A cada minuto morrem cinco crianças no mundo em decorrência da desnutrição crônica, e 500 milhões de crianças correm risco de sequelas permanentes no organismo nos próximos 15 anos.
Pelo menos seis países são os mais afetados. Cinco estão na África e o sexto é a Coréia do Norte.
Os países africanos, Congo, Burundi, Comores, Suazilândia e Costa do Marfim, têm os piores dados referentes à fome mundial. Situação oposta ocorre no Kuwait, na Turquia, Malásia e no México, que conseguiram avançar e registrar melhorias.
O Índice Global de Segurança Alimentar confirma, no geral, boas performances por parte dos países desenvolvidos, mas situações críticas em regiões pobres.
O Brasil, considerado um país de renda média, aparece na 31ª posição. Estados Unidos, Dinamarca e Noruega encabeçam a lista.
Os países percebidos com pior performance alimentar foram os africanos Burundi, Chade e Congo.
Apesar de ser uma potência agrícola, o Brasil ficou atrás de nações latino-americanas cuja produção agrária é comparativamente mais modesta, como Chile e México.
A fome e o desperdício de alimentos são dois dos mais relevantes problemas que o Brasil enfrenta, constituindo-se em um dos maiores paradoxos do nosso país, já que produz 25,7 % a mais de alimentos do que necessita para alimentar a sua população.
Ao mesmo tempo, temos milhões de excluídos sem acesso ao alimento em quantidade ou qualidade para que se mantenham, primeiramente vivos, e quando assegurada a sobrevivência, com saúde e capacidade adequada ao desenvolvimento humano.
Alimentos eliminados indiscriminadamente poderiam ser aproveitados como principal fonte de combate contra os efeitos da fome, desnutrição e subnutrição.
Sem gastar mais com a produção de alimentos, e apenas nos dedicando objetivamente a recuperarmos este desperdício, poderíamos estar oferecendo alimentação a 72 milhões de brasileiros que se encontram em penúria alimentar.
Uma população de 6,5 bilhões de pessoas necessita de 6 quatrilhões de calorias por ano para viver. A produção mundial de grãos é de 1,86 bilhões de toneladas de grãos por ano, cerca de 7,5 quatrilhões de calorias.
Se de fato é produzido um excedente de 1,5 quatrilhões de calorias todos os anos, qual a explicação para que uma em cada seis pessoas no mundo passe fome.
Quando consideramos a quantidade de recursos necessários para a produção pecuária, torna-se evidente sua participação neste processo.
A maior parte dos grãos cultivados no mundo, cerca de 465 milhões de toneladas, é utilizada para alimentar e engordar o gado.
Mesmo o fato de que este gado será posteriormente utilizado para alimentar seres humanos não justifica tal desperdício, visto que a produção de carne representa um uso ineficiente dos grãos.
São necessárias cerca de 11 a 17 calorias de proteínas de grãos para criar cada caloria de proteína de carne bovina, suína ou de frango.
Se somente 0,3 % das 465 milhões de toneladas de grãos utilizados para alimentar o gado fossem utilizados diretamente para alimentar seres humanos, isto seria suficiente para salvar da desnutrição as 6 milhões de crianças menores de 5 anos que morrem de fome por ano no mundo.
Apenas 2,5% deste total seriam suficientes para acabar com a fome no Brasil e 50% deste total seriam suficientes para acabar com a fome no mundo.
Se todos os grãos atualmente utilizados para alimentar o gado fossem destinados à alimentação de seres humanos, seria possível alimentar quase 3 bilhões de pessoas, o que corresponde à metade da população mundial atual.
O consumo mundial de carne está concentrado em poucos países. Os EUA e a China concentram juntos cerca de 25% da população mundial.
No entanto, estas populações são responsáveis pelo consumo de 35% da carne bovina, mais de 50% da carne de frango e 65% da carne suína do mundo.
Se acrescentarmos a população do Brasil e da União Européia a estas populações, teremos o consumo de mais de 60% da carne bovina, mais de 70% da carne de frango e mais de 80% da carne de porco.
Quando somamos a estas estatísticas o fato de que grandes áreas florestais têm de ser cortadas para fornecer pastagens e espaço para o gado, ocupando e destruindo os locais que deveriam ser destinados à agricultura produtiva de alimentos para a humanidade, a consequência direta será o incremento da fome mundial, que apresentará padrões avassaladores.
Jesus Cristo nos ensinou: "Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me. Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes".
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