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14 fevereiro 2021

O EQUILÍBRIO MISTERIOSO DO BEM E DO MAL - THE MYSTERIOUS BALANCE OF GOOD AND EVIL

GOOD-AND-EVIL

Deus criou o mundo perfeito em todos os sentidos, porém os humanos rejeitaram a Deus e como resultado a existência do sofrimento e a perversidade se abateram sobre a Terra. Portanto, o mundo em que vivemos agora não é aquele que Deus criou, uma vez que o mal e a ausência do bem foi responsável pelo sofrimento das pessoas.

24 janeiro 2021

JESUS CRISTO E OS VERDADEIROS CRISTÃOS - JESUS CHRIST AND THE TRUE CHRISTIANS

JESUS-CRISTO

O princípio básico do Cristianismo é que devemos conduzir nossas vidas tomando como exemplo os Ensinamentos de Jesus. Sua essência divina provém do fato de que Jesus é o Filho perfeito e Único de Deus nascido no mundo para testemunhar o Amor do Seu Pai. O maior título de benemerência de Jesus é a Sua bondade.

14 dezembro 2020

A NATIVIDADE - THE NATIVITY

NATIVIDADE

Antes do nascimento de Jesus a população de Nazaré debatia animadamente sobre um fato sem precedentes, o recente édito de Roma no qual o imperador Caesar Octavianus Augustus ordenara que os cidadãos retornassem aos seus vilarejos de origem em cumprimento ao recenseamento do Império Romano.

11 dezembro 2020

DEUS, A ORIGEM DAS ESPÉCIES - GOD, THE ORIGIN OF SPECIES

DEUS-ORIGEM-DAS-ESPÉCIES

Parece que diariamente encontramos na mídia e na literatura científica evolucionistas declarando que seus relatos dialéticos sobre a evolução biológica e química são fatos absolutos, e aqueles resistentes à afirmação são condenados ao silêncio e exclusão social.

17 outubro 2020

A VIDA ETERNA - ETERNAL LIFE

VIDA-ETERNA

A Eternidade da alma humana é determinada quando aceitamos a Salvação - a felicidade eterna obtida após a morte - oferecida por Deus e corporificada desde a Ressurreição de Jesus Cristo. Na teologia, um novo paradigma comprova que o 'processo da salvação' é a grande síntese da manifestação de Deus e que esta revelação é intrinsicamente dinâmica.

11 outubro 2020

A NOVA IDADE DAS TREVAS - THE NEW AGE OF DARKNESS


São-João-Apóstolo

As profecias e visões são reconhecidas pela Igreja Católica como 'dignas de fé', assim como as revelações do Novo Testamento que encerraram-se em 100 DC após a morte de São João, o Apóstolo. Em outubro de 1884, durante a celebração da Santa Missa, o Papa Leão XIII caiu ao chão desacordado, sem respirar. Os fiéis julgaram que falecera, mas minutos depois sua respiração voltou ao normal e o Papa acordou.

22 setembro 2020

A EXISTÊNCIA DE DEUS E O UNIVERSO - THE EXISTENCE OF GOD AND THE UNIVERSE

DEUS-UNIVERSO

A existência de Deus é muito mais provável do que a Sua inexistência, e a onipresença da religião nas populações e suas experiências de contato direto com o divino não resultam numa prova absoluta, pelo menos para aqueles que não acreditam ou não vivenciaram experiências sobrenaturais que fornecem uma razão para a crença na existência de Deus. Da mesma forma, considerações de ordem metafísica e cosmológica acrescentam um peso a mais ao argumento conceitual.

18 setembro 2020

JESUS, A PÁSCOA E O ESTADO - JESUS, EASTER AND THE STATE

JESUS-PASCOA-ESTADO

Por que a corrupção no governo sempre nos surpreende e esperamos alguma coisa a mais em vez disso? O governo é uma força organizada que toma a nossa riqueza e fabrica as guerras, e mesmo assim ainda supomos que homens honestos serviriam para esse tipo de trabalho.

14 setembro 2020

DEUS E A ETERNIDADE - GOD AND ETERNITY

DEUS-ETERNIDADE

Deus em Sua essência é incompreensível e habita na luz inacessível, a qual nenhum homem viu nem pode ver. Nós não explicamos Deus e confessamos não ter um conhecimento exato a respeito Dele. No entanto, até certo ponto nós identificamos Deus, pois Ele revelou-se para a humanidade na forma humana do Seu Filho Jesus Cristo.

Mas devemos fazer a distinção entre a compreensão de Deus, o que essencialmente é impossível, e o conhecimento sobre Ele pois, ainda que seja incompleto, um pouco nos foi revelado através do conhecimento das Leis Universais, das maravilhas naturais e de nós mesmos, já que espelhamos o ato da criação primordial.

Os segredos de Deus desde a criação do mundo, o Seu eterno Ser e a Sua Divindade, entendemos claramente através das coisas que nos foram criadas. Desta forma, o que é invisível Nele torna-se visível através da observação da Criação como um todo, pois o Universo e a Terra são o reino do pensamento Divino materializado.

Deus revelou-se através da encarnação do Seu Filho unigênito, que O fez conhecido por nós ao ensinar os conhecimentos do Seu Pai. Jesus Cristo ensinou: "Todas as coisas Me foram entregues por Meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho O quiser revelar".

Até a queda do Império Romano do Ocidente, os hebreus heréticos introduziam a ideia de que Deus seria totalmente incompreensível e inacessível ao entendimento humano. Eles construíram suas afirmações sobre a suposição de que Deus seria constituido por uma essência simples, sem conteúdo interior ou qualidades.

Assim, começaram a criar denominações e atributos que julgavam ser pertinentes a Deus: Theos, 'Aquele que vê'; Jeová, 'Aquele que é', ou indicar alguma característica singular, como: 'A sua não-origem', etc. Isto é, de uma maneira acintosa e ofensiva os edomitas-talmúdicos dispuseram-se a inventar termos fictícios a respeito de Deus. Outros heréticos, como os marcionitas, também afirmaram que Deus é completamente desconhecido e inacessível à nossa compreensão.

DEUS-ETERNIDADE

Os gnósticos também raciocinavam desta forma, como Valentino, o teólogo gnóstico do período do cristianismo primitivo, e os anomoenses no IV século. O gnosticismo era um movimento religioso, de caráter sincrético e esotérico, desenvolvido nos primeiros séculos de nossa era à margem do Cristianismo institucionalizado, combinando misticismo e especulação filosófica.

Entretanto, para os cristãos existem diferentes níveis de intelectualização (discurso lógico) visando o conhecimento de Deus, o que é útil e necessário para nós. Se a essência de Deus fosse incompreensível, não falaríamos a respeito Dele! Se eu não consigo beber um rio inteiro, posso tomar a água com moderação para meu benefício.

Se meus olhos não podem enxergar tudo o que o sol ilumina, posso contemplar aquilo que é possível e necessário para continuar vivendo. Quando vou a um grande pomar e não consigo comer todas as frutas, não vou embora do pomar completamente faminto.

Se desejas falar sobre Deus renuncie a teu próprio corpo, a teus sentidos corporais e abandone a Terra. Faça com que o ar esteja abaixo de ti e passe sobre as estações do ano; coloca-te acima do éter e atravesse as estrelas - seu esplendor, grandeza e benefícios que elas fornecem, sua boa ordem, brilho, movimento e o vínculo entre elas.

Tendo passado através de tudo isso em tua mente, vá para o Céu. Postando-se acima Dele só com o teu pensamento, e observe as majestades que lá estão - os Chefes Arcanjos, a Glória dos Domínios, a Presidência dos Tronos, os Poderes, Principados e Autoridades.

Se quiser falar com Deus, eleve a tua mente acima dos limites dela e apresente-se à essência de Deus; imutável, simples, complexa, indivisível, poder inexplicável, magnitude infinita, glória resplandecente, infindável bondade, beleza incomensurável que golpeia poderosamente nossa alma mas que não pode ser validamente descrita em palavras.

DEUS-ETERNIDADE

Tal exaltação de espírito é demandada a alguém que quer falar com Deus. No entanto, nessa condição, os pensamentos humanos são capazes somente de permanecer nos atributos da Divindade e não na verdadeira essência da Divindade. Assim, pode-se falar somente dos atributos de Deus, mas não da Sua verdadeira essência.

A existência de Deus é atemporal, pois o tempo é somente uma forma para seres limitados e mutáveis. Para Deus não há passado nem futuro, só há o presente.

A Santidade consiste não só na ausência da malignidade ou pecado, mas na presença de valores espirituais mais elevados, juntos com a pureza em relação ao pecado. Santidade é como a luz, e a Santidade de Deus é como a mais pura das luzes. Ele é a fonte da Santidade para anjos e homens.

Os homens podem atingir a Santidade somente em Deus, não por natureza, mas por participação, por luta e oração. A Santidade e a Justiça de Deus estão intimamente ligadas. Deus chama cada um para a vida eterna Nele, no Seu Reino, e isso significa em Sua Santidade.

No Reino de Deus nada impuro pode entrar. O Senhor nos limpa por intermédio das provações, assim como por Seus atos providenciais, pois nós devemos passar pelo julgamento da justiça. Este julgamento para nós é terrível, por causa da nossa consciência dos valores cristãos, morais e espirituais. Como poderemos entrar no Reino da Santidade e Luz se nos sentirmos impuros, sem nenhuma semente de Santidade! 

DEUS-ETERNIDADE

Deus oferece ao ser humano tantas coisas boas que cada um pode receber estas dádivas de acordo com a sua natureza e condição, que corresponde estar em harmonia geral com o Universo. Mas só para o homem é que Deus revela uma bondade particular.

Ele nos ama mais do que um pai, uma mãe, um amigo ou qualquer outro que nos possa amar. Ama-nos mais do que nós podemos amar a nós mesmos, porque Ele está preocupado mais com a nossa Salvação do que com a Sua própria Glória. Um testemunho disso é que Ele enviou ao mundo Seu Filho Único, Jesus Cristo, para sofrer e morrer somente para nos revelar o caminho da Salvação e da Vida Eterna.

Se o ser humano não entende o poder completo da bondade de Deus, isso ocorre porque concentra seus pensamentos e desejos demasiadamente no seu bem-estar terreno. A Providência de Deus costuma dar-nos coisas terrenas e temporais junto com o chamado para adquirirmos as 'coisas boas eternas' para a nossa alma.

Por conseguinte, nós acreditamos em um só Deus, um princípio sem começo, incriado, indestrutível e imortal, eterno, ilimitado, incircunscritível, irrestrito, infinito em poder, incorporal, imutável, desapaixonado, constante, invisível, fonte de bondade e justiça, luz intelectual e inacessível. O Poder que não está sujeito a qualquer medida, mas que é medido somente por Sua própria Vontade, pois Ele faz todas as coisas que O agradam.





08 setembro 2020

DIRETO DE NOVA YORK - STRAIGHT FROM NEW YORK

STRAIGHT-FROM-NEW-YORK

Estamos vivenciando um estado de perpétua falsidade, e a realidade 'vendida' pela mídia está em total desacordo com o que estamos realmente passando na nação americana. Quando questionamos a falsa realidade somos vilipendiados e se afirmamos que a verdade é outra somos denunciados como 'brancos racistas', fanáticos ou simplesmente loucos.

22 agosto 2020

A MATANÇA DE CRISTÃOS - THE KILLING OF CHRISTIANS

MATANÇA-CRISTAOS

Na época do Império Romano os cristãos suportaram ciclos regulares de perseguição, como na época do incêndio de Roma, em 64 AD, quando o imperador Nero culpou-os pela tragédia. Porém o autor do incêndio foi o próprio imperador, pretendendo contornar os poderes decisórios do Senado para reconstruir uma 'Nova Roma' a seu bel-prazer.

17 abril 2020

A VIDA DO SANTO PAPA PIO X - THE LIFE OF HOLY POPE PIO X

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A sedia avançou, carregando o Papa Pio X. Ele usava um manto vermelho e a alta mitra dourada. Seu rosto era doce e triste, sua alma, longe de todo esse espetáculo e esplendor, parecia perdida na contemplação da distância que separa as coisas da Terra das coisas do Céu, enquanto sua mão movia-se de um lado para o outro abençoando os fiéis. Profundamente gravado no seu rosto pensativo, no qual nenhum sorriso poderia aliviá-lo, ele realmente carregava nos ombros o peso da dor do mundo. De repente, um movimento na multidão interrompeu a procissão, e o sereno rosto do Papa ergueu-se como se despertasse da sua contemplação. Ele inclinou-se para a frente, e um sorriso de doçura e bondade infinita, como um raio de sol num céu invernal, iluminou por um momento suas feições tristes, enquanto ouvia-se dois italianos murmurando: "Ó Pai, querido! Querido e velho Pai!"

Giuseppe foi o segundo filho, entre dez irmãos, de uma família rural da província de Treviso, na região do Vêneto, Itália.  Ordenou-se sacerdote em 1858, aprofundando-se no estudo do direito canônico e da obra de São Tomás de Aquino. Em 10 de Novembro de 1884 foi elevado ao status de Bispo de Mântua, em seguida tornou-se Patriarca de Veneza em 1896. Foi eleito Papa em 04 de Agosto de 1903, com 55 votos dos 60 possíveis durante o Conclave. Escolheu como seu lema, Renovar todas as coisas em Jesus Cristo, sabiamente expresso na sua Encíclica "Supremi Apostolatus". O Papa Pio X destacou-se como um defensor intransigente da ortodoxia doutrinária e governou a Igreja Católica com uma mão firme, numa época na qual o laicismo era intenso e hostil à influência da Igreja. Pio X condenou as diversas tendências do modernismo como a síntese de todas as heresias! 

O Papa foi realizou grandes reformas na liturgia e codificou a Doutrina da Igreja Católica, no sentido tradicional, facilitando a participação popular no Sacramento da Eucaristia. Foi um Papa pastoral, encorajando estilos de vida que refletissem os valores cristãos. Permitiu a prática da Comunhão Eucarística frequente e incentivou o acesso das crianças à Eucaristia, quando chegada a chamada idade da razão. Promoveu ainda o estudo do canto gregoriano e do catecismo. Ele foi o autor de um catecismo que, mais tarde, tornou-se conhecido como "Catecismo de São Pio X". Criou a Pontifícia Comissão Bíblica e consolidou o Código de Direito Canônico, promulgado em 1917 após a sua morte. O Santo Papa Pio X escreveu e publicou 16 encíclicas durante o exercício da sua missão na Terra.

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Em 1873, Giuseppe Melchiorre Sarto era um jovem pároco de Salzano, vilarejo italiano na região do Vêneto, província de Veneza, durante a epidemia de cólera que cobrou 150.000 vidas na Itália. Nesta época, o futuro Papa foi um amparo e o porto seguro para a população, consolando os aflitos, cuidando dos enfermos e enterrando corpos, ignorando a própria segurança pois só preocupava-se pelos paroquianos sofredores. Sua compaixão por todo tipo de dor ou tristeza foi uma das suas características ao longo da vida. Não foi sem razão que recebeu a fama de "carregar o maior coração e suportar toda a dor da humanidade". A visão do sofrimento alheio o levava às lágrimas, e não havia qualquer problema do corpo ou da alma humana que não despertasse a sua empatia e compaixão. 

Em 1895, Giuseppe Sarto já ocupava o cargo de Patriarca de Veneza quando, durante sua caminhada diária pelos bairros pobres da cidade, ouviu gritos penetrantes de criança, aparentemente sendo surrada pela mãe, vindos de uma casa no final de um beco. Logo, o Cardeal Giuseppe caminhou célere pela rua e tocou a campainha da casa vigorosamente, e uma janela abriu-se e apareceu o rosto de uma mulher enfurecida. "Pare de bater nessa criança de uma vez!", foi a ordem do indignado Cardeal. A mãe, branca de espanto ao ver o Patriarca na sua porta fechou a janela, confusa, mas as surras cessaram para sempre.

Qualquer fato relacionado com a tirania despertava a indignação de Pio X. Quando diversos relatos chegaram a ele, fortes demais para serem ignorados, sobre a condição das tribos indígenas no Brasil e o tratamento atroz ao qual eram submetidas, os bispos daquele país foram exortados a fazer o possível para pôr um fim ao que era nada menos do que uma escravidão cruel. Estes casos eram os tipos de tristezas que torciam o coração do Santo Homem, que só preocupava-se com os cristãos do mundo. Todas as calamidades despertavam sua atenção e os sofredores eram consolados com palavras de Fé e farta ajuda material.

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Até a imprensa laica, menos favorável ​​à Igreja e seus atos, ressaltou o interesse paternal e pessoal do Papa pelas alegrias e tristezas da sua congregação mundial de cristãos. Em 1908, seu apelo à caridade e ajuda dos católicos europeus por ocasião do terremoto da Calábria, que em momentos destruiu as cidades de Messina, Reggio e as aldeias vizinhas, soterrando milhares de pessoas, teve uma resposta magnífica. O auxílio financeiro de milhões de francos foi generosamente oferecido para suprir as necessidades imediatas dos sobreviventes e desabrigados, e no dia seguinte ao desastre, Pio X enviou especialistas para resgatar as vítimas e trazê-las para o amparo dos hospitais na cidade de Roma.

O grande número de pessoas afetadas pelo terremoto que chegava diariamente em Roma, era logo transportado para o Hospital de Santa Marta, entre outras instalações na região da grande metrópole. A compaixão cristã do Papa e sua grande iniciativa, além da magistral estratégia organizacional para lidar com o resgate, renderam uma explosão de elogios até mesmo do afamado 'sindicato anticlerical', enquanto um periódico esquerdista expressava sua admiração: "Este Papa, que diziam ter como sua política o Evangelho e como diplomacia os Ensinamentos de Jesus Cristo, inflamou a imaginação da população mundial por sua coragem apostólica, simplicidade e uma Fé obstinada".

Escreveu o Monsenhor Benson: "Talvez tenha sido seu desejo ardente de ajudar e confortar qualquer tipo de sofrimento da humanidade, unido à santidade pessoal, oração fervorosa e ao amor incondicional, que transformaram o toque da sua mão e sua bênção tão eficazes na cura dos doentes e na realização dos milagres em nome de Deus". As maravilhosas graças obtidas através das orações e o toque divino do Papa Pio X dominavam as conversas em Roma, pois várias pessoas testemunharam estes fatos inexplicáveis pelas leis naturais.

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As notícias sobre os milagres do Papa espalharam-se pelo mundo, e uma jovem da Inglaterra lendo os Atos dos Apóstolos, o Livro de autoria do apóstolo Lucas, sentiu que devia encontrar o Papa pois sofria de ulcerações na cabeça e no pescoço que nunca curavam, dizendo: "Se a benção de São Pedro sobre os doentes os havia curado, a mão do seu sucessor me curaria". Assim, ela e a mãe viajaram para Roma. Durante uma audiência pública, Pio X caminhava entre os fiéis conversando aqui e ali enquanto avançava, até que acenou suavemente para uma jovem ajoelhada, e aproximando-se abençoou a menina. Neste exato momento ela sentiu que estava curada, e na volta ao albergue ela e a mãe removeram as ataduras e viram que as feridas estavam completamente cicatrizadas!

Mais notável ainda, foi o caso das freiras florentinas sofrendo de paralisia progressiva. Elas viajaram com grande dificuldade para Roma e numa audiência privada pediram que o Papa as curasse. "Por que você quer ser curada?" perguntou Pio X a uma das freiras. "Para que possamos trabalhar para a Glória de Deus", respondeu a irmã. Então, o Papa colocou a mão sobre suas cabeças e abençoou-as. "Tenham Fé, vocês estão bem e farão muito trabalho pela Glória de Deus". Neste momento elas foram restauradas à saúde! Mas Pio X pediu que elas ficassem em silêncio sobre o milagre. Na chegada, elas mal tinham forças para se arrastar, mas na volta caminhavam como mulheres saudáveis; tanto que o taxista que as esperava recusou-se a levá-las para o albergue porque não eram as 'mesmas pessoas que ele tinha transportado'.

Desta vez, numa audiência pública no Vaticano, apresentou-se um homem que carregava seu filho pequeno, paralisado desde o nascimento e incapaz de locomover-se. "Dê-o para mim" pediu Pio X, e levando a criança colocou-a sentada sobre seus joelhos, e continuou a palestrar com um grupo de peregrinos. Instantes depois, a criança escorregou do joelho do Papa e começou a brincar e correr pelo salão das audiências! Assim, podemos confirmar que o toque de um Homem Santo, seus objetos pessoais e principalmente sua interação com os enfermos, carregam um enorme potencial de cura em nome de Deus - o que foi plenamente confirmado através dos milagres de Jesus Cristo e Seus apóstolos.

Jesus confirmou literalmente que a Fé em Deus e o Seu Amor é que tornavam possíveis a realização dos Seus milagres, e o Santo Papa Pio X também afirmava: "Este é o poder das Chaves de São Pedro". Acontecimentos ainda mais maravilhosos do que as graças obtidas pelo toque pessoal do Papa, foram os milagres ocorridos a grande distância através das bênçãos e orações, além das suas visões proféticas sobre os acontecimentos que futuramente marcariam a História da humanidade.

Archduke-Charles

No verão de 1911, a princesa Zita de Bourbon-Parma, noiva do arquiduque Charles da Áustria, teve uma audiência com o Papa Pio X. Charles era o segundo da linhagem sucessória ao trono imperial austríaco. Pio X felicitou a princesa por seu próximo casamento e referiu-se ao futuro marido como o herdeiro do trono. A princesa observou respeitosamente que seu marido não seria o herdeiro pois o primeiro sucessor era Franz Ferdinand. O Papa ficou sério e insistiu que Charles é que seria o sucessor! Mas ela garantiu a ele que Franz Ferdinand era saudável e certamente não abdicaria, e o Papa preocupado comentou com a voz grave: "Se é uma abdicação eu não sei".

Claramente o Papa profetizara o futuro de Franz Ferdinand e sua esposa Sophie, a duquesa de Hohenberg, que em 28 de junho de 1914 foram assassinados em Sarajevo. O assassinato do arquiduque é considerado a causa principal da Primeira Guerra Mundial, e a imediata declaração de guerra do Império Austro-Húngaro à Sérvia confirma o fato. Charles I da Áustria, o marido da princesa Zita de Bourbon-Parma, foi entronizado e reinou até 11 de novembro de 1918 como o último Imperador da Áustria. Acabou sendo deposto e foi exilado para a Ilha portuguesa da Madeira, onde morreu de insuficiência respiratória em 01 de abril de 1922.

No convento do Sagrado Coração de Jesus na Irlanda, uma serviçal da comunidade religiosa padecia de osteoartrose do quadril e não aguentava manter-se em pé. Em outubro de 1912, a madre superiora soube das curas do Papa Pio X e decidiu recorrer ao seu auxílio. Pediu que a filha de seis anos da enferma escrevesse ao Papa pedindo-lhe que abençoasse a sua mãe. Na noite de 29 de outubro, esta percebeu que a dor havia sumido, e na manhã seguinte levantou-se e caminhou até a Igreja para uma oração de graças. Só mais tarde é que soube do envio da carta ao Papa, e comentou: "Eu não entendia o que tinha acontecido, tudo o que sabia era que a dor desaparecera e eu podia andar".

SANTO-PAPA-PIO-X

Um trabalhador e sua esposa criavam um filho de dois anos que sofria de meningite meningocócica, a inflamação na membrana que envolve o cérebro. O médico já havia perdido a esperança e pediu ao pároco local que repassasse a triste notícia aos pais do menino. Então, após ouvirem o prognóstico médico, os pais lembraram do passado distante e disseram: "Vamos escrever ao Papa, pois já confessamos com ele quando éramos crianças na época em que costumava ouvir confissões durante seu bispado em Mântua". Assim, a carta foi escrita e enviada para Pio X que, respondeu e pediu que o casal orasse pelo filho. No dia seguinte a criança estava curada!

Outro caso envolveu Marie-Françoise Deperras, uma freira que sofria de câncer ósseo e curou-se durante uma novena, quando colocou uma relíquia do Santo Papa em seu peito. Outro milagre beneficiou a freira Benedetta De Maria que também sofria de câncer. Após uma novena Benedetta tocou uma imagem de Pio X e foi curada. O cardeal Ernesto Ruffini, arcebispo de Palermo, recorreu ao Papa depois que recebeu o diagnóstico médico de tuberculose. Pio X encontrou-se com Ruffini e abençoou o amigo, depois simplesmente pediu que ele voltasse para casa pois já estava curado. 

Francesco Belsami, advogado de Nápoles, foi diagnosticado com um abscesso pulmonar sem remissão, foi curado ao colocar uma foto do papa Pio X em seu peito. Outro milagre envolveu a irmã Maria Ludovica Scorcia, contaminada por um grave vírus neurotóxico. Assim, depois de uma novena para obtenção da graça do Papa ela ficou curada. A remissão da doença de uma freira redentorista passando pelos estágios agudos de um câncer, serviu-se da aplicação de um material (tecido) usado pelo Papa Pio X, fato testemunhado pelo Cardeal Vives y Tuto.

SANTO-PAPA-PIO-X

Para o súbito retorno à vida da esposa de Don Rafael Merry del Mal, quando sua morte foi oficialmente declarada, foi utilizada a oração intercessória para a benção do Santo Papa Pio X. Outro caso envolveu Clem Lane, que sofrera um ataque cardíaco e permanecia na "tenda de oxigenação" esperando a morte, desde que até recebera a extrema-unção. Mas, quando uma relíquia do Papa foi colocada sobre ele sua recuperação imediata causou grande surpresa para os médicos. Uma irmã católica da Webster University no Missouri confirmou que seu irmão sacerdote foi curado através de uma oração intercessória para o Papa Pio X.

Oração intercessória é a ação de orar por outras pessoas. Jesus Cristo foi considerado o intercessor supremo, e por Sua causa todas as orações cristãs tornam-se uma intercessão pois são oferecidas a Deus por intermédio de Jesus, que aproximou-nos de Deus ao sacrificar-se pelos nossos pecados. Jesus é o mais importante mediador e intercessor da História, e por causa Dele podemos interceder através da oração em benefício das outras pessoas. O Papa Pio X, com humildade, fazia todo o possível para abafar as notícias sobre seus milagres, e respondia feliz: "Não tenho nada a ver com estes fatos, pois o responsável é o poder das Chaves de São Pedro".

O Papa Pio X mantinha um conceito preciso sobre a música sacra, pois a considerava como uma importante parte da liturgia da Missa. A essência desta reforma de São Pio X está contida no "Motu Proprio Tra le sollecitudini", qualificado pelo Papa João Paulo II como o verdadeiro código jurídico da música litúrgica. Pio X ensinou: "A música contribui para ampliar a solenidade das sagradas cerimônias e sua atribuição principal é adornar de adequadas melodias o texto litúrgico proposto à consideração dos fiéis, o seu objetivo final é acrescentar mais eficácia ao texto. Uma composição religiosa será um tanto mais sacra e litúrgica quanto mais aproximar-se da melodia gregoriana".

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Pio X oportunamente estabeleceu as ligações entre o liberalismo e as doutrinas socialistas: "Alerto os cristãos para as perniciosas doutrinas e princípios subversivos do liberalismo e das suas crias: o socialismo e a anarquia. A tirania invasora do socialismo sempre conduzirá ao totalitarismo, e só defrontando estes fatos à luz das doutrinas cristãs podereis opor-vos eficazmente ao progresso do socialismo, que avançará ameaçador para destruir a sociedade já abalada. A Igreja sempre sofreu perseguições, mas desta vez as armas modificaram-se. Agora inicia-se uma nova fase da eterna guerra declarada contra Deus, mas não há nada de novo a não ser as armas empregadas: o laicismo, a expressão maior do idealismo e do racionalismo".

Ensina o Papa Pio X: "A dignidade humana mal compreendida pelos liberais e modernistas é, ao contrário do que pensam, fundada sobre a autonomia do indivíduo. Segundo os liberais, o homem só será verdadeiramente homem no dia em que tiver adquirido uma consciência esclarecida e independente capaz de dispensar seu mestre obedecendo somente a si mesmo. Porém, a dignidade dos mártires é que foi o apogeu da excelência humana, devido aos seus valores, a rigidez dos princípios morais e a resignação diante do sofrimento, que fizeram deles a antítese do que pretendem os liberais".

Mas, furtivamente, uma nuvem negra, física e ideologicamente ameaçadora avançou sobre as nações da Terra, quando o espectro do comunismo iniciou sua caminhada perniciosa e avassaladora; destruindo instituições, aniquilando populações, excluindo religiões, deturpando a moral humana e depravando as leis estabelecidas na tentativa de trocar o certo pelo errado, o belo pelo feio, amor pelo ódio e paz pela guerra. O comunismo! A ideologia genitora do caos em que vivemos nos tempos atuais. Então, a Era da Desolação teve seu início marcado pela morte de milhões e a destruição desmedida.

SANTO-PAPA-PIO-X

A revolução portuguesa em 1911 foi um enorme padecimento para Pio X, pois a Nova República era amargamente anticatólica e anticlerical. A primeira ação dos revoltosos foi dissolver as ordens religiosas e confiscar seus prédios e pertences, e isto foi feito da maneira mais brutal possível, pois as freiras foram encarceradas depois que seus conventos foram saqueados e os habitantes das aldeias vizinhas executados. Milhares morriam das privações sofridas, enquanto outros testemunhavam na carne a desumanidade dos carcereiros ensandecidos. Qualquer instrução religiosa foi proibida nas 'novas escolas do governo' e os padres foram presos. O Bispo do Porto foi expulso da sua diocese e do país!

A lei da separação entre a Igreja e o Estado abateu-se mais fortemente em Portugal do que na França comunista, pois o objetivo dos socialistas portugueses era a eliminação total do Cristianismo da sociedade portuguesa. Todos estes fatos pesaram no coração do 'Pai da Cristandade' que agora padecia pelos seus filhos sofredores e desterrados. Ele protestou contra a injustiça e os crimes perpetrados pelos comunistas na Encíclica "Jamdudum in Lusitania", de 24 de maio de 1912, na qual expôs e condenou as agressões e as medidas opressivas da nova república. Uma emocionante carta enviada para Pio X expressou a gratidão do clero português pelo protesto corajoso do Papa.

Na primavera de 1913 a saúde do Papa causava apreensão, pois uma forte gripe o enfraquecera bastante, logo seguida por uma recaída diagnosticada erroneamente como pneumonia, devido ao aparecimento sintomas pulmonares que acabaram por revelar apenas uma bronquite aguda. Assim, chegavam de todas as partes do mundo orações de apoio e votos de uma rápida recuperação para Pio X, enquanto que na cidade de Roma a ansiedade intensa sentida pela população vergava-se como um peso imenso sobre a cidade!

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O Papa recuperou-se bem, porém ele não era um bom paciente, pois seus médicos tinham muita dificuldade em mantê-lo quieto no leito. O médico pessoal do Papa, Dr. Amici, relatou que na sua ausência o Papa desobedecia as ordens médicas e recebia convidados ou acertava acordos políticos urgentes que precisavam da sua presença. "Apenas pense na nossa responsabilidade diante do mundo" disse o Dr. Amici ao Papa Pio X, seu paciente mais recalcitrante. "E você pense na minha responsabilidade diante de Deus se eu não cuidar da Sua Igreja!", respondeu o Papa, feliz.

Durante o inverno anterior, Rosa Sarto, a irmã mais velha do Papa faleceu. Ela estivera ao lado do irmão a vida toda, pois ainda jovem foi cuidar da casa quando Giuseppe era apenas um curador em Tombolo, província da Pádua. Rosa também o acompanhou a Salzano, região do Veneto, e durante os anos em que viveu em Treviso e Mântua, ela também cuidava da mãe idosa até sua morte. Logo após veio para Roma com as duas irmãs mais novas e uma sobrinha para auxiliar o irmão, o então Cardeal Sarto, durante sua caminhada até o papado. Esta unida, eficiente e amorosa família Sarto levava uma vida tranquila fazendo caridade e executando suas boas obras!

Aqueles que foram orar na última morada da facelida Rosa Sarto, ficaram igualmente impressionados com a simplicidade do ambiente aonde residira e a intensa sensação de paz que prevalecia no local. No pequeno quarto, repousada numa cama de ferro comum, jazia uma senhora com um rosto doce e quase transparente emoldurado por um boné branco e liso. Adornando o quarto, viam-se pétalas de violetas e rosas espalhadas sobre a cama e junto ao corpo sereno, emoldurando a beleza única e pura desta cena final.

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O funeral ocorreu na "Basilica Papale di San Lorenzo fuori le Mura" e todos os Cardeais de Roma estavam presentes, juntamente com uma grande multidão ansiosa por honrar alguém que foi tão próximo do Santo Padre, que infelizmente não estava presente por problemas de saúde. Mas, seguindo em espírito a última jornada da querida irmã, Pio X ajoelhou-se em seu oratório e rezou pela alma imaculada de Rosa Sarto. Telegramas e mensagens chegavam de todo o mundo demonstrando empatia pela perda do Papa, que sempre carregou consigo toda a tristeza do mundo. Pio X estava abatido, mas a demonstração de amor e interesse de tantas pessoas foi um imenso consolo para a dor que sentia, um ato que o comoveu profundamente!

Mas um novo golpe estava reservado para o Santo Padre, pois as notícias reveladas pela imprensa mostravam que a revolução socialista espalhara seu ódio até a nação mexicana, onde os sofrimentos dos seus filhos novamente abalaram a saúde do Papa Pio X. José Venustiano Carranza liderava uma revolução contra Victoriano Huerta, o presidente do México, mas o bandido Pancho Villa, o principal correligionário de Carranza, logo voltou-se contra ele e iniciou uma contra-revolução seguida por uma perseguição sistemática aos religiosos e cristãos no país.

Muitos padres foram forçados a fugir e vários outros cruzaram a fronteira dos Estados Unidos para evitar um truque favorito dos insurgentes: 'eles prendiam os religiosos e contando com a importância do pastor para seus fiéis, exigiam um resgate exorbitante, mas no final matavam a vítima'. Ultrajes horríveis se seguiram! Padres foram baleados, mortos a pauladas e esquartejados; enforcados ou jogados nas masmorras. Igrejas foram convertidas em quartéis e os cálices sagrados da Santa Missa foram usados como taças de bebidas alcoólicas. Novamente a sombra insidiosa do comunismo arrasava outra nação, invertendo seus valores e aniquilando milhares de vidas. 

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O arcebispo de Durango, a cidade mais cristã do México, foi obrigado a varrer as ruas, e religiosos foram baleados por  recusarem-se a denunciar os esconderijos dos seus irmãos de Fé. O destino das freiras e religiosas mexicanas não deve nem pode ser descrito aqui neste relato, mesmo que o governo revolucionário tenha criado uma agência de imprensa nos Estados Unidos para negar os 'fatos impensáveis', inundando os correios com calúnias contra a Igreja e o clero. Mas a verdade tornou-se gradualmente conhecida pelo Papa Pio X, não em sua totalidade, mas o suficiente para trazer ao corajoso coração velho do Santo uma nova pontada de angústia.

Na noite de 28 de junho de 1914, o Papa sentia-se apreensivo e solicitou a presença do Cardeal Merry del Val, que atemorizou-se com a aparência frágil do Santo Padre, pois o medo e a preocupação dominavam suas feições. A mão que São Pio X estendeu tremia, quando sussurrou: "Il Guerone (A Grande Guerra) está por vir, e não vamos terminar este ano em paz". Uma batida na porta interrompeu a conversa, e uma missiva foi entregue ao Papa que, com a mão  trêmula, deixou-a cair. Merry del Val pegou o papel e leu que o Imperador da Áustria, Franz Ferdinand e sua esposa Sophie, a duquesa de Hohenberg, foram assassinados em Sarajevo.

Ainda não entendendo as graves implicações do fato, o Cardeal Merry del Val tentou atenuar a aflição do Papa argumentando que um evento como este não desencadearia uma Guerra Mundial. Mas Pio X, sentindo-se extremamente cansado, apenas exclamou: "Meu Senhor!", e dirigindo-se à capela do Vaticano caiu de joelhos e rezou diante do sacrário. Claramente Pio X compreendera a situação precária das alianças europeias, que não seriam capazes de ignorar um evento político tão dramático como o assassinato do imperador austríaco Franz Ferdinand.

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Assim, o Papa Pio X mal dormia, entretanto sua saúde parecia estável. Em 19 de agosto, depois de conceder uma última audiência na Festa da Assunção, Pio X acamou-se com uma febre leve, mas permaneceu completamente prostrado. Então, percebendo a gravidade da sua situação, o Papa voltou-se ao seu secretário e disse: "Que a vontade de Deus seja feita, pois acho que é o fim. Talvez Deus, em Sua infinita bondade, deseje poupar-me dos horrores que irão abater-se sobre a Europa". Naquela tarde, o Cardeal Merry del Val soube que o Papa Pio X sofria de pneumonia aguda sem esperanças de recuperação, e relatou: "Ele desgastou-se muito no último ano para resistir a uma doença grave".

De acordo com o médico, Dr. Machiafva, estas foram as palavras usadas por Giuseppe Melchior Sarto, o Santo Papa da Eucaristia, quando despediu-se deste mundo: "Ofereço minha vida como um sacrifício para prevenir o massacre de tantos dos meus filhos na guerra". Assim, nas primeiras horas de 20 de agosto de 1914, os sinos tocaram por toda a cidade de Roma indicando a hora final do Papa Pio X. No seu semblante tranquilo, um intenso amor transluziu na sua face quando professou suas últimas palavras no dialeto veneziano: "Gesu, Giuseppe e Maria, vi dono il cuore de l’anima mia!" (Jesus, José e Maria, eu entrego a vós o coração da minha alma!). O Católico, o Camponês, o Pontífice e Salvador de tantas almas humanas era agora um só, no momento da perfeita e total auto-rendição.

Em 19 de maio de 1944, o corpo do Papa Pio X foi exumado e levado para a Capela do Santo Crucifixo na Basílica de São Pedro, para dar prosseguimento ao processo de canonização. Ao descobrirem o corpo do Santo Papa Pio X, os oficiais relataram que ele estava notavelmente preservado e incorrupto, apesar de ter sido sepultado há 30 anos, sem embalsamamento a pedido do próprio Papa. Segundo o médico Jerome Dai-Gal, o corpo do Papa não sofrera qualquer modificação. Assim, no término do processo apostólico de santificação, o Papa Pio X recebeu a homenagem honrosa de ser "O Venerável Servo de Deus".



26 janeiro 2020

A NOSSA FÉ CRISTÃ - OUR CHRISTIAN FAITH

JESUS-CHRIST-GOD

Jesus Cristo ensinou que devemos manter um comportamento vigilante a fim de evitar as inconveniências e perigos que assolarão nosso planeta. Assim, devemos manter-nos alertas e seguir as  considerações de Jesus sobre as adversidades futuras e deduzir quais são as implicações atuais deste conhecimento que nos foi repassado há séculos.

09 agosto 2019

ECOS DO PASSADO CRISTÃO - ECHOES OF CHRISTIAN PAST

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Atualmente conhecemos os fatos históricos e as verdades únicas que os primeiros cristãos testemunharam, mas isto não significa que devemos adotar os procedimentos próprios de um passado distante. Porém precisamos aceitar a possibilidade de que algumas das atuais doutrinas não estão corretas, ainda que as tenhamos adotado com todo o nosso espírito. Também devemos evitar o uso indiscriminado da teologia para a solução dos problemas.

Não precisamos mudar nossas crenças e atitudes com base no depoimento daqueles cristãos, pois eles interpretaram as Escrituras de maneira diferente da nossa. O Novo Testamento é a única autoridade e referência para os atuais cristãos, uma literatura cuja amplitude e força do seu significado estendeu-se através dos séculos, mas os que creem nas Escrituras compiladas pelos discípulos de Jesus, agora estão divididos entre diferentes denominações.

Esta variedade de linhas ou igrejas que compõem o Cristianismo contemporâneo não subsistem, pois cada uma altera o sentido dos Ensinamentos de Jesus para atrair mais fiéis. Assim, os cristãos sentem-se obrigados a fixar outra base de autoridade teológica, depositando demasiada confiança nos impressos religiosos emitidos pelos pastores e biblicistas, seguindo os novos credos que compõem e infestam este cristianismo falseado.

Mas quanta autoridade e valor carregam na realidade tais fontes cristãs? Nenhuma! Devemos nos apegar aos relatos dos primeiros cristãos, os escritores da Igreja primitiva, que equipararam seus ensinamentos ao mesmo nível dos escritos contidos no Novo Testamento. Desvendamos o que acreditavam estes antigos cristãos do final da época apostólica, e isto nos forneceu um ponto de referência mais valioso do que qualquer outro disponível.

Os escritos daquela época carregavam em seu núcleo as crenças e práticas recebidas dos apóstolos de Jesus, mas existiam concepções únicas que os apóstolos não relataram ou explicaram claramente aos cristãos do primeiro século. Havia uma enorme diversidade intelectual e social entre estes cristãos primitivos, mas ainda assim eles não se dividiram entre diferentes seitas, denominações ou linhas de pensamento como as que encontramos na atualidade.

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Flávio Justino (100-165) foi um filósofo romano que sacrificou-se em defesa da religião cristã. Sua convicção nos Ensinamentos de Jesus era tão completa que foi martirizado por decapitação. O ponto central da apologética de Justino demonstrava que Jesus é o Logos, o primogênito de Deus, do qual deriva toda a sapiência da humanidade. O espírito aprazível de Justino transparecia nas suas concepções filosóficas e ele escreveu duas apologias em defesa dos cristãos.

Justino ensinou estudantes em Éfeso e Roma, marcando uma posição nítida em defesa da Fé cristã, pelo Deus dos cristãos contra os falsos deuses dos pagãos, o que lhe custou a vida. Era típico dos primeiros cristãos o espírito pouco contencioso e livre de preconceitos, não permitindo que a diversidade destruísse seu espírito aprazível e a Fé profunda. Ainda que intransigentes em sua obediência a Cristo, eram flexíveis nos pontos que os apóstolos não tinham fixado.

Uma cópia nunca reproduz exatamente seu original, e os fundamentos do cristianismo primitivo foram repassados de uma geração para outra, produzindo mudanças profundas na sua forma e conteúdo. Durante as duas primeiras gerações a maioria das mudanças foi suave, quase imperceptível, mas o efeito cumulativo dessas mudanças através de muitos séculos redundou em transformações verdadeiramente significativas para a concepção da religiosidade cristã.

De uma geração a outra qualquer idioma muda levemente, uma mudança tão lenta que mal nos damos conta. No entanto, através dos séculos, o efeito cumulativo de tantas mudanças leves produzirá uma linguagem muito diferente da original. Sabemos que o Cristianismo do segundo século já não era uma cópia exata do Cristianismo apostólico, mesmo estando os cristãos da época na geração subsequente à dos apóstolos. 

Porém, aquela época histórica não seria a única vantagem dos cristãos antigos, pois podiam ler o Novo Testamento no grego original. Em contraste, a maioria dos atuais cristãos sabe muito pouco a respeito da cultura e do ambiente histórico daquela época. Mesmo os eruditos que dedicaram uma vida inteira ao estudo da cultura e do ambiente histórico do período compreendido entre a Ressurreição e a edição do Novo Testamento, jamais poderão apreendê-lo como o entenderam aqueles que viveram nos tempos gloriosos após a Ressurreição de Jesus Cristo. 

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Certamente aqueles cristãos levaram uma vantagem importante e imprescindível quanto à compreensão oral e escrita do Novo Testamento. A primeira geração de fiéis teve a oportunidade de aprender pessoalmente com os apóstolos e também fazer-lhes perguntas pertinentes sobre a Vida de Jesus. Assistir aos apóstolos explicarem seus escritos não era um luxo, mas sim uma necessidade. Pedro ensinava aos cristãos em grego e eles entendiam perfeitamente os escritos gregos e a cultura em que viviam. 

Os cristãos antigos não tentaram viver suas vidas piedosas sem a ajuda de Deus, pois sabiam que não tinham o poder necessário para tal feito - eles tinham a plena convicção de que precisavam do Seu poder para continuar a seguir na íntegra os Ensinamentos de Jesus. Os que servem a Deus não excluem a Sua ajuda na própria vida, no entanto, o que sucede atualmente é que a princípio dependemos do poder de Deus, mas com o tempo começamos a afastar-nos Dele.

Geralmente este processo começa de forma gradual no interior do ser humano, na sua alma, e aparentemente continuamos a proceder em relação à vida da mesma forma sem nos dar conta da grave situação na qual incorremos. Mas o que de fato acontece é que as nossas orações tornaram-se formais ou obrigatórias e cumprimos automaticamente os Ensinamentos de Jesus, sempre com a mente focada em outras coisas, pessoas ou lugares, para no fim acharmos que dependemos só de Deus e não precisamos mais "perder tempo" em buscá-Lo!

Esta doutrina, a lógica dialética, teve a sua origem com Martinho Lutero (1483-1546), reformador alemão que pregou que somos incapazes de fazer o bem e que nosso desejo de amar a Deus dependia unicamente Dele. Este ensinamento foi a pedra fundamental do luteranismo, que produziu uma nação de cristãos alemães desobedientes e impiedosos. A nação alemã na época de Lutero era uma "sentina" de grosseria, imoralidade e violência, pois o esperar passivo para que Deus assumisse suas vidas não produziu uma Igreja nem uma nação piedosa.

Porém, os primeiros cristãos seguiram um outro caminho. Nunca disseram que o homem seria incapaz de fazer o bem ou de vencer o pecado em suas vidas, nem que alguém pudesse vencer todas as suas debilidades e seguir obedecendo a Deus, dia após dia, só com seu próprio juízo. Estes cristãos sabiam que lhes faltava o poder de Deus mas não esperavam passivamente que Ele fizesse toda a obra, pois acreditavam que o "estar com Deus" era uma interação entre homens e seu Criador.

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Um cristão tem que estar disposto a empenhar toda a sua força espiritual e a alma imortal no intuito de amar e bem servir a Deus, mas continuamos a precisar e depender de Deus sempre. Orígenes (184–253), escritor cristão, assim explicou: "Deus revela-se àqueles que, depois de dar tudo o que possam para encontrá-Lo confessam a necessidade da Sua ajuda". Os cristãos dos primeiros séculos acreditavam na procura premente da ajuda de Deus e que não deviam pedir só uma vez, mas sim persistir em pedir Sua ajuda diariamente.

Clemente (150-215), escritor e cristão grego ensinou aos seus discípulos: "Um homem que trabalha sozinho para libertar-se dos desejos pecaminosos nada consegue, mas quando manifesta um grande zelo e um real propósito neste apelo sente o poder de Deus, que colabora com os que almejam pela Sua ajuda. Mas para os que perdem este anseio o Espírito de Deus também se restringe, pois o ato de salvar os que não têm vontade é um ato de obrigação e para aqueles que têm empenho é um ato da Graça Divina".

Assim, vemos que a justiça Divina resulta da obra mútua entre o ser humano e Deus. Há um poder sem limites por parte de Deus, e a busca da Graça Divina significa como utilizaremos este Poder que nos é ofertado sem restrições. O anseio pela ajuda de Deus tem que nascer do cristão. Ensinou Orígenes: "Não somos objetos de madeira que Deus move a seu capricho, mas sim humanos capazes de almejar a Deus e de responder-Lhe. A mortificação dos nossos pecados não será fácil se não estivermos dispostos a sofrer no coração".

Antes de tentarmos avaliar as lições históricas herdadas dos primeiros cristãos, temos que apresentar uma boa explicação para seus poderes únicos, a Fé irrestrita e a obstinação implacável, pois não podemos negar o fato de que tinham um poder extraordinário. Mesmo os romanos pagãos tiveram que admitir este fato surpreendente, como relatou Lactâncio (240-317), o conselheiro de Constantino Magno ou Grande (272-337), o primeiro imperador romano "cristão" que governava na época:

"Quando vemos os homens lacerados por várias classes de torturas, parecendo indomados ainda que seus verdugos se fatiguem, devemos acreditar que o acordo entre estas pessoas e sua Fé invencível tem um verdadeiro significado. Vemos que a perseverança humana por si só não poderia resistir a tais torturas sem a ajuda de Deus. Vencem seus verdugos com o silêncio e nem sequer o fogo os faz gemer o mínimo. Facilmente poderiam evitar os castigos se assim o desejassem, ao negar Jesus Cristo, mas suportam de boa vontade porque confiam Nele".

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A Igreja atual e seus fiéis cristãos poderiam aprender lições valiosas daqueles primeiros cristãos, desde que suas concepções teológicas os situassem em condições de viver como cidadãos de outro Reino, ao lado de Deus, como indivíduos de outra cultura ou "espécie". A Igreja Católica primitiva apoiava seus cristãos até o fim e a mensagem da Cruz de Jesus era seguida à risca, como também a crença de que o ser humano precisava colaborar com Deus para conseguir um alto grau de excelência cristã nesta vida terrena.

Durante o século IV, ao findar a época do reinado de Flavius Valerius Constantinus (Constantino, o Grande), a Igreja Católica havia-se convertido num agrupamento de fiéis que reuniam-se a cada domingo, nas horas vespertinas, e que somente sabiam decorar certos credos e outras fórmulas doutrinais impostas pelo governo de Constantino. Somente por volta de 317 d.C. é que a Igreja passou a adotar símbolos que combinavam as duas primeiras letras gregas do nome de Cristo, o "X" e "P" superpostos.

Assim, a maioria destes "novos cristãos constantinianos" não exercia qualquer contato pessoal com Deus, e a Igreja Católica sofria de intensa anemia espiritual. Opondo-se a esta negligência, o monge ascético Pelágio da Bretanha (350-423) começou a pregar vigorosas mensagens sobre o arrependimento e a santidade. Mas, para destacar a responsabilidade de cada pessoa perante o Criador, divulgou que os homens poderiam praticamente viver toda a vida sem pecado e que, desta forma, poderiam salvar-se sem a necessidade de depender da Graça Divina.

Agostinho de Hipona (354-430), o teólogo e filósofo Santo Agostinho cujas obras auxiliaram o desenvolvimento da Igreja, respondeu aos ensinamentos de Pelágio utilizando sua "famosa" abordagem teológica, indo a outro extremo e desenvolvendo "certas doutrinas": 

"Como resultado do pecado de Adão, os homens são totalmente depravados e totalmente incapazes de fazer o bem, de salvar-se ou de acreditar em Deus. A decisão de salvar uma pessoa e condenar a outra, de dar fé a uma pessoa e não a dar a outra, é totalmente arbitrária. Isto é, depende só de Deus e não de nós. Antes da criação do mundo, Deus arbitrariamente predestinou quem seria salvo e quem seria condenado, e aqueles que são predestinados para a condenação não podem ser salvos jamais. Não obstante, nem todos os que recebem o dom da Fé são predestinados para a Salvação, pois o dom de perseverar é um dom independente da Fé. A Salvação depende exclusivamente da Graça de Deus. A Fé, a obediência e a perseverança são dons de Deus".

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O monge Pelágio não pode combater os argumentos poderosos de Agostinho e suas pregações não tiveram qualquer repercussão. Mas a situação agravou-se quando Agostinho, reagindo à já extinta polêmica de Pelágio, negou completamente os escritos dos primeiros cristãos quanto ao livre arbítrio do homem e a sua responsabilidade de responder à graça de Deus para receber a Salvação. Assim, em seu lugar, Agostinho criou a doutrina fria e inflexível da predestinação arbitrária.

Mais uma vez a controvérsia entre Pelágio e Agostinho, agora com outros atores, retornou ao palco da Europa no século XVI, e novamente o tema central era a Salvação. Através dos séculos, a Igreja Católica Romana havia-se apartado da posição de Agostinho sobre a predestinação facultativa e ensinava que as boas obras também tinham um certo prestígio para alcançar a Salvação. Assim, a doutrina da Igreja agora parecia com a dos primeiros cristãos mas, para eles, as boas obras não eram nada mais do que a obediência aos mandamentos de Deus.

Porém, a situação agravou-se ainda mais quando os cristãos da Idade Média estenderam o significado da Salvação incluindo certas práticas cerimoniais, como as peregrinações a lugares santos, adoração de relíquias sagradas e a compra de indulgências. Na teologia católica a indulgência é a remissão total ou parcial das penas temporais cabíveis para pecados cometidos, que a Igreja concede após terem sido perdoados. Este fato desencadeou a reforma de Martinho Lutero (1483-1546), o protestantismo, como resposta ao abuso destas práticas. 

O Papa mantinha o poder de conceder indulgências tanto às pessoas vivas como também aos falecidos que estavam no purgatório - um local de sofrimento para purificação de crimes ou faltas cometidas - com a condição de que doações à Igreja ou a alguma obra de caridade fossem realizadas. Em 1517, o Papa Leão X autorizou que Johann Tetzel angariasse fundos na Alemanha através da venda das indulgências e doações em dinheiro para terminar a construção da Basílica de São Pedro, em Roma.

Johann Tetzel (1465-1519) foi um alemão católico e frade dominicano, além de inquisidor na Polônia e comissário para indulgências na Alemanha. Tetzel era um orador entusiástico que emitia vários comunicados e afirmações fantásticas a respeito do poder das indulgências. Ele manejava com destreza as preocupações dos cristãos com a própria alma imortal assim como com a dos parentes falecidos, cinicamente afirmando: "Tão logo tintilar a moeda no cofre, tão cedo a alma do seu ente querido saltará do purgatório!"

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Certa vez, um jovem de uma aldeia remota questionou Tetzel se a compra da indulgência lhe asseguraria o perdão eterno por qualquer tipo de pecado: "Claro que sim!" respondeu Tetzel, inflado de satisfação e concupiscência. Mas insistiu o jovem pecador: "Mesmo que o pecado seja só uma ideia imoral ainda não cometida eu seria perdoado?" Entusiasmado com a ingenuidade excessiva do rapaz Tetzel afirmou: "Não importa, pois não há nenhum pecado demasiado grande ou grave!" Com isso, o jovem sorriu e comprou a sua indulgência precoce.

Muitos dias depois, ao terminar de recolher os frutos do seu lucrativo negócio naquele distante e humilde povoado, Tetzel continuou sua peregrinação social em direção ao próximo vilarejo. Mas, inoportunamente no meio caminho, ele deparou-se com uma dupla de saqueadores que levaram todo o dinheiro que tinha ganho com as indulgências e aplicaram-lhe uma boa surra. Depauperado, abriu um olho e reparou que o ladrão sorridente da dupla era o mesmo jovem que tinha comprado a indulgência precoce, resguardando-se do pecado que iria cometer!

Mas as afirmações de Tetzel também não ficaram sem respostas, pois foram desafiadas pelo monge Martinho Lutero que, ardendo com indignação desmedida, confrontou Tetzel e refutou todas as suas afirmações ridículas e ministrou-lhe uma nova surra. Como a Igreja nada fazia para conter e calar Tetzel, Lutero redigiu e fincou 95 proposições contra as indulgências no portal da Igreja em Wittenburg, na Alemanha, propondo a realização de um debate público sobre a validade da bula das indulgências.

O fogo que começou a arder em Wittenburg teria se extinguido caso não existisse uma recente invenção daquela época: a tipografia. Sem que Lutero autorizasse, suas proposições foram impressas e distribuídas por toda a Europa, e assim desencadeou-se o confronto final entre Tetzel e Lutero. Para apoiar sua posição contra Tetzel, Lutero voltou-se para um outro extremo, e ao fazer isso não teve que inventar nenhuma teologia inexistente porque, como monge agostiniano, nada fez além de ressuscitar a antiga e esquecida retórica de Agostinho.

Seguindo as ideias de Agostinho, Lutero propôs que a Salvação dependia exclusivamente da predestinação e que o ser humano não produzia nada de bom ou mesmo teria a capacidade de acreditar em Deus. Lutero sustentou que Deus concede o dom da Fé e das boas obras a quem Ele quer: "Deus concede aos predestinados segundo Sua vontade desde antes da criação do mundo, e aos demais Ele os elege arbitrariamente para a condenação eterna". Lutero afirmou que ninguém poderia ser salvo se não acreditasse na doutrina da predestinação absoluta.

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Martinho Lutero também tomou emprestado outras doutrinas de Agostinho, inclusive a da guerra santa. Quando o povo pobre da Alemanha se sublevou contra o tratamento desumano da nobreza, Lutero exortou os nobres a suprimirem a rebelião "com força viva", incitando-os com as seguintes palavras: "Esta não é hora de estar dormindo, agora não há lugar para a paciência nem para a misericórdia. Esta é a hora da espada e não da graça. Qualquer camponês que morra se perderá de corpo e alma: será do diabo por toda a eternidade".

Continuou o ensandecido Lutero: "Portanto, os castigaremos e mataremos até que deixe de bater o coração. Por isso digo, quem morrer na batalha como aliado da autoridade poderá ser um mártir verdadeiro aos olhos de Deus. Hora rara esta, quando o príncipe pode ganhar um lugar no céu com o derramamento de sangue, melhor do que poderia outro com a oração. Apunhalai a todos, matem-nos! Se morreres na batalha, bom para ti, uma morte mais bendita não há".

Sem vacilar, os nobres seguiram as palavras de Lutero massacrando os camponeses selvagemente, e na breve guerra que se seguiu cometeram atrocidades indizíveis. Os camponeses que não morreram no combate foram torturados horrivelmente e executados. Durante os 1.100 anos entre Agostinho e Lutero, o Cristianismo caminhou de um lado a outro, de um extremo ao outro, mas acabou por voltar ao IV século da Era Cristã. A Reforma de Lutero fracassou, porque não foi um retorno ao espírito dos primeiros cristãos, nem aos Ensinamentos de Jesus. 

Os cristãos dos primeiros séculos produziram uma revolução espiritual no mundo pois não temeram desafiar as atitudes, a vida e os valores do mundo antigo. Seu Cristianismo era bem mais do que um credo, um conjunto de doutrinas. Era uma maneira diferente e nova de viver. No entanto ainda hoje os Cristãos não se convenceram com as lições da História. A Igreja atual não converteu o mundo, e sim o mundo converteu a Igreja!

Ainda acreditamos poder melhorar o Cristianismo por meio dos métodos humanos, mas no sentido verdadeiro o Cristianismo não melhorará até que volte à santidade prática, ao amor não fingido e à abnegação verdadeira dos primeiros cristãos. Ensinou Jesus: "Se não faço as obras de meu Pai, não acreditais em mim. Mas se as faço, mesmo que não acreditais em mim, crede nas obras, para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e Eu estou no Pai".