17 junho 2013

NÊMESIS, A ESTRELA DA MORTE - NEMESIS, THE STAR OF DEATH


NEMESIS-STAR-OF-DEATH

Nêmesis, para os gregos, era uma filha de Zeus que personificava a justiça, premiando ou castigando os humanos pelas ações que praticavam. No império romano tornou-se uma divindade importante, a deusa da vingança. Hoje em dia, é um conceito ético representando a nossa personalidade sombria, oposta à natural.

Em 1980, pesquisadores demonstraram a possibilidade de o Sol ter uma estrela companheira, o que tornaria o Sistema Solar um sistema estelar binário. Esta estrela foi batizada de Nêmesis, a estrela da morte.


A cada 26 milhões de anos acontece na Terra uma extinção em massa das espécies e, se esta periodicidade for estabelecida, a implicação é que dificilmente as causas das extinções sejam puramente biológicas e o espaço exterior deve ter um papel preponderante.


Analisando os registros geológicos das extinções em ambientes marinhos, paleontólogos confirmaram a hipótese de que as extinções não foram fenômenos isolados, mas eventos periódicos que atuariam sobre o planeta Terra. Nêmesis seria uma estrela anã marrom, pequena e escura, com um período orbital centenas de vezes maior que o de Plutão, gastando 26 milhões de anos para completar uma revolução ao redor do Sol.


Desde 1984, distintos grupos de astrônomos buscam a localização da estrela Nêmesis. Sempre foi notório o fato de que o Sol, uma estrela comum, não compusesse um sistema binário, já que a maioria das estrelas similares pertencem a sistemas deste tipo.


Este fato alimentou ainda mais a procura por Nêmesis, que ultimamente é realizada por meio dos grandes telescópios infravermelhos e pelos telescópios embarcados nos satélites, mais preparados para a detecção de pequenas estrelas frias e ocultas.



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Durante muitas décadas o enigma das extinções em massa intrigou várias gerações de cientistas e leigos, porque algum fenômeno assolou periodicamente o passado geológico terrestre, ceifando num intervalo de tempo relativamente curto a maior parte da fauna e da flora existentes.


Há poucos anos, os astrofísicos, paleontólogos e geólogos sentiram-se forçados a recorrer a uma hipótese de caráter espacial para tentar desvendar o mistério, e o modelo do sistema solar binário foi objetivo de estudos aprofundados. Este modelo foi considerado como plausível e capaz de explicar a periodicidade dos processos de extinção em massa presentes nos registros geológicos.


O modelo postula que o Sol teria uma estrela companheira, que completaria sua órbita em torno do centro de massa do sistema no período de 26 milhões de anos. Possuindo uma órbita bastante excêntrica, no afélio, em que a distância do Sol é a máxima alcançada, a estrela estaria a cerca de 2 anos-luz do Sol.


No peri-hélio, ou ponto de maior proximidade do Sol, esta estrela, denominada Nêmesis, perturbaria as áreas mais densas da nuvem de Oort que circunda o nosso sistema planetário. Esta interferência gravitacional deslocaria os cometas estacionários de Oort, trazendo-os em direção ao sistema solar interior, região geralmente mantida a salvo graças à influência gravitacional protetora de Júpiter e Saturno.


Durante este afluxo de cometas, calcula-se que centenas atingiriam a Terra. Os dinossauros devem ter sofrido vários desses impactos até serem fulminados pelo cometa de Chicxulub, que se espatifou na Península de Iucatã, México, no período final do Cretáceo.


Uma característica da "chuva de cometas" é que as espécies na Terra não perecem de imediato e simultaneamente. Algumas seriam aniquiladas por um primeiro impacto, mas outras seriam poupadas para serem extintas pelo impacto seguinte, séculos depois.


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Os paleontólogos afirmam que as extinções da vida no planeta não teriam sido totais e imediatas, mas se distribuído no decorrer de centenas de milhares de anos, teoria que não está em desacordo com o modelo de extinção devido aos impactos de objetos espaciais de grandes dimensões.

Nesta "chuva de cometas" haveria aproximadamente dez impactos de grandes proporções, com um intervalo médio entre eles de 100 mil anos. A principal implicação biológica seria que os processos evolutivos baseados na competição entre espécies somente teriam lugar nos períodos de relativa calmaria.

Mas a cada 26 milhões de anos, o mecanismo da "chuva de cometas" provocaria desastres de proporções planetárias ao longo de centenas de milhares de anos e, ao final deste período, grande parte das espécies teria sido extinta.

Esta dinâmica de destruição evitou a estagnação do processo evolucionário, através do extermínio periódico das espécies dominantes ou das menos flexíveis e adaptáveis: resultando na consequente abertura dos nichos ecológicos anteriormente ocupados. Sem catástrofes dessa natureza os dinossauros provavelmente não teriam sido extintos e o homem não existiria.

Nêmesis será, provavelmente, uma estrela anã vermelha. Sua velocidade radial e movimento próprio são virtualmente nulos, uma vez que jamais foi identificada pelos programas para detecção de estrelas próximas.

Existe um grupo de pesquisa desenvolvendo um trabalho para tentar detectar a companheira do Sol entre as anãs vermelhas da vizinhança solar. Se não for encontrada entre as anãs vermelhas, deve-se supor que possa ser uma anã marrom, uma estrela de brilho muito fraco, emitindo luz quase que exclusivamente no espectro infravermelho.

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Os cientistas observaram que diversos cometas apresentavam fortes desvios em relação às órbitas calculadas e previstas. Segundo eles, isso seria provocado pela atração gravitacional de um objeto várias vezes maior do que Júpiter e escondido dentro do Sistema Solar.

Na ocasião, publicaram um artigo propondo que somente a presença de um objeto de grande massa no interior da nuvem de Oort poderia explicar as anomalias observadas no caminho dos cometas provenientes daquele local.

Segundo os cientistas, devido ao brilho muito tênue e à temperatura muito baixa, a existência deste objeto só poderá ser comprovada através das imagens no espectro infravermelho geradas pelo telescópio espacial WISE.

Em 2003, a descoberta do planeta-anão denominado Sedna, fez a hipótese da existência de Nêmesis ganhar fôlego. Cientistas constataram que este planeta está onde não deveria estar e não há como explicar a sua órbita angular.

Sedna nunca está próximo o suficiente para ser afetado pelo Sol, mas também nunca está longe o bastante para ser influenciado por outras estrelas. Assim, é necessário haver um grande objeto espacial servindo de atrator gravitacional para explicar a órbita de Sedna.

Somando-se a isto o fato de que este corpo celeste ainda permanece oculto, alimentou-se ainda mais a hipótese da existência de Nêmesis, que teria várias massas jupterianas, sendo um forte candidato como o atrator de Sedna.

O telescópio espacial Wise, lançado em 2009 com o objetivo de mapear o céu no espectro infravermelho, já fez inúmeras descobertas de objetos celestes, entre eles centenas de cometas: durante a missão, o telescópio produziu nada menos que 2 milhões de imagens que agora estão sendo estudadas minuciosamente.

Se a hipótese da existência de Nêmesis estiver correta, o Sol não será mais uma estrela solitária. Atualmente o Sol está atravessando o plano galáctico e estamos justamente entre dois períodos de extinção em massa.

Uma hipótese rival ao modelo da estrela companheira do Sol, advoga que o mecanismo das extinções em massa seria disparado pela passagem do Sistema Solar através do plano galáctico, mas foi descartada quando se constatou a não coincidência entre essas passagens e a periodicidade das extinções no passado da Terra.



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