No dia 8 de junho de 2014, um asteroide descoberto há menos de dois meses orbitará a 1.250.000 km da Terra, ou seja, o equivalente a 3,25 distâncias lunares. O denominado 2014 HQ124 recebeu a alcunha de "Besta" e foi classificado pela NASA como potencialmente perigoso. Foi detectado em 23 de abril de 2014 pelo "Wide-field Infrared Survey Explorer" (WISE): o telescópio receptor de ondas infravermelhas da NASA em atividade desde 2009.
A "Besta" apresenta um diâmetro de 325 metros e viaja pelo espaço a uma velocidade de 50.400 Km/h, podendo atingir o planeta Terra com uma potência equivalente a 2.000 megatons de TNT e abrir uma cratera de 25 Km de extensão.
Diariamente vários asteroides adentram na atmosfera terrestre mas não deixam nenhum vestígio da sua passagem, pois queimam ou explodem antes de atingir o solo. Asteroides são corpos celestes basicamente constituídos de matéria congelada, rocha e ferro, o material excedente da formação do sistema solar.
Quando atingem a atmosfera superior tornam-se ignescentes pelo intenso atrito criado pela alta velocidade e, quando visíveis, os percebemos pelos fascinantes rastros de luz que apelidamos de "estrelas cadentes". Mas nesta fase de autocombustão devem ser corretamente denominados de meteoros.
Os cientistas da NASA e pesquisadores em todo o mundo conseguiram catalogar e qualificar perto de 50 mil asteroides, mas estima-se que ainda existam cerca de 1 milhão desconhecidos. Dentre estes, quinhentos mil possuem um diâmetro estimado em mais de um quilômetro.
Atualmente a NASA reconhece que existem 100 mil asteroides perigosamente próximos da Terra e que só conseguiram rastrear 5.000 deles. Entre os já monitorados, ou seja, aqueles que possuem suas órbitas rastreadas e diâmetros aferidos, centenas apresentam um risco iminente de colisão com a Terra segundo o "Programa de Objetos Próximos da Terra" da NASA (NEO).
A cada ano o sistema solar é visitado por um asteroide de grandes proporções capaz de aniquilar grande parte da vida em nosso planeta. Estes são os potencialmente perigosos gigantes espaciais que originam-se da "Família Baptistina": esta é a denominação do agrupamento composto por asteroides gigantescos localizado na borda interna do cinturão de asteroides, entre a órbita de Marte e Júpiter.
Esta família de gigantes foi criada pela colisão de dois imensos asteroides há milhões de anos. Suas dimensões seriam de 250 e 100 Km de diâmetro respectivamente! Segundo as estatísticas, um asteroide com mais de cem metros deve atingir a Terra a cada século.
O mais famoso asteroide catalogado é o Apophis (nº 99942) com 350 metros de diâmetro: um asteroide que claramente merece a nossa atenção. Seu nome foi inspirado na entidade mitológica egípcia "Apep", Apophis em grego, que significa a personificação do caos. Em 13 de abril de 2029, Apophis orbitará abaixo da altitude dos satélites de comunicação.
Durante esta passagem, caso a sua órbita entre em ressonância orbital com a da Terra, nosso planeta poderá ser o alvo da sua próxima visita em 2036. A ressonância orbital resulta da interação dos períodos orbitais de dois corpos celestes, quando um é uma fração exata do período do outro. Por exemplo: na primeira passagem do Apophis o planeta Terra pode agir como um atrator gravitacional em pequena escala alterando a órbita do asteroide na sua passagem futura.
O impacto do Apophis na Terra liberaria 150.000 vezes mais energia do que a explosão nuclear em Hiroshima, ou seja, 3.500 megatons de TNT. Cidades inteiras seriam imediatamente pulverizadas e o planeta sofreria com o inevitável inverno de impacto. As cinzas em suspensão na atmosfera levariam anos para dissiparem-se e impediriam que a radiação solar beneficiasse a Terra.
Caso o asteroide Apophis atinja o Oceano Pacífico, uma previsão científica confirmada pelo rastreamento da sua órbita, um impressionante tsunami com centenas de metros de altura devastará toda a região circundante.
1 comentários:
Daqui a 22 anos vamos todos fritar.
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