Um dos primeiros a identificar as plantas carnívoras foi Sir Joseph Hooker (1817-1911) que experimentou alimentá-las com insetos em 1875 e publicou um livro sobre estes vegetais insetívoros. Os botânicos não reconhecem muitas plantas carnívoras porque elas não têm as características principais das mais conhecidas.
Plantas como a Solanum tuberosum (batata) e Solanum lycopersicum (tomate), têm pêlos pegajosos que capturam pulgões e outros pequenos invertebrados, que não são imediatamente devorados mas caem mortos no solo, perto da planta, para que os nutrientes sejam assimilados pelas raízes.
A poluição está obrigando que as plantas carnívoras sejam "vegetarianas". Um aumento na chuva ácida tem aumentado os níveis de nitrogênio dos solos, e como resultado, as plantas estão optando por comer menos insetos.
O estudo, publicado na última edição do New Phytologist, demonstra que os notáveis pântanos suecos, que tradicionalmente são preenchidos com plantas carnívoras, foram afetados pela chuva ácida. O aumento do nitrogênio obtido pela poluição tem dado às espécies vegetais tantos nutrientes, que elas não precisam mais se alimentar de "carne".
Além de fornecer mais nutrientes ao solo o nitrogênio também tornou as folhas menos pegajosas, desta forma capturam menos "comida", e estão produzindo pouca coloração que é o maior atrativo de insetos e pequenas criaturas.
As plantas adotaram o estilo de vida carnívoro porque não conseguiam obter suficiente nitrogênio através dos meios convencionais, absorvendo-o pelas suas raízes. Capturar insetos e pequenos animais fornece outra fonte de nitrogênio, mas não é uma solução eficiente.
As plantas tem que gastar muita energia no equipamento especializado, e quando uma espécie envereda por este caminho terá muita dificuldade em competir com as rivais não-carnívoras. Nas áreas com maiores níveis de nitrogênio, estas plantas agora podem obter muito mais nitrogênio pelas raízes, mas ainda terão que suportar os custos residuais de serem carnívoras.