surgiu senti uma comoção mais profunda do que nunca. Malcus relatou que tinha situado seu oficial Ben Isham e seus soldados em torno do sepulcro. Ele me reportou que Isham e sua guarnição estavam muito alarmados com o fato ocorrido. Ordenei que Isham reportasse pessoalmente as circunstâncias do ocorrido, e eis sua declaração:

Por volta do início da quarta vigília vimos uma luz suave e bonita sobre o sepulcro. Num primeiro momento, pensamos que as mulheres tinham entrado para embalsamar o corpo de Jesus, como era costume, mas não podiamos entender como elas não foram vistas pela guarda. Enquanto avivava estes pensamentos com meus companheiros todo o local iluminou-se para cima, e parecia que multidões de pessoas em suas mortalhas pairavam além do ar. Tudo estava girando e sentimo-nos em pleno êxtase, até ouvimos uma música maviosa e o ar parecia estar cheio de vozes.

Ben Isham reportou que neste momento os soldados quedaram-se de fraqueza, não conseguindo ficar em pé. Ele disse que a terra parecia flutuar debaixo dele e que seus sentidos o deixaram, de forma que não sabia onde estava. Então perguntei-lhe em que condição ele voltou a si. Ele relatou-me que estava deitado com o rosto para baixo. Perguntei-lhe se não poderia estar enganado quanto à luz que irradiou e se não era o dia despontando no oriente. Ele disse que no início assim pensou, mas que estava extremamente escuro e muito cedo para o amanhecer. Perguntei-lhe se as tonturas não poderiam ser o efeito do despertar e levantar de repente. Ele disse que a guarnição não tinha dormido durante a noite porque a punição por dormir em serviço era o exílio.

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Ele assegurou que só os soldados da guarda periférica dormiram, um de cada vez, mas que nenhum estava dormindo naquele momento. Perguntei-lhe quanto tempo a cena durou, e respondeu que não sabia, mas intuiu que durara uma hora. Relatou que no ápice do acontecimento tudo estava escondido sob uma luz mais clara do que o dia. Perguntei-lhe se ele foi ver o sepulcro depois de ter voltado a si. Ben Isham disse que não, porque estava com medo, e que tão logo o alívio veio todos voltaram para suas tendas. Perguntei-lhe se os sacerdotes hebreus os questionaram, e relatou-me que os tinham arguido. Afirmou que os sacerdotes queriam que ele mentisse sobre um terremoto, que teria sido a causa dos efeitos que sentiram. Relatou que os escribas ofereceram moedas de ouro para que dissesse que os discípulos roubaram o corpo de Jesus.

Finalmente acrescentou que não viu os discípulos naquele dia e que só soube que o corpo do Nazareno tinha desaparecido até os anciãos hebreus o indagaram. Perguntei-lhe qual era sua opinião particular sobre os sacerdotes que tentaram suborná-lo. Ben Isham disse que eles achavam que Jesus não era um homem real, não era um ser humano, e que não era filho de Maria, aquele que foi dito ter nascido da virgem em Belém. Disseram que Ele estava na Terra desde os tempos imemoriais, junto com Abraão e Ló, em muitas épocas e lugares distantes.

Assim, meu nobre soberano, parece-me que a teoria é verdadeira e que as conclusões estão corretas, pois estão de acordo com a vida do Nazareno. Foi testemunhado por amigos e inimigos que os elementos em suas mãos eram como o barro nas mãos de um oleiro. Ele podia converter água em vinho, transformar a morte em vida e a doença em saúde. Ele podia acalmar os mares e as tempestades. Agora eu digo, se Ele fez todas estas coisas e muito mais, como é possível que os judeus que a tudo testemunharam puderam voltar-se contra Ele?

Digo que Jesus não foi acusado de infrações ou de violar qualquer lei. Desde que os fatos são conhecidos por milhares de pessoas, amigos e inimigos, posso repetir as palavras proferidas por Manlius diante da Cruz: Verdadeiramente, Este era o Filho de Deus. Agora, César, nobre soberano, isso é o mais perto dos acontecimentos que posso chegar, e tive o cuidado de construir um depoimento muito completo, de modo que você possa julgar minha conduta diante das dificuldades desta matéria e dos episódios únicos ocorridos nesta fração do Império. Com a promessa de fidelidade e bons desejos para o meu nobre Tiberius Caesar Augustus, despeço-me como seu servo mais obediente. Pontius Pilatus.

JESUS CRISTO NÃO ERA JUDEU