A Ressurreição de Jesus Cristo é a essência do Cristianismo e responsável pela transfiguração da cosmovisão secular da humanidade — as respostas às questões filosóficas, como a finalidade da existência humana, a existência de vida após a morte. Sua importância sempre sobrepor-se-á a qualquer outro evento metafísico que tenha suportado a criação e o historismo das religiões mundiais. Sabemos como a vida humana preexistiu, mas só podemos conjecturar como será a vida espiritual além desta existência humana. Porém, a ressurreição de Lázaro revelou um aspecto singular da promessa de Jesus Cristo como concessor da Vida Eterna.
Quando Jesus retornou a Jerusalém para as cerimônias fúnebres do amigo Lázaro de Betânia, o antagonismo da assembleia composta pelos fariseus talmúdicos (sinédrio) contra Jesus era bem intenso. Quando Jesus chegou para a solenidade Marta perguntou: "Senhor, se estivesse aqui meu irmão não teria morrido, pois bem sei que Deus proverá tudo o que Lhe pedires". Marta considerou que Jesus seria um intermediário para alcançar as dádivas de Deus, desconhecendo, pois não entendia, que Jesus era o próprio Deus que se fez Homem para viver entre nós.
Marta acreditou que Deus ressuscitaria Lázaro, mas sua reação de surpresa quando Jesus levantou-o dos mortos sinalizou uma descrença. Quando Jesus confirmou que Lázaro voltaria da morte, significou para Marta um simples consolo e não uma certeza de um fato consumado. Assim, a importante Revelação que Jesus Cristo transmitiu para a humanidade através da ressurreição de Lázaro não foi compreendida naquele exato momento histórico, quando toda a complexa metafísica da ressurreição humana foi ensinada!
Jesus revelou Seu mais importante Ensinamento depois de ressuscitar seu amigo Lázaro: "Eu sou a Ressurreição e a Vida, e quem crer em mim viverá, ainda que morra; e quem vive e crê em mim viverá para sempre". Mas, naquele momento, Jesus Cristo já corria sério risco de vida ao permanecer nas cercanias de Jerusalém, pois dentre a multidão escondiam-se os traidores que tramavam Sua prisão e o consequente julgamento comandado pelos rabinos talmúdicos (edomitas). Assim, ao entardecer, os centuriões romanos prenderam Jesus para ser submetido à justiça de Caifás e do Sinédrio.
Todos os membros do sinédrio reuniram-se na residência de Caifás para ardilmente perpetrarem sua vingança contra o Filho de Deus. Naquela época, era considerado ilegal entre os hebreus conduzir qualquer julgamento ou atividade cívil durante o Pessach (celebração da libertação dos hebreus da escravidão no Egito), mas nem este fato impediu que os traidores seguissem com sua trama. Além do julgamento ilegal, o Sinédrio ainda aliciou testemunhas para depor contra Jesus — mas foram testemunhos incoerentes e sem fundamento.
Caifás ficou desesperado com estes falsos depoimentos e presidiu uma demonstração pública de perjúrios contra Jesus, mas Seu silêncio e a Paz que emanava do Seu semblante demonstraram a indiferença para com os acusadores. Então Caifás chegou à beira do histerismo e demandou que Jesus explicasse Sua afirmação de que é o Filho de Deus! Jesus calmamente confirmou: "Sou, e vocês verão o Filho sentado à direita do Pai". Caifás, agora exasperado e dramático rasgou suas vestes e gritou: "Blasfemou! Que necessidade temos de testemunhas?" Assim, o ardiloso sinédrio decretou a pena de morte pela crucifixão e Seus inimigos, os fariseus babilônicos, passaram a espancar Jesus.
Oportunamente, o covarde e medroso Caifás exigiu que Pilatos confirmasse a condenação e a execução, mas como Jesus era um galileu sob a jurisdição de Herodes, este também, com fingida humildade servil, repassou a decisão sobre o destino de Jesus para Poncio Pilatos. Logo seu palácio assumiria o aspecto de uma fortaleza sitiada, pois a cada momento aumentava o número de descontentes. Assim, Jerusalém foi envolta pelas multidões oriundas das montanhas de Nazaré e mais além, como se toda a Judeia houvesse se deslocado para a cidade.
Declara Poncio Pilatos: "Havia apenas uma pessoa que mantinha a calma no meio da multidão, Jesus de Nazaré. Depois de muitas tentativas infrutíferas para protegê-lo da fúria dos perseguidores implacáveis, adotei uma medida que, no momento, pareceu-me ser a única que poderia salvar sua vida. Conforme o costume hebreu, o povo poderia escolher entre dois prisioneiros: quem seria executado ou libertado. Assim, ofereci à morte o criminoso Barrabás, mas a multidão ainda vociferava que Jesus deveria ser o crucificado".
Continua Pilatos: "Durante as comoções civis do Império nada poderia ser comparado ao que testemunhei na ocasião, o ódio furioso da multidão ensandecida. Parecia verdadeiramente que todos os espectros das regiões infernais estavam reunidos em Jerusalém naquele momento. A multidão não caminhava, mas aglomerava-se e girava como um vórtice, rolando em ondas vivas a partir dos portais do Pretório até o Monte Sião, uivando, vociferando, lamuriando, como algo que nunca se viu ou ouviu nas sedições de Pannonia ou nos tumultos do Fórum".
Jesus foi submetido a um julgamento ilegal no meio da noite e executado em Jerusalém, o Santo Sepulcro foi lacrado e vigiado por uma guarnição romana a pedido de Caifás. Porém, após três dias a Ressurreição de Jesus foi proclamada pelo apóstolo Pedro: "Nosso Deus Pai ressuscitou Seu Filho Jesus e todos nós fomos testemunhas do milagre". A primeira reação dos rabinos talmúdicos, os edomitas, foi que Seus discípulos roubaram o corpo na noite de sábado — agora uma admissão oficial que serviu como uma concludente evidência da Ressureição para os historiadores.
Carta de Pilatos a Tibério Cláudio Nero César: Seus discípulos proclamaram que Jesus ressuscitara como havia predito e o fato criou mais comoção do que Sua morte. Quanto à veracidade não posso afirmar, mas depois de uma investigação repasso a vós, meu nobre soberano, todos os fatos para que possas examinar e dizer se estou em falta. Digo com certeza que José e os seguidores de Jesus ajudaram a encerrar o Nazareno na Sua mortalha, e que meus soldados testemunharam o ato do fechamento e lacre do sepulcro".
Continua Pilatos ao imperador Tibério: "Sabia que o Nazareno pregava sobre a ressurreição, assim ordenei que o oficial Malcus mantivesse uma guarnição ao redor do sepulcro para garantir que não fosse profanado, mas na manhã do domingo o sepulcro encontrava-se vazio. Malcus relatou que tinha situado o capitão Ben Isham com uma guarnição em torno do sepulcro e me reportou que Isham e os centuriões estavam muito alarmados com um acontecimento misterioso".
Ben Isham reporta a Pôncio Pilatos: "No início da quarta vigília vimos uma luz suave sobre o sepulcro e pensamos logo que as mulheres vieram para cuidar de Jesus. Enquanto avivava estes pensamentos todo o local iluminou-se para cima, e parecia que dezenas de pessoas em suas mortalhas pairavam além do ar. Tudo estava girando e sentimo-nos em pleno êxtase, até ouvimos uma música maviosa e o ar parecia estar cheio de vozes. Neste momento sentimo-nos fracos e a terra pareceu flutuar, meus sentidos me deixaram e não mais sabia onde estava".
Após a Ressurreição Jesus Cristo encontrou Seus apóstolos em Betânia, um vilarejo na encosta do Monte das Oliveiras situado a leste da cidade de Jerusalém. Ele os acompanhou e novamente enfatizou o trabalho missionário que deveriam realizar, pedindo: "Quando o Espírito Santo vier sobre vocês, todos receberão o Poder e serão minhas testemunhas em Jerusalém e por toda a Judeia, na Samaria e em todas as regiões mais distantes da Terra". Então, após conversar durante horas com seus irmãos de Fé, Jesus ascendeu aos Céus.
Os apóstolos assistiram emocionados, já que antecipavam uma grande saudade do Mestre, até que uma nuvem cobriu a visão de Jesus e não mais conseguiram vê-Lo. Após a Ressurreição Jesus apresentava-se a eles na Sua forma humana, mas agora elevava-se aos Céus numa feição espiritual. Enquanto os apóstolos observavam Jesus ascendendo aos Céus, dois anjos surgiram e perguntaram: "Homens da Galileia, por que ainda estão olhando para o alto? Este Jesus que do meio de vocês foi levado agora só voltará na mesma forma que preexistia para estar com Deus Pai".
O Novo Testamento fornece-nos múltiplos testemunhos independentes quanto à historicidade das aparições de Jesus Cristo após a Ressurreição. A presença de Jesus diante do apóstolo Pedro é confirmada no relato de Lucas e a visitação diante Seus discípulos é confirmada nos escritos de Lucas e João, entre outros. Lemos os testemunhos da Sua presença junto às mulheres, em Mateus, João e Marcos. As aparições de Jesus cessaram após quarenta dias, exceto numa única vez para Paulo, que confirmou a natureza especial desta posterior visitação de Jesus.
Em Coríntios, a primeira epístola de Paulo à Igreja em Corinto, conhecemos sete aparições diferentes de Jesus para mais de 500 indivíduos: "Ele visitou Pedro e depois os Doze, depois disso apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria dos quais ainda vive, embora alguns já tenham adormecido. Depois apareceu a Tiago e então a todos os apóstolos; depois destes apareceu também a mim, um que nasceu fora de tempo pois sou o menor dos apóstolos e nem sequer mereço ser chamado apóstolo porque persegui a Igreja de Deus".
O número e a variedade dos testemunhos prestam um forte crédito ao historicismo da Ressurreição. Dentre as visitações destacam-se: Pedro (1), Tiago (1), Paulo (2), Caminhantes na estrada (3), Mulheres no jardim (5), Pescadores no lago (11), Discípulos em casa (15), Multidão na colina (25), Discípulos ao ar livre (30), Seguidores Cristãos (500), segundo o relato do Novo Testamento. A maior evidência da Ressurreição foi a profunda alteração motivacional ocorrida nos discípulos, quando passaram do desânimo coletivo para um organização missionária eficaz.
Foi uma transformação do temor da retaliação dos romanos para a convicção profunda nos Ensinamentos de Jesus, quando os discípulos transmudaram-se em audaciosas testemunhas públicas da Ressurreiçãode Jesus Cristo. Pedro transformou-se do covarde que negou Jesus a uma rocha e porta-voz da Igreja primitiva; Tiago tornou-se o líder da Igreja de Jerusalém e Paulo foi transformado de um militante anti-cristão para o pioneiro na expansão mundial do Cristianismo. Todos foram transformados em homens determinados a combater o poder de Roma e sacrificaram suas vidas em defesa do Cristianismo!
Não existe outro evento histórico, em qualquer época, que tenha sido mais testemunhado e reconhecido mundialmente do que a Ressurreição de Jesus Cristo. Mas se a evidência é tão convincente por que nem todos acreditam em Jesus? Talvez seja pelo fato de que a partir desta admissão passariam a suportar compromissos morais e sociais que não desejam enfrentar, ou talvez simplesmente não querem acreditar na Sua existência apesar das evidências. Seja como for, a transformação incutida na alma humana continuará para sempre, eternamente!
Normalmente o impacto e os testemunhos sobre qualquer evento histórico decrescem como passar dos tempos, mas aconteceu justamente o contrário com a Ressurreição de Jesus. Atualmente, mais de 5 bilhões de seres humanos acreditam que Jesus é Nosso Senhor e Salvador e o movimento Cristão cresce cada vez mais tocando populações de todas as culturas, credos e raças. Jesus Cristo nunca foi uma figura histórica pois vive entre nós e pode transformar nossas vidas. Permitam que Seu Amor acalente suas almas solitárias e Ele trará a Paz Eterna.
1 comentários:
Emocionante e me encheu de esperança nesta curta passagem pelo mundo.
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