Jesus Cristo metaforicamente afirmou: "Mas ai de vós que sois ricos, porque já recebestes a vossa consolação. Ai de vós, os que agora estais fartos, porque tereis fome. Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis. Ai de vós, quando todos os homens vos louvarem, porque assim faziam os seus pais aos falsos profetas".
Estas palavras de Jesus servem de alerta somente para os que se satisfazem com bens materiais e que julgam-se superiores ao próximo.
Da mesma forma não há nada de errado em rir, pois é uma coisa boa, especialmente quando rimos de nós mesmos. Mas quando rimos dos outros, daqueles que estão socialmente abaixo de nós, é uma coisa completamente diferente.
Jesus também não afirmou que uma pessoa elogiada será condenada, pois Ele referiu-se àqueles que procuram aprovação por seus atos. Quando nos consideramos superiores a alguém incorremos na altivez e, assim, cometemos o pecado da soberba, o grande vazio espiritual.
A soberba é uma doença nativa do ser humano que nos acompanha desde a época em que fomos condenados ao mundo físico. Queríamos o status de seres superiores na Criação e acabamos invejosos da superioridade de Deus. Assim, Deus colocou-nos num ambiente onde poderíamos praticar nosso sentimento mórbido de superioridade, o planeta Terra.
Este é o objetivo do mundo físico: permitir que possamos simular e extravasar, por algum tempo, nossos papéis de arremedos de seres "superiores".
Nossos corpos físicos são temporários, as máscaras que vestimos e nos permitem dissimular que somos grandes estudiosos, atores famosos, políticos influentes, médicos respeitados ou qualquer outro personagem através do qual possamos emular nossa superioridade. Mas esses corpos, e os papéis que desempenhamos ao usá-los, dissolvem-se com o tempo, pois adoecem e morrem.
Deus permitiu que ocupássemos esses corpos físicos temporários atendendo ao nosso desejo de grandeza. Deus, amorosamente, atendeu este desejo para que aprendêssemos sobre o certo e o errado da nossa maneira.
Não importa o quanto achemos que somos ou fomos grandiosos, pois vamos perder essa posição de grandeza rapidamente: seja para alguém mais jovem ou melhor do que nós, ou mesmo simplesmente perdê-la por padrão no fim da vida terrena.
Mesmo antes da morte do corpo vamos perder nossos papéis. Uma pessoa que pensava ser superior por seus escritos ou livros acadêmicos, um dia não terá mais forças para escrever. Outro que considerava-se um grande médico, acabará por ser um paciente a caminho da morte. Podemos ver isso acontecendo ao nosso redor e em nossas vidas.
Não adianta conquistarmos riqueza, superioridade ou uma grande reputação, pois permaneceremos sempre sentindo-nos vazios. Podemos ir de uma conquista a outra, mas estaremos sempre insatisfeitos a cada nova aquisição material ou social.
Nosso sentimento natural, a verdadeira identidade espiritual do ser humano, é de humildade. Não somos seres superiores por natureza. Por "design", os seres humanos são humildes cuidadores do Ser Supremo e Seus associados. Mas, como a prática da devoção e dos cuidados ao próximo exigem liberdade total, foi-nos facultado o potencial para rejeitar nossa natureza espiritual. Buscar perfeição espiritual não significa rejeitar as instalações do mundo físico.
Uma pessoa pode doar todos seus bens e tornar-se um eremita e, mesmo agindo assim, pode sentir-se superior e procurar o reconhecimento por seus atos. Neste caso, não há benefício espiritual pela sua caridade ou pelo estilo de vida monástico.
Por outro lado, uma pessoa que vive fisicamente confortável, brinca e socializa com seus amigos ou é elogiada por outros, de fato pode estar no caminho correto para servir a Deus, ou seja: quando não associamos nossa busca da felicidade com as benesses temporárias desta vida, estaremos agindo corretamente.
Se aceitarmos humildemente que todos os benefícios físicos são temporários e que provém de Deus, estaremos aptos para aferir com precisão a serventia das instalações terrenas e, até mesmo, usá-las em nosso benefício para alcançar a Deus.
Agindo desta forma poderemos centrar nossas vidas no Ser Supremo, quando entendemos que Deus é o responsável por tudo que nos cerca. Em tal estado de percepção podemos buscar nossa felicidade dentro do nosso relacionamento com Jesus. Este é o significado implícito na declaração de Jesus apresentada no início deste artigo (Lucas 6:24-26).
Jesus versava sobre o estado da nossa consciência e não sobre o estado da nossa conta bancária, criticava nossa busca por popularidade social e riqueza desnecessária. Jesus nos aconselhava a respeito do caminho que devemos trilhar em nossas vidas para alcançarmos a vida eterna, sobre o nosso propósito na Terra e como devemos nos comportar para entrarmos do Reino de Deus.
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